Para a maioria dos brasileiros, a divisão regional utilizada atualmente parece sempre ter existido porque serve de base, há décadas, para a regionalização de todas as agências governamentais, empresas, associações profissionais etc. Se existem semelhanças evidentes, como em outros países do mundo, há também casos-limite e vinculações ambíguas. Isso ocorre não apenas em razão do tamanho dos estados como também porque reúnem regiões que apresentam caracteres que as aproximam mais do conjunto vizinho que do resto de seu território. (Hervé Théry e Neli Aparecida de Mello-Théry. Atlas do Brasil, 2018.) Caracteriza um exemplo de “caso-limite”, tal como problematizado pelos autores,
Para a maioria dos brasileiros, a divisão regional utilizada
atualmente parece sempre ter existido porque serve de base,
há décadas, para a regionalização de todas as agências
governamentais, empresas, associações profissionais etc.
Se existem semelhanças evidentes, como em outros países
do mundo, há também casos-limite e vinculações ambíguas.
Isso ocorre não apenas em razão do tamanho dos estados
como também porque reúnem regiões que apresentam
caracteres que as aproximam mais do conjunto vizinho que
do resto de seu território.
(Hervé Théry e Neli Aparecida de Mello-Théry. Atlas do Brasil, 2018.)
Caracteriza um exemplo de “caso-limite”, tal como problematizado pelos autores,
- A)a parcela oeste do Tocantins, área que integra a região Nordeste, mas recebe investimentos diretos da região Centro-Oeste.
- B)o litoral de São Paulo, área que integra a região Sudeste, apesar da forte cisão física provocada pela Serra do Mar.
- C)a porção sul do Espírito Santo, área que integra a região Sudeste, mas se beneficia das políticas nordestinas de fomento.
- D)o noroeste do Maranhão, área que integra a região Nordeste, mas está inclusa na Amazônia Legal.
- E)o Distrito Federal, área que integra a região Centro-Oeste, apesar da dependência financeira restrita à região Sudeste.
Resposta:
A alternativa correta é D)
O texto apresentado discute a complexidade da divisão regional no Brasil, destacando que, apesar de sua aparente estabilidade, existem casos-limite e situações ambíguas em que determinadas áreas podem apresentar características mais alinhadas a regiões vizinhas do que ao próprio território ao qual pertencem oficialmente. Essas ambiguidades surgem tanto devido ao tamanho dos estados quanto às particularidades geográficas, econômicas e culturais de certas localidades.
Dentre as alternativas apresentadas, o exemplo que melhor ilustra um "caso-limite" é o noroeste do Maranhão (alternativa D). Essa região, embora oficialmente integre o Nordeste, está incluída na Amazônia Legal, uma delimitação que abrange áreas de influência da floresta amazônica e que possui políticas específicas de desenvolvimento. Essa dualidade cria uma situação em que a região compartilha características econômicas e ambientais mais próximas da Amazônia do que do Nordeste, configurando-se como um caso de vinculação ambígua, conforme abordado pelos autores.
As demais alternativas, embora apresentem peculiaridades regionais, não representam com a mesma clareza a problemática dos casos-limite. O noroeste do Maranhão exemplifica justamente a complexidade da regionalização brasileira, em que fronteiras administrativas nem sempre coincidem com identidades geográficas ou socioeconômicas.
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