Questões Sobre Regionalização Brasileira - Geografia - concurso

Em 1967, o geógrafo Pedro Pinchas Geiger propôs uma divisão do território brasileiro baseada em critérios que abrangem aspectos naturais, históricos, humanos, sociais e econômicos. Essa divisão buscou refletir as diferenças marcantes presentes no extenso território do país, indo além das fronteiras político-administrativas tradicionais.

A classificação correta, conforme o gabarito, é a alternativa D) 3 regiões geoeconômicas: a Amazônia, o Nordeste e o Centro-Sul. Essa divisão destaca três grandes complexos regionais com características distintas:

• Amazônia: abrange a região norte do país, caracterizada pela floresta tropical, baixa densidade demográfica e economia baseada em extrativismo e atividades agropecuárias recentes.
• Nordeste: compreende a área de clima semiárido, com histórico de ocupação colonial e desafios socioeconômicos persistentes.
• Centro-Sul: região mais desenvolvida economicamente, concentrando a maior parte da população e da produção industrial do país.

Esta divisão geoeconômica proposta por Geiger se mostrou mais relevante para análises socioeconômicas do que a divisão político-administrativa em cinco regiões, pois agrupa áreas com características semelhantes independentemente de suas localizações geográficas ou divisões estaduais.

O texto apresentado discute a complexidade da divisão regional no Brasil, destacando que, apesar de sua aparente estabilidade, existem casos-limite e situações ambíguas em que determinadas áreas podem apresentar características mais alinhadas a regiões vizinhas do que ao próprio território ao qual pertencem oficialmente. Essas ambiguidades surgem tanto devido ao tamanho dos estados quanto às particularidades geográficas, econômicas e culturais de certas localidades.

Dentre as alternativas apresentadas, o exemplo que melhor ilustra um "caso-limite" é o noroeste do Maranhão (alternativa D). Essa região, embora oficialmente integre o Nordeste, está incluída na Amazônia Legal, uma delimitação que abrange áreas de influência da floresta amazônica e que possui políticas específicas de desenvolvimento. Essa dualidade cria uma situação em que a região compartilha características econômicas e ambientais mais próximas da Amazônia do que do Nordeste, configurando-se como um caso de vinculação ambígua, conforme abordado pelos autores.

As demais alternativas, embora apresentem peculiaridades regionais, não representam com a mesma clareza a problemática dos casos-limite. O noroeste do Maranhão exemplifica justamente a complexidade da regionalização brasileira, em que fronteiras administrativas nem sempre coincidem com identidades geográficas ou socioeconômicas.

O trecho apresentado retrata uma crítica à postura adotada pelos governos brasileiros nos anos 1990, período marcado por profundas desigualdades sociais e pela ausência de uma rede de proteção eficiente. Diante desse cenário, a opção por reduzir a intervenção estatal na economia e na promoção de políticas sociais, confiando no mercado como solução, gerou questionamentos sobre a priorização de medidas que não atendiam diretamente às necessidades mais urgentes da população.

A alternativa correta, conforme o gabarito, é a E) Reforma das políticas macroeconômicas e dos mecanismos de controle inflacionário. Essa escolha reflete o foco da época em estabilizar a economia, especialmente após o Plano Real, com medidas como o ajuste fiscal, abertura comercial e privatizações, em detrimento de investimentos sociais e infraestrutura. Embora essas reformas tenham buscado conter a hiperinflação e modernizar a economia, deixaram lacunas no combate à pobreza e na redução das desigualdades regionais, evidenciando um descompasso entre as prioridades econômicas e as demandas sociais.

Assim, o texto de Sorj destaca um paradoxo: enquanto o país avançava na estabilização monetária e na inserção internacional, parte significativa da população permanecia à margem desses benefícios, sem políticas públicas robustas que garantissem emprego, assistência ou desenvolvimento territorial equilibrado. Essa crítica ressoa até hoje, servindo como reflexão sobre os limites do liberalismo econômico em contextos de extrema vulnerabilidade.

A organização do espaço geográfico brasileiro é um tema complexo que reflete as dinâmicas históricas, econômicas e sociais do país. Entre as alternativas apresentadas, a correta é a C), que afirma que a rede urbana da Amazônia obedece a uma orientação dada pela rede hidrográfica da região. Essa característica é fundamental para compreender a ocupação e o desenvolvimento da Amazônia, onde os rios desempenham um papel central como vias de transporte e eixos de povoamento.

As demais alternativas apresentam equívocos ou generalizações imprecisas. A alternativa A) sugere que o planejamento urbano e regional reduz desigualdades, o que não condiz com a realidade brasileira, marcada por profundas assimetrias espaciais. A alternativa B) simplifica a divisão regional do país em "dois brasis", ignorando as nuances e transformações recentes em todas as regiões. A alternativa D) menciona os ciclos econômicos, mas erra ao afirmar que a industrialização promoveu equanimidade regional, visto que as desigualdades persistem. Por fim, a alternativa E) descreve parcialmente a divisão territorial do trabalho, mas não é a resposta mais adequada ao contexto da questão.

Portanto, a alternativa C) é a que melhor representa uma característica específica e correta da organização espacial brasileira, destacando a importância da rede hidrográfica na configuração urbana da Amazônia.

No final dos anos 1960, o governo brasileiro implementou uma nova divisão regional baseada em critérios físicos, demográficos e econômicos, conhecida como regionalização em regiões homogêneas. Essa abordagem considerou fatores como ecologia, dinâmica populacional, industrialização, agricultura, infraestrutura de transportes e fluxos econômicos para definir microrregiões com características semelhantes, agrupadas em sete macrorregiões. O estudo resultou na criação de um número específico de microrregiões homogêneas.

Entre as alternativas apresentadas:

• A) 360.
• B) 420.
• C) 160.
• D) 210.
• E) 300.

A resposta correta é A) 360, que representa o quantitativo oficial de microrregiões homogêneas estabelecidas na época.

O Brasil, como um país de dimensões continentais, apresenta uma complexa diversidade tanto em aspectos naturais quanto humanos. Essa heterogeneidade levou à necessidade de criar divisões regionais que facilitassem o entendimento e o planejamento territorial. Entre as opções apresentadas, a divisão em três regiões geoeconômicas é a que melhor reflete o processo histórico-territorial do país.

Essa divisão, proposta pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger em 1967, leva em consideração não apenas critérios físicos, mas principalmente aspectos socioeconômicos e históricos. As três regiões – Centro-Sul, Nordeste e Amazônia – representam áreas com dinâmicas econômicas e processos de ocupação distintos, que foram se consolidando ao longo da formação do território brasileiro.

O Centro-Sul corresponde à região de ocupação mais antiga e de maior desenvolvimento econômico, com forte industrialização. O Nordeste, apesar de também ter sido uma área de ocupação precoce, apresenta características econômicas e sociais distintas, marcadas pelo ciclo da cana-de-açúcar e por períodos de seca. Já a Amazônia representa a fronteira de expansão mais recente, com uma economia baseada no extrativismo e em projetos de colonização.

Essa divisão é mais adequada para entender o processo histórico-territorial porque vai além dos limites políticos estaduais e considera as verdadeiras dinâmicas econômicas e sociais que moldaram o país. Diferente da divisão em cinco macrorregiões, que segue principalmente critérios político-administrativos, a divisão geoeconômica revela as profundas desigualdades regionais e os diferentes ritmos de desenvolvimento que caracterizam a formação do Brasil.

O texto aborda a importância das regiões como base para relações globais, conforme destacado por Milton Santos, e enfatiza a necessidade de critérios claros para a regionalização, considerando aspectos como vegetação, características físicas e população. A questão proposta busca identificar a alternativa que relaciona corretamente um produto específico à sua região de produção.

Analisando as opções:

• A) O Parque Nacional do Jalapão é conhecido por suas formações arenosas e vegetação típica do cerrado, não por campos de araucárias, que são mais comuns no sul do Brasil. Portanto, esta alternativa está incorreta.
• B) O Rio Grande do Sul é de fato o maior produtor de arroz do país, utilizando as várzeas alagadas dos rios para o cultivo. Essa relação está correta e é a resposta adequada.
• C) A produção de laranja no Brasil está concentrada principalmente no estado de São Paulo, que é o maior exportador do produto, especialmente para os EUA. O norte do Paraná não é a principal região produtora, tornando esta alternativa incorreta.
• D) Embora São Paulo tenha sido historicamente o maior produtor de café, atualmente outros estados, como Minas Gerais e Espírito Santo, também têm uma produção significativa. Além disso, a alternativa mistura fatos históricos com a atualidade de forma imprecisa.

Portanto, a alternativa B é a única que apresenta uma relação correta entre o produto e sua região de produção, alinhando-se aos critérios de regionalização mencionados no texto.

A faixa de transição do Agreste nordestino representa uma importante mesorregião geográfica do Brasil, situada entre a Zona da Mata e o Sertão. Suas características climáticas e ambientais são determinantes para compreender os desafios enfrentados pela população local.

Conforme indicado no gabarito correto (alternativa A), o Agreste é marcado por índices pluviométricos relativamente baixos e irregulares. Essa condição climática resulta em períodos de seca, especialmente durante as estações mais quentes do ano, o que impacta significativamente a agricultura e o abastecimento hídrico da região.

As outras alternativas apresentam características que não correspondem adequadamente à realidade do Agreste:

• B) As chuvas intensas e concentradas são mais características da Zona da Mata
• C) A distribuição irregular de microclimas não é uma marca predominante do Agreste
• D) O índice pluviométrico não é constante nesta região

Essa condição climática peculiar do Agreste nordestino - com chuvas escassas e mal distribuídas - contribui para a formação de uma paisagem vegetal de transição, entre a mata úmida e a caatinga, refletindo sua posição geográfica intermediária entre esses dois domínios naturais.

Ao abordar o tema "redesenhando o mapa do mundo: novas regionalizações" no Ensino Fundamental, a habilidade esperada dos alunos está diretamente relacionada à compreensão da dinâmica contemporânea do espaço geográfico. A alternativa correta (D) aponta para a capacidade de identificar fenômenos da simultaneidade e instantaneidade das informações em fotografias, reconhecendo seu papel na análise de paisagens em processos de exclusão/desterritorialização e inclusão/territorialização.

Esta competência vai além da simples localização geográfica, pois envolve a interpretação crítica de como as tecnologias da informação reconfiguram nossa percepção do espaço. Através da análise fotográfica, os estudantes desenvolvem a capacidade de entender como os fluxos globais de informação criam novas territorialidades, tornando visíveis paisagens antes marginalizadas ou destacando áreas em processo de integração ao sistema mundial.

As demais alternativas, embora relevantes para o ensino de Geografia, não correspondem especificamente ao objetivo proposto pelo tema das novas regionalizações. A Agenda XXI (A) e as políticas de biodiversidade (B) tratam de questões ambientais importantes, mas não focam na reconfiguração espacial contemporânea. Já a análise de padrões de produção e consumo (C), ainda que relacionada à sustentabilidade, não aborda diretamente o processo de transformação das regionalizações mundiais.

Portanto, a habilidade de decodificar imagens para compreender os processos de territorialização e desterritorialização (D) constitui o eixo central para trabalhar as novas configurações do espaço mundial na era da informação, permitindo aos alunos visualizar concretamente as complexas relações entre tecnologia, poder e organização espacial na contemporaneidade.

A região Nordeste do Brasil é uma das mais ricas em diversidade cultural, histórica e geográfica. Analisando os itens apresentados, podemos verificar que:

I- A capital brasileira foi muito tempo localizada na região, Salvador, hoje capital da Bahia e quarta cidade mais populosa do Brasil;

Este item está correto. Salvador foi a primeira capital do Brasil, de 1549 até 1763, quando a sede do governo colonial foi transferida para o Rio de Janeiro. Sua importância histórica e cultural permanece até os dias atuais.

II- A região Nordeste do Brasil é a segunda maior região (por extensão territorial);

Este item está incorreto. O Nordeste é, na verdade, a terceira maior região do Brasil em extensão territorial, atrás da Região Norte e da Região Centro-Oeste.

III- Os principais rios da região Nordeste são o Rio São Francisco, que nasce em Minas Gerais (Região Sudeste) até a divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe, e o Rio Parnaíba, ao norte da região. A Bacia Maranhense também tem grande importância.

Este item está correto. O Rio São Francisco, conhecido como "Velho Chico", é um dos mais importantes do país, atravessando vários estados e sendo vital para a região. O Rio Parnaíba, por sua vez, marca a divisa entre Piauí e Maranhão, enquanto a Bacia Maranhense possui relevância ecológica e econômica.

Portanto, apenas os itens I e III estão corretos, correspondendo à alternativa B).