Questões Sobre Urbanização em países desenvolvidos - Geografia - concurso

A urbanização contemporânea tem passado por transformações significativas, como apontado no texto de Lencioni (2015), que destaca a tendência de formação de grandes regiões urbanas coesas, marcadas pela dispersão e pela integração entre aglomerações antes isoladas. Esse fenômeno está diretamente relacionado ao avanço do meio técnico-científico-informacional, que não só impulsiona a globalização, mas também redefine a organização espacial das cidades, dando origem às megalópoles.

A alternativa B está correta, pois as megalópoles emergem como espaços privilegiados da economia global, concentrando atividades econômicas de alto impacto e sedes de grandes corporações. No Brasil, a megalópole formada pelo eixo Rio-São Paulo exemplifica essa dinâmica, integrando cidades em uma rede urbana complexa e economicamente relevante.

As demais alternativas apresentam imprecisões. Megalópoles não se confundem necessariamente com megacidades (alternativa D), e a definição de cidades globais (alternativa C) não se limita à densidade populacional, mas à influência política e econômica em escala mundial. Além disso, a China, embora possua grandes aglomerações urbanas, não é citada como detentora do maior número de megalópoles (alternativa E), e a informação sobre a primeira megalópole BosWash (alternativa A) não está correta em relação ao período e aos dados populacionais mencionados.

Portanto, a formação de megalópoles reflete as mudanças estruturais da urbanização no contexto da globalização, consolidando espaços de intensa conexão e centralidade econômica.

Sobre o crescimento urbano na Europa, é CORRETO afirmar:

• C) No início do século XIX, Londres era a única cidade europeia com mais de 1 milhão de habitantes.

Esta afirmação está correta, pois, historicamente, Londres foi a primeira cidade europeia a atingir esse marco populacional durante a Revolução Industrial, consolidando-se como o principal centro urbano da época. As demais alternativas apresentam imprecisões:

• A) Os corredores urbanos na Europa tornaram-se mais evidentes apenas no século XX, especialmente com a expansão das redes de transporte e a conurbação.
• B) As transformações econômicas e sociais ligadas a novas matrizes energéticas (como carvão e eletricidade) ganharam força no século XIX, não no XVIII.
• D) O terrorismo na Europa tem causas complexas e não está diretamente ligado ao crescimento urbano descontrolado, que, aliás, é menos intenso no continente em comparação com outras regiões do mundo.
• E) Embora as hidrovias tenham sido importantes no passado, o crescimento demográfico atual está mais associado a fatores como migração, economia e infraestrutura terrestre.

Portanto, a alternativa C é a única que reflete com precisão um aspecto histórico do desenvolvimento urbano europeu.

Em estudos recentes no âmbito das relações homem-meio e no que tange aos conceitos geográficos, um dos temas em evidência é a caracterização dos deslugares ou não lugares, definidos como espaços intensamente transformados pela ação antrópica, desvinculados culturalmente dos seus entornos e considerados estandardizados, iguais em qualquer lugar do mundo.

Esses espaços refletem a padronização imposta pela globalização e pela lógica do consumo, perdendo suas particularidades locais em prol de uma identidade genérica. Exemplos clássicos incluem os portos revitalizados em grandes áreas urbanas, como o "Bayside" em Miami ou a Estação das Docas em Belém, além dos Shoppings Centers, que reproduzem um modelo arquitetônico e funcional semelhante em diferentes regiões do planeta.

A opção B) é a correta porque capta a essência do conceito de não lugares, cunhado pelo antropólogo Marc Augé, que destaca a efemeridade e a falta de raízes culturais nesses espaços. Eles são projetados para o trânsito rápido e a experiência homogênea, contrastando com os "lugares" tradicionais, carregados de história e identidade.

Enquanto as outras alternativas mencionam transformações naturais ou preservação cultural, apenas a alternativa B) aborda diretamente a padronização e a desconexão cultural típicas dos não lugares, consolidando-se como a resposta mais adequada ao tema proposto.

O texto de Ana Fani destaca a importância da Geografia em compreender a cidade como um espaço dinâmico, moldado por práticas sociais e processos de reprodução espacial. Nesse contexto, a urbanização intensificada a partir da Revolução Industrial na Europa representa um marco histórico que transformou radicalmente a organização do espaço urbano. A concentração de indústrias, trabalhadores e infraestruturas nas cidades levou a uma maior densidade populacional e funcional, caracterizando um fenômeno central para a análise geográfica.

A afirmação de que a urbanização produziu maior densidade no espaço urbano está correta (C), pois esse período consolidou padrões de ocupação mais compactos, com sobreposição de funções residenciais, produtivas e de circulação. Esse processo não apenas alterou a morfologia das cidades, mas também criou novas dinâmicas socioespaciais, como segregação e especialização de áreas, temas caros à Geografia Urbana.

Portanto, a densificação é uma característica intrínseca ao processo de urbanização industrial, confirmando a pertinência da alternativa C como resposta correta. A análise geográfica desse fenômeno continua essencial para entender tanto os desafios históricos quanto as transformações contemporâneas nas cidades.

A expansão das atividades comerciais durante a Baixa Idade Média foi um fenômeno marcante, impulsionado por cidades como Veneza, que se destacaram como polos de trocas e negociações. O texto apresentado demonstra como Veneza, mesmo nominalmente subordinada ao Império Bizantino, consolidou-se como uma cidade-estado independente e essencialmente comercial. Sua singularidade residia no fato de não depender da agricultura, mas sim do comércio, estabelecendo relações tanto com Constantinopla quanto com o mundo islâmico. Essa característica evidencia o papel central das cidades mercantis no desenvolvimento econômico da época.

A alternativa correta, A) importância das cidades comerciais, reflete justamente esse contexto. Veneza, assim como outras cidades medievais, tornou-se um eixo vital para a circulação de mercadorias, ideias e culturas, dinamizando a economia e rompendo com a estrutura predominantemente rural do feudalismo. Enquanto outras opções sugerem integração campo-cidade (B), influência da Igreja (C), controle nobiliárquico (D) ou regulação imperial (E), nenhuma delas capta com tanta precisão o protagonismo das cidades no cenário comercial da Baixa Idade Média.

Portanto, a ascensão de Veneza como potência mercantil ilustra a transformação econômica e social desse período, no qual as cidades comerciais emergiram como agentes fundamentais na reconfiguração das relações econômicas e no início de uma nova fase histórica.

O texto apresentado relata uma grave situação de poluição atmosférica em regiões do nordeste da China, com níveis alarmantes de partículas nocivas, chegando a 50 vezes acima do recomendado pela OMS. Esse cenário está diretamente relacionado ao processo de urbanização acelerado, que, associado a pressões econômicas e à falta de planejamento ambiental, resulta em impactos significativos na qualidade do ar e na saúde da população.

A alternativa correta é a C), pois reflete a realidade de muitas cidades chinesas que cresceram rapidamente sem a devida atenção às questões ambientais. O desenvolvimento industrial e urbano desenfreado, sem políticas eficazes de controle de emissões, é um dos principais fatores por trás da poluição extrema observada. Enquanto outras opções mencionam elementos como metropolização planejada, desvalorização da moeda ou autoritarismo governamental, nenhuma delas explica de forma tão direta e coerente o fenômeno descrito na notícia.

Portanto, a combinação entre urbanização acelerada, pressão por crescimento econômico e ausência de um planejamento ambiental adequado é a explicação mais precisa para o problema enfrentado pelas cidades chinesas, como Shenyang e Changchun, conforme destacado no texto.