Questões Sobre Mudanças climáticas - Geografia - concurso

O Decreto Federal n. 7.390/2010, que regulamenta a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) no Brasil, estabelece metas ambiciosas para a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2020. O documento projeta emissões de 3,236 milhões de toneladas e define um compromisso voluntário de redução entre 38,6% e 38,9% em relação a essa projeção. A concretização dessa meta depende diretamente de políticas e ações que promovam a sustentabilidade ambiental.

Entre as alternativas apresentadas para o cumprimento da meta, a única que efetivamente contribui para a redução das emissões é o investimento em energias sustentáveis (alternativa D). Essa opção está alinhada com os princípios da PNMC, que busca incentivar fontes renováveis de energia, como eólica, solar e biomassa, em detrimento de combustíveis fósseis. As demais alternativas ou não têm relação direta com a redução de emissões (como A e E) ou podem até mesmo agravar o problema (como B e C, ao explorar fontes poluentes).

Portanto, a resposta correta é D) investir em energias sustentáveis, pois essa estratégia é fundamental para o Brasil alcançar suas metas climáticas e promover um desenvolvimento econômico de baixo carbono, conforme previsto no decreto.

O texto apresentado aborda a relação entre o crescimento demográfico, a pressão sobre os recursos naturais e as mudanças nas condições ambientais. No entanto, ao analisar o item subsequente, que afirma que o metano é o gás de efeito estufa (GEE) mais abundante e destaca o papel da industrialização em seu aumento, é necessário corrigir a informação.

Na realidade, o gás de efeito estufa mais abundante na atmosfera é o dióxido de carbono (CO₂), e não o metano (CH₄). Embora o metano tenha um potencial de aquecimento global significativamente maior por molécula, sua concentração atmosférica é muito menor que a do CO₂. A industrialização e as atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, desmatamento e processos industriais, são as principais responsáveis pelo aumento do CO₂ na atmosfera, enquanto o metano está mais associado à pecuária, ao cultivo de arroz e a vazamentos na produção de combustíveis fósseis.

Portanto, a afirmação de que o metano é o GEE mais abundante está incorreta, tornando a alternativa E) a resposta correta.

Fonte: Adaptado de .

O conhecimento tradicional sobre o clima e a previsão do tempo, baseado na observação da natureza, é uma prática enraizada em diversas culturas, especialmente em regiões onde a ciência moderna ainda não está plenamente acessível. No Nordeste brasileiro, por exemplo, os chamados "profetas do tempo" utilizam sinais naturais para prever chuvas e secas, demonstrando a importância desse saber empírico. Essa prática não se limita apenas às áreas rurais, pois mesmo em contextos urbanos, elementos como a floração das plantas ou o comportamento dos animais podem ser indicativos de mudanças climáticas.

A segunda afirmação, que sugere que a compreensão fenomenológica do clima está restrita às zonas rurais, é falsa. Embora o contato direto com a natureza seja mais intenso no campo, a observação de fenômenos atmosféricos e biológicos também ocorre em cidades, ainda que de forma menos sistemática. Por outro lado, a terceira e a quarta afirmações são verdadeiras, pois tanto a fauna e flora quanto as condições atmosféricas (como ventos, nuvens e temperatura) são amplamente utilizadas como referências para interpretar o clima e o tempo.

Portanto, a sequência correta é V – F – V – V, correspondente à alternativa B). Esse tema ressalta a coexistência entre o conhecimento científico e o saber popular, ambos válidos em seus respectivos contextos, mas com alcances e limitações distintos.

O texto descreve um processo de alteração do solo caracterizado pela formação de uma crosta laterítica, conhecida como "canga", que ocorre em chapadas e chapadões. Esse fenômeno está associado a condições climáticas específicas, principalmente a um clima tropical com sazonalidade das chuvas.

O clima tropical, marcado por estações bem definidas (uma chuvosa e outra seca), favorece a laterização, processo no qual os minerais do solo são lixiviados pela ação da água das chuvas, concentrando óxidos de ferro e alumínio na superfície. Essa dinâmica explica a formação das concreções ferruginosas e a crosta laterítica mencionadas no texto.

As outras opções não se adequam ao contexto descrito. Climas áridos (A) não possuem umidade suficiente para promover a laterização, enquanto climas subtropicais (B) e temperados (C) apresentam condições térmicas e pluviométricas distintas. Já o clima equatorial (E), apesar de úmido, não tem a sazonalidade necessária para o processo de concentração de minerais descrito.

Portanto, a alternativa correta é a D) Tropical, com sazonalidade das chuvas, pois esse tipo climático proporciona as condições ideais para a formação da crosta laterítica e dos depósitos superficiais característicos das regiões de chapadas.

A erosão é um fenômeno ambiental grave que ameaça a sustentabilidade dos solos em todo o mundo. Suas causas estão diretamente ligadas a ações humanas e fatores naturais, como ventos e chuvas intensas, que aceleram a degradação da camada superficial do solo, essencial para a agricultura e a manutenção dos ecossistemas. Diante desse cenário, medidas de prevenção e conservação são fundamentais para mitigar os impactos da erosão.

A primeira asserção afirma que evitar o desmatamento e ter atenção com o lixo são medidas eficazes para prevenir a erosão. Essa afirmação é verdadeira, pois a vegetação natural atua como uma barreira protetora, evitando que o solo seja carregado pela água ou pelo vento. Além disso, o manejo adequado do lixo reduz a contaminação do solo, preservando sua qualidade.

A segunda asserção complementa a primeira ao explicar que a vegetação possui características que conservam o solo, como raízes que o mantêm firme e matéria orgânica que enriquece sua estrutura. Da mesma forma, práticas como reduzir, reciclar e reutilizar o lixo diminuem a poluição, evitando que substâncias nocivas degradem o solo. Portanto, a segunda asserção não apenas é verdadeira, mas também estabelece uma relação direta com a primeira, justificando-a de maneira coerente.

Dessa forma, a alternativa correta é a D), pois ambas as asserções são verdadeiras e a segunda complementa logicamente a primeira, reforçando a importância de ações sustentáveis para a conservação do solo e a prevenção da erosão.

O texto apresentado aborda a relação entre clima e sociedade, destacando a vulnerabilidade humana às variações climáticas. Segundo Ayoade (2010), essa vulnerabilidade é determinada pelo grau de suscetibilidade de uma sociedade a sofrer impactos decorrentes de fatores climáticos. Diante disso, a alternativa que melhor representa uma situação de maior vulnerabilidade é a A), que menciona a concentração de atividades no setor primário.

Isso ocorre porque sociedades dependentes do setor primário, como agricultura, pecuária e extrativismo, estão mais expostas às intempéries climáticas. Secas, enchentes ou mudanças bruscas de temperatura podem comprometer diretamente a produção e, consequentemente, a subsistência da população. Enquanto outras alternativas, como estoques elevados de alimentos (B), diversificação da matriz energética (D) ou introdução de tecnologias agrícolas (E), representam estratégias de adaptação e redução de vulnerabilidade, a concentração no setor primário (A) amplia os riscos, tornando a sociedade mais frágil diante das adversidades climáticas.

Portanto, a resposta correta é A) concentra suas atividades no setor primário, pois essa condição aumenta a dependência de fatores climáticos e reduz a capacidade de resiliência da sociedade.

O fenômeno natural descrito no texto, essencial para a manutenção da vida na Terra ao regular o equilíbrio térmico atmosférico através da reflexão e absorção dos raios solares, é conhecido como efeito estufa. Esse processo natural permite que parte do calor irradiado pelo Sol seja retido na atmosfera, evitando que a temperatura média do planeta caia para níveis extremamente baixos, como os mencionados -18°C.

Entre as alternativas apresentadas:

• A) Aquecimento global - refere-se ao aumento antrópico da temperatura média terrestre, não ao mecanismo natural de regulação térmica.
• B) Efeito estufa - resposta correta, pois descreve exatamente o processo natural de retenção de calor mencionado.
• C) Radiação ultravioleta - trata-se de um tipo específico de radiação solar, não do mecanismo de equilíbrio térmico.
• D) Inversão térmica - fenômeno meteorológico localizado que inverte as camadas de temperatura.
• E) El Niño - oscilação climática periódica que afeta padrões meteorológicos.

Portanto, a alternativa B) Efeito estufa constitui a resposta correta, pois identifica com precisão o fenômeno natural responsável pela manutenção das condições térmicas adequadas para a vida em nosso planeta.

O texto apresentado aborda um fenômeno crítico relacionado ao derretimento e desprendimento de gelo glacial na Groenlândia, conforme descrito na Enciclopédia da Neve, Gelo e Glaciares. O gelo glacial, que se comporta como um material fluido, apresenta variações em sua velocidade de fluxo, com áreas conhecidas como "correntes de gelo" movendo-se mais rapidamente. Essas correntes estão acelerando e contribuindo para um aumento significativo no volume de gelo despejado nos oceanos.

Atualmente, a Groenlândia está perdendo quantidades equivalentes de gelo tanto por desprendimentos quanto por derretimento. Esse processo tem um impacto direto e mensurável no ambiente global, conforme destacado no trecho da revista Piauí. Entre as alternativas apresentadas, o efeito mais imediato e relevante desse fenômeno é a elevação do nível das águas dos oceanos (alternativa B), uma vez que o gelo que antes estava contido na massa terrestre passa a integrar o volume oceânico.

As outras alternativas, como obstrução de canais urbanos (A), aumento da salinidade (C) ou redução do abastecimento de água (D), não são consequências diretas do derretimento glacial em larga escala, como descrito no texto. Portanto, a resposta correta é, de fato, a alternativa B), que reflete um dos maiores desafios ambientais contemporâneos: o aumento do nível do mar devido às mudanças climáticas.

A questão climática global tem sido amplamente debatida, especialmente no que diz respeito ao papel do dióxido de carbono (CO²) como um dos principais responsáveis pelo aquecimento do planeta. Nesse contexto, os Créditos de Carbono surgiram como um mecanismo para mitigar os impactos ambientais, incentivando a redução de emissões ou a remoção de CO² da atmosfera. Analisando as afirmações apresentadas, podemos identificar a veracidade de cada uma delas.

A primeira afirmação está correta: cada Crédito de Carbono corresponde a uma tonelada de CO² que deixou de ser emitida ou foi removida da atmosfera. Esse sistema foi estabelecido como uma forma de quantificar e comercializar os esforços de redução de emissões.

A segunda afirmação também é verdadeira, pois os Créditos de Carbono foram de fato criados em 1997, durante a assinatura do Protocolo de Kyoto, no Japão. Esse acordo internacional visava estabelecer metas para a redução de emissões de gases de efeito estufa pelos países signatários.

A terceira afirmação é falsa, já que os Estados Unidos, apesar de serem um dos maiores emissores de gases poluentes do mundo, não ratificaram o Protocolo de Kyoto e, portanto, não lideram a aplicação de suas políticas. Essa postura tem sido alvo de críticas por parte da comunidade internacional.

Por fim, a quarta afirmação é verdadeira, pois os Créditos de Carbono são certificados que podem ser negociados em bolsas de valores, funcionando como um ativo financeiro que estimula empresas e países a adotarem práticas mais sustentáveis.

Dessa forma, a sequência correta é V – V – F – V, correspondente à alternativa C).

As chuvas intensas que atingiram o estado de Tamil Nadu, na Índia, causando centenas de mortes e afetando milhões de pessoas, são um exemplo claro do fenômeno das monções. Esse padrão climático sazonal é caracterizado por mudanças bruscas na direção dos ventos, resultando em períodos de chuva intensa. A explicação correta para esse fenômeno está na alternativa D, que menciona o aparecimento sazonal de grandes diferenças térmicas entre o oceano Índico e o continente asiático.

Durante o verão, o continente asiático aquece-se mais rapidamente que o oceano, criando uma zona de baixa pressão sobre a terra. Isso faz com que os ventos úmidos do oceano Índico sejam atraídos para o continente, carregando grande quantidade de umidade e provocando chuvas torrenciais. Esse mecanismo é fundamental para entender as monções, que são essenciais para a agricultura da região, mas também podem trazer devastação quando ocorrem em excesso, como no caso relatado.

As outras alternativas apresentam explicações incorretas ou incompletas. Os ventos alísios (alternativa A) não são os responsáveis pelas monções, embora estejam relacionados à circulação atmosférica global. As correntes marinhas frias (alternativa B) não são o fator principal, e a Cordilheira do Himalaia (alternativa C), apesar de influenciar o clima regional, não é a causa direta das monções. Portanto, a alternativa D é a única que explica corretamente o fenômeno meteorológico em questão.

Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/12/chuvas-na-india-deixam-mais-de-200-mortos-e-afeta2-milhoes-de-pessoas.html Acesso em: 29 de abr. 2017. (Adaptado).