Questões Sobre Mudanças climáticas - Geografia - concurso

A Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins-2017), em sua 17ª edição, abordou o tema "Água, Sustentabilidade da Vida", com o slogan "Os desafios de produzir frente às mudanças climáticas". Essa escolha reflete a importância crítica dos recursos hídricos e os impactos das alterações do clima na produção agropecuária.

Analisando as alternativas apresentadas, a opção correta é a C), pois destaca a essencialidade da água para a vida e como as mudanças climáticas afetam diretamente os ciclos produtivos, especialmente no setor agrícola. Essa resposta está em plena sintonia com o tema e o slogan do evento, que buscam conscientizar sobre a necessidade de equilibrar produção e sustentabilidade diante de um cenário ambiental desafiador.

As demais alternativas apresentam visões equivocadas ou reducionistas sobre a relação entre recursos hídricos, mudanças climáticas e produção agropecuária, seja por subestimar a importância da água (A), superestimar o controle humano sobre esses fatores (B e D) ou defender modelos produtivos controversos como solução única (E).

O estudo da variação de temperatura entre continentes e oceanos é fundamental para compreender os padrões climáticos globais. A alternativa correta, conforme o gabarito, é a letra E, que afirma: "O Hemisfério Norte possui área continental muito maior do que o Hemisfério Sul, sendo seus verões mais quentes e os invernos mais frios do que os do Sul." Essa afirmação está correta porque a distribuição desigual das massas continentais entre os hemisférios influencia diretamente as variações térmicas.

Os oceanos possuem uma capacidade térmica maior do que os continentes, ou seja, demoram mais para aquecer e para resfriar. Por isso, as regiões próximas ao litoral tendem a ter climas mais amenos, com menores oscilações de temperatura. Já as áreas continentais, especialmente aquelas distantes da influência oceânica, experimentam variações mais extremas, com verões mais quentes e invernos mais frios.

O Hemisfério Norte, por possuir uma proporção maior de terras emersas em comparação ao Hemisfério Sul, apresenta essas características de forma mais acentuada. Enquanto isso, o Hemisfério Sul, com sua maior cobertura oceânica, tem suas temperaturas mais reguladas, resultando em estações menos extremas. Portanto, a alternativa E é a que melhor explica a relação entre a distribuição continental e as variações de temperatura nos diferentes hemisférios.

O fenômeno El Niño, conforme mencionado no texto, está diretamente relacionado às alterações anormais nas temperaturas das águas superficiais e subsuperficiais do Oceano Pacífico Tropical, especificamente quando este passa por um processo de aquecimento. Essa condição climática tem impactos significativos nos padrões de chuva em diversas regiões do mundo, incluindo o Brasil, onde, em 2015, foi previsto pelo Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal um aumento nas precipitações no Sul e uma redução no Norte e Nordeste do país.

A alternativa correta, portanto, é a C) Oceano Pacífico Tropical, quando em processo de aquecimento, pois é essa combinação de localização e condição térmica que caracteriza o El Niño. Esse fenômeno altera a circulação atmosférica global, afetando o clima em diversas partes do planeta, incluindo o regime de chuvas no território brasileiro.

Sobre o fenômeno El Niño e seus efeitos, o gabarito correto é a alternativa C) As afirmações I, II e IV estão corretas. A seguir, uma análise detalhada das afirmações:

I. Correta. O El Niño é de fato caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais do oceano Pacífico Tropical, especialmente em baixas latitudes, alterando a dinâmica atmosférica e oceânica na região.

II. Correta. O fenômeno tem impactos globais, modificando padrões de vento, correntes marinhas e regimes de chuva em diversas partes do mundo, incluindo secas em algumas regiões e chuvas intensas em outras.

III. Incorreta. O Brasil é afetado pelo El Niño, que geralmente provoca aumento das chuvas no Sul e secas no Nordeste, enquanto a La Niña tende a ter efeitos opostos em algumas regiões.

IV. Correta. Em Roraima, o El Niño está associado à redução das chuvas e prolongamento da estiagem, impactando o clima local e podendo agravar queimadas e problemas de abastecimento hídrico.

O fenômeno La Niña, mencionado no texto, está corretamente descrito na alternativa D), que aponta o resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico como sua principal característica. Esse fenômeno climático é o oposto do El Niño, que consiste no aquecimento anormal dessas águas. O La Niña influencia padrões climáticos globais, podendo causar invernos mais rigorosos em algumas regiões, como destacado na notícia. Sua ocorrência altera a circulação atmosférica, resultando em condições mais secas em certas áreas e chuvas intensas em outras, dependendo da localização geográfica.

A confusão com outros oceanos, como Atlântico ou Índico, demonstra um equívoco comum, já que o La Niña está diretamente associado ao Pacífico. O texto do jornal reforça a previsão de temperaturas mais baixas devido a esse fenômeno, confirmando a relação entre o resfriamento do Pacífico e os efeitos climáticos no Brasil. Portanto, a alternativa D) é a única que descreve com precisão o mecanismo central do La Niña.

Os fenômenos climáticos El Niño e La Niña representam oscilações naturais no sistema oceano-atmosfera, com impactos significativos no clima global. A análise das afirmativas apresentadas permite compreender melhor suas características e relações com os padrões climáticos.

A afirmativa I está correta, pois ambos os fenômenos de fato alteram os regimes pluviométricos não apenas nas regiões tropicais, mas também em latitudes médias, influenciando desde secas até enchentes em diversas partes do mundo.

A afirmativa II descreve adequadamente o El Niño como um fenômeno acoplado oceano-atmosfera, marcado pelo aquecimento acima da média das águas superficiais do Pacífico Tropical, o que provoca uma série de alterações na circulação atmosférica.

Da mesma forma, a afirmativa III caracteriza corretamente a La Niña como o fenômeno oposto, com resfriamento anômalo das águas superficiais na mesma região do Pacífico Tropical, gerando efeitos climáticos frequentemente inversos aos do El Niño.

A afirmativa IV, no entanto, contém imprecisões. Embora os fenômenos estejam relacionados à interação oceano-atmosfera, não são exclusivamente determinados por fatores endógenos ou pelo balanço de radiação solar, mas sim por complexas interações dinâmicas no sistema climático.

Portanto, a alternativa D é a correta, pois apenas as afirmativas I, II e III apresentam descrições precisas sobre esses importantes fenômenos climáticos que tanto influenciam os padrões meteorológicos em escala global.

A formação de desertos pelo globo é influenciada por diversos fatores climáticos, que atuam de maneira complexa na dinâmica atmosférica e na disponibilidade de umidade. Entre as alternativas apresentadas, a correta é a B), que afirma que correntes marítimas frias tornam estável a atmosfera dos locais, promovendo a formação de desertos no litoral.

As correntes marítimas frias, como a corrente de Humboldt no litoral do deserto do Atacama, resfriam o ar acima delas, reduzindo sua capacidade de reter umidade. Isso inibe a formação de nuvens e precipitações, criando condições áridas mesmo em regiões costeiras. Esse fenômeno explica por que alguns dos desertos mais secos do mundo estão localizados próximos ao oceano.

As demais alternativas apresentam equívocos conceituais:

• A) Errada: Vertentes a sotavento são mais suscetíveis à aridez, pois já perderam umidade ao subir a barlavento.
• C) Errada: O Atacama não é exemplo de continentalidade, pois está justamente no litoral, afetado pela corrente fria.
• D) Errada: Sistemas de alta pressão inibem chuvas, sendo mais associados a desertos que baixas pressões.
• E) Errada: A região equatorial é úmida; depressões interplanálticas em outras latitudes podem sim favorecer aridez.

Portanto, o entendimento correto dos mecanismos climáticos que levam à desertificação permite identificar a alternativa B como a verdadeira, destacando o papel das correntes oceânicas frias na geração de desertos costeiros.

O impacto das atividades humanas sobre a atmosfera e o clima tem sido amplamente discutido, especialmente no que diz respeito às mudanças climáticas e à degradação ambiental. Entre as alternativas apresentadas, a opção E) é a correta, pois os gases CFC (clorofluorcarbonos) foram de fato sintetizados para uso industrial, como propelentes em sprays, e estão diretamente associados à destruição da camada de ozônio.

Os CFCs são compostos químicos estáveis que, ao atingirem a estratosfera, liberam átomos de cloro que catalisam a decomposição do ozônio (O₃). Essa reação contribui para o surgimento dos chamados "buracos" na camada de ozônio, especialmente sobre a Antártida, aumentando a incidência de radiação ultravioleta nociva à vida na Terra. Embora o Protocolo de Montreal (1987) tenha estabelecido a redução gradual desses gases, seus efeitos persistem devido à longa vida atmosférica dessas substâncias.

As demais alternativas apresentam informações incorretas ou imprecisas. A opção A) é falsa, pois a redução da poluição no Hemisfério Norte não foi significativa, e o Tratado de Kyoto teve adesão limitada, principalmente pela ausência dos Estados Unidos. A alternativa B) confunde ilha de calor (fenômeno urbano localizado) com o efeito estufa (global). Já a opção C) mistura conceitos, já que o efeito estufa está relacionado ao aprisionamento de radiação infravermelha por gases como CO₂, e não à radiação ultravioleta. Por fim, a alternativa D) exagera ao afirmar que as queimadas são a maior fonte de monóxido de carbono nos últimos cem anos, ignorando outras fontes significativas, como a queima de combustíveis fósseis.

Portanto, a resposta correta é E), pois os CFCs representam um claro exemplo de como a ação humana pode desencadear efeitos negativos em escala global, afetando tanto a camada de ozônio quanto o clima do planeta.

Entende-se por ilha de calor:

• A) O fenômeno climático que ocorre a partir da elevação da temperatura de uma área urbana se comparada a uma zona rural.
• B) O fenômeno atmosférico de milhares de metros de espessura que ocorre no topo da camada limite do planeta, a uma altitude da ordem de 1 km.
• C) O fenômeno natural de aquecimento térmico da terra, essencial para manter a temperatura do planeta em condições ideais para a sobrevivência dos seres vivos.
• D) A poluição do ar, sobretudo em áreas urbanas, por ozônio troposférico e outros compostos originados por reações fotoquímicas.
• E) A formação de ilhas no meio do oceano a partir de suspensão de lava da crosta oceânica.

O gabarito correto é A).

O Protocolo de Quioto, como tratado complementar à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, estabeleceu metas específicas para a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) por parte dos países desenvolvidos e economias em transição, reconhecendo sua responsabilidade histórica nas alterações climáticas. Entre as alternativas apresentadas, a correta é a B), que lista os principais gases regulados pelo acordo: dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄), óxido nitroso (N₂O), hexafluoreto de enxofre (SF₆) e as famílias de perfluorcarbonos (PFCs) e hidrofluorcarbonos (HFCs).

As demais opções contêm incorreções. A alternativa A) menciona um ano de referência (2015) não alinhado com o protocolo, que adotou principalmente 1990 como base. Já a C) é falsa, pois os EUA, embora tenham assinado inicialmente, nunca ratificaram o tratado e, portanto, não assumiram compromissos formais – não devido ao seu território, mas por questões políticas. Por fim, a D) confunde o Protocolo de Quioto (vigente a partir de 2005) com o Protocolo de Montreal (1987), que tratou da proteção da camada de ozônio.

Assim, o Protocolo de Quioto representa um marco na cooperação internacional contra o aquecimento global, ao definir metas vinculantes e gases-alvo, ainda que com limitações na adesão de grandes emissores.