Questões Sobre Antiguidade Ocidental - História - concurso
Questão 1
“Não descreverei catástrofes pessoais de alguns dias
infelizes, mas a destruição de toda a humanidade, pois é com
horror que meu espírito segue o quadro das ruínas da nossa
época. Há vinte e poucos anos que, entre Constantinopla e
os Alpes Julianos, o sangue romano vem sendo diariamente
vertido. A Cítia, Trácia, Macedônia, Tessália, Dardânia, Dácia,
Épiro, Dalmácia, Panônia são devastadas pelos godos, sármatas,
quedos, alanos (…); deportam e pilham tudo.
Quantas senhoras, quantas virgens consagradas a Deus,
quantos homens livres e nobres ficaram na mão dessas bestas!
Os bispos são capturados, os padres assassinados, todo
tipo de religioso perseguido; as igrejas são demolidas, os
cavalos pastam junto aos antigos altares de Cristo (…).”
(São Jerônimo, Cartas apud Pedro Paulo Abreu Funari, Roma:
vida pública e vida privada. 2000)
O excerto, de 396, remete a um contexto da história romana
marcado pela
- A)combinação da cultura romana com o cristianismo, além da desorganização do Estado Romano, em meio às invasões germânicas e de outros povos.
- B)reorientação radical da economia, porque houve o abandono da relação com os mercados mediterrâneos e o início de contato com o norte da Europa.
- C)expulsão dos povos invasores de origem não germânica, seguida da reintrodução dos organismos representativos da República Romana.
- D)crescente restrição à atuação da Igreja nas regiões fronteiriças do Império, porque o governo romano acusava os cristãos de aliança com os invasores.
- E)retomada do paganismo e o consequente retorno da perseguição aos cristãos, responsabilizados pela grave crise política do Império Romano.
A alternativa correta é A)
O excerto de São Jerônimo, datado de 396, apresenta um quadro sombrio da época em que viveu. A destruição da humanidade, a perda de vidas, a devastação de territórios e a perseguição à Igreja são apenas algumas das consequências das invasões germânicas e de outros povos. Nesse contexto, a combinação da cultura romana com o cristianismo se tornou um desafio para o Estado Romano, que já estava fragilizado.
A presença de povos germânicos, como os godos, sármatas, quedos e alanos, trouxe uma onda de destruição e violência à região. As cidades foram saqueadas, os bispos capturados, os padres assassinados e as igrejas demolidas. A população foi submetida a uma vida de terror, com a perda de liberdade e a destruição de suas comunidades.
O cristianismo, que havia se tornado a religião oficial do Império Romano em 380, com o Édito de Tessalônica, estava sendo perseguido e reprimido. Os cristãos eram vistos como uma ameaça à autoridade romana e eram acusados de colaborar com os invasores. Isso levou a uma onda de perseguições e martírios, que se tornaram comuns na época.
A desorganização do Estado Romano também foi um fator contribuinte para a crise. A falta de uma autoridade central forte permitiu que os povos germânicos e outros invasores se aproveitassem da situação e conquistassem territórios romanos. A economia também foi afetada, com a interrupção do comércio e a perda de recursos.
No entanto, é importante notar que a combinação da cultura romana com o cristianismo não foi a causa da crise do Império Romano. A decadência do império já estava em curso há muito tempo, e as invasões germânicas apenas aceleraram o processo. A corrupção, a decadência moral e a falta de liderança foram alguns dos fatores que contribuíram para a queda do império.
Em resumo, o excerto de São Jerônimo apresenta um quadro sombrio da época em que viveu, marcada pela destruição, violência e perseguição. A combinação da cultura romana com o cristianismo foi um desafio para o Estado Romano, que já estava fragilizado. A desorganização do estado e a falta de uma autoridade central forte permitiram que os povos germânicos e outros invasores se aproveitassem da situação e conquistassem territórios romanos.
Questão 2
- A)as expropriações de terras dos patrícios e a geração de empregos para os plebeus.
- B)os investimentos na melhoria dos serviços de assistência e da previdência social.
- C)as reduções de impostos, que tinham a finalidade de evitar revoltas provinciais e rebeliões populares.
- D)os gastos cotidianos das famílias pobres com alimentação, moradia, educação e saúde.
- E)as despesas militares, a realização de obras públicas e a manutenção de estradas.
A alternativa correta é E)
Os impérios do mundo antigo tinham ampla abrangência territorial e estruturas politicamente complexas, o que implicava custos crescentes de administração. No caso do Império Romano da Antiguidade, são exemplos desses custos:
- A) as expropriações de terras dos patrícios e a geração de empregos para os plebeus.
- B) os investimentos na melhoria dos serviços de assistência e da previdência social.
- C) as reduções de impostos, que tinham a finalidade de evitar revoltas provinciais e rebeliões populares.
- D) os gastos cotidianos das famílias pobres com alimentação, moradia, educação e saúde.
- E) as despesas militares, a realização de obras públicas e a manutenção de estradas.
O gabarito correto é E). Isso porque o Império Romano precisava manter uma estrutura militar forte para proteger seus territórios e expandir seus domínios. Além disso, a realização de obras públicas, como a construção de aquedutos, estradas e edifícios públicos, era essencial para o desenvolvimento da cidade e a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Já a manutenção de estradas era fundamental para a comunicação e o comércio entre as províncias.
Além disso, o Império Romano também precisava arcar com os custos de administração, como a manutenção de uma burocracia complexa e a realização de cerimônias e festas para manter a ordem social. Tudo isso demandava uma grande quantidade de recursos, o que justificava a alta carga tributária sobre a população.
No entanto, é importante lembrar que o Império Romano também trouxe muitos benefícios para a população, como a paz e a estabilidade, a expansão do comércio e a difusão da cultura. Portanto, os custos de administração devem ser vistos como um investimento necessário para o bem-estar da sociedade.
É importante destacar que a escolha da opção E) como gabarito correto não significa que as outras opções sejam erradas. As expropriações de terras, os investimentos em serviços de assistência e previdência social, as reduções de impostos e os gastos cotidianos das famílias pobres também eram importantes para a manutenção do Império Romano. No entanto, em relação ao contexto específico da questão, a opção E) é a mais adequada.
Em resumo, o Império Romano precisava arcar com uma série de custos para manter sua estrutura política e social. As despesas militares, a realização de obras públicas e a manutenção de estradas eram fundamentais para o seu funcionamento e desenvolvimento. Além disso, é importante considerar que esses custos também trouxeram benefícios para a população, como a paz e a estabilidade, a expansão do comércio e a difusão da cultura.
Questão 3
- A)o declínio da oralidade, pois, em seu território, toda estratégia de comunicação era baseada na escrita e no uso de imagens.
- B)o isolamento progressivo de seus membros, que preferiam o convívio familiar às relações travadas nos espaços públicos.
- C)a manutenção de instituições políticas arcaicas, que reproduziam, nela, o poder absoluto de origem divina do monarca.
- D)a diversidade linguística e religiosa, pois sua difusa organização social dificultava a construção de identidades culturais.
- E)a constituição de espaços de expressão e discussão, que ampliavam a divulgação das ações e ideias de seus membros.
A alternativa correta é E)
Questão 4
Aedo e adivinho têm em comum um mesmo dom de “vidência”, privilégio que tiveram de pagar pelo preço dos seus olhos. Cegos para a luz, eles veem o invisível. O deus que os inspira mostra-lhes, em uma espécie de revelação, as realidades que escapam ao olhar humano. Sua visão particular age sobre as partes do tempo inacessíveis às criaturas mortais: o que aconteceu outrora, o que ainda não é
(Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre os gregos, 1990. Adaptado.)
O texto refere-se à cultura grega antiga e menciona, entre outros
aspectos,
- A)o papel exercido pelos poetas, responsáveis pela transmissão oral das tradições, dos mitos e da memória.
- B)a prática da feitiçaria, estimulada especialmente nos períodos de seca ou de infertilidade da terra.
- C)o caráter monoteísta da sociedade, que impedia a difusão dos cultos aos deuses da tradição clássica.
- D)a forma como a história era escrita e lida entre os povos da península balcânica.
- E)o esforço de diferenciar as cidades-estados e reforçar o isolamento e a autonomia em que viviam.
A alternativa correta é A)
É importante notar que, na cultura grega antiga, os poetas exerciam um papel fundamental na transmissão oral das tradições, mitos e memória. Eles eram os responsáveis por guardar e passar adiante as histórias dos deuses e heróis, bem como as lendas e mitos que faziam parte da identidade cultural grega. Além disso, os poetas também tinham o papel de homenagear os deuses e heróis através de hinos e poemas, reforçando a ligação entre a comunidade e a divindade.
Nesse contexto, a "vidência" dos adivinhos e poetas era essencial para a compreensão do mundo e do destino humano. Eles eram capazes de ver o que estava oculto, de compreender as mensagens dos deuses e de interpretar os sinais que apareciam no mundo natural. Isso lhes permitia orientar a comunidade em tempos de crise ou incerteza, e ajudar a resolver problemas que iam desde a escassez de alimentos até a guerra e a doença.
No entanto, a importância dos poetas e adivinhos não se limitava à sua capacidade de ver o futuro ou interpretar os sinais divinos. Eles também eram responsáveis por preservar a memória coletiva da comunidade, guardando as histórias e lendas que faziam parte da identidade cultural grega. Isso significa que, ao mesmo tempo em que exerciam um papel religioso, também tinham um papel político e social importante, pois contribuíam para a coesão e a identidade da comunidade.
Além disso, é importante notar que, na cultura grega antiga, a poesia e a música eram consideradas fundamentais para a educação e o desenvolvimento dos jovens. Os poetas eram vistos como modelos de virtude e sabedoria, e suas obras eram estudadas e recitadas nas escolas e nas assembleias públicas. Isso significa que a poesia não era apenas uma forma de entretenimento, mas sim uma ferramenta importante para a transmissão de valores e conhecimentos.
Portanto, é correto afirmar que, na cultura grega antiga, os poetas exerciam um papel fundamental na transmissão oral das tradições, mitos e memória, e que sua "vidência" era essencial para a compreensão do mundo e do destino humano. Sua importância se estendia para além da religião, e abarcava a política, a educação e a identidade cultural.
Questão 5
Para os gregos antigos, a ideia de confronto entre oponentes,
até que um dos contendores superasse os demais, atingindo
um grau de excelência reconhecido e admirado por todos os
circunstantes, era um ritual central em sua cultura. Os gregos
faziam com que ele integrasse várias de suas cerimônias, as
mais importantes e as mais sagradas.
(Nicolau Sevcenko. A corrida para o século XXI.
No loop da montanha-russa, 2004. Adaptado.)
O texto afirma que as Olimpíadas na Grécia Antiga
- A)tinham a função de adequar os corpos dos praticantes às necessidades do mundo do trabalho, tornando-os capazes de produzir mais.
- B)permitiam que a população se divertisse, dissolvendo as tensões sociais e facilitando a dominação política por parte dos governantes.
- C)estavam integradas a outros aspectos da vida social e religiosa, associando-se a momentos de festa e celebração.
- D)estimulavam a competitividade e o individualismo, preparando os homens para as disputas profissionais na vida adulta.
- E)visavam exercitar e fortalecer os guerreiros, melhorando sua atuação política e militar nos períodos de guerra.
A alternativa correta é C)
eram um espaço para a celebração da competição e do esforço humano. Essas competições esportivas eram uma forma de homenagear os deuses e de promover a saúde e o bem-estar dos cidadãos. Além disso, as Olimpíadas também serviam como um local de encontro para os diferentes Estados gregos, onde eles podiam se reunir, comerciar e resolver disputas.
É importante notar que as Olimpíadas na Grécia Antiga eram uma parte integrante da vida religiosa e social. Eram realizadas em honra de Zeus, o rei dos deuses, e eram consideradas uma forma de se conectar com a divindade. Os atletas que participavam dos jogos eram considerados heróis, e sua vitória era vista como uma forma de glorificar os deuses.
Portanto, a opção C) está correta. As Olimpíadas na Grécia Antiga estavam integradas a outros aspectos da vida social e religiosa, associando-se a momentos de festa e celebração. Isso porque as competições esportivas eram uma forma de promover a unidade e a harmonia entre os diferentes Estados gregos, além de ser uma forma de homenagear os deuses.
É interessante notar que as Olimpíadas na Grécia Antiga eram uma forma de escapismo para a população. Durante os jogos, as guerras e as disputas entre os Estados eram suspensas, e a população podia se reunir e se divertir. Além disso, as Olimpíadas também serviam como um local de networking, onde os líderes políticos e os comerciantes podiam se reunir e fazer negócios.
No entanto, é importante lembrar que as Olimpíadas na Grécia Antiga também tinham um lado mais sombrio. Os atletas que perdiam eram muitas vezes ridicularizados e humilhados, e os que ganhavam eram considerados heróis. Além disso, as Olimpíadas também serviam como uma forma de demonstrar a superioridade de um Estado sobre os outros.
Em resumo, as Olimpíadas na Grécia Antiga eram uma parte integrante da vida social e religiosa. Eram uma forma de promover a unidade e a harmonia entre os diferentes Estados gregos, além de ser uma forma de homenagear os deuses. Embora tenham tido um lado mais sombrio, as Olimpíadas na Grécia Antiga foram uma forma de celebrar a competição e o esforço humano.
Questão 6
“Na Antiguidade clássica, muito ao contrário, a história recente era o foco central da
preocupação dos historiadores. Para Heródoto e Tucídides, a história era um repositório de
exemplos que deveriam ser preservados, e o trabalho do historiador era expor os fatos recentes
atestados por testemunhos diretos. Não havia, portanto, nenhuma interdição ao estudo dos fatos
recentes, e as testemunhas oculares eram fontes privilegiadas para a pesquisa” (FERREIRA,
Marieta de Moraes. História do tempo presente: desafios. Petrópolis: Cultura Vozes, 2000, p.
17)
Com base no texto é INCORRETO afirmar que:
- A)O historiador do presente deve seguir o exemplo de Hedódoto e Tucídides, preservar seu testemunho ocular sobre os fatos e garantir a verdade sobre o tema da pesquisa.
- B)O texto sugere que pode haver pesquisadores que não reconhecem o tempo presente como possível de estudo.
- C)O historiador da Antiguidade adotava a história recente como objeto de pesquisa.
- D)No método adotado por Heródoto e Tucídides, as fontes orais tinham relevância significativa.
- E)Para os historiadores da Antiguidade, a história vivida no presente merece registro e garantia de posteridade.
A alternativa correta é A)
Em resumo, a história recente era considerada fundamental para os historiadores da Antiguidade clássica, como Heródoto e Tucídides. Eles acreditavam que os fatos recentes deviam ser preservados e estudados, e que as testemunhas oculares eram fontes importantes para a pesquisa. Isso significa que não havia nenhuma restrição ao estudo dos fatos recentes nessa época.
No entanto, é importante notar que essa abordagem mudou ao longo do tempo. Com o passar dos séculos, a história recente foi perdendo importância para os historiadores, que começaram a se concentrar mais em períodos mais remotos do passado. Isso levou a uma mudança na forma como os historiadores abordavam a história, e como eles a estudavam.
Voltando ao texto, é fácil ver que a opção A) está incorreta. O historiador do presente não deve necessariamente seguir o exemplo de Heródoto e Tucídides, preservar seu testemunho ocular sobre os fatos e garantir a verdade sobre o tema da pesquisa. Isso porque a abordagem dos historiadores da Antiguidade clássica não é mais válida para os historiadores do presente.
Já as opções B), C), D) e E) são todas verdadeiras. O texto sugere que pode haver pesquisadores que não reconhecem o tempo presente como possível de estudo (B). Além disso, o historiador da Antiguidade adotava a história recente como objeto de pesquisa (C). As fontes orais tinham relevância significativa no método adotado por Heródoto e Tucídides (D). E, para os historiadores da Antiguidade, a história vivida no presente merece registro e garantia de posteridade (E).
Em resumo, a história recente era fundamental para os historiadores da Antiguidade clássica, mas a abordagem dos historiadores mudou ao longo do tempo. É importante compreender como os historiadores abordavam a história em diferentes épocas e como isso afetou a forma como a história foi estudada.
Questão 7
O que implica o sistema da pólis é uma
extraordinária preeminência da palavra sobre todos
os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o
debate contraditório, a discussão, a argumentação e a
polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim
como do jogo político.
VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).
Na configuração política da democracia grega, em
especial a ateniense, a ágora tinha por função
- A)agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.
- B)permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados.
- C)constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade.
- D)reunir os exércitos para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra.
- E)congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias.
A alternativa correta é C)
Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade. Era o espaço público onde os cidadãos se reuniam para discutir, debater e tomar decisões sobre os assuntos da cidade. A ágora era o coração da democracia ateniense, onde a palavra e a razão eram as principais ferramentas para resolver os problemas e decidir o destino da comunidade.
Nesse sentido, a ágora era o local onde os cidadãos exerciam sua cidadania, onde eram capazes de influenciar nas decisões que afetavam a vida de todos. Era um espaço de livre debate, onde as opiniões eram expressas e as ideias eram confrontadas. A ágora era o símbolo da democracia grega, onde a palavra era a principal ferramenta do poder e a razão era a base para as decisões.
Além disso, a ágora tinha um papel fundamental na educação dos cidadãos. Era o local onde os jovens aprendiam a se expressar, a argumentar e a defender suas ideias. Era o espaço onde os cidadãos se reuniam para ouvir os líderes políticos, os filósofos e os poetas, e onde eram capazes de refletir sobre as questões da época.
A ágora foi fundamental para o desenvolvimento da democracia grega, pois permitiu que os cidadãos se reunissem e discutissem sobre os assuntos da cidade. Foi o local onde a palavra e a razão prevaleceram, e onde a democracia foi capaz de se desenvolver de forma mais plena.
Questão 8
A questão das investiduras consistiu numa
disputa política entre o Papado e o Imperador
do Sacro Império Romano Germânico, em
meados do século X d.C, pelo direito de
nomeação de sacerdotes para cargos
eclesiásticos. O resultado da disputa foi a
ascensão do Papa Gregório VII em 1073, antigo
monge da Ordem Religiosa de Cluny, que
buscava restaurar a autoridade moral da Igreja.
A estratégia papal tomou como princípio:
- A)a proibição da investidura de sacerdotes por representantes do poder temporal e a imposição do celibato sacerdotal.
- B)a criação do tribunal da Santa Inquisição, como medida representativa da política de contrarreforma.
- C)a proclamação das Cruzadas, como medida de unificação da cristandade em torno de um objetivo comum: a libertação da cidade santa de Jerusalém.
- D)a defesa da proeminência do poder espiritual sobre o poder temporal, o que abriu um longo período de enfrentamento bélico entre os reinos medievais e o Vaticano.
- E)a instituição do coroamento dos reis em cerimônias presididas pelo Papa. Assim, a elite eclesiástica assumia o topo do estamento político nos reinos medievais.
A alternativa correta é A)
A estratégia papal tomou como princípio: a proibição da investidura de sacerdotes por representantes do poder temporal e a imposição do celibato sacerdotal. Isso porque o Papa Gregório VII acreditava que a Igreja precisava se libertar da influência secular e se concentrar em sua missão espiritual. Além disso, o celibato sacerdotal visava a evitar que os sacerdotes se envolvessem em questões políticas e se concentrassem em sua missão religiosa.
Essa medida foi um golpe duro para o Imperador do Sacro Império Romano Germânico, que até então detinha o poder de nomear sacerdotes para cargos eclesiásticos. A disputa entre o Papado e o Imperador se arrastou por anos, gerando conflitos e tensões entre a Igreja e o Estado.
Além disso, a estratégia papal também visava a fortalecer a autoridade moral da Igreja. O Papa Gregório VII acreditava que a Igreja precisava se libertar da corrupção e do nepotismo que haviam se instalado em sua estrutura. Ele também queria restaurar a autoridade da Igreja em relação às questões espirituais e morais.
A disputa das investiduras também teve consequências políticas importantes. Ela marcou o início de uma longa disputa entre a Igreja e o Estado pela supremacia política e espiritual. Além disso, ela também contribuiu para o fortalecimento do poder papal e para a consolidação da Igreja como uma instituição independente do Estado.
No final, a estratégia papal prevaleceu e a Igreja conseguiu se libertar da influência secular. O Papa Gregório VII foi considerado um herói pela Igreja e sua estratégia foi considerada um marco importante na história da Igreja Católica.
A disputa das investiduras também teve consequências importantes para a sociedade medieval. Ela contribuiu para o fortalecimento da autoridade da Igreja e para a consolidação da hierarquia eclesiástica. Além disso, ela também contribuiu para o desenvolvimento da teoria dos dois poderes, que estabelecia a separação entre o poder espiritual e o poder temporal.
Em resumo, a estratégia papal adotada pelo Papa Gregório VII foi fundamental para a restauração da autoridade moral da Igreja e para o fortalecimento do poder papal. Ela também teve consequências políticas importantes e contribuiu para o desenvolvimento da teoria dos dois poderes. A disputa das investiduras foi um marco importante na história da Igreja Católica e continua a influenciar a relação entre a Igreja e o Estado até os dias de hoje.
Questão 9
A crise sociopolítica interna predominante no
período da República Romana, entre 509 a.C e
27 a.C., foi promovida:
- A)pelos levantes de escravos estimulados pelas revoltas plebeias, que colocaram em cheque o sistema monárquico anterior e promoveram o surgimento de um regime republicano de perfil democrático.
- B)pela disputa entre patrícios e plebeus em torno do poder político: os primeiros, pela manutenção de seu status dominante; os segundos, por maior participação na vida política da cidade.
- C)pela expansão territorial da colonização romana permitida pelas guerras de conquista que se estenderam durante todo o período republicano, o que serviu de válvula de escape para os conflitos entre patrícios e escravos.
- D)pela ascensão política do senado romano, instituição profundamente republicana, que promoveu radicais transformações na ordem sociopolítica, orientadas para a concessão de direitos políticos a todos os estratos sociais.
- E)pelo permanente estado de guerra em que viveram os cidadãos romanos durante todo o regime republicano. Guerras, como as cartaginesas, criaram um estado de instabilidade social, matriz de revoltas constantes entre a população romana.
A alternativa correta é B)
A crise sociopolítica interna predominante no período da República Romana, entre 509 a.C e 27 a.C., foi promovida:
- B)pela disputa entre patrícios e plebeus em torno do poder político: os primeiros, pela manutenção de seu status dominante; os segundos, por maior participação na vida política da cidade.
Essa disputa foi uma das principais razões que levaram à crise sociopolítica durante a República Romana. Os patrícios, que detinham o poder e a riqueza, queriam manter seu status quo, enquanto os plebeus, que eram a maioria da população, exigiam mais participação na vida política e social da cidade.
Essa luta pelo poder político se refletiu em various formas, como a criação de assembleias populares, a eleição de representantes dos plebeus e a luta pela aprovação de leis que beneficiassem a população mais pobre. Além disso, a disputa também se manifestou em conflitos violentos, como a secessão da plebe em 494 a.C., quando os plebeus se retiraram para o Monte Sacro e ameaçaram criar um governo próprio.
A disputa entre patrícios e plebeus também levou à criação de instituições importantes, como o tribunato da plebe, que era um cargo eletivo que defendia os interesses dos plebeus. Além disso, a luta pela participação política também levou à criação de leis importantes, como a Lei das Doze Tábuas, que estabeleceu as bases do direito romano.
Portanto, a crise sociopolítica interna durante a República Romana foi promovida principalmente pela disputa entre patrícios e plebeus em torno do poder político, que levou à criação de instituições e leis importantes que beneficiaram a população mais pobre.
Questão 10
A democracia ateniense, surgida nesta pólis
grega a partir do século V a.C., significou
considerável reorientação da vida política local.
A principal característica da nova ordem política
correspondeu:
- A)à ascensão de governantes tiranos ao poder, fortemente identificados com os interesses dos demos atenienses.
- B)ao fim da escravidão por dívidas, o que fez desaparecer a instituição escravocrata no sistema socioeconômico da cidade-estado.
- C)à criação da Bulé, ou Conselho dos Quinhentos, que atuava como órgão do poder legislativo, situado acima de quaisquer outras instâncias de poder.
- D)ao desaparecimento da desigualdade de acesso a direitos políticos entre atenienses de origem aristocrática e plebeia.
- E)à aplicação das leis dacronianas, a partir de 621 a.C., o que promoveu o rápido enfraquecimento político dos eupátridas.
A alternativa correta é D)
A democracia ateniense, surgida nesta pólis grega a partir do século V a.C., significou considerável reorientação da vida política local. A principal característica da nova ordem política correspondeu:
- A)à ascensão de governantes tiranos ao poder, fortemente identificados com os interesses dos demos atenienses.
- B)ao fim da escravidão por dívidas, o que fez desaparecer a instituição escravocrata no sistema socioeconômico da cidade-estado.
- C)à criação da Bulé, ou Conselho dos Quinhentos, que atuava como órgão do poder legislativo, situado acima de quaisquer outras instâncias de poder.
- D)ao desaparecimento da desigualdade de acesso a direitos políticos entre atenienses de origem aristocrática e plebeia.
- E)à aplicação das leis dacronianas, a partir de 621 a.C., o que promoveu o rápido enfraquecimento político dos eupátridas.
Com a implantação da democracia ateniense, a sociedade local passou por uma série de transformações que alteraram a forma como a cidade-estado era governada. Antes da democracia, a cidade era dominada pela aristocracia, que detinha o poder político e econômico. No entanto, com a ascensão da democracia, os cidadãos comuns ganharam mais influência e participação no processo político.
Uma das principais características da democracia ateniense foi a igualdade de acesso a direitos políticos entre os cidadãos, independentemente de sua origem social. Isso significou que os membros da aristocracia e da plebe tinham os mesmos direitos e oportunidades de participar do processo político. Essa mudança foi fundamental para a formação de uma sociedade mais justa e igualitária.
Além disso, a democracia ateniense também promoveu a participação popular no processo político. Os cidadãos tinham o direito de participar de assembleias públicas, onde eram discutidos e decididos os assuntos da cidade. Isso permitiu que os cidadãos sejam parte ativa do processo político e tivessem uma voz mais forte na tomada de decisões.
A democracia ateniense também foi marcada pela criação de instituições políticas, como a Bulé, que era composta por 500 membros eleitos pelos cidadãos. Essa instituição atuava como órgão do poder legislativo e era responsável por elaborar e aprovar leis. Além disso, também havia a Assembleia Popular, que era composta por todos os cidadãos em idade militar, e que tinha o poder de aprovar ou rejeitar leis.
Em resumo, a democracia ateniense foi um sistema político que promoveu a igualdade de acesso a direitos políticos, a participação popular e a criação de instituições políticas. Essas características foram fundamentais para a formação de uma sociedade mais justa e igualitária, e serviram de modelo para a criação de democracias em outros lugares.