“Com a modernização do campo, os trabalhadores rurais passam a ser expulsos da terra sem direitos ou garantias, enfrentando uma realidade nova e hostil. Os laços familiares e coletivos, e também a indústria doméstica são brutalmente transformados, chegando a serem dissolvidos. Os trabalhadores rurais adentram a sociedade de mercado pela porta dos fundos, tendo de se adaptar a uma condição onde os elementos básicos para a reprodução da existência são as mercadorias.” (MEDINA, Etore. Vivendo a Vida de Rapina.)O trecho acima se refere a um personagem da estrutura agrária brasileira identificado como
trabalhadores rurais passam a ser expulsos da terra
sem direitos ou garantias, enfrentando uma
realidade nova e hostil. Os laços familiares e
coletivos, e também a indústria doméstica são
brutalmente transformados, chegando a serem
dissolvidos. Os trabalhadores rurais adentram a
sociedade de mercado pela porta dos fundos, tendo
de se adaptar a uma condição onde os elementos
básicos para a reprodução da existência são as
mercadorias.”
estrutura agrária brasileira identificado como
- A)boia fria.
- B)migrante sazonal.
- C)posseiro.
- D)assalariado permanente.
Resposta:
A alternativa correta é A)
O trecho apresentado retrata um fenômeno marcante da modernização do campo brasileiro: a expulsão de trabalhadores rurais de suas terras, desprovidos de direitos e inseridos precariamente na lógica do mercado. Essa transformação, como aponta Medina em Vivendo a Vida de Rapina, desestrutura os laços comunitários e familiares, forçando esses indivíduos a uma adaptação violenta a uma realidade onde sua sobrevivência depende inteiramente da mercantilização da vida.
O personagem descrito corresponde claramente ao boia-fria (alternativa A), figura emblemática desse processo. O boia-fria é o trabalhador rural temporário, desenraizado, que vende sua força de trabalho de forma intermitente, sem vínculos empregatícios estáveis. Sua condição reflete exatamente a "porta dos fundos" do mercado mencionada no texto: uma inserção marginal, sem proteção social, onde até mesmo o alimento (a "boia fria" que carrega) simboliza a precarização extrema.
As demais alternativas não se adequam ao perfil descrito. O migrante sazonal (B) tem deslocamento cíclico, mas não necessariamente a mesma desproteção; o posseiro (C) luta pela terra, não sendo expulso; e o assalariado permanente (D) tem justamente a estabilidade que o texto nega. O boia-fria encarna a face mais cruel da modernização agrícola – mão-de-obra descartável em um sistema que rompe com formas tradicionais de vida sem oferecer alternativas dignas.
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