Questões Sobre Indústria brasileira - Geografia - concurso

A política de combate às secas no Nordeste brasileiro é um tema complexo e historicamente enraizado, que remonta ao período imperial e se estende até os dias atuais. O texto apresentado aborda quatro proposições sobre as ações implementadas na região, analisando seus impactos e contradições. A sequência correta das assertivas, conforme o gabarito, é V V V V, indicando que todas as afirmações são verdadeiras.

A primeira proposição destaca o papel do DNOCS na construção de estradas e açudes, reconhecendo sua importância no socorro às vítimas das secas, mas também apontando críticas ao favorecimento das elites regionais. Essa dualidade reflete um padrão histórico em que políticas públicas são instrumentalizadas para benefício de grupos específicos.

A segunda afirmação trata da atuação da SUDENE, que, apesar de ter impulsionado um surto industrial em alguns setores, não conseguiu reduzir os desequilíbrios regionais como pretendido. Isso revela as limitações de um modelo de desenvolvimento que não enfrenta as estruturas arcaicas da região.

A terceira proposição aborda a chamada "indústria da seca", denunciando como medidas emergenciais, como as frentes de trabalho, foram usadas para manter práticas clientelistas. Esse fenômeno ilustra como a seca se tornou um instrumento político, perpetuando desigualdades.

Por fim, a quarta afirmação reconhece a mudança de paradigma trazida pela redemocratização, com a sociedade civil questionando a ideia de "combate" à seca e propondo políticas de convivência sustentável. Essa visão representa um avanço ao tratar a seca como uma realidade a ser gerida, e não como um inimigo a ser derrotado.

Em síntese, o gabarito A) V V V V reflete a complexidade das políticas para o Nordeste, que combinam avanços, contradições e a necessidade de novas abordagens para superar desafios históricos.

Apesar do desenvolvimento industrial, o Brasil permanece como um grande exportador de minerais. Assinale o mapa que indica a ocorrência do principal minério exportado pelo país.

• E)

O gabarito correto é E).

Considerando-se a dinâmica espacial do setor industrial de Minas Gerais, é INCORRETO afirmar que:

• A) a Região Leste do Estado, no que se refere ao setor de pesquisa e desenvolvimento, se transformou na mais importante plataforma de produção da agroindústria nacional.
• B) a Região Norte mineira – com destaque para Montes Claros e Pirapora –, apesar da política de incentivos fiscais de que se beneficiou, teve expansão industrial pouco expressiva.
• C) as cidades polarizadas por Belo Horizonte experimentam industrialização estimulada tanto por sua forte base mineral como pelos impulsos recebidos da própria Capital.
• D) as regiões Central, Sul e do Triângulo Mineiro – com destaque para a Região Metropolitana de Belo Horizonte e algumas cidades médias – abrigam a maior concentração industrial e urbana do Estado.

O gabarito correto é A).

Ao longo do século XX, diferentes modelos de organização do trabalho industrial foram desenvolvidos para otimizar a produção e maximizar os lucros dentro do sistema capitalista. Entre esses modelos, destacam-se o fordismo, o taylorismo, o toyotismo e o pós-fordismo, cada um com características próprias que refletem as necessidades e contextos de suas épocas.

O fordismo, criado por Henry Ford, baseava-se na produção em massa e na linha de montagem, com tarefas altamente especializadas e repetitivas. No entanto, diferentemente do que sugere a alternativa A, esse modelo não priorizava a flexibilização dos contratos ou investimentos significativos na qualificação profissional, mas sim a padronização e a eficiência mecânica.

O taylorismo, por sua vez, fundamentava-se nos estudos de Frederick Taylor e na chamada "administração científica". A alternativa B está incorreta, pois o taylorismo não incentivava a criatividade ou a flexibilização do tempo, mas sim a divisão rígida de tarefas e o controle minucioso dos movimentos dos trabalhadores para aumentar a produtividade.

O toyotismo, modelo desenvolvido no Japão após a Segunda Guerra Mundial, trouxe uma abordagem mais flexível, como afirma corretamente a alternativa C. Nesse sistema, os operários são qualificados para desempenhar múltiplas funções, há uma produção ajustável à demanda (just-in-time) e busca-se a melhoria contínua (kaizen). Essa flexibilidade e a valorização da qualificação permanente dos trabalhadores são marcas distintivas do toyotismo.

Por fim, o pós-fordismo, mencionado na alternativa D, não se caracteriza por uma divisão acentuada do trabalho como no fordismo, mas sim por uma maior adaptabilidade, terceirização e ênfase na tecnologia da informação, contrariando a descrição apresentada.

Portanto, a alternativa correta é a C, pois o toyotismo de fato representa um modelo flexível de produção, com operários multiqualificados e funções diversificadas, adequando-se às demandas do capitalismo contemporâneo.

Análise da importância da agricultura e pecuária no Brasil

O desenvolvimento industrial brasileiro não diminuiu a relevância das atividades agrícolas e pecuárias, que continuam sendo pilares fundamentais para a economia e sociedade do país. Esses setores tradicionais desempenham múltiplas funções essenciais, conforme demonstrado nas alternativas apresentadas.

A alternativa A destaca corretamente o papel vital dessas atividades no abastecimento alimentar da população brasileira. Da mesma forma, a opção B aponta para sua importância como fornecedoras de matérias-primas para diversos ramos industriais, confirmando sua integração com outros setores econômicos.

A alternativa D ressalta adequadamente a contribuição desses setores para a balança comercial brasileira, com produtos como soja, café e carne sendo historicamente relevantes nas exportações nacionais. Já a opção E evidencia corretamente como essas atividades moldaram a ocupação territorial e a organização espacial do Brasil desde o período colonial.

A exceção, conforme indicado pelo gabarito, é a alternativa C, pois a distribuição das atividades agrícolas e pecuárias no território brasileiro não ocorre de forma homogênea. Fatores como condições climáticas, tipos de solo, infraestrutura e histórico de ocupação resultam em concentrações regionais distintas dessas atividades, com áreas de maior e menor intensidade produtiva.

Esta análise demonstra como, mesmo em um contexto de industrialização, as atividades tradicionais mantêm sua importância estratégica para o Brasil, embora com características espaciais específicas que contradizem a ideia de distribuição uniforme pelo território nacional.

As transformações produtivas e organizacionais decorrentes da reestruturação produtiva das últimas décadas trouxeram mudanças significativas para a economia global. Analisando as afirmações apresentadas, é possível identificar que as alternativas II, III e IV estão corretas, conforme o gabarito indicado (D).

A afirmação II destaca a acumulação flexível, que de fato representa uma ruptura com o modelo fordista, baseando-se na adaptabilidade dos processos de trabalho. Essa flexibilidade é uma característica marcante do novo paradigma produtivo.

A afirmação III aponta corretamente para o ressurgimento de formas de trabalho mais descentralizadas, como o artesanal e o doméstico, impulsionadas pelas mudanças na organização industrial. Isso reflete uma tendência de fragmentação produtiva.

Por fim, a afirmação IV aborda a externalização de funções, uma prática comum nas fábricas flexíveis contemporâneas, que buscam maior eficiência através da terceirização de atividades produtivas e administrativas.

Já a afirmação I, embora mencione um aspecto relevante (a introdução de tecnologias microeletrônicas), exagera ao afirmar que isso conformou um novo modo de produção. Na verdade, essas tecnologias representam uma evolução dentro do modo de produção capitalista, não sua substituição.

O texto apresentado aborda a questão da reciclagem como uma estratégia para reduzir a quantidade de lixo no processo industrial, destacando que, embora o volume de matéria-prima recuperado ainda seja insuficiente para atender à demanda da indústria, essa prática contribui para a sustentabilidade. A pergunta que segue o trecho propõe uma reflexão sobre como a reciclagem se insere no contexto global da sustentabilidade, apresentando cinco alternativas possíveis.

O gabarito correto aponta a alternativa E), que afirma que a reciclagem reduz a utilização de matérias-primas nas indústrias de bens de consumo. Essa resposta está alinhada com o conteúdo do texto, que menciona a importância da reciclagem como forma de diminuir a dependência de novas matérias-primas, promovendo um ciclo mais sustentável de produção. Ao reutilizar materiais descartados, as indústrias podem reduzir a extração de recursos naturais, diminuindo assim o impacto ambiental.

As demais alternativas, embora relacionadas a questões ambientais importantes, não são diretamente abordadas no texto. A redução do buraco na camada de ozônio (A), a amenização das chuvas ácidas (B), a diminuição da poluição atmosférica em siderúrgicas (C) e a formação de ilhas de calor urbanas (D) são consequências de outras ações ambientais, mas não representam o foco principal da reciclagem conforme apresentado na passagem.

Portanto, a prática da reciclagem, conforme discutida no texto, está intrinsecamente ligada à redução do consumo de matérias-primas virgens, reforçando a importância de um modelo industrial mais circular e menos predatório em relação aos recursos naturais.

A partir da década de 1980, a cidade de São Paulo passou por um processo de perda relativa de sua participação industrial em relação a outras regiões do Estado de São Paulo e do Brasil. Esse fenômeno pode ser associado à sua transição para uma cidade informacional, conforme indicado pela alternativa A).

Essa transformação está ligada à reestruturação econômica global, na qual São Paulo deixou de ser o principal polo industrial para se consolidar como um centro de serviços, tecnologia e informação. A descentralização industrial ocorreu devido a fatores como custos operacionais elevados na capital, a busca por regiões com infraestrutura mais barata e a própria dinâmica de modernização econômica, que priorizou setores como finanças, comunicação e comércio especializado.

Embora outras alternativas possam parecer plausíveis, como a ascensão de centros rivais (C) ou crises tecnológicas (B), a explicação mais abrangente está na transição para uma economia baseada no conhecimento e nos serviços, característica das cidades informacionais. Portanto, a resposta correta é de fato a alternativa A).

Sobre as consequências da descentralização industrial ocorrida no Brasil a partir da década de 1970, é importante destacar que esse processo teve impactos significativos nas diferentes regiões do país. A alternativa correta, conforme o gabarito, é a letra D, que afirma que o Sul apresentou o melhor desempenho relativo na geração de empregos.

A descentralização industrial foi marcada por um movimento de dispersão das atividades fabris para além do eixo tradicional concentrado no Sudeste, especialmente em São Paulo. Esse fenômeno foi impulsionado por políticas governamentais, incentivos fiscais e a busca por menores custos de produção, como mão de obra e infraestrutura.

Nesse contexto, a região Sul destacou-se pela capacidade de absorver investimentos industriais e gerar empregos de forma mais equilibrada em comparação às demais regiões. Estados como Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul consolidaram polos industriais dinâmicos, especialmente em setores como agroindústria, têxtil e metal-mecânico.

Enquanto outras regiões também foram impactadas pela descentralização, como o Nordeste (que recebeu investimentos, mas não foi o maior beneficiado) e o Centro-Oeste (com ganhos locacionais, porém menos expressivos na geração de empregos), o Sul se sobressaiu pela combinação de fatores como infraestrutura, qualificação da mão de obra e ambiente empresarial favorável.

Portanto, a alternativa D é a que melhor reflete os efeitos da descentralização industrial no Brasil, ao apontar o desempenho positivo da região Sul na criação de postos de trabalho durante esse processo.

Análise do Processo de Industrialização nas Regiões Brasileiras

O processo de industrialização no Brasil ocorreu de forma desigual entre as regiões, influenciado por fatores históricos, econômicos e geográficos. A alternativa correta, C), destaca dois elementos fundamentais para o desenvolvimento industrial da Região Sul: a imigração estrangeira e a organização de uma economia voltada para o mercado regional.

A imigração europeia, especialmente de alemães e italianos, trouxe conhecimentos técnicos e hábitos de trabalho que impulsionaram a indústria local, principalmente nos setores têxtil, alimentício e metal-mecânico. Além disso, a estruturação de uma economia integrada, com forte base agrícola e pecuária, permitiu o abastecimento interno e a consolidação de polos industriais em cidades como Porto Alegre, Curitiba e Joinville.

As demais alternativas apresentam incorreções:

• A) A Zona Franca de Manaus (Norte) foi impulsionada por incentivos fiscais, não apenas pela proximidade de matérias-primas.
• B) A industrialização no Nordeste concentrou-se nas regiões metropolitanas, com menor expressão no interior.
• D) A expansão industrial do Sudeste contou com forte participação estatal em infraestrutura, não apenas privada.
• E) O Centro-Oeste teve participação industrial limitada, com a agroindústria mais dispersa, não restrita ao norte do Mato Grosso.

Portanto, a alternativa C é a única que reflete corretamente as características do processo de industrialização na Região Sul do Brasil.