Questões Sobre População brasileira - Geografia - concurso

O texto apresentado aborda os deslocamentos populacionais no Brasil, destacando o período intenso entre as décadas de 1960 e 1980, quando grandes volumes de migrantes se deslocaram do campo para a cidade, especialmente das regiões Nordeste, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul em direção aos núcleos industriais de São Paulo e Rio de Janeiro. Esse processo contribuiu para a urbanização do país e estabeleceu padrões de áreas de expulsão e atração populacional.

Analisando as alternativas, a opção C) é a incorreta, pois afirma que o Nordeste deixou de ser uma região de expulsão populacional no início do século XXI, com trocas positivas com outras regiões, especialmente com o Sul. No entanto, os dados do Censo 2000, citados na alternativa D), mostram que o Nordeste continuou a apresentar perdas populacionais significativas, principalmente em suas trocas com o Sudeste, o que contradiz a afirmação da alternativa C).

As demais alternativas estão corretas: A) relaciona os deslocamentos à primeira fase da transição demográfica, com altas taxas de fecundidade e declínio da mortalidade; B) menciona a diminuição do volume migratório nas décadas de 1980 e 1990 e o surgimento de novos fluxos, como migrações a curta distância e para cidades médias; e D) reforça os dados do Censo 2000, que evidenciam a persistência do Nordeste como região de perda populacional.

Portanto, a alternativa que não representa uma característica dos deslocamentos inter-regionais no Brasil é a C), conforme indicado no gabarito.

O texto apresentado traz dados atualizados sobre a população brasileira em 2016, destacando um crescimento de 0,8% em relação ao ano anterior. Essa informação, combinada com os conhecimentos sobre geografia da população, permite analisar as alternativas propostas e identificar a correta.

A alternativa E) é a correta, pois reflete uma tendência demográfica observada no Brasil nas últimas décadas: a transição da estrutura etária. O país vem passando por uma redução na taxa de fecundidade e um aumento na expectativa de vida, o que resulta em uma diminuição relativa da população jovem e um crescimento da população idosa. Esse fenômeno é característico de países em estágios avançados de transição demográfica, como o Brasil.

As demais alternativas estão incorretas por diferentes motivos. A alternativa A) incorretamente associa o crescimento populacional atual à teoria malthusiana, que já foi amplamente superada pelos avanços tecnológicos na produção de alimentos. A alternativa B) atribui o crescimento populacional principalmente à migração, o que não condiz com a realidade brasileira, onde o aumento se deve mais ao crescimento vegetativo. A alternativa C) ignora que o crescimento absoluto, embora expressivo, representa uma taxa percentual pequena, compatível com a diminuição das taxas de fecundidade. Por fim, a alternativa D) menciona um equilíbrio na distribuição populacional que não é confirmado pelos dados, já que a população brasileira ainda se concentra majoritariamente no litoral.

Portanto, a alternativa E) é a única que corretamente interpreta os dados apresentados à luz das transformações demográficas brasileiras.

A projeção divulgada pelo IBGE em 2013 sobre o crescimento populacional brasileiro até 2042 e sua posterior redução traz à tona uma discussão relevante sobre os fatores que influenciam essa dinâmica. Entre as alternativas apresentadas, a queda da taxa de fecundidade da mulher brasileira (opção A) é o principal motivo para essa mudança no cenário demográfico.

Nas últimas décadas, o Brasil passou por uma transição demográfica acelerada, marcada pela diminuição significativa no número de filhos por mulher. Esse fenômeno está associado a fatores como maior acesso à educação, inserção feminina no mercado de trabalho, urbanização e maior disponibilidade de métodos contraceptivos. Como resultado, a taxa de fecundidade, que já foi superior a 6 filhos por mulher na década de 1960, caiu para níveis abaixo do necessário para a reposição populacional (cerca de 1,7 filho por mulher em 2020).

Embora o aumento da expectativa de vida (opção B) e o envelhecimento populacional (opção E) sejam consequências dessa transição demográfica, eles não são as causas primárias da redução projetada. O Brasil não implementou políticas de controle populacional (opção C), e a evasão para outros países (opção D) não tem impacto significativo nos números totais. Portanto, a alternativa A é a que melhor explica a futura diminuição da população brasileira.

O fluxo populacional no Acre foi marcado por diferentes ondas migratórias ao longo da história. No final do século XIX, a principal origem dos migrantes que se deslocaram para o território acreano foi a região Nordeste do Brasil. Os nordestinos, impulsionados pela crise econômica em seus estados de origem e pela atração da exploração da borracha, formaram o contingente mais significativo de migrantes nesse período.

A migração nordestina para o Acre está intimamente ligada ao ciclo da borracha, quando milhares de trabalhadores deixaram o sertão em busca de melhores condições de vida nos seringais amazônicos. Esse movimento populacional foi tão expressivo que moldou profundamente a formação cultural e social do estado, deixando marcas permanentes na identidade acreana.

Embora o Acre tenha recebido posteriormente migrantes de outras origens, incluindo alguns imigrantes internacionais, foi o fluxo nordestino que predominou nesse período histórico específico. Essa migração em massa explica por que a alternativa B (nordestinos brasileiros) é a correta entre as opções apresentadas.

O estado do Acre possui uma das menores populações entre as unidades da federação. Assinale a alternativa que apresenta a faixa da população acreana, segundo dados do IBGE de 2016.

• A) Entre 1 milhão e 1 milhão e 300 mil habitantes
• B) Entre 700 mil e 900 mil habitantes
• C) Superior a 1 milhão e 500 mil habitantes
• D) Entre 450 mil e 650 mil habitantes
• E) Inferior a 400 mil habitantes

O gabarito correto é B).

O crescimento populacional do Brasil, conforme os dados divulgados pelo IBGE em 2016, mostra um aumento significativo, passando de 204.450.649 habitantes em 2015 para 206.081.432 no ano seguinte. Esse incremento, no entanto, não é suficiente para colocar o país no mesmo patamar das nações mais populosas do mundo, como China e Índia, que possuem dinâmicas demográficas distintas e taxas de crescimento muito mais elevadas.

Apesar do crescimento contínuo, o ritmo de expansão da população brasileira vem desacelerando nas últimas décadas, seguindo uma tendência observada em muitos países em desenvolvimento que passam por transições demográficas. Fatores como urbanização, maior acesso a métodos contraceptivos e mudanças socioeconômicas contribuem para essa redução no crescimento populacional.

Portanto, a afirmação de que o Brasil tenderia a se afastar gradualmente do grupo de países mais povoados do mundo está incorreta. Na realidade, mesmo com um crescimento moderado, o país ainda figura entre as nações mais populosas, ocupando atualmente a sexta posição no ranking mundial. A China e a Índia, por sua vez, mantêm-se no topo devido às suas dimensões continentais e históricos demográficos particulares, mas isso não implica que o Brasil esteja se distanciando desse grupo.

Dessa forma, o gabarito correto para a questão é E) ERRADO, uma vez que o Brasil continua sendo uma das nações mais populosas do mundo, ainda que seu ritmo de crescimento não acompanhe o de países como China e Índia.

O texto apresentado traz informações sobre a distribuição populacional no Brasil, destacando a concentração da população na região litorânea e em áreas próximas ao oceano. Segundo o texto, poucas cidades com mais de um milhão de habitantes estão localizadas fora dessa faixa, com exceção de Brasília e Goiânia. No entanto, o gabarito indica que essa afirmação está incorreta (E) ERRADO.

De fato, além de Brasília e Goiânia, outras cidades brasileiras com mais de um milhão de habitantes estão localizadas no interior do país, distantes da faixa litorânea. Exemplos incluem Manaus, Belém, Cuiabá e Campo Grande, que são capitais de estados localizados na região Norte e Centro-Oeste. Essas cidades demonstram que a urbanização e o crescimento populacional não estão restritos apenas ao litoral, mas também ocorrem em outras regiões do território nacional.

Portanto, a afirmação de que apenas Brasília e Goiânia são exceções à concentração populacional no litoral está incorreta, justificando a marcação do item como ERRADO. O Brasil possui uma diversidade geográfica e populacional que vai além da região costeira, com grandes centros urbanos distribuídos em diferentes regiões do país.

O texto apresentado traz dados sobre a população brasileira em 2015 e 2016, mas o item a ser julgado refere-se a uma mudança estrutural na distribuição populacional do país ocorrida décadas antes. De acordo com estudos demográficos, foi durante a década de 1960 que o Brasil atingiu um marco importante em seu processo de urbanização: pela primeira vez na história, a população urbana superou a rural.

Esse fenômeno está diretamente relacionado ao intenso êxodo rural que marcou o período, impulsionado pela industrialização acelerada, pela mecanização do campo e pelas transformações econômicas que concentraram oportunidades nas cidades. O censo demográfico de 1960 já indicava uma população urbana de 44,67%, enquanto em 1970 esse percentual saltou para 55,92%, confirmando a tendência de urbanização que se consolidaria nas décadas seguintes.

Portanto, a afirmação de que "apenas na década de 1960, o Brasil passou a apresentar população majoritariamente urbana" está correta, pois corresponde ao momento histórico em que de fato ocorreu essa transição demográfica no país. O gabarito C) CERTO é o adequado para este item.

O texto apresentado traz dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o crescimento populacional do Brasil entre agosto de 2015 e agosto de 2016. Conforme os números divulgados, a população brasileira passou de 204.450.649 para 206.081.432 habitantes nesse período. Para avaliar se o crescimento foi inferior a 1%, como afirma o item, é necessário realizar um cálculo simples.

O aumento absoluto da população no período foi de 1.630.783 habitantes (206.081.432 - 204.450.649). Para calcular a taxa de crescimento percentual, divide-se esse valor pela população inicial e multiplica-se por 100: (1.630.783 / 204.450.649) × 100 ≈ 0,7976%. Esse resultado confirma que o crescimento populacional brasileiro no período analisado foi, de fato, inferior a 1%, conforme a estimativa do IBGE.

Portanto, a afirmação contida no item está correta, já que os dados oficiais demonstram um crescimento populacional de aproximadamente 0,8% no intervalo de um ano. Esse padrão de crescimento moderado está alinhado com as tendências demográficas recentes do país, que vem apresentando redução nas taxas de crescimento populacional nas últimas décadas.

Dessa forma, o gabarito C) CERTO está correto, pois a inferência sobre o crescimento populacional inferior a 1% está plenamente sustentada pelos dados apresentados no texto e pelos cálculos demográficos básicos.

O aumento da participação feminina no mercado de trabalho brasileiro nas últimas décadas trouxe transformações significativas para a dinâmica demográfica do país. Com mais de 43% da População Economicamente Ativa (PEA) sendo composta por mulheres atualmente - um salto em relação aos 15% de cinco décadas atrás - observamos profundas mudanças nos padrões familiares e sociais.

A inserção massiva da mulher no mundo do trabalho gerou impactos diretos na estrutura familiar. A redução do tempo disponível para a convivência doméstica, combinada com os altos custos de manutenção familiar (alimentação, saúde, educação e lazer) e a maior disponibilidade de informações sobre planejamento familiar, alterou radicalmente as decisões reprodutivas das famílias brasileiras.

Entre as alternativas apresentadas, a que melhor reflete essa transformação é a queda gradual da taxa de natalidade (alternativa B). Esse fenômeno demográfico está diretamente relacionado aos fatores mencionados: mulheres com maior participação no mercado de trabalho tendem a ter menos filhos e em idades mais avançadas, um padrão observado não apenas no Brasil, mas em diversos países que passaram por processos similares de modernização e inserção feminina no mercado laboral.

As outras alternativas, embora possam refletir tendências demográficas brasileiras em diferentes períodos, não estão diretamente vinculadas ao fenômeno específico da maior participação feminina no mercado de trabalho e suas consequências na dinâmica familiar e reprodutiva.