A ideia apresentada por Milton Santos e Maria Laura Silveira, a respeito da regionalização do Brasil, na qual eles propõem uma divisão denominada de “Os Quatro Brasis”, tem como fundamento

A regionalização proposta por Milton Santos e Maria Laura Silveira em "Os Quatro Brasis" representa uma abordagem inovadora para compreender a organização territorial do Brasil. Diferentemente de divisões baseadas apenas em critérios naturais ou econômicos tradicionais, os autores privilegiam uma análise que integra o meio técnico-científico-informacional com as heranças históricas do território.

Essa perspectiva considera como elemento central a atuação das modernas técnicas de produção e circulação, que se sobrepõem às estruturas territoriais preexistentes, criando novas dinâmicas regionais. O meio técnico-científico-informacional manifesta-se através de infraestruturas de transporte e comunicação, redes urbanas e fluxos de informação que redefinem as relações espaciais.

Ao mesmo tempo, a proposta reconhece que essas transformações não ocorrem em um vazio histórico, mas dialogam com formações territoriais anteriores. As heranças do passado - como padrões de ocupação, estruturas produtivas e desigualdades regionais - continuam influenciando a organização atual do espaço brasileiro.

Essa abordagem contrasta com visões reducionistas que privilegiam apenas aspectos físicos (como na alternativa A) ou meramente econômicos (alternativa B). Também se diferencia de classificações como os complexos geoeconômicos (alternativa D) ou divisões administrativas ultrapassadas (alternativa E), por incorporar uma compreensão mais dinâmica e complexa da realidade territorial brasileira.

A regionalização em "Quatro Brasis" revela assim um país marcado por profundas assimetrias, onde modernização e heranças históricas se entrelaçam de forma desigual, produzindo configurações territoriais específicas que demandam políticas públicas diferenciadas.