Questões Sobre Mudanças climáticas - Geografia - concurso

As áreas de transição entre massas de ar com características térmicas distintas desempenham um papel fundamental na dinâmica atmosférica. Quando duas massas de ar com temperaturas e umidades diferentes se encontram, formam-se zonas de instabilidade que geram alterações significativas nas condições meteorológicas, como aumento da nebulosidade e precipitação.

Esses fenômenos de fronteira entre massas de ar são conhecidos como frentes, termo que designa precisamente as regiões de contato entre sistemas atmosféricos distintos. As frentes podem ser classificadas em quentes, frias ou estacionárias, dependendo da natureza das massas de ar envolvidas e de seu movimento relativo.

A alternativa correta para a questão apresentada é portanto a letra C) Frentes, pois esta é a denominação técnica adequada para descrever essas áreas de transição entre massas de ar termicamente contrastantes. As outras opções - brisas marinhas, massas tropicais, superfícies termoclinas e vórtices ciclônicos - referem-se a outros fenômenos meteorológicos distintos.

A Terra funciona como um sistema complexo e interconectado, onde os subsistemas naturais — litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera — interagem constantemente, sustentados pela energia solar. A afirmação de que a variação da temperatura, influenciada pelos níveis atmosféricos de CO₂ e vapor d'água, afeta a dinâmica da biosfera está correta, pois esses elementos desempenham um papel crucial nos processos climáticos e ecológicos.

O CO₂ e o vapor d'água são gases de efeito estufa que regulam a retenção de calor na atmosfera, impactando diretamente os ecossistemas e a vida na biosfera. Alterações em suas concentrações podem desencadear mudanças significativas, como o aquecimento global e a alteração de padrões climáticos, afetando a biodiversidade e os ciclos naturais. Portanto, a proposição está CORRETA (C), já que reflete uma relação comprovada entre a atmosfera e a biosfera.

O fenômeno El Niño é conhecido por causar alterações climáticas significativas em diversas regiões do planeta, incluindo o Brasil. No território brasileiro, seus efeitos são variados e podem ser observados em diferentes áreas, conforme descrito nas alternativas apresentadas.

A primeira afirmação (I) indica a redução das chuvas no norte e no leste da Amazônia, o que está correto. O El Niño tende a inibir a formação de nuvens e precipitações nessas regiões, resultando em períodos mais secos.

A segunda afirmação (II) menciona o aumento da temperatura no Sudeste durante o inverno, o que também é verdadeiro. O fenômeno contribui para o aquecimento anormal nessa estação, alterando os padrões climáticos típicos da região.

A terceira afirmação (III) aborda as secas no centro e no norte da Região Nordeste, outro efeito característico do El Niño. A redução das chuvas nessas áreas pode agravar problemas de abastecimento de água e afetar a agricultura local.

Por fim, a quarta afirmação (IV) sugere a redução das chuvas no inverno e na primavera na Região Sul, o que não está correto. Na verdade, o El Niño geralmente provoca o aumento das precipitações no Sul do Brasil durante essas estações, ao contrário do que é afirmado.

Portanto, as afirmações corretas são I, II e III, correspondendo à alternativa C). O El Niño tem impactos complexos e variados no clima brasileiro, exigindo atenção especial para mitigar seus efeitos negativos em setores como a agricultura e os recursos hídricos.

O texto aborda as projeções climáticas para o Brasil, destacando o aumento de temperaturas, extremos de calor e mudanças nos padrões de chuva, com impactos significativos em diferentes regiões. Diante desse cenário, analisando as alternativas, a afirmação incorreta é a B), que sugere que os agricultores de subsistência do semiárido nordestino teriam maior capacidade de adaptação devido à experiência histórica com secas. Essa afirmação é equivocada, pois, embora essas populações já enfrentem condições adversas, sua vulnerabilidade socioeconômica limita sua capacidade de adaptação a mudanças climáticas mais intensas e prolongadas.

As demais alternativas apresentam informações corretas: a alternativa A) alerta para os riscos de reorganização do espaço agrário e perdas econômicas; a C) destaca corretamente que as emissões brasileiras de gases do efeito estufa estão mais ligadas à agropecuária e ao desmatamento do que à queima de combustíveis fósseis; e a D) aponta a dependência da economia brasileira em relação aos recursos naturais renováveis, tornando o país particularmente vulnerável às mudanças climáticas.

MARENGO, J. A. O futuro clima do Brasil. REVISTA USP. nº 103. p. 25-32, 2014 (Adaptação).

A desertificação é um processo grave de degradação ambiental que resulta na perda da capacidade produtiva do solo, afetando ecossistemas e comunidades humanas. Suas causas são multifatoriais, envolvendo tanto fenômenos naturais quanto ações antrópicas. No contexto apresentado, todas as alternativas listadas (I, II, III e IV) estão corretas, pois representam atividades humanas que contribuem direta ou indiretamente para a desertificação.

O desmatamento (I) remove a cobertura vegetal que protege o solo contra erosão e mantém seu equilíbrio hídrico. As queimadas (II), além de destruir a vegetação, empobrecem o solo ao reduzir sua matéria orgânica. A utilização inadequada do solo (III), como o cultivo intensivo sem técnicas de conservação, acelera sua exaustão. Por fim, a expansão do agronegócio (IV) muitas vezes prioriza monoculturas e grandes áreas desmatadas, ampliando a pressão sobre os recursos naturais.

Portanto, a alternativa E) I, II, III e IV é a correta, já que todas as ações citadas são fatores comprovados de degradação do solo e desertificação, exigindo políticas de manejo sustentável para mitigar seus impactos.

O texto apresentado aborda os possíveis impactos das mudanças climáticas no território brasileiro, destacando quatro alternativas de consequências desse fenômeno global. Entre as opções fornecidas, a alternativa correta é a letra B), que aponta para uma tendência à aridização no Nordeste, com redução das chuvas no semiárido.

Essa afirmação está alinhada com as projeções científicas sobre os efeitos do aquecimento global no Brasil. A região Nordeste, particularmente o semiárido, já enfrenta desafios históricos relacionados à escassez hídrica. As mudanças climáticas tendem a agravar essa situação, intensificando os períodos de seca e reduzindo ainda mais os índices pluviométricos na área.

As outras alternativas apresentam informações incorretas ou exageradas sobre os impactos climáticos no país. A redução drástica de temperatura na região Norte (alternativa A) não corresponde às projeções atuais, que preveem aumento de temperaturas. O aumento generalizado de precipitações em todo o país (alternativa C) também não reflete a complexidade dos padrões pluviométricos previstos. Já a alternativa D) superestima significativamente o possível recuo da linha de costa no Nordeste.

Portanto, a alternativa B) é a única que apresenta uma consequência realista e documentada pelas pesquisas sobre mudanças climáticas no contexto brasileiro, especialmente no que diz respeito à região Nordeste e seu processo de aridização.

A globalização dos problemas ambientais é um fenômeno que ganhou destaque especialmente após a Revolução Industrial, como corretamente apontado na proposição I. Nesse período, a natureza passou a ser encarada predominantemente como um recurso econômico a ser explorado, muitas vezes sem a devida consideração pelos impactos ambientais. A sofisticação tecnológica acelerou esse processo, levando a uma devastação contínua do meio ambiente, ameaçando o equilíbrio ecológico global e, consequentemente, a vida humana.

Como mencionado na proposição II, nas últimas décadas do século XX, a sociedade começou a se mobilizar contra os efeitos nocivos das atividades econômicas predatórias. A crescente conscientização sobre questões como poluição, desmatamento e mudanças climáticas levou a um aumento na pressão por mudanças, tanto por parte de organizações não governamentais quanto da população em geral.

A proposição III destaca o papel dos grupos ecológicos, que de fato se multiplicaram nesse período, exercendo pressão significativa sobre os governos. Essa mobilização resultou na criação de diversas leis e regulamentações ambientais, demonstrando uma resposta institucional às demandas da sociedade por maior proteção ao meio ambiente.

Por fim, a proposição IV aborda como a questão ambiental se tornou um fator relevante nas relações internacionais. Países passaram a incluir critérios ambientais em negociações comerciais e acordos financeiros, refletindo a importância global que o tema adquiriu. Dessa forma, todas as proposições apresentadas estão corretas, justificando a alternativa B como resposta adequada.

A desertificação é um processo grave que afeta diretamente o equilíbrio ambiental e a capacidade produtiva do solo, especialmente em regiões de clima árido, semiárido e subúmido. Esse fenômeno pode ser acelerado tanto por mudanças climáticas naturais quanto pela ação humana, como desmatamento, mineração predatória, práticas agropecuárias insustentáveis e sistemas de irrigação mal planejados. A consequência direta é a perda de vegetação, o empobrecimento do solo e a redução dos recursos hídricos subterrâneos, transformando áreas antes férteis em terrenos áridos e improdutivos.

No contexto brasileiro, as regiões mais vulneráveis à desertificação são o sertão nordestino e os pampas gaúchos. O sertão, localizado no Nordeste, enfrenta longos períodos de seca e o manejo inadequado do solo, enquanto os pampas, no Rio Grande do Sul, sofrem com a expansão da agricultura e a degradação do solo. Essas áreas destacam-se como as mais afetadas, conforme indicado na alternativa correta (B). Outras regiões, como o Cerrado, o Pantanal, a Amazônia e o litoral da Mata Atlântica, embora também enfrentem desafios ambientais, não são os principais focos de desertificação no país.

Fonte: Adaptado de http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/desertificacao.htm

O fenômeno da mudança radical na direção dos ventos nas áreas costeiras ao longo do dia é um exemplo fascinante da dinâmica atmosférica influenciada pela interação entre terra e mar. Esse comportamento é explicado principalmente pelas diferenças de temperatura e pressão (barométricas) entre o continente e o oceano, conforme indicado corretamente na alternativa A.

Durante o dia, o continente se aquece mais rapidamente que o mar devido à menor capacidade térmica do solo em comparação com a água. Isso cria uma área de baixa pressão sobre a terra, enquanto o mar, mais frio, mantém uma pressão relativamente mais alta. Como resultado, os ventos sopram do mar para o continente (brisa marítima). À noite, ocorre o inverso: o continente perde calor rapidamente, tornando-se mais frio que o mar, invertendo o gradiente de pressão e fazendo com que os ventos soprem da terra para o oceano (brisa terrestre).

As outras alternativas apresentam fatores que, embora relevantes para outros aspectos da climatologia costeira, não são determinantes para explicar esse fenômeno específico. O relevo (B), a salinidade (C), as correntes marinhas (D) e as variações sazonais (E) podem influenciar padrões climáticos locais, mas não são a causa primária das brisas diárias que caracterizam as regiões costeiras.

Esse mecanismo termodinâmico básico ilustra como a desigualdade no aquecimento de superfícies distintas molda os padrões de circulação atmosférica em escala local, demonstrando a sensibilidade dos sistemas climáticos às propriedades físicas dos elementos que compõem nosso planeta.

O fenômeno ambiental descrito na reportagem trata-se da inversão térmica, conforme indicado pela alternativa correta (C). Esse processo ocorre quando uma camada de ar frio fica retida próximo à superfície terrestre, coberta por uma camada de ar mais quente, impedindo a dispersão dos poluentes. O texto menciona claramente essa dinâmica, explicando como a diferença de densidade entre as camadas de ar frio e quente favorece o acúmulo de partículas poluentes, resultando na formação da névoa seca ou "smog".

As demais alternativas não correspondem ao fenômeno relatado. A anomalia troposférica (A) e o anticiclone do climatério (E) são termos não relacionados ao contexto. O buraco na camada de ozônio (B) refere-se a um problema distinto, envolvendo a estratosfera, enquanto o "smog estratosférico" (D) é uma denominação incorreta, já que o smog ocorre predominantemente na troposfera. Portanto, a inversão térmica é a resposta adequada para explicar a concentração de poluentes observada na imagem de satélite.