Questões Sobre Modernização Agrícola - Geografia - concurso

Avalie as afirmativas e marque a opção correta:

• A) se as duas afirmativas são corretas e a primeira é causa da segunda.
• B) se as duas afirmativas são corretas e a primeira não é causa da segunda.
• C) se a primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira.
• D) se a primeira afirmativa é verdadeira e a segunda é falsa.

O gabarito correto é A).

O texto apresentado, baseado em estudos realizados pelo IBGE, Unicamp e Embrapa, revela uma significativa transformação no espaço rural brasileiro entre 1990 e 2000. O crescimento de 35% nos empregos não agrícolas na área rural, com a criação de 1,2 milhão de novas vagas em setores como serviços, construção civil, comércio e atividades sociais, aponta para mudanças estruturais no campo.

Esses dados permitem estabelecer uma relação direta com a alternativa C) "A modernização da agricultura, como reflexo do processo de urbanização e industrialização". Isso porque o aumento de empregos não agrícolas no meio rural reflete justamente a diversificação das atividades econômicas no campo, impulsionada pela modernização agrícola e pela influência dos processos urbanos e industriais.

A modernização da agricultura, caracterizada pela mecanização e incorporação de novas tecnologias, reduziu a necessidade de mão de obra no setor primário, ao mesmo tempo que criou demandas por serviços complementares. Esse fenômeno está intimamente ligado ao processo de urbanização, que trouxe para o espaço rural padrões de consumo e organização do trabalho mais característicos das cidades.

As outras alternativas não se sustentam como interpretação correta do texto apresentado. A alternativa A) fala de movimentos políticos contra empresas no setor agropecuário, o que não tem relação com o crescimento de empregos não agrícolas. A B) menciona a expansão de latifúndios, um processo distinto do descrito. Já a D) trata especificamente da ocupação do Centro-Oeste pela pecuária, um fenômeno regional que não explica os dados nacionais apresentados.

Portanto, a alternativa C) é a que melhor interpreta as transformações reveladas pelos dados, mostrando como a modernização agrícola e os processos urbanos-industriais estão reconfigurando o espaço rural brasileiro, diversificando suas atividades econômicas e criando novas oportunidades de emprego fora do setor agrícola tradicional.

A inserção do Brasil nos mercados internacionais por meio da exportação de commodities, como alimentos e matérias-primas, tem sido uma estratégia recorrente para equilibrar as contas externas e impulsionar a economia. No entanto, essa abordagem não está livre de críticas e desafios, conforme destacado no texto de Ricardo Castilho. Apesar dos benefícios econômicos imediatos, a dependência excessiva da exportação de produtos primários pode trazer consequências negativas para o desenvolvimento interno do país.

O texto aponta que, embora a exportação de commodities seja incentivada pelo Estado, ela enfrenta obstáculos impostos pelos países importadores. Entre essas dificuldades, destaca-se a existência de subsídios agrícolas concedidos por nações desenvolvidas, como os Estados Unidos e os países da União Europeia. Esses subsídios distorcem o mercado internacional, prejudicando a competitividade dos produtores brasileiros, que já lidam com altos custos internos de produção.

Além disso, o modelo de exportação baseado em produtos primários pode reforçar desigualdades estruturais, concentrando riqueza em grandes empresas transnacionais e limitando a diversificação econômica. O texto alerta para os riscos de "hipotecar o território" em prol de uma integração externa que não necessariamente se traduz em benefícios internos, como redução da pobreza ou industrialização.

Portanto, embora a exportação de alimentos e matérias-primas seja importante, é fundamental que o Brasil busque um equilíbrio entre a inserção global e o desenvolvimento interno, evitando tornar-se refém de um modelo que prioriza apenas o lucro imediato em detrimento da sustentabilidade e da soberania nacional.

A Revolução Verde foi um conjunto de transformações técnicas e tecnológicas implementadas na agricultura, principalmente em países subdesenvolvidos, durante a segunda metade do século XX. Seu principal objetivo declarado era aumentar a produção de alimentos para combater a fome mundial, tornando a alternativa A) Resolver o problema da fome mundial a correta.

Apesar de ter elevado a produtividade agrícola por meio de sementes modificadas, fertilizantes químicos, maquinário e irrigação, a Revolução Verde também trouxe críticas. Muitos argumentam que seus benefícios não foram distribuídos igualmente, concentrando-se em grandes propriedades e priorizando culturas de exportação, em vez de atender plenamente às necessidades locais. Além disso, os impactos ambientais, como degradação do solo e dependência de insumos industriais, foram questionados.

Embora a intenção inicial fosse nobre — erradicar a fome —, os resultados foram ambíguos. A produção global de alimentos aumentou, mas a desigualdade no acesso persiste, demonstrando que soluções técnicas, sozinhas, não resolvem problemas estruturais como a pobreza e a má distribuição de recursos.

Os textos I e II apresentam informações relevantes sobre a produção agrícola brasileira, especificamente no cultivo da soja, e as questões relacionadas ao uso de agrotóxicos. Esses conteúdos permitem ao professor de Geografia abordar, conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a temática da Revolução Verde, as transformações nas formas de produção no campo e seus impactos ambientais, além de discutir alternativas sustentáveis.

O texto I destaca o crescimento exponencial da produção de soja no Brasil nas últimas décadas, impulsionado pelo aumento da produtividade e da área cultivada. Esse cenário reflete os princípios da Revolução Verde, que promoveu a modernização agrícola por meio de tecnologias como sementes melhoradas, fertilizantes e agrotóxicos. Apesar dos ganhos econômicos, esse modelo gera debates sobre seus efeitos socioambientais.

Já o texto II evidencia uma das consequências desse modelo: a permissividade da legislação brasileira em relação aos limites de agrotóxicos na água e nos alimentos, contrastando fortemente com os padrões europeus. Essa disparidade revela os riscos à saúde humana e ao meio ambiente, além de questionar a sustentabilidade do atual sistema produtivo.

Assim, a alternativa C) é a mais adequada, pois engloba a Revolução Verde, seus impactos e a necessidade de repensar as práticas agrícolas. As demais opções, embora relevantes, não se conectam diretamente aos temas centrais dos textos fornecidos.

A transformação do espaço rural ao longo do século XX foi marcada por profundas mudanças estruturais, impulsionadas pela urbanização e industrialização em escala global. O campo, outrora visto como um espaço exclusivamente agrícola e isolado, sofreu um processo de reconfiguração que alterou sua dinâmica econômica, social e cultural. Diante disso, a alternativa correta que melhor reflete essa realidade contemporânea é a letra B, que aponta a incorporação de atividades não agrícolas, como o turismo, na economia rural.

A inserção de novas atividades econômicas no meio rural, como o turismo rural, o artesanato e até mesmo a prestação de serviços, demonstra uma diversificação produtiva que rompe com a visão tradicional do campo como espaço dedicado apenas à agricultura. Esse fenômeno está diretamente ligado à necessidade de adaptação às demandas do mundo moderno, onde o rural se reinventa para sobreviver economicamente. O turismo, em especial, tem se destacado como uma alternativa viável, aproveitando a paisagem natural e a cultura local para atrair visitantes, gerando renda e empregos.

As demais alternativas apresentam equívocos em relação às transformações ocorridas no espaço rural. A letra A é incorreta porque a população rural diminuiu em relação à urbana devido ao êxodo rural. A letra C também está errada, pois o extrativismo e outras atividades primárias perderam espaço frente à mecanização e à produção em larga escala. A alternativa D é falsa, já que o agronegócio está voltado principalmente para a exportação, especialmente em países em desenvolvimento. Por fim, a letra E está equivocada, pois a industrialização do campo aumentou a interdependência entre cidade e rural, e não o contrário.

Portanto, a resposta correta é a alternativa B, que reconhece a pluralidade de atividades econômicas no meio rural contemporâneo, evidenciando sua adaptação às novas realidades do século XXI.

O texto apresentado destaca a importância da combinação entre pesquisa científica e condições naturais favoráveis para o desenvolvimento da agricultura brasileira. Ele menciona que, embora o Brasil possua vantagens naturais significativas, como abundância de água potável e vastas extensões de terra, o avanço agrícola só foi possível graças aos esforços em pesquisas agronômicas, como o melhoramento de plantas e a correção dos solos. Portanto, a alternativa correta é a letra C, que afirma que a associação entre pesquisa científica e condições naturais contribuiu para que o Brasil se tornasse uma das grandes potências agrícolas mundiais.

As demais alternativas apresentam informações incorretas ou contradizem o texto. A alternativa A é falsa, pois a produtividade agrícola brasileira não independe de fatores naturais, como a disponibilidade de água e terras. A alternativa B também está errada, já que os solos amazônicos não são naturalmente férteis e a região não pode prescindir de pesquisas científicas. A alternativa D é equivocada ao afirmar que a agricultura extensiva é mais produtiva que a intensiva devido ao uso de tecnologia, quando na realidade a agricultura intensiva é geralmente mais tecnificada. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois as maiores e melhores porções de terra no Brasil não são controladas predominantemente pela agricultura familiar, mas sim por grandes propriedades e agronegócios.

A transição rural-urbana no Brasil, ocorrida principalmente entre 1960 e 1991, foi um fenômeno marcante na história do país, reconfigurando sua demografia e economia. Analisando as assertivas apresentadas, é possível compreender os fatores que impulsionaram esse movimento migratório em massa e suas consequências.

A primeira assertiva (I) está correta, pois as décadas de 1960 e 1970 foram marcadas por um êxodo rural expressivo, com mais de 31 milhões de pessoas deixando o campo. Esse fluxo foi impulsionado pela busca de melhores condições de vida nas cidades, em contraste com as dificuldades enfrentadas no meio rural.

A segunda assertiva (II) é incorreta, já que os migrantes rurais, em sua maioria, não compuseram os extratos mais altos das ocupações urbanas. Pelo contrário, frequentemente ocuparam posições precárias no mercado de trabalho, enfrentando subempregos e condições de vida desfavoráveis nas periferias das grandes cidades.

A terceira assertiva (III) está correta, pois a modernização agrícola, intensificada a partir dos anos 1960, promoveu a concentração de terras e a expulsão violenta de pequenos produtores, especialmente em regiões de fronteira agrícola como o Centro-Oeste e o Norte. Esse processo foi marcado pelo avanço do agronegócio e pela mecanização, que marginalizou a agricultura familiar.

A quarta assertiva (IV) é incorreta, uma vez que a modernização agrícola não resultou em maior distribuição de terras. Pelo contrário, acentuou a concentração fundiária e reduziu a demanda por mão de obra, especialmente nas regiões mencionadas, devido à adoção de tecnologias que substituíram o trabalho humano.

Portanto, as assertivas corretas são I e III, conforme indicado na alternativa E. Esse período foi crucial para entender as desigualdades regionais e sociais que persistem no Brasil até os dias atuais.

O texto descreve um cenário marcado pela expansão da soja e seu impacto sobre outras atividades agrícolas, como a pecuária extensiva e a agricultura de subsistência, além de mencionar a integração de pequenos produtores em atividades como avicultura, suinocultura e cultivo de tabaco. Essas características são típicas da Região Sul do Brasil, onde a soja se consolidou como um dos principais cultivos, deslocando outras produções e redefinindo a dinâmica agrária regional.

A referência à agricultura colonial, ao deslocamento de pequenos produtores e à adaptação em atividades como o fumo e a criação de animais confinados reforça a identificação com os estados do Sul, especialmente Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nessa região, a mecanização da lavoura de grãos e a integração com o agronegócio transformaram a estrutura fundiária, pressionando propriedades menores e gerando migrações internas.

Portanto, a alternativa correta é A) Região Sul, pois o texto retrata processos históricos e econômicos característicos dessa parte do país, onde a soja se expandiu sobre áreas antes dedicadas a outras culturas ou à pecuária, alterando relações de trabalho e propriedade.

O agronegócio brasileiro tem uma relação estreita com o comércio internacional, especialmente no que diz respeito à exportação de commodities. A China, como um dos principais atores globais no mercado de alimentos, desempenha um papel fundamental nesse cenário. No entanto, apesar de sua relevância como exportadora, ocupando a quarta posição no ranking mundial, o volume de trocas comerciais de produtos agropecuários entre Brasil e China ainda não alcança patamares significativos.

Essa afirmação está correta, pois, embora a China seja um parceiro comercial estratégico para o Brasil em outras áreas, como a indústria e a tecnologia, o intercâmbio de produtos agropecuários entre os dois países ainda não atingiu o mesmo nível de expressividade. Isso pode ser atribuído a diversos fatores, como políticas comerciais, barreiras sanitárias ou até mesmo a priorização de outros mercados por parte da China.

Portanto, a alternativa C) CERTO é a correta.