Questões Sobre Sistemas agrícolas - Geografia - concurso

No meio rural, a diversidade de sistemas agrícolas reflete diferentes formas de organização produtiva, objetivos econômicos e relações de trabalho. A agricultura camponesa (I) caracteriza-se por uma produção voltada principalmente para o autoconsumo e comercialização em pequena escala, priorizando a subsistência familiar em vez do lucro. Já a agricultura orgânica (II) destaca-se por evitar o uso de insumos químicos, adotando práticas sustentáveis para preservar o meio ambiente e a saúde.

A agricultura patronal (III) baseia-se na contratação de mão de obra assalariada, geralmente em propriedades de médio ou grande porte, que incorporam tecnologias modernas para aumentar a produtividade. Por fim, a agricultura moderna (IV) integra-se intensamente ao mercado, dependendo de insumos industriais (como fertilizantes e maquinário) e destinando sua produção a cadeias agroindustriais complexas.

A sequência correta que relaciona cada tipo de agricultura às suas características é: III (patronal) – utiliza trabalhadores assalariados e técnicas modernas; I (camponesa) – produção familiar com foco no sustento; IV (moderna) – forte vinculação ao mercado e insumos industriais; e II (orgânica) – cultivo sustentável sem químicos. Portanto, a alternativa correta é D) III, I, IV e II.

A agricultura moderna, também conhecida como agricultura de precisão, representa um avanço significativo no setor agrícola, principalmente nos países desenvolvidos. Esse modelo se destaca pela aplicação de tecnologias avançadas e métodos científicos para aumentar a produtividade e a eficiência no campo. Entre suas principais características estão o uso de sementes selecionadas (alternativa A), que garantem maior resistência e rendimento; a mecanização intensiva (alternativa C), reduzindo a dependência de trabalho manual; a adoção de técnicas modernas (alternativa D), como irrigação controlada e monitoramento por satélite; e o caráter empresarial (alternativa E), que prioriza a gestão profissional e o planejamento estratégico.

No entanto, a alternativa B, que menciona "mão de obra familiar numerosa e às vezes sem qualificação", não se enquadra nesse contexto. A agricultura moderna justamente busca reduzir a dependência de trabalho manual pouco qualificado, substituindo-o por maquinário e profissionais especializados. Portanto, essa característica é típica de modelos tradicionais ou de subsistência, não do padrão tecnificado e eficiente da agricultura de precisão. O gabarito correto, conforme indicado, é de fato a letra B, por representar uma exceção às práticas contemporâneas.

O texto apresentado aborda o tema das feiras orgânicas e agroecológicas, inseridas no Programa de Fortalecimento da Agricultura Orgânica do Espírito Santo. Essas iniciativas, promovidas pela Secretaria de Estado da Agricultura em parceria com outras instituições, destacam a importância de práticas agrícolas sustentáveis. O questionamento sobre o significado do termo "Agricultura Orgânica" aponta para a alternativa correta (A), que define esse modelo de cultivo como aquele que dispensa o uso de agrotóxicos.

A agricultura orgânica representa um sistema de produção que busca harmonizar o cultivo de alimentos com a preservação ambiental e a saúde humana. Ao evitar pesticidas sintéticos, esse método prioriza a fertilidade natural do solo, o equilíbrio ecológico e a biodiversidade. Essa escolha não apenas beneficia o meio ambiente, mas também oferece alimentos mais saudáveis aos consumidores, livres de resíduos químicos prejudiciais.

Embora outras alternativas mencionem características agrícolas relevantes - como rotação de culturas (B) ou proximidade com florestas nativas (D) - a essência da agricultura orgânica reside justamente na ausência de agrotóxicos. Essa definição está alinhada com as regulamentações brasileiras e internacionais sobre o tema, que estabelecem critérios rigorosos para certificação de produtos orgânicos. Portanto, a alternativa A corretamente sintetiza o princípio fundamental desse sistema agrícola sustentável.

O sistema de roça – conuco é uma prática agrícola tradicional, especialmente comum em comunidades rurais e indígenas, que possui características bem definidas. Analisando as alternativas apresentadas, podemos identificar qual delas não se enquadra nesse sistema.

A alternativa A) menciona que a roça é feita em pequenas propriedades, o que está correto, pois esse sistema geralmente ocupa áreas reduzidas, adaptando-se ao espaço disponível nas comunidades.

A alternativa B), que é a correta segundo o gabarito, afirma que se trata de uma monocultura de produtos para exportação. Essa afirmação está incorreta, pois o sistema de roça – conuco é diversificado, com cultivo de vários produtos para consumo local e subsistência, não sendo voltado para a exportação em larga escala.

A alternativa C) destaca que a roça é voltada para a subsistência, o que é verdadeiro, já que seu principal objetivo é garantir o sustento das famílias e comunidades que a praticam.

A alternativa D) aponta que os produtores são vítimas dos atravessadores, o que também é uma realidade comum, pois a falta de acesso direto ao mercado faz com que intermediários se aproveitem da produção.

Por fim, a alternativa E) menciona o pouco apoio governamental, outra característica frequente, já que essas práticas tradicionais muitas vezes são negligenciadas por políticas públicas.

Portanto, a única alternativa que não corresponde ao sistema de roça – conuco é a B), por se tratar de uma prática diversificada e de subsistência, e não de monocultura para exportação.

O conceito de Agricultura Alternativa surge como uma resposta aos métodos convencionais de cultivo, que priorizam o uso intensivo de insumos químicos, sementes modificadas e maquinário pesado. Essa abordagem busca equilibrar a produção agrícola com a preservação ambiental, a saúde humana e a viabilidade econômica, apresentando-se como um modelo mais sustentável e adaptado às necessidades locais.

Entre os princípios fundamentais da Agricultura Alternativa, destacam-se: a sustentabilidade ecológica, que visa manter o equilíbrio dos ecossistemas; a aceitação cultural, respeitando as tradições e particularidades de cada região; e a viabilidade econômica, garantindo que os produtores tenham retorno financeiro sem comprometer o meio ambiente. No entanto, a alternativa que não se enquadra nesses princípios é a letra B, que menciona a adaptação tecnológica por meio de cruzamentos e processos naturais.

Essa afirmação está incorreta porque a Agricultura Alternativa não se baseia em intervenções tecnológicas ou manipulações genéticas, mesmo que naturais. Seu foco está em técnicas como rotação de culturas, adubação orgânica e controle biológico de pragas, que dispensam modificações artificiais nas plantas. Portanto, o gabarito correto é realmente a opção B, já que ela contradiz os fundamentos desse modelo agrícola.

A exportação de alimentos desempenhou um papel fundamental na formação da sociedade brasileira desde o período colonial até o final da República Velha. Esse modelo econômico estava baseado em grandes propriedades rurais, conhecidas como plantations, que utilizavam mão de obra escravizada antes da abolição em 1888. A produção agrícola voltada para o mercado externo foi um dos pilares da economia brasileira durante séculos, moldando relações sociais, políticas e territoriais.

Entre as alternativas apresentadas, a correta é a C), que destaca o fato de o sistema de plantations ter privilegiado cultivos de origem estrangeira, como o açúcar e o café. Essas culturas foram introduzidas no Brasil e adaptadas às condições locais, tornando-se os principais produtos de exportação em diferentes ciclos econômicos. O açúcar, trazido pelos portugueses, dominou a economia colonial nos séculos XVI e XVII, enquanto o café, originário da África, tornou-se o motor da economia no século XIX.

As demais alternativas não correspondem à realidade histórica. A estrutura das plantations não era marcada por inovações tecnológicas significativas (A), nem reconhecia a baixa rentabilidade do trabalho escravo (B). Além disso, não atuava em regime concorrencial (D), pois era um sistema monopolizado por grandes proprietários, e a infraestrutura de transporte era precária, dependendo principalmente de portos e rotas fluviais (E).

Portanto, a alternativa C é a que melhor reflete as características do sistema de plantations no Brasil, destacando sua dependência de cultivos estrangeiros adaptados ao território nacional para atender à demanda do mercado internacional.

A agricultura no Paraná, assim como em outros estados brasileiros, enfrenta desafios significativos devido a fenômenos meteorológicos extremos, como secas prolongadas ou excesso de chuvas. Esses eventos impactam diretamente a produção agrícola, que é vital para a economia do estado, tanto no comércio interno quanto nas exportações. Diante desse cenário, é essencial buscar práticas sustentáveis e economicamente viáveis para manter a produtividade agrícola sem agravar os problemas ambientais.

Entre as opções apresentadas, a alternativa C) semeadura diretamente no solo, sem retirar a palhada do plantio anterior se destaca como a mais sustentável e de baixo custo. Essa técnica, conhecida como plantio direto, preserva a cobertura vegetal do solo, reduzindo a erosão, mantendo a umidade e melhorando a fertilidade natural da terra. Além disso, evita o uso excessivo de maquinários e insumos químicos, contribuindo para um equilíbrio ecológico e econômico.

As demais alternativas apresentam problemas evidentes. A retirada da vegetação natural (A) aumenta a degradação do solo, enquanto as queimadas (D) causam danos ambientais irreversíveis. O uso de equipamentos modernos (B) e pivôs de irrigação (E), embora eficientes em alguns contextos, demandam alto investimento e consumo de recursos, tornando-se menos acessíveis e sustentáveis a longo prazo. Portanto, o plantio direto é a opção que melhor alinha produtividade, sustentabilidade e viabilidade econômica para o Paraná.

O texto 12A1-I apresenta a visão de Alexander Von Humboldt sobre a relação entre o ser humano e a natureza, destacando a importância tanto da análise científica quanto da experiência sensorial e emocional. Essa perspectiva holística pode ser aplicada à análise da sustentabilidade ambiental, especialmente quando se discute sistemas agrícolas como a monocultura.

A monocultura, ao contrário do que sugere a alternativa A, não valoriza a diversidade social, cultural e natural do campo. Pelo contrário, esse sistema tende a simplificar os ecossistemas, reduzindo a biodiversidade e muitas vezes marginalizando comunidades tradicionais. A alternativa B também está incorreta, pois a monocultura frequentemente prioriza a produtividade em detrimento das necessidades dos trabalhadores agrícolas.

A alternativa C, correta segundo o gabarito, aponta para uma característica fundamental da monocultura: a tensão entre o ciclo biológico e a organização técnica da produção. Esse sistema agrícola muitas vezes tenta superar os limites naturais através de insumos químicos e modificações genéticas, criando um desequilíbrio ecológico. Essa abordagem contrasta com a visão humboldtiana de interação harmoniosa com a natureza.

As alternativas D e E estão igualmente equivocadas. A monocultura não oferece proteção extra aos ecossistemas (D), sendo frequentemente associada à degradação ambiental. Também não previne conflitos pela preservação ambiental (E), já que sua expansão muitas vezes gera disputas por terras e recursos naturais.

Portanto, a análise da monocultura à luz do pensamento de Humboldt revela um sistema que, ao buscar maximizar a produção, frequentemente ignora os limites biológicos e a complexidade ecológica, confirmando a alternativa C como a correta.

Sobre a agricultura de plantation, a alternativa CORRETA é a letra C). Essa modalidade agrícola caracteriza-se pela monocultura voltada para a exportação de produtos tropicais, como café, cana-de-açúcar, cacau e outros. Sua estrutura baseia-se na utilização de grandes extensões de terra (latifúndios), mão de obra barata e, muitas vezes, pouco qualificada, além de se concentrar em regiões com solos férteis e relevo plano, facilitando a mecanização em alguns casos.

Essa prática é comum em países da América Latina, África e Ásia, onde as condições climáticas e geográficas favorecem o cultivo de produtos tropicais demandados pelo mercado internacional. Historicamente, a agricultura de plantation está associada a ciclos econômicos extrativistas e a relações de trabalho muitas vezes precárias, como o uso de mão de obra escrava no passado ou trabalhadores com baixa remuneração no presente.

As outras alternativas não correspondem às características da agricultura de plantation. A alternativa A) descreve práticas mais associadas a cultivos em várzeas, como o arroz, e não à monocultura exportadora. A B) refere-se à agricultura itinerante, comum em áreas de fronteira agrícola, enquanto a D) descreve técnicas de cultivo em áreas montanhosas, como o terraceamento, que não se aplicam ao modelo de plantation.