Questões Sobre Mudanças climáticas - Geografia - concurso

Diagnosticada por alguns cientistas, a mudança climática do planeta é um dos desafios socioambientais a ser enfrentado pela população mundial. Nesse contexto, é INCORRETO afirmar que:

• A) O clima mundial mudou ao longo dos 4,6 bilhões de anos, entretanto as atuais mudanças detectadas não são só naturais, de acordo com alguns cientistas. Eles acreditam que a humanidade interferiu no clima e que futuras mudanças, devido à ação antrópica, estão a caminho.
• B) O papel do IPCC (em português, Painel Governamental sobre Mudanças Climáticas Globais), um órgão da ONU, é avaliar as informações científicas, técnicas e socioeconômicas relevantes para o entendimento do risco das mudanças climáticas induzidas pelo homem, seus impactos potenciais e as opções de adaptação e mitigação.
• C) Segundo a comunidade científica, a principal causa das mudanças climáticas recentes é a emissão de determinados tipos de gases produzidos por atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, fato que estaria provocando o aquecimento global.
• D) As previsões de alguns cientistas são pouco otimistas sobre o futuro, para não dizer sombrias. Segundo elas, em decorrência do aquecimento global, se prevê que os padrões de chuva mudarão em todo o planeta, que haverá derretimento de parte das calotas polares e a elevação do nível dos oceanos, dentre outras.
• E) A elevação dos oceanos não afetará as ilhas Maldivas.

O gabarito correto é E), pois a elevação dos oceanos, causada pelo derretimento das calotas polares, é uma ameaça direta às ilhas Maldivas, que possuem baixa altitude em relação ao nível do mar.

O texto apresentado aborda a questão da escassez de água e a importância do Índice de Dependência de Água (IDA) para avaliar a dependência hídrica de um país em relação a recursos provenientes de outras nações. O caso do Brasil, com um IDA de 34%, demonstra que mesmo países com vastos recursos hídricos podem enfrentar desafios geopolíticos e ambientais relacionados à água.

Ao analisar as opções fornecidas, a alternativa correta é C) no Japão. Isso se deve ao fato de o Japão ser uma ilha, com recursos hídricos majoritariamente originados em seu próprio território, como chuvas e aquíferos locais, reduzindo sua dependência de fontes externas. Em contraste, países como Hungria, Holanda, Egito e Paraguai possuem maior dependência de rios que atravessam fronteiras ou de bacias hidrográficas compartilhadas, aumentando seu IDA.

Portanto, a resposta correta reflete a compreensão de que a geografia e a disponibilidade de recursos internos são determinantes para a autonomia hídrica de uma nação.

As mudanças climáticas no Quaternário representam um dos temas mais estudados pelas ciências da Terra, revelando ciclos naturais de transformação ambiental que moldaram o planeta. O texto apresentado destaca a alternância entre períodos glaciais (frios e secos) e interglaciais (quentes e úmidos), comprovada por múltiplas evidências científicas. Nesse contexto, a análise das alternativas permite identificar a afirmação falsa, que contraria o consenso acadêmico sobre as causas das variações do nível do mar.

A alternativa D é incorreta porque desassocia transgressões e regressões marinhas das mudanças climáticas, atribuindo-as exclusivamente a processos tectônicos e vulcânicos. Essa afirmação ignora o papel central das glaciações no controle do volume oceânico: durante eras glaciais, a água retida em geleiras continentais reduz o nível do mar (regressão), enquanto nos interglaciais, o degelo provoca sua elevação (transgressão). Embora movimentos tectônicos possam influenciar localmente a costa, a principal causa das oscilações marinhas globais no Quaternário é climática.

As demais alternativas estão corretas: a letra A sintetiza a alternância climática do período; a B relaciona paleoformas e solos antigos a variações de umidade, típicas dos trópicos; e a C corretamente vincula transgressões a interglaciais e regressões a glaciações. Assim, o gabarito D reforça a importância de diferenciar processos climáticos de escala global de fenômenos geológicos pontuais na interpretação da história terrestre.

O texto apresentado sobre os cinco anos do furacão Katrina em Nova Orleans revela um fenômeno social complexo que vai além da destruição material causada pelo desastre natural. A reportagem destaca a transformação demográfica e política da cidade, marcada pelo chamado "embranquecimento" de Nova Orleans, onde a população negra, antes majoritária, foi progressivamente excluída dos espaços de poder e dos bairros reconstruídos após a tragédia.

Esse processo está diretamente associado à segregação espacial, representada pela opção C. A segregação espacial refere-se à separação física e desigual de grupos sociais no espaço urbano, frequentemente baseada em critérios como raça, classe ou origem. No caso de Nova Orleans, a reconstrução pós-Katrina foi planejada de forma a excluir os antigos moradores negros de seus bairros originais, convertendo essas áreas em parques e espaços que não contemplavam o retorno dessa população.

Os outros termos apresentados nas alternativas não capturam adequadamente a dinâmica descrita no texto:

• Nomadismo urbano (A) refere-se a movimentos constantes dentro da cidade, não ao deslocamento forçado e permanente.
• Densificação urbana (B) diz respeito ao aumento da população em áreas específicas, não à exclusão de grupos.
• Exploração demográfica (D) não é um conceito sociológico consolidado que explique o fenômeno.
• Migração sazonal (E) envolve movimentos temporários, diferente do deslocamento permanente descrito.

Portanto, a segregação espacial (C) emerge como o conceito mais adequado para entender como o planejamento urbano pós-desastre reforçou divisões raciais e excluiu sistematicamente a população negra do tecido social e geográfico de Nova Orleans.

À medida que a demanda por água aumenta, as reservas desse recurso vão se tornando imprevisíveis. Modelos matemáticos que analisam os efeitos das mudanças climáticas sobre a disponibilidade de água no futuro indicam que haverá escassez em muitas regiões do planeta. São esperadas mudanças nos padrões de precipitação, pois:

• A) o maior aquecimento implica menor formação de nuvens e, consequentemente, a eliminação de áreas úmidas e subúmidas do globo.
• B) as chuvas frontais ficarão restritas ao tempo de permanência da frente em uma determinada localidade, o que limitará a produtividade das atividades agrícolas.
• C) as modificações decorrentes do aumento da temperatura do ar diminuirão a umidade e, portanto, aumentarão a aridez em todo o planeta.
• D) a elevação do nível dos mares pelo derretimento das geleiras acarretará redução na ocorrência de chuvas nos continentes, o que implicará a escassez de água para abastecimento.
• E) a origem da chuva está diretamente relacionada com a temperatura do ar, sendo que atividades antropogênicas são capazes de provocar interferências em escala local e global.

O gabarito correto é E), pois a alternativa corretamente relaciona a origem da chuva com a temperatura do ar e destaca a influência das atividades humanas nos padrões climáticos, tanto local quanto globalmente. Essa explicação está alinhada com os estudos sobre mudanças climáticas, que apontam para alterações significativas no ciclo hidrológico devido ao aumento das temperaturas e à ação antropogênica.

A consciência ecológica tem se tornado um tema central nas discussões políticas e socioeconômicas do Brasil, especialmente devido aos impactos ambientais e às mudanças climáticas globais. Nos últimos anos, o país enfrenta desafios significativos em relação ao gerenciamento de seus recursos hídricos, evidenciando uma vulnerabilidade que pode ser agravada por fatores como o saneamento básico precário e a falta de infraestrutura adequada.

O Brasil, apesar de possuir uma das maiores reservas de água doce do mundo, apresenta graves problemas na distribuição e no tratamento desse recurso. A desigualdade regional e a má gestão dos sistemas hídricos contribuem para cenários de escassez em algumas áreas, enquanto outras sofrem com enchentes e poluição. Essa realidade torna o país particularmente suscetível aos efeitos das mudanças climáticas, que podem intensificar eventos extremos, como secas prolongadas e tempestades mais frequentes.

Além disso, o saneamento básico insuficiente em diversas regiões brasileiras agrava a situação, comprometendo a qualidade da água e a saúde pública. A falta de investimentos em infraestrutura e políticas públicas eficientes dificulta a adaptação do país a um cenário de maior instabilidade climática. Portanto, é correto afirmar que o Brasil se encontra vulnerável diante desses desafios, reforçando a necessidade de medidas urgentes para garantir a sustentabilidade hídrica e ambiental no longo prazo.

Assim, a afirmação apresentada está correta (C), pois o Brasil, de fato, enfrenta riscos significativos em seu gerenciamento hídrico devido às mudanças climáticas e à precariedade do saneamento básico em muitas áreas.