Questões Sobre População brasileira - Geografia - concurso

O crescimento natural da população brasileira passou por diferentes fases ao longo da história, conforme destacado no texto. A alternativa correta, A, aponta que entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX, o Brasil apresentou um crescimento populacional elevado, impulsionado principalmente pela alta natalidade decorrente do perfil rural da sociedade na época.

Nesse período, a maioria da população vivia no campo, onde as famílias tendiam a ter mais filhos, tanto para auxiliar nos trabalhos agrícolas quanto devido à ausência de políticas de planejamento familiar. Esse cenário resultou em taxas de natalidade consistentemente altas, enquanto as taxas de mortalidade, embora elevadas, não eram suficientes para frear o crescimento populacional acelerado.

As outras alternativas apresentam informações incorretas sobre a dinâmica demográfica brasileira. A urbanização só se intensificou a partir da segunda metade do século XX, e a redução nas taxas de fecundidade ocorreu principalmente após os anos 1960, com a urbanização, a inserção da mulher no mercado de trabalho e o acesso a métodos contraceptivos. Portanto, a alternativa A é a que melhor descreve o cenário demográfico brasileiro no período mencionado.

O texto apresentado aborda a mudança na autodeclaração étnico-racial da população brasileira entre 2016 e 2017, destacando um aumento de 6% naqueles que se identificam como pretos e uma redução de 0,6% entre os que se declaram brancos. A partir desses dados, são feitas três afirmações sobre a composição étnica do país, das quais apenas I e III estão corretas, conforme o gabarito indicado.

A afirmação I está correta, pois o crescimento no número de pessoas que se autodeclaram pretas pode ser associado a políticas afirmativas e campanhas de representatividade, que incentivam o autorreconhecimento racial. Nos últimos anos, houve um fortalecimento de movimentos sociais e discussões públicas sobre identidade negra, contribuindo para que mais indivíduos assumam sua ancestralidade e cor.

A afirmação II, por sua vez, é incorreta. A redução no número de autodeclarados brancos não está diretamente ligada à taxa de fecundidade, mas sim a uma mudança na forma como as pessoas se identificam. O fenômeno reflete uma maior conscientização sobre a diversidade racial brasileira, e não uma variação demográfica abrupta.

Por fim, a afirmação III está correta, uma vez que pretos e pardos já constituem a maioria da população brasileira há décadas, segundo dados do IBGE. Essa predominância é resultado de processos históricos, como a escravização de africanos e a miscigenação, que moldaram a composição étnica do país.

Portanto, a alternativa D) é a correta, pois apenas as afirmações I e III estão alinhadas com a realidade sociodemográfica brasileira e com os dados apresentados no texto.

O envelhecimento populacional é um fenômeno global que também se manifesta no Brasil, conforme demonstram as projeções do IBGE. A previsão de que, a partir de 2039, haverá mais idosos que crianças no país, e que em 2060 um quarto da população terá mais de 65 anos, reflete uma transformação profunda na estrutura demográfica brasileira. Esse cenário está diretamente relacionado à diminuição da natalidade, alternativa correta (E), que reduz a base da pirâmide etária enquanto o topo se expande devido ao aumento da expectativa de vida.

As demais alternativas não explicam adequadamente o fenômeno. A estagnação das taxas de migração (A) pouco influencia a proporção entre idosos e crianças, assim como o aumento da mortalidade infantil (B) – que, aliás, vem caindo historicamente. O aumento das taxas de fecundidade (C) teria o efeito oposto, ampliando a população jovem, enquanto a diminuição da expectativa de vida (D) contradiz a realidade brasileira, que registra melhores condições de saúde e longevidade.

Portanto, a transição demográfica brasileira decorre principalmente da queda sustentada nas taxas de natalidade, combinada com o envelhecimento progressivo da população. Esse processo exigirá adaptações profundas nas políticas públicas, especialmente na previdência social e na saúde, para atender às demandas de uma sociedade com perfil etário cada vez mais maduro.

A transição demográfica no Brasil é um fenômeno marcante, evidenciado pela drástica redução na taxa de fecundidade ao longo das últimas décadas. Enquanto na década de 1960 cada mulher tinha, em média, mais de seis filhos, esse número caiu para 1,9 em 2010, conforme dados do Censo Demográfico. Essa mudança reflete transformações sociais, econômicas e culturais profundas, como a urbanização, o aumento da escolaridade feminina e a maior participação das mulheres no mercado de trabalho.

Analisando os padrões de fecundidade identificados em 2010, a alternativa correta é a letra C: "As taxas de fecundidade das áreas rurais são maiores que as das áreas urbanas". Essa diferença está associada a fatores como acesso a serviços de saúde, planejamento familiar e dinâmicas socioeconômicas distintas entre os meios rural e urbano. Nas cidades, a fecundidade tende a ser menor devido a maior disponibilidade de métodos contraceptivos, custo de vida elevado e mudanças nos projetos de vida das mulheres.

As demais alternativas apresentam informações incorretas sobre os dados do período. A taxa de fecundidade total em 2010 (1,9) já estava abaixo do nível de reposição (2,1), contrariando a afirmação A. Mulheres indígenas, citadas na opção B, historicamente registram taxas mais altas, não menores. A alternativa D é equivocada, pois mulheres com menor escolaridade tiveram redução – não aumento – na fecundidade. Por fim, a opção E inverte a realidade: maior renda per capita geralmente se correlaciona com menor fecundidade, padrão observado em países em desenvolvimento.

A dinâmica do crescimento populacional mundial é um tema complexo, marcado por diferentes fases ao longo da história. O texto apresentado destaca três afirmativas sobre esse processo, permitindo uma análise crítica das transformações demográficas ocorridas nos últimos séculos.

A primeira afirmativa, que afirma que "Até o início do século XVIII as taxas de crescimento da população mundial se mantiveram em patamares baixos", é verdadeira (V). De fato, durante a maior parte da história humana, o crescimento populacional foi lento devido a fatores como altas taxas de mortalidade, condições sanitárias precárias e limitações na produção de alimentos.

A segunda afirmativa, que indica "A partir do final do século XVIII, observa-se uma aceleração das taxas de crescimento da população mundial", também é verdadeira (V). Esse período coincide com a Revolução Industrial e os avanços na medicina, agricultura e saneamento, que reduziram a mortalidade e permitiram um crescimento populacional mais acelerado.

Já a terceira afirmativa, que sugere "A partir de meados do século XX, inicia-se uma nova fase de aumento das taxas de crescimento da população mundial", é falsa (F). Na realidade, a segunda metade do século XX foi marcada pelo início da transição demográfica em muitos países, com uma gradual redução nas taxas de crescimento populacional devido à queda nas taxas de fecundidade.

Portanto, a sequência correta das respostas é V – V – F, correspondente à alternativa E). Essa análise reforça a importância de compreender as diferentes fases do crescimento populacional e seus fatores determinantes ao longo da história.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desempenha um papel fundamental na coleta e análise de dados demográficos, fornecendo informações essenciais para a compreensão da população brasileira. Conforme os dados divulgados em 2018, o Brasil contava com uma população de 210.867.954 habitantes. Diante disso, é importante analisar as alternativas apresentadas para identificar a afirmação correta.

A alternativa A afirma que nenhum levantamento populacional foi realizado antes da criação do IBGE no governo de Getúlio Vargas. Essa afirmação é incorreta, pois mesmo antes da fundação do IBGE em 1938, o Brasil já realizava recenseamentos, como o primeiro censo demográfico em 1872.

A alternativa B menciona uma transição demográfica marcada pelo aumento da natalidade e redução da expectativa de vida. No entanto, o Brasil está passando por uma transição demográfica caracterizada justamente pelo oposto: queda nas taxas de natalidade e aumento da expectativa de vida devido a melhorias nas condições de saúde e desenvolvimento socioeconômico.

A alternativa C afirma que a densidade demográfica no Brasil não ultrapassa 10 habitantes por km² em todo o território. Essa afirmação é equivocada, pois, embora o país tenha regiões com baixa densidade, como a Amazônia, outras áreas, como o Sudeste, apresentam densidades muito superiores a esse valor.

A alternativa D indica que, em 2010, mais de 80% da população brasileira residia em áreas urbanas. Essa afirmação está correta, pois o processo de urbanização no Brasil avançou significativamente ao longo do século XX, resultando em uma população majoritariamente urbana, conforme atestam os dados do IBGE.

Por fim, a alternativa E sugere que a população brasileira está distribuída de forma homogênea, sem vazios demográficos. Essa afirmação é incorreta, visto que a distribuição populacional no Brasil é bastante desigual, com concentrações elevadas em algumas regiões e vastas áreas com baixa ocupação, como partes da Região Norte e Centro-Oeste.

Portanto, a alternativa correta é a D, que reflete com precisão a realidade da urbanização no Brasil conforme os dados do IBGE.

No contexto das populações tradicionais, os povos indígenas representam um modelo significativo de organização social e ambiental. Suas práticas ancestrais demonstram um profundo entendimento da relação entre homem e natureza, baseado no uso coletivo da terra e na gestão sustentável dos recursos naturais.

Ao adotarem um sistema de propriedade comunitária, essas comunidades evitam a exploração predatória do meio ambiente, garantindo a preservação dos ecossistemas para as gerações futuras. Esse modo de vida não apenas combate a escassez de recursos, mas também fortalece os laços culturais e a identidade coletiva desses povos.

Portanto, a afirmação de que os povos indígenas constituem um exemplo de população tradicional que pratica o uso coletivo da terra de forma sustentável está correta. Esse modelo demonstra que é possível conciliar desenvolvimento humano e conservação ambiental, servindo como referência para outras sociedades.

Resposta: C) CERTO

O item em questão afirma que, no Brasil, a ocupação humana do polígono territorial e do entorno de unidades de conservação é restrita exclusivamente a populações tradicionais, sendo proibida a permanência de populações não tradicionais nesses locais. No entanto, essa afirmação está incorreta, conforme indicado pelo gabarito E) ERRADO.

Embora as unidades de conservação brasileiras priorizem a proteção de modos de vida tradicionais e de comunidades que historicamente ocupam esses territórios, como indígenas, quilombolas e extrativistas, a legislação ambiental não proíbe totalmente a presença de populações não tradicionais. A Lei nº 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), estabelece regras específicas para cada categoria de unidade, mas não veda categoricamente a presença de outros grupos.

Além disso, muitas unidades de conservação possuem zonas de amortecimento ou áreas circundantes onde atividades humanas são permitidas, desde que regulamentadas. Portanto, a afirmação contida no item é demasiado generalista e não reflete a complexidade da legislação e da realidade socioambiental brasileira.

A urbanização no Brasil, como apontado pelo professor José Vieira Neto, foi um processo acelerado e intimamente ligado à industrialização, iniciando-se na região Sudeste e expandindo-se rapidamente pelo território nacional. Esse fenômeno reflete uma característica marcante dos países capitalistas dependentes, onde a urbanização ocorre de forma intensa e desordenada, muitas vezes acompanhada de desafios sociais e estruturais.

No contexto demográfico, a afirmação de que o Brasil atingirá duzentos milhões de habitantes em meados deste século, com as taxas de mortalidade superando as de natalidade e resultando em diminuição populacional, está incorreta. Dados do IBGE e projeções demográficas indicam que, embora o crescimento populacional esteja desacelerando devido à queda nas taxas de fecundidade, a população brasileira ainda deve continuar crescendo nas próximas décadas, mesmo que em ritmo mais lento. A inversão entre mortalidade e natalidade, levando a um declínio populacional, é um cenário mais distante e não condiz com as estimativas atuais.

Portanto, a afirmação apresentada no item é errada, pois não corresponde às tendências demográficas projetadas para o Brasil. A urbanização e as transformações populacionais devem ser analisadas com base em dados concretos e estudos atualizados, evitando generalizações que não refletem a realidade do país.

O texto apresentado aborda as transformações demográficas, econômicas e territoriais ocorridas no Brasil nas últimas cinco décadas, destacando os desafios e oportunidades que surgiram com esse processo. A análise das proposições sobre as questões territoriais revela que as afirmações I, II e III estão corretas, conforme o gabarito indicado (alternativa D).

A proposição I afirma que o ordenamento territorial busca organizar as atividades humanas de acordo com as aptidões do meio e diretrizes políticas. Essa ideia está alinhada com o texto, que defende uma visão estratégica do território para conciliar crescimento econômico, redução de desigualdades e conservação ambiental. O ordenamento territorial é, de fato, uma ferramenta essencial para equilibrar esses objetivos.

A proposição II destaca o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) como principal instrumento de planejamento territorial. O texto reforça a necessidade de superar a visão setorial e integrar políticas, programas e projetos, o que corrobora a importância do ZEE como mecanismo de gestão integrada. Portanto, essa afirmação também está correta.

A proposição III menciona a Zona Costeira e as Áreas Suscetíveis à Desertificação como prioridades do Ministério do Meio Ambiente. O texto enfatiza a vulnerabilidade de certas regiões e a necessidade de conservação dos recursos naturais, o que justifica a proteção dessas áreas. Assim, essa afirmação está igualmente correta.

Já a proposição IV, embora apresente uma ideia válida sobre a diversidade regional e o papel do Estado, não está diretamente relacionada ao conteúdo do texto fornecido. O texto não menciona explicitamente a diversidade regional como um potencial a ser explorado, nem enfatiza o papel do Estado nesse contexto. Por isso, essa afirmação não pode ser considerada correta com base no texto em questão.

Em síntese, as proposições I, II e III refletem adequadamente as ideias apresentadas no texto, enquanto a IV extrapola seu escopo. Portanto, o gabarito correto é a alternativa D).