Questões Sobre População brasileira - Geografia - concurso

Nos estados dessa região do Brasil, a ausência de esgotamento sanitário e água tratada são problemas crônicos, assim como a falta de infraestrutura de transportes, principalmente rodoviários e ferroviários. A densidade demográfica, de forma geral, é bastante pequena em todos os estados, muito embora a população se concentre em sua maioria nas áreas urbanas. Essa descrição refere-se à região

• A) Nordeste.
• B) Centro-Oeste.
• C) Norte.
• D) Sul.

O gabarito correto é C) Norte.

Até 1970, a região metropolitana de São Paulo foi a "Pasárgada" brasileira: ali se instalaram as principais indústrias, com os melhores empregos. Com a crise de 1980 e a interrupção do ciclo de expansão econômica do país, ocorreu uma reestruturação do mercado de trabalho, e o mapa migratório brasileiro começou a apontar para novas direções.

L. P. Juttel. Rotas migratórias: norte e centro-oeste, novos polos de migração. In: Ciência e Cultura, v. 59, n.o 4, 2007 (com adaptações).

Com relação ao assunto tratado no texto acima, julgue os itens subsequentes.

Apesar de ter representado, no passado, um estímulo à interiorização da população brasileira, o Distrito Federal chegou ao século XXI sem que tivesse sido consolidada uma região metropolitana na região Centro-Oeste.

• C) CERTO
• E) ERRADO

O gabarito correto é E).

O processo de transição demográfica no Brasil reflete mudanças significativas na estrutura populacional do país, marcadas pela diminuição do crescimento populacional e pelo envelhecimento da população. Analisando as proposições apresentadas, é possível identificar quais delas estão corretas e em conformidade com as características desse fenômeno.

A proposição I está correta, pois o aumento da longevidade e a queda da fecundidade e da mortalidade são elementos centrais da transição demográfica. Avanços na medicina e melhores condições sanitárias contribuíram para a redução das taxas de mortalidade, enquanto mudanças sociais e culturais levaram a uma diminuição na taxa de fecundidade.

A proposição II também está correta, já que as transformações econômicas e sociais, incluindo a maior inserção das mulheres no mercado de trabalho, influenciaram diretamente a decisão das famílias de terem menos filhos. Essa mudança é um dos fatores que explicam a redução da taxa de fecundidade no Brasil.

A proposição III é igualmente válida, pois a pirâmide etária brasileira vem sofrendo alterações significativas, com a base (representando a população jovem) tornando-se mais estreita e o topo (representando a população idosa) mais largo, evidenciando o envelhecimento populacional.

Por outro lado, a proposição IV está incorreta. Historicamente, as mulheres têm uma expectativa de vida maior que a dos homens, e não o contrário. Além disso, embora os homens estejam mais expostos a homicídios e acidentes, isso não altera o fato de que as mulheres ainda vivem mais em média.

Portanto, as proposições corretas são I, II e III, correspondendo à alternativa A).

As reservas indígenas no Brasil representam uma parte significativa do território nacional, abrangendo cerca de 13% das terras do país, enquanto a população indígena corresponde a menos de 1% do total de brasileiros. Essa disparidade territorial evidencia a importância das grandes extensões de terra para a sobrevivência e a preservação cultural desses povos, muitos dos quais mantêm modos de vida tradicionais, baseados em atividades extrativistas e, em alguns casos, no seminomadismo.

A alternativa B) é a correta, pois destaca a relação intrínseca entre o modo de vida das comunidades indígenas e a necessidade de grandes territórios para garantir sua reprodução física e cultural. Essas terras não são apenas espaços de subsistência, mas também fundamentais para a manutenção de suas tradições, cosmovisões e práticas coletivas. A afirmação de que essas comunidades só conseguem se reproduzir cotidianamente e preservar suas culturas com essas extensões de terra está alinhada com a realidade socioambiental indígena.

As demais alternativas apresentam visões equivocadas ou reducionistas sobre a questão indígena. A alternativa A) ignora o valor simbólico e ecológico das terras para os povos originários, reduzindo sua relação com o território a uma lógica capitalista de acumulação. A alternativa C) desconsidera que, mesmo com o crescimento populacional, as reservas são essenciais para a sustentabilidade dessas comunidades. A alternativa D) subestima a necessidade contínua de demarcação e proteção de terras, apesar dos avanços constitucionais. Por fim, a alternativa E) generaliza uma suposta assimilação ao capitalismo, ignorando a diversidade e a resistência cultural indígena.

Portanto, a resposta correta é B), pois reflete de maneira mais precisa a relação vital entre os povos indígenas e seus territórios tradicionais.

Para o entendimento da dinâmica populacional como um todo, buscou-se a construção de conceitos que expressassem suas especificidades. Estão corretas as definições apresentadas abaixo, EXCETO:

• A) População urbana: parcela da população indicada em porcentagem que habita nas áreas urbanas. Apesar do esforço da ONU para padronizar o que é zona rural e urbana, os critérios mudam de nação para nação.
• B) Densidade demográfica: número de habitantes de um país por quilômetro quadrado. É obtido por conta simples: divide-se a população pela área.
• C) Crescimento demográfico: aumento médio do número de indivíduos de um país, expresso em porcentagem. Resulta do saldo entre os nascimentos e as mortes (crescimento vegetativo) mais o saldo entre imigrantes e emigrantes (crescimento migratório).
• D) Expectativa de vida: estimativa anual dos filhos nascidos vivos que cada mulher teria durante o período reprodutivo (15 a 49 anos). Só entram nessa conta bebês nascidos vivos. O indicador reflete a tendência de crescimento ou queda da população do país.

O gabarito correto é D), pois a definição apresentada refere-se, na verdade, à taxa de fecundidade, e não à expectativa de vida. A expectativa de vida é uma estimativa do número médio de anos que uma pessoa pode esperar viver, considerando as condições de saúde e mortalidade de uma população em determinado período.

O texto apresentado aborda a relação entre progresso científico, crescimento populacional e a questão da fome, refutando a ideia malthusiana de que a escassez de alimentos seria uma fatalidade inerente ao aumento da população. A partir dessa análise, é possível avaliar a afirmação proposta:

Afirmação: "A disponibilidade de recursos alimentares para uma população é determinada pela densidade populacional, não havendo, no entanto, relação entre esta e o surgimento de doenças."

O texto de Anna Maria de Castro demonstra que a disponibilidade de alimentos não é simplesmente uma questão de densidade populacional, mas sim um problema complexo que envolve fatores econômicos, tecnológicos e sociais. Além disso, a obra citada – que retoma os escritos de Josué de Castro – historicamente associa a fome e a má distribuição de recursos ao surgimento de doenças, especialmente em populações marginalizadas. Portanto, a afirmação está incorreta em ambos os aspectos:

1. A disponibilidade de alimentos não depende exclusivamente da densidade populacional, mas de como os avanços científicos e as estruturas socioeconômicas são aplicados.
2. Há uma relação direta entre condições de vida precárias (como superpopulação e subnutrição) e o surgimento de doenças, tema amplamente discutido por Josué de Castro em suas pesquisas sobre a fome.

Assim, o gabarito E) ERRADO está correto, pois a afirmação desconsidera tanto a multidimensionalidade da segurança alimentar quanto a intrínseca ligação entre desigualdade, densidade populacional e saúde pública.

O texto apresentado aborda a relação entre os avanços científicos e o crescimento populacional, questionando se a explosão demográfica atual é resultado de uma aplicação parcial da tecnologia, sem o devido acompanhamento de outras técnicas que promovam o desenvolvimento econômico e a integração social. A autora refuta a ideia malthusiana de que a fome seria um fenômeno irremediável, destacando que a ciência contemporânea oferece respostas contrárias a essa visão.

No que diz respeito ao item julgado, que afirma ser o aumento da taxa de natalidade, impulsionado por conquistas tecnológicas, a principal causa da ascensão da curva populacional mundial, o gabarito correto é ERRADO. Isso porque o texto sugere que o crescimento populacional está mais relacionado à redução das taxas de mortalidade — graças aos progressos da bacteriologia, da química e da biologia — do que a um aumento significativo da natalidade. A aplicação parcial da tecnologia, sem medidas complementares de desenvolvimento, acaba por gerar desequilíbrios, como a marginalização de populações pela miséria e fome, e não um novo padrão demográfico baseado apenas no aumento de nascimentos.

Portanto, a afirmação do item não condiz com a perspectiva apresentada no texto, que enfatiza os fatores de redução da mortalidade e as consequências sociais da falta de um desenvolvimento integrado, em vez de atribuir o crescimento populacional majoritariamente ao aumento da natalidade.

“Quantos somos? Como vivemos? Onde vivemos?” A cada nova década, essas e outras perguntas são respondidas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) por meio dos censos demográficos. Com base nos últimos dados divulgados pelo instituto, é possível analisar as afirmações apresentadas e identificar quais são verdadeiras (V) e quais são falsas (F).

A primeira afirmação indica que o Brasil já ultrapassou os 190 milhões de habitantes e é o 5º país mais populoso do mundo, embora o crescimento populacional esteja desacelerando. Essa informação é verdadeira, pois o país de fato ocupa essa posição no ranking global e apresenta uma redução na taxa de crescimento demográfico.

A segunda afirmação aborda a transição demográfica avançada, caracterizada pela diminuição das taxas de natalidade e aumento da expectativa de vida. Esse fenômeno é confirmado pelos dados do IBGE, tornando a proposição verdadeira.

O terceiro item destaca que as regiões Norte e Centro-Oeste tiveram os maiores aumentos populacionais, refletindo um fluxo migratório interno. Essa informação também é verdadeira, uma vez que essas regiões têm recebido um significativo contingente populacional devido a fatores como expansão agrícola e oferta de emprego.

A quarta afirmação menciona a desaceleração da migração de nordestinos para o Sudeste e até mesmo um movimento de retorno, impulsionado por novas oportunidades de trabalho em outras regiões, como o Nordeste. Essa análise está correta e, portanto, é verdadeira.

Por fim, a última afirmação sugere que as baixas taxas de fecundidade têm levado a políticas que incentivam mulheres a abandonar suas carreiras para aumentar a população. Essa informação é falsa, pois não há evidências de políticas governamentais nesse sentido no Brasil.

Dessa forma, a sequência correta de respostas é V, V, V, V, F, correspondente à alternativa B).

O processo de ocupação humana no planeta Terra é marcado por uma complexa teia de fatores que resultam em padrões extremamente variados. Como mencionado no texto, essa diversificação está intrinsecamente ligada a elementos culturais, econômicos e demográficos, que se manifestam de forma desigual em diferentes regiões do globo.

A afirmação de que "a densidade média de ocupação do planeta esconde profundas disparidades que, em todas as escalas, diferenciam os espaços em função de seu povoamento" é correta. Isso porque os dados médios globais mascaram realidades extremamente contrastantes quando analisamos em nível continental, nacional ou mesmo regional.

Podemos observar essas disparidades em diversos exemplos concretos:

• Enquanto algumas áreas urbanas apresentam densidades demográficas superiores a 20.000 hab/km², vastas regiões desérticas ou florestais podem ter menos de 1 hab/km²
• Países como Mônaco e Singapura possuem densidades populacionais centenas de vezes maiores que nações como Canadá ou Austrália
• Dentro de um mesmo país, como o Brasil, encontramos desde a superlotação do Rio de Janeiro até o vazio demográfico da Amazônia

Essas diferenças refletem não apenas condições naturais, mas principalmente processos históricos de ocupação, desenvolvimento econômico desigual e políticas públicas específicas. Portanto, a afirmação está correta ao destacar que as médias globais escondem realidades profundamente desiguais em todas as escalas geográficas.

O processo de ocupação do planeta é marcado por uma complexa interação de fatores culturais, econômicos e demográficos, resultando em padrões diversos de distribuição populacional. A afirmação de que alguns grupos étnicos não apresentam mistura racial, como a casta dos hindus, revela uma visão simplista e equivocada sobre a formação das sociedades humanas.

Embora certos grupos possam preservar traços culturais e linguísticos distintivos ao longo do tempo, a ideia de pureza racial é um mito. A história da humanidade é marcada por constantes fluxos migratórios, conquistas e intercâmbios que promoveram a miscigenação entre diferentes povos. No caso específico da Índia, mesmo o sistema de castas, que busca manter hierarquias sociais rígidas, não conseguiu impedir completamente a mistura genética ao longo dos séculos.

Estudos genômicos contemporâneos demonstram que todas as populações humanas apresentam graus variados de mistura, refletindo nossa ancestralidade comum. A diversidade cultural e linguística não deve ser confundida com isolamento genético absoluto. Portanto, a afirmação contida no item está incorreta, como indica o gabarito E.