Questões Sobre Mudanças climáticas - Geografia - concurso

O texto aborda a situação crítica enfrentada pelo arquipélago de Kiribati, localizado no Oceano Pacífico, composto por 33 atóis e uma ilha de coral. As autoridades locais estão empenhadas em conscientizar a população sobre a necessidade de abandonar o país nas próximas décadas, diante da previsão de que as ilhas possam desaparecer em um período de 50 anos. Essa realidade alarmante está diretamente ligada ao aumento do nível do mar, uma das consequências mais graves das mudanças climáticas.

A preocupação central da população de Kiribati fundamenta-se na submersão de terras habitadas, decorrente da elevação do nível do mar. Esse fenômeno, causado pelo derretimento das calotas polares e pela expansão térmica dos oceanos, coloca em risco a existência física do país, ameaçando não apenas o território, mas também a identidade cultural e nacional de seu povo. O governo já iniciou negociações com Austrália e Nova Zelândia para garantir o acolhimento de seus cidadãos, embora muitos resistam à ideia de deixar sua terra natal.

A alternativa correta, portanto, é a letra A, que aponta para a submersão de terras habitadas como o principal problema enfrentado por Kiribati. As demais opções, como tsunamis, erupções vulcânicas, terremotos ou furacões, não correspondem à realidade específica do arquipélago, que sofre diretamente os impactos do aquecimento global e da consequente elevação do nível do mar. Essa situação serve como um alerta para o mundo sobre os efeitos devastadores das mudanças climáticas em comunidades vulneráveis.

O Acordo de Paris, estabelecido em 2015, representa um marco global na luta contra as mudanças climáticas, reunindo 195 países em torno de metas comuns para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Em 2017, os Estados Unidos anunciaram sua retirada do acordo, gerando debates sobre os motivos dessa decisão e a natureza das medidas previstas no documento.

O acordo não impõe sanções ou multas aos países que não cumprirem suas metas, caracterizando-se como um conjunto de medidas propositivas. Cada nação signatária tem a liberdade de definir suas próprias contribuições nacionalmente determinadas (NDCs), adaptando-as às suas capacidades e realidades econômicas. Essa flexibilidade foi um dos pilares do acordo, permitindo a adesão de países com diferentes níveis de desenvolvimento.

No caso dos Estados Unidos, a justificativa para a saída estava relacionada à rejeição de um controle externo sobre suas políticas energéticas e industriais. O governo americano na época argumentou que o acordo poderia prejudicar a competitividade econômica do país e que as metas estabelecidas eram desequilibradas, especialmente em relação a grandes emissores como a China. A alternativa B) corretamente identifica essa postura, destacando a natureza voluntária do acordo e a resistência americana a mecanismos de fiscalização internacional.

As demais alternativas apresentam informações incorretas sobre o acordo. Não há previsão de multas (A), punições políticas e econômicas (C), nem exigência de estratégias padronizadas (D). O Acordo de Paris funciona como um marco de cooperação, não de coerção, dependendo do compromisso voluntário de cada nação com a sustentabilidade global.

O texto apresentado aborda a complexidade da ocupação da Amazônia e as disputas em torno de seu significado, destacando a preocupação ambientalista com a região. Entre as opções fornecidas, a alternativa correta é a B), que vai além da questão superficial do desmatamento e aponta para uma rede de problemas menos visíveis, como tráfico de animais, biopirataria, garimpo e extração ilegal de madeira.

A Amazônia não é apenas uma fronteira geográfica, mas também um espaço de conflitos socioambientais. O chamado "arco de devastação" reflete não apenas a perda de cobertura vegetal, mas também uma série de atividades ilegais que ocorrem de forma oculta, muitas vezes sob a aparência de legalidade. Essas práticas contribuem para a degradação ambiental e a desestruturação de modos de vida tradicionais, como os dos povos indígenas e comunidades ribeirinhas.

As outras alternativas apresentam informações incorretas ou imprecisas. O avanço do desmatamento não teve seu auge no governo Vargas (alternativa A)), os povos tradicionais não são os responsáveis pela catástrofe ambiental (alternativa C)), a exploração em Carajás não é um modelo de sustentabilidade (alternativa D)), e a Lei de Gestão das Florestas Nacionais, embora importante, não foi capaz de frear completamente o desmatamento (alternativa E)). Portanto, a resposta mais adequada é a que reconhece a dimensão oculta e complexa da devastação na Amazônia.

O fenômeno El Niño, também conhecido como ENOS (El Niño – Oscilação Sul), é um dos eventos climáticos mais significativos do planeta. Sua ocorrência periódica, a cada 3 a 5 anos, altera profundamente os padrões atmosféricos e oceânicos na região tropical do Pacífico, com reflexos globais. Este ensaio analisa as afirmações apresentadas sobre as condições atmosférico-oceânicas durante esse fenômeno e justifica a sequência correta (D) V, V, V.

A primeira afirmação indica que os ventos alíseos perdem intensidade durante o El Niño, reduzindo as chuvas na Austrália e Indonésia. Isso é verdadeiro, pois o enfraquecimento desses ventos, que normalmente empurram as águas quentes para o oeste do Pacífico, faz com que a convecção e as precipitações se desloquem para o centro e leste do oceano, deixando regiões como a Indonésia e o norte da Austrália mais secas.

A segunda afirmação, que diz respeito ao deslocamento da célula de circulação do ar para leste devido ao aquecimento do Pacífico Central, também é verdadeira. O El Niño provoca uma mudança na circulação de Walker, fazendo com que os sistemas de alta e baixa pressão se reposicionem. Isso intensifica as chuvas no Pacífico Oriental (como no Peru e Equador) e reduz as precipitações no oeste.

Por fim, a terceira afirmação aborda a termoclina, a zona de transição entre águas superficiais quentes e águas profundas frias. Durante o El Niño, essa camada se aprofunda no Pacífico Oriental, tornando-se menos rasa. Com a diminuição dos ventos alíseos, a ressurgência (subida de águas frias e ricas em nutrientes) é reduzida, prejudicando a atividade pesqueira, especialmente no litoral da América do Sul. Portanto, essa afirmação também é verdadeira.

Em síntese, as três afirmações estão corretas, confirmando que a sequência D) V, V, V é a resposta adequada. O El Niño é um fenômeno complexo que demonstra a intrincada relação entre oceano e atmosfera, com impactos que transcendem fronteiras e ecossistemas.

As mudanças climáticas representam uma das maiores ameaças à biodiversidade global, conforme destacado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Os impactos já observados incluem alterações nos ciclos reprodutivos, migrações forçadas e declínio populacional de diversas espécies. Diante desse cenário, é fundamental compreender os efeitos específicos dessas transformações nos ecossistemas.

A alternativa correta, conforme o gabarito, é a letra B, que afirma que o risco de extinção de espécies vulneráveis – como as montanhosas endêmicas, insulares, peninsulares e costeiras – aumentará. Essa afirmação está alinhada com as projeções científicas, que indicam que espécies com distribuição geográfica restrita ou adaptadas a condições ambientais específicas são particularmente sensíveis às mudanças climáticas. Esses grupos têm menor capacidade de se adaptar ou migrar, tornando-os mais suscetíveis à extinção.

As demais alternativas apresentam imprecisões ou generalizações incorretas. Por exemplo, a alternativa A sugere um deslocamento uniforme em direção a zonas tropicais ou áreas de menor altitude, o que não considera a complexidade das respostas ecológicas. Já a alternativa C ignora a variabilidade dos impactos nos ecossistemas costeiros, que dependem de fatores locais como erosão e sedimentação. A alternativa D simplifica excessivamente os efeitos sobre a biota do solo, enquanto a alternativa E contradiz a expectativa de que espécies longevas tendem a responder mais lentamente às mudanças climáticas.

Portanto, a resposta correta reforça a urgência de políticas de conservação direcionadas a espécies vulneráveis, cuja sobrevivência está diretamente ameaçada pelo aquecimento global e suas consequências ecológicas.

A Cúpula dos Povos como Espaço de Diálogo Transversal

A Cúpula dos Povos, realizada paralelamente à Rio+20 em 2012, surgiu como um contraponto significativo à conferência oficial. Enquanto a Rio+20 restringia o acesso a participantes credenciados, submetidos a rigorosas medidas de segurança, a Cúpula dos Povos se destacou por sua natureza aberta e democrática, ocorrendo em tendas ao ar livre no Aterro do Flamengo. Essa estrutura permitiu a participação de diversos grupos sociais, incluindo tribos indígenas, ativistas ambientais e representantes de minorias, criando um ambiente propício para discussões amplas e descentralizadas.

O evento foi marcado pela pluralidade de temas abordados, que iam desde questões ambientais até problemas econômicos, sociais e políticos. Essa diversidade refletia a intenção de promover a mobilização social e o diálogo entre diferentes movimentos, como destacou uma ativista norte-americana ao relacionar a Cúpula com o movimento Occupy Wall Street. A articulação entre as agendas ambientalistas e antiglobalização evidenciou a busca por espaços de debate que transcendessem fronteiras e setores, caracterizando-se como um fórum transversal e global.

A alternativa correta, portanto, é a D) constituição de espaços de debates transversais globais, pois a Cúpula dos Povos exemplificou justamente essa dinâmica de integração entre diferentes lutas e perspectivas, sem se limitar a pautas específicas ou a alinhamentos partidários tradicionais.

A região norte do Brasil, abrangendo estados como Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Amapá e partes do Mato Grosso e Tocantins, apresenta características climáticas marcantes influenciadas por sistemas atmosféricos específicos. O clima predominante nessa área é o equatorial, controlado principalmente pela massa equatorial continental, pela massa equatorial atlântica e pela zona de convergência intertropical.

O clima equatorial se destaca por temperaturas elevadas durante todo o ano, com média anual em torno de 25°C a 28°C, e alta umidade relativa do ar, geralmente acima de 80%. As chuvas são abundantes e bem distribuídas, sem uma estação seca definida, o que favorece a formação da Floresta Amazônica, o maior bioma tropical úmido do mundo.

As outras opções apresentadas não correspondem às características dessa região. O tropical litorâneo do Nordeste oriental (B) ocorre em áreas costeiras do Nordeste, com influência oceânica mais intensa. O subtropical úmido (C) é típico da região Sul do Brasil, com estações bem definidas e invernos mais frios. Já o tropical úmido-seco (D) apresenta uma estação seca marcada, comum no Centro-Oeste e parte do Nordeste.

Portanto, a alternativa correta é de fato a A) equatorial, que melhor descreve as condições climáticas da porção norte do território brasileiro.

O Brasil possui uma das redes hidrográficas mais extensas do mundo, resultado de sua vasta dimensão territorial e da predominância de climas úmidos em grande parte do país. Conforme destacado por Sene e Moreira (2010), a maioria dos rios brasileiros apresenta regime pluvial, sendo exorreicos e perenes, com exceção de alguns cursos d'água temporários. Essas características estão diretamente ligadas aos padrões climáticos e à distribuição das chuvas em diferentes regiões.

A presença de rios temporários, que secam durante certos períodos do ano, está mais concentrada no Nordeste brasileiro. Essa região é marcada pelo clima semiárido, com precipitações irregulares e longos períodos de estiagem, o que explica a existência de rios intermitentes. Enquanto outras regiões, como o Norte e o Sul, têm maior umidade e rios perenes, o Nordeste enfrenta desafios hídricos específicos devido à sua condição climática.

Portanto, a alternativa correta para a questão apresentada é a letra C) Nordeste, pois é nessa região que os rios temporários são mais frequentes, refletindo as características do seu clima e dinâmica hidrológica.

O texto apresentado discute a Cúpula da ONU sobre Mudança Climática realizada em Copenhague em 2009, destacando a necessidade de estabelecer metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, aborda questões relacionadas aos impactos ambientais de diferentes fontes de energia, apresentando quatro afirmações para análise. O gabarito correto indica que apenas as afirmações I e II estão corretas, conforme a alternativa A).

A afirmação I está correta ao destacar que a queima de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural, libera gases poluentes, incluindo os responsáveis pelo efeito estufa. Esses gases estão diretamente associados ao aquecimento global, conforme amplamente comprovado pela ciência climática.

A afirmação II também está correta ao apontar que as usinas termonucleares não emitem gases de efeito estufa durante a geração de energia, mas apresentam outros desafios ambientais significativos, como o alto custo de operação e a geração de resíduos radioativos que ainda não possuem uma solução definitiva de descarte seguro.

Já a afirmação III está incorreta porque, embora as usinas hidrelétricas não causem poluição atmosférica direta, elas apresentam outros impactos ambientais significativos, como alteração de ecossistemas fluviais, deslocamento de populações e emissão de metano em reservatórios. Portanto, não pode ser considerada uma fonte totalmente livre de restrições ambientais.

A afirmação IV também está incorreta porque, embora os biocombustíveis sejam menos poluentes que os derivados de petróleo, seu cultivo em larga escala pode levar a outros problemas ambientais, como desmatamento e uso intensivo de recursos hídricos. Além disso, o argumento sobre a geração de emprego é questionável, pois o modelo de monocultura em grande escala frequentemente substitui mão-de-obra por mecanização.

Portanto, a alternativa correta é realmente a A), que considera apenas as afirmações I e II como verdadeiras, refletindo uma análise equilibrada dos impactos ambientais das diferentes fontes de energia discutidas no texto.

O setor industrial é um dos principais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa no Estado do Rio de Janeiro, representando cerca de um terço do total. Diante desse cenário, é fundamental adotar estratégias eficazes para reduzir o impacto ambiental causado por essas atividades. Entre as alternativas apresentadas, a política de compensação ambiental (alternativa D) surge como a mais adequada para lidar com as emissões de carbono, especialmente nos casos em que não há possibilidade de reversão imediata.

A compensação ambiental consiste em medidas que equilibram os danos causados ao meio ambiente, como o plantio de árvores ou investimentos em projetos sustentáveis, mitigando os efeitos das emissões industriais. Essa abordagem é mais viável do que simplesmente tolher processos produtivos (alternativa B), que pode prejudicar a competitividade das empresas, ou focar apenas em certificações (alternativa A), que nem sempre garantem reduções concretas. Já a alternativa C, que trata do consumo de água e efluentes, não aborda diretamente a questão das emissões de carbono.

Portanto, a política de compensação ambiental se destaca como uma solução prática e equilibrada, permitindo que o setor industrial continue operando enquanto contribui para a sustentabilidade. Essa estratégia alinha desenvolvimento econômico e preservação ambiental, sendo a resposta mais coerente para o problema apresentado.