Questões Sobre Antiguidade Ocidental - História - concurso
Questão 11
A cidadania nos Estados nacionais contemporâneos é um fenômeno único na História. Não podemos falar de continuidade do
mundo antigo, de repetição de uma experiência passada e nem
mesmo de um desenvolvimento progressivo que unisse o mundo
contemporâneo ao antigo. São mundos diferentes, com sociedades
distintas, nas quais pertencimento, participação e direitos
têm sentidos diversos.
(Norberto Luiz Guarinello, Cidades-Estado na Antiguidade Clássica.
In PINSKY, Jaime; PINSKY,
Carla Bassanezi (orgs.).
História da Cidadania. São Paulo: Contexto, 2008, p. 29.)
Entre as diferenças que separam o Estado nacional contemporâneo
da cidade-estado da Antiguidade, é possível destacar
- A)o aspecto militar, que no passado era considerado parte das responsabilidades particulares de cada cidadão e hoje é um dever do Estado.
- B)a concepção de cidadania, muito mais restrita à época do que hoje, de tal forma que mulheres, estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos.
- C)a política educacional, de caráter público e direcionada a toda a população no mundo antigo, enquanto hoje coexistem instituições públicas e privadas.
- D)a política de reforma agrária, desnecessária no mundo antigo devido à igualdade econômica existente, enquanto hoje é parte importante das políticas sociais.
- E)a questão econômica, àquela época comandada pelo poder público e hoje sob a responsabilidade dos agentes privados, que gozam de grande autonomia.
A alternativa correta é B)
A cidadania nos Estados nacionais contemporâneos é um fenômeno único na História. Não podemos falar de continuidade do mundo antigo, de repetição de uma experiência passada e nem mesmo de um desenvolvimento progressivo que unisse o mundo contemporâneo ao antigo. São mundos diferentes, com sociedades distintas, nas quais pertencimento, participação e direitos têm sentidos diversos.
(Norberto Luiz Guarinello, Cidades-Estado na Antiguidade Clássica. In PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi (orgs.). História da Cidadania. São Paulo: Contexto, 2008, p. 29.)
Entre as diferenças que separam o Estado nacional contemporâneo da cidade-estado da Antiguidade, é possível destacar
- A)o aspecto militar, que no passado era considerado parte das responsabilidades particulares de cada cidadão e hoje é um dever do Estado.
- B)a concepção de cidadania, muito mais restrita à época do que hoje, de tal forma que mulheres, estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos.
- C)a política educacional, de caráter público e direcionada a toda a população no mundo antigo, enquanto hoje coexistem instituições públicas e privadas.
- D)a política de reforma agrária, desnecessária no mundo antigo devido à igualdade econômica existente, enquanto hoje é parte importante das políticas sociais.
- E)a questão econômica, àquela época comandada pelo poder público e hoje sob a responsabilidade dos agentes privados, que gozam de grande autonomia.
Essas diferenças são fundamentais para entendermos como a cidadania se constrói e se desenvolve em diferentes contextos históricos e sociais. A cidadania não é um conceito estático, mas sim dinâmico, que se transforma e se adapta às necessidades e desafios de cada época.
Além disso, é importante notar que a cidadania não é exclusividade dos Estados nacionais contemporâneos. Outras formações políticas, como as cidades-estados da Antiguidade, também tiveram suas próprias concepções de cidadania e de participação política. Essas experiências podem servir de inspiração e de lição para as nossas próprias práticas e concepções de cidadania.
Em resumo, a cidadania é um conceito complexo e multifacetado, que se constrói e se desenvolve em diferentes contextos históricos e sociais. É importante entender suas diferenças e semelhanças entre as formações políticas antigas e contemporâneas, a fim de construir uma cidadania mais justa e mais participativa.
Para além disso, é fundamental reconhecer que a cidadania é um direito fundamental do ser humano, que deve ser garantido e promovido em todos os contextos sociais e políticos. É nossa responsabilidade, como cidadãos, trabalhar para construir uma sociedade mais justa e mais igualitária, onde todos os indivíduos possam exercer plenamente seus direitos e participar ativamente da vida política.
Essa é a grande desafio da cidadania nos dias atuais: construir uma sociedade que seja capaz de promover a igualdade, a justiça e a participação política de todos os indivíduos, independentemente de sua origem, gênero, raça ou condição social. É um desafio que exige a participação ativa de todos os cidadãos, mas que também pode ser uma oportunidade para construir uma sociedade mais justa e mais igualitária.
Portanto, é fundamental que continuemos a refletir sobre a cidadania e sua importância na construção de uma sociedade mais justa e mais participativa. A cidadania é um direito fundamental do ser humano, e é nossa responsabilidade trabalhar para garantir que todos os indivíduos possam exercer plenamente seus direitos e participar ativamente da vida política.
Em síntese, a cidadania é um conceito complexo e multifacetado, que se constrói e se desenvolve em diferentes contextos históricos e sociais. É importante entender suas diferenças e semelhanças entre as formações políticas antigas e contemporâneas, a fim de construir uma cidadania mais justa e mais participativa.
Questão 12
É a partir do século VIII a.C. que começamos a entrever, em diferentes regiões do Mediterrâneo, o progressivo surgimento das cidades-Estados ou pólis. Elas formaram a organização social e política dominante das comunidades organizadas ao longo do Mediterrâneo nos séculos seguintes.
(Norberto Luiz Guarinello, História Antiga, 2013, p. 77. Adaptado)
Nas pólis, é correto
- A)assinalar a crescente importância da mulher e da família nos espaços públicos.
- B)reconhecer a presença de espaços públicos, caso da ágora.
- C)destacar uma característica: a inexistência de espaços rurais.
- D)identificar a acumulação de capital pela ação do Estado.
- E)apontar para a sua essência: a organização urbana estruturada para a guerra.
A alternativa correta é B)
É a partir do século VIII a.C. que começamos a entrever, em diferentes regiões do Mediterrâneo, o progressivo surgimento das cidades-Estados ou pólis. Elas formaram a organização social e política dominante das comunidades organizadas ao longo do Mediterrâneo nos séculos seguintes.
(Norberto Luiz Guarinello, História Antiga, 2013, p. 77. Adaptado)
Nas pólis, é correto
- B)reconhecer a presença de espaços públicos, caso da ágora.
Essas cidades-Estados, como Atenas e Esparta, eram caracterizadas por terem um governo próprio, uma constituição e uma estrutura administrativa definida. Além disso, possuíam uma economia baseada na agricultura, comércio e artesanato, e uma cultura rica em manifestações artísticas, filosóficas e literárias.
A ágora, como espaço público, era um local de grande importância nas pólis, pois era onde se reuniam os cidadãos para discutir assuntos políticos, realizar comércio e realizar rituais religiosos. Era um espaço de encontro, de discussão e de deliberação, onde os cidadãos exerciam sua cidadania.
É importante notar que as pólis não eram apenas centros urbanos, mas também tinham uma área rural em seu entorno, onde se desenvolviam as atividades agrícolas e pastoris. Essa área rural era fundamental para o abastecimento da cidade e para a economia como um todo.
Além disso, as pólis também eram conhecidas por suas realizações culturais, como a filosofia, a arte e a literatura. Foi em Atenas, por exemplo, que surgiram grandes filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, que contribuíram significativamente para o desenvolvimento do pensamento ocidental.
Portanto, é correto afirmar que nas pólis, a presença de espaços públicos, como a ágora, era uma característica importante, pois era onde se desenvolviam as atividades políticas, econômicas, sociais e culturais da cidade.
Questão 13
Em certos aspectos, os gregos da Antiguidade foram
sempre um povo disperso. Penetraram em pequenos grupos
no mundo mediterrânico e, mesmo quando se instalaram e
acabaram por dominá-lo, permaneceram desunidos na sua
organização política. No tempo de Heródoto, e muito antes
dele, encontravam-se colônias gregas não somente em toda
a extensão da Grécia atual, como também no litoral do Mar
Negro, nas costas da atual Turquia, na Itália do sul e na
Sicília oriental, na costa setentrional da África e no litoral
mediterrânico da França. No interior desta elipse de uns
2500 km de comprimento, encontravam-se centenas e
centenas de comunidades que amiúde diferiam na sua
estrutura política e que afirmaram sempre a sua soberania.
Nem então nem em nenhuma outra altura, no mundo
antigo, houve uma nação, um território nacional único
regido por uma lei soberana, que se tenha chamado Grécia
(ou um sinônimo de Grécia).
M. I. Finley. O mundo de Ulisses. Lisboa: Editorial
Presença, 1972. Adaptado.
Com base no texto, pode-se apontar corretamente
- A)a desorganização política da Grécia antiga, que sucumbiu rapidamente ante as investidas militares de povos mais unidos e mais bem preparados para a guerra, como os egípcios e macedônios.
- B)a necessidade de profunda centralização política, como a ocorrida entre os romanos e cartagineses, para que um povo pudesse expandir seu território e difundir sua produção cultural.
- C)a carência, entre quase todos os povos da Antiguidade, de pensadores políticos, capazes de formular estratégias adequadas de estruturação e unificação do poder político
- D)a inadequação do uso de conceitos modernos, como nação ou Estado nacional, no estudo sobre a Grécia antiga, que vivia sob outras formas de organização social e política.
- E)a valorização, na Grécia antiga, dos princípios do patriotismo e do nacionalismo, como forma de consolidar política e economicamente o Estado nacional.
A alternativa correta é D)
Em certos aspectos, os gregos da Antiguidade foram sempre um povo disperso. Penetraram em pequenos grupos no mundo mediterrânico e, mesmo quando se instalaram e acabaram por dominá-lo, permaneceram desunidos na sua organização política. No tempo de Heródoto, e muito antes dele, encontravam-se colônias gregas não somente em toda a extensão da Grécia atual, como também no litoral do Mar Negro, nas costas da atual Turquia, na Itália do sul e na Sicília oriental, na costa setentrional da África e no litoral mediterrânico da França. No interior desta elipse de uns 2500 km de comprimento, encontravam-se centenas e centenas de comunidades que amiúde diferiam na sua estrutura política e que afirmaram sempre a sua soberania. Nem então nem em nenhuma outra altura, no mundo antigo, houve uma nação, um território nacional único regido por uma lei soberana, que se tenha chamado Grécia (ou um sinônimo de Grécia).
M. I. Finley. O mundo de Ulisses. Lisboa: Editorial Presença, 1972. Adaptado.
Com base no texto, pode-se apontar corretamente
- A)a desorganização política da Grécia antiga, que sucumbiu rapidamente ante as investidas militares de povos mais unidos e mais bem preparados para a guerra, como os egípcios e macedônios.
- B)a necessidade de profunda centralização política, como a ocorrida entre os romanos e cartagineses, para que um povo pudesse expandir seu território e difundir sua produção cultural.
- C)a carência, entre quase todos os povos da Antiguidade, de pensadores políticos, capazes de formular estratégias adequadas de estruturação e unificação do poder político
- D)a inadequação do uso de conceitos modernos, como nação ou Estado nacional, no estudo sobre a Grécia antiga, que vivia sob outras formas de organização social e política.
- E)a valorização, na Grécia antiga, dos princípios do patriotismo e do nacionalismo, como forma de consolidar política e economicamente o Estado nacional.
Portanto, a resposta correta é a opção D), pois o texto destaca a impossibilidade de se aplicar conceitos modernos, como nação ou Estado nacional, ao estudo da Grécia antiga, que possuía uma estrutura política e social diferente daquela que conhecemos hoje.
Além disso, é importante notar que a falta de unidade política na Grécia antiga não foi um obstáculo para o desenvolvimento da cultura e da sociedade grega. Ao contrário, essa fragmentação política permitiu a coexistência de diferentes culturas e tradições, enriquecendo a diversidade cultural do Mediterrâneo.
É interessante perceber que, apesar da falta de unidade política, a Grécia antiga conseguiu se destacar como um centro de cultura e sabedoria, produzindo filósofos, artistas e científicos que influenciaram significativamente o desenvolvimento da humanidade.
Em resumo, a Grécia antiga foi um povo disperso, com uma estrutura política e social única, que não pode ser entendida através de conceitos modernos. A falta de unidade política não foi um obstáculo para o desenvolvimento da cultura e da sociedade grega, e sim uma característica que enriqueceu a diversidade cultural do Mediterrâneo.
Questão 14
Com a expansão da República romana,
tornou-se enorme a diferença entre a
pequena cidade nascida às margens do
Tibre e a poderosa Roma, senhora do
Mediterrâneo. Como consequência, a
cidade passou a sofrer profundas
transformações socioeconômicas.
Podemos afirmar CORRETAMENTE
acerca das transformações sofridas pela
cidade de Roma que
- A)com o crescimento exponencial das receitas, os governantes romanos mantiveram a exploração das regiões conquistadas sob seu exclusivo controle, o que impediu o surgimento de novas fortunas na cidade de Roma.
- B)com novas regiões para administrar, o velho costume das elites romanas de dedicar-se ao ócio, teve de ser abandonado como forma de conter a ameaça às suas fortunas.
- C)apesar das transformações econômicas sofridas, a estrutura política romana manteve-se inalterada, sendo a república governada democraticamente por meio da Câmara dos Comuns.
- D)as constantes guerras de conquista resultaram em um profundo endividamento da cidade, que, por sua vez, levou um número crescente de pessoas a retornarem para regiões agrícolas.
- E)a crítica e desvalorização das práticas comerciais passaram a ser uma forma de defesa das antigas famílias oligarcas romanas, que tinham a origem de suas fortunas na propriedade da terra, contra as influências das novas famílias, que tinham suas fortunas formadas a partir do comércio.
A alternativa correta é E)
Com a expansão da República romana, tornou-se enorme a diferença entre a pequena cidade nascida às margens do Tibre e a poderosa Roma, senhora do Mediterrâneo. Como consequência, a cidade passou a sofrer profundas transformações socioeconômicas.
Podemos afirmar CORRETAMENTE acerca das transformações sofridas pela cidade de Roma que
Com o aumento do poderio romano, a cidade passou a mudar seu panorama socioeconômico. A antiga estrutura social, baseada na propriedade da terra, começou a ser questionada com o surgimento de novas fortunas, formadas a partir do comércio. Isso gerou um conflito entre as antigas famílias oligarcas, que tinham sua origem de fortunas na propriedade da terra, e as novas famílias, que tinham suas fortunas formadas a partir do comércio.
As antigas famílias oligarcas, que detinham o poder político e econômico, viram suas influências ameaçadas pelo surgimento dessas novas famílias. Para defender seus interesses, elas começaram a criticar e desvalorizar as práticas comerciais, argumentando que o comércio era uma atividade indigna e que não era compatível com a dignidade romana.
Essa crítica e desvalorização das práticas comerciais passaram a ser uma forma de defesa das antigas famílias oligarcas romanas, que tinham a origem de suas fortunas na propriedade da terra, contra as influências das novas famílias, que tinham suas fortunas formadas a partir do comércio.
Portanto, a resposta correta é a opção E) a crítica e desvalorização das práticas comerciais passaram a ser uma forma de defesa das antigas famílias oligarcas romanas, que tinham a origem de suas fortunas na propriedade da terra, contra as influências das novas famílias, que tinham suas fortunas formadas a partir do comércio.
- A)com o crescimento exponencial das receitas, os governantes romanos mantiveram a exploração das regiões conquistadas sob seu exclusivo controle, o que impediu o surgimento de novas fortunas na cidade de Roma.
- B)com novas regiões para administrar, o velho costume das elites romanas de dedicar-se ao ócio, teve de ser abandonado como forma de conter a ameaça às suas fortunas.
- C)apesar das transformações econômicas sofridas, a estrutura política romana manteve-se inalterada, sendo a república governada democraticamente por meio da Câmara dos Comuns.
- D)as constantes guerras de conquista resultaram em um profundo endividamento da cidade, que, por sua vez, levou um número crescente de pessoas a retornarem para regiões agrícolas.
- E)a crítica e desvalorização das práticas comerciais passaram a ser uma forma de defesa das antigas famílias oligarcas romanas, que tinham a origem de suas fortunas na propriedade da terra, contra as influências das novas famílias, que tinham suas fortunas formadas a partir do comércio.
Questão 15
A Guerra do Peloponeso, de 431 a 404
a.C., ricamente registrada por Tucídides e
Xenofonte, marca, de maneira muito forte,
os caminhos tomados pela história da
Grécia Antiga. De maneira geral, podemos
apontar CORRETAMENTE como fator
desencadeador deste conflito
- A)a política expansionista de Esparta e seu interesse em controlar as rotas comerciais que uniam Oriente e Ocidente, prejudicando o comércio de algumas cidades da Liga do Peloponeso.
- B)o desrespeito de Atenas ao acordo firmado com Esparta, que ficou conhecido como Paz de Nícia, sobre o uso comum das rotas comerciais do Mediterrâneo.
- C)a resistência ateniense contra as invasões persas à costa do Mediterrâneo, que recebeu o apoio da Liga do Peloponeso.
- D)as disputas econômicas e a oposição entre os modelos políticos de Esparta e Atenas.
- E)a política centralizadora de Esparta e seu desejo de unificar toda Grécia sob o seu controle.
A alternativa correta é D)
A Guerra do Peloponeso, de 431 a 404 a.C., ricamente registrada por Tucídides e Xenofonte, marca, de maneira muito forte, os caminhos tomados pela história da Grécia Antiga. De maneira geral, podemos apontar CORRETAMENTE como fator desencadeador deste conflito
- A)a política expansionista de Esparta e seu interesse em controlar as rotas comerciais que uniam Oriente e Ocidente, prejudicando o comércio de algumas cidades da Liga do Peloponeso.
- B)o desrespeito de Atenas ao acordo firmado com Esparta, que ficou conhecido como Paz de Nícia, sobre o uso comum das rotas comerciais do Mediterrâneo.
- C)a resistência ateniense contra as invasões persas à costa do Mediterrâneo, que recebeu o apoio da Liga do Peloponeso.
- D)as disputas econômicas e a oposição entre os modelos políticos de Esparta e Atenas.
- E)a política centralizadora de Esparta e seu desejo de unificar toda Grécia sob o seu controle.
É interessante notar que a Guerra do Peloponeso foi um conflito que envolveu praticamente todas as cidades-estado gregas, e suas consequências foram sentidas por toda a região. A rivalidade entre Esparta e Atenas era antiga, e várias foram as tentativas de negociação e acordo entre as duas cidades. No entanto, as divergências políticas e econômicas entre elas foram se agravando ao longo do tempo, até que finalmente o conflito estourou.
A política expansionista de Esparta, que buscava controlar as rotas comerciais do Mediterrâneo, entrou em choque com a política comercial de Atenas, que pretendia manter sua hegemonia no comércio marítimo. Além disso, as diferenças entre os regimes políticos das duas cidades também contribuíram para o desentendimento. Enquanto Esparta era uma oligarquia, Atenas era uma democracia, o que gerava uma série de tensões e desconfianças entre as duas cidades.
Ao longo da guerra, que durou quase três décadas, houve vários episódios de violência e destruição, que deixaram marcas profundas na região. A guerra também provocou uma série de mudanças políticas e sociais, que tiveram impacto na forma como as cidades-estado gregas se organizavam e se relacionavam entre si.
Por fim, a Guerra do Peloponeso marcou o fim da Era de Ouro de Atenas, que havia sido um período de grande prosperidade e desenvolvimento cultural. A derrota de Atenas em 404 a.C. marcou o início de uma nova era, em que Esparta se tornou a potência dominante na região. No entanto, a guerra também deixou como legado uma série de lições sobre a importância da diplomacia e do diálogo na resolução de conflitos, e sobre a necessidade de encontrar soluções pacíficas para os problemas entre as nações.
Questão 16
Considere o texto abaixo:
“O surgimento das moedas liga-se (…) a três transformações culturais notáveis da Grécia nos idos do século VII a.C. (…): o
desenvolvimento da pólis (…) e da vida política (…), a complexificação crescente das trocas comerciais (…) [e] a alfabetização.”
FUNARI, Pedro Paulo. Antiguidade Clássica: a História e a cultura a partir dos documentos.
Campinas: Editora da Unicamp, 1995, p. 50.
A partir do excerto acima e dos conhecimentos sobre a Grécia antiga, assinale a alternativa que relaciona corretamente
a pólis, a expansão grega e o desenvolvimento das moedas.
- A)A pólis desenvolveu-se como uma cidade fortificada, caracterizando a ocupação da Magna Grécia por Esparta. A expansão grega ocorre devido à insuficiência de escravos nas cidades-Estado. Nas guerras realizadas no Mediterrâneo, milhares de prisioneiros foram feitos escravos e vendidos nas colônias gregas, o que intensificou a circulação de moedas.
- B)A pólis era um tipo específico de organização social encontrada em Atenas e Esparta. No período em questão, essas duas cidades-Estado rivalizaram-se na expansão territorial, gerando a Guerra do Peloponeso. Ao final deste conflito, os atenienses derrotados fundaram colônias em regiões do Mediterrâneo e do mar Negro, aumentando a circulação de moedas.
- C)A pólis foi a principal forma de organização social na Grécia, constituindo-se em cidades autônomas com governos e leis próprias. No século VII a.C., com o aumento demográfico e a concentração latifundiária, houve a expansão grega para regiões do Mediterrâneo e do mar Negro, causando intensa circulação de moedas para o comércio marítimo e terrestre.
- D)A pólis surgiu como solução para os conflitos entre Esparta e Atenas pelo domínio do restante da Grécia, constituindo-se como cidade autônoma fortificada, cujo isolamento a protegia de agressões. Isso permitiu a expansão comercial marítima de Atenas pelo Mediterrâneo, levando à formação de colônias e ao aumento da circulação de moedas nas trocas comerciais.
- E)A pólis era um tipo de cidade-Estado que se desenvolveu em decorrência da expansão comercial grega, ocasionando a fundação de colônias na Magna Grécia. Por conta de seu caráter autônomo, algumas cidades-Estado uniram-se na Liga de Delos para conquistar territórios no Mediterrâneo, gerando aumento na atividade comercial grega e o uso de moedas.
A alternativa correta é C)
É importante notar que a alternativa C) é a que melhor relaciona a pólis, a expansão grega e o desenvolvimento das moedas. Isso porque a pólis foi mesmo a principal forma de organização social na Grécia, constituindo-se em cidades autônomas com governos e leis próprias. Além disso, no século VII a.C., com o aumento demográfico e a concentração latifundiária, houve a expansão grega para regiões do Mediterrâneo e do mar Negro, causando intensa circulação de moedas para o comércio marítimo e terrestre.
É fundamental lembrar que a pólis não era apenas uma cidade qualquer, mas sim uma cidade-Estado autônoma, com seu próprio governo e leis. Isso permitiu que as cidades-Estado gregas desenvolvessem suas próprias economias e sistemas de comércio, o que contribuiu para a criação e circulação de moedas.
Além disso, a expansão grega para regiões do Mediterrâneo e do mar Negro foi motivada pelo aumento demográfico e a concentração latifundiária. Isso significa que as cidades-Estado gregas precisavam expandir seus territórios para garantir recursos e terras para sua população crescente. Essa expansão levou à formação de colônias e ao aumento da circulação de moedas nas trocas comerciais.
Já as outras alternativas não relacionam corretamente a pólis, a expansão grega e o desenvolvimento das moedas. A alternativa A) está errada porque a pólis não se desenvolveu como uma cidade fortificada, caracterizando a ocupação da Magna Grécia por Esparta. Além disso, a expansão grega não ocorreu devido à insuficiência de escravos nas cidades-Estado.
A alternativa B) também está errada porque a pólis não era um tipo específico de organização social encontrada apenas em Atenas e Esparta. Além disso, a expansão territorial não foi causada pela rivalidade entre Atenas e Esparta.
Já a alternativa D) está errada porque a pólis não surgiu como solução para os conflitos entre Esparta e Atenas pelo domínio do restante da Grécia. Além disso, a expansão comercial marítima de Atenas não foi a principal causa do aumento da circulação de moedas.
Por fim, a alternativa E) está errada porque a pólis não se desenvolveu em decorrência da expansão comercial grega, e sim foi a principal forma de organização social na Grécia. Além disso, a Liga de Delos não foi formada para conquistar territórios no Mediterrâneo.
Portanto, é fundamental entender que a pólis foi a principal forma de organização social na Grécia, e que a expansão grega para regiões do Mediterrâneo e do mar Negro contribuiu para a criação e circulação de moedas.
Questão 17
Tendo em vista diferentes contextos históricos em que predominou a escravidão, identifique como verdadeiras (V) ou
falsas (F) as seguintes afirmativas que comparam a escravidão na Roma antiga e a escravidão no período colonial da
América portuguesa:
( ) Na Roma antiga os escravos eram mercadorias obtidas no comércio triangular, enquanto que no período colonial
brasileiro os escravos eram prisioneiros de guerra ou apreendidos por motivo de dívida.
( ) Tanto no período antigo de Roma quanto no período colonial brasileiro, os escravos obedeciam a uma hierarquia
de funções, sendo utilizados para vários tipos de atividades – afazeres domésticos, comércio e trabalho na
agricultura.
( ) Tanto no período antigo de Roma quanto no período colonial brasileiro, a escravidão era considerada uma
realidade natural, justificada por pensadores e por sacerdotes, mas também era questionada por opositores da
escravidão dentro das próprias elites.
( ) Na Roma antiga, as rebeliões de escravos eram raras, pois eles viviam em boas condições e tinham a compra da
alforria facilitada, enquanto que no período colonial brasileiro, as rebeliões eram constantes devido às condições
desumanas de tratamento e impossibilidade de alforria.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
- A)F – V – F – V.
- B)F – V – V – F.
- C)V – F – F – V.
- D)V – V – F – F.
- E)F – F – V – V.
A alternativa correta é B)
Resposta:
A sequência correta é B) F – V – V – F.
Explicação:
A primeira afirmação é falsa (F), pois na Roma antiga os escravos eram obtidos por meio de guerras, conquistas territoriais e pirataria, enquanto no período colonial brasileiro os escravos eram trazidos da África por meio do comércio triangular.
A segunda afirmação é verdadeira (V), pois tanto na Roma antiga quanto no período colonial brasileiro os escravos desenvolviam várias atividades, como afazeres domésticos, comércio e trabalho na agricultura, seguindo uma hierarquia de funções.
A terceira afirmação também é verdadeira (V), pois tanto na Roma antiga quanto no período colonial brasileiro a escravidão era considerada uma realidade natural por muitos, embora também houvesse opositores da escravidão dentro das próprias elites.
Já a quarta afirmação é falsa (F), pois na Roma antiga as rebeliões de escravos ocorriam, embora fossem menos frequentes do que no período colonial brasileiro, onde as condições desumanas de tratamento e a impossibilidade de alforria tornavam as rebeliões mais comuns.
Portanto, a sequência correta é F – V – V – F.
Questão 18
Após o período das guerras civis que marcaram o
fi nal da República na Roma Antiga, o principado de
Otávio Augusto inaugurou o período imperial com uma
série de reformas administrativas, políticas e militares.
Dentre tais reformas, NÃO é correto apontar
- A)a profissionalização do exército, com a liberação dos camponeses do serviço militar.
- B)a nomeação de funcionários remunerados para os cargos do sistema fiscal nas províncias.
- C)a extinção das principais instituições republicanas, como o Senado e o Tribunato da Plebe.
- D)a abertura do acesso às magistraturas para membros de famílias provincianas.
- E)a criação das províncias sob administração imperial nas fronteiras não pacificadas do império.
A alternativa correta é C)
Após o período das guerras civis que marcaram o fi nal da República na Roma Antiga, o principado de Otávio Augusto inaugurou o período imperial com uma série de reformas administrativas, políticas e militares. Dentro tais reformas, NÃO é correto apontar
- A)a profissionalização do exército, com a liberação dos camponeses do serviço militar.
- B)a nomeação de funcionários remunerados para os cargos do sistema fiscal nas províncias.
- C)a extinção das principais instituições republicanas, como o Senado e o Tribunato da Plebe.
- D)a abertura do acesso às magistraturas para membros de famílias provincianas.
- E)a criação das províncias sob administração imperial nas fronteiras não pacificadas do império.
É importante notar que a opção C) é a resposta correta, pois Otávio Augusto não extinguiu as principais instituições republicanas, como o Senado e o Tribunato da Plebe. Em vez disso, ele reformou e adaptou essas instituições para o novo sistema imperial.
O principado de Otávio Augusto foi caracterizado por uma série de reformas que visavam a estabilizar e consolidar o poder imperial. Entre essas reformas, está a profissionalização do exército, que passou a ser uma força mais eficiente e disciplinada. Além disso, Otávio Augusto também nomeou funcionários remunerados para os cargos do sistema fiscal nas províncias, o que ajudou a melhorar a administração do império.
Outra reforma importante foi a abertura do acesso às magistraturas para membros de famílias provincianas. Isso permitiu que pessoas de fora de Roma tivessem mais oportunidades de participar da administração do império. Além disso, Otávio Augusto criou províncias sob administração imperial nas fronteiras não pacificadas do império, o que ajudou a expandir o território romano e a consolidar o poder imperial.
Em resumo, o principado de Otávio Augusto foi um período de grandes mudanças e reformas que ajudaram a consolidar o poder imperial e a estabilizar o império romano. A opção C) é a resposta correta porque Otávio Augusto não extinguiu as principais instituições republicanas, mas sim as reformou e adaptou para o novo sistema imperial.
Questão 19
- A)o protagonismo ateniense nas principais vitórias contra os persas, obtidas, em terra, na Lacônia e na Ásia Menor.
- B)a formação da Liga do Peloponeso, liderada por Atenas e composta pelas principais cidades agrícolas fornecedoras de escravos.
- C)a diminuição drástica do número de metecos e escravos em Atenas devido à guerra, o que obrigou parte da elite a aplicar recursos no comércio e na manufatura.
- D)a permanência, após a guerra, do exército espartano na própria cidade, para defender a aristocracia das sublevações dos hilotas e periecos.
- E)a queda da ditadura de Péricles em virtude do final da guerra, o que consolidou a democracia e ampliou a influência política de Atenas.
A alternativa correta é D)
A resposta correta é D) a permanência, após a guerra, do exército espartano na própria cidade, para defender a aristocracia das sublevações dos hilotas e periecos. Isso ocorreu porque, com a saída do exército espartano para lutar contra os persas, a cidade de Esparta ficou vulnerável a possíveis revoltas dos hilotas e periecos, grupos que não tinham direitos políticos e eram subordinados à aristocracia espartana.
Essa situação permitiu que Atenas consolidasse sua hegemonia sobre o mundo grego, pois a cidade pôde se concentrar em expandir sua influência política e econômica, sem ter que se preocupar com ameaças internas. Além disso, a liderança de Péricles em Atenas contribuiu para o fortalecimento da cidade, que se tornou um polo de atração para os outros estados gregos.
Já a opção A) é incorreta, pois, embora Atenas tenha tido um papel fundamental nas vitórias contra os persas, isso não explica por que Esparta não pôde exercer sua hegemonia. A opção B) também está errada, pois a Liga do Peloponeso foi liderada por Esparta, e não por Atenas. A opção C) é igualmente incorreta, pois a diminuição do número de metecos e escravos em Atenas não teria necessariamente levado à perda de influência de Esparta.
A opção E) é outra resposta errada, pois Péricles não perdeu o poder com o fim da guerra, e sim liderou Atenas em um período de grande prosperidade. Portanto, a resposta certa é a opção D), que destaca a permanência do exército espartano na própria cidade como fator condicionante da hegemonia de Atenas.
Essa hegemonia de Atenas foi caracterizada por uma série de mudanças políticas, econômicas e culturais que transformaram a cidade em um polo de atração para os outros estados gregos. Atenas se tornou um centro de comércio, arte e cultura, atraindo filósofos, artistas e políticos de toda a Grécia.
A democracia ateniense se consolidou nesse período, e o poder passou a ser exercido pelo povo, que elegeu seus representantes para tomar decisões. Isso permitiu que Atenas se desenvolvesse de forma mais rápida e eficiente, tornando-se uma potência política e econômica no mundo grego.
Além disso, a hegemonia de Atenas também foi marcada por uma série de realizações culturais e artísticas. O Partenon, um dos principais símbolos da cultura grega, foi construído nesse período, e a cidade se tornou um centro de produção de arte e literatura.
Em resumo, a resposta certa é a opção D), que destaca a permanência do exército espartano na própria cidade como fator condicionante da hegemonia de Atenas. Isso permitiu que Atenas se consolidasse como uma potência política e econômica no mundo grego, e se tornasse um polo de atração para os outros estados gregos.
Questão 20
A escravatura [na Roma antiga] foi praticada desde os tempos
mais remotos dos reis, mas seu desenvolvimento em grande escala
foi consequência das guerras de conquista […].
(Patrick Le Roux. Império Romano, 2010.)
Sobre a escravidão na Roma antiga, é correto afirmar que
- A)assemelhava-se à escravidão ocorrida no Brasil colonial, pois era determinada pela procedência e pela raça.
- B)aumentou significativamente durante a expansão romana pelo Mar Mediterrâneo.
- C)atingiu o auge com a ocupação romana da Germânia e de territórios na Europa Central.
- D)diminuiu bastante após a implantação do Império e foi abolida pelos imperadores cristãos.
- E)diferenciava-se da escravidão ocorrida no Brasil colonial, pois os escravos romanos nunca podiam se tornar livres.
A alternativa correta é B)
A resposta certa é B) aumentou significativamente durante a expansão romana pelo Mar Mediterrâneo. Isso porque, como mencionado anteriormente, a escravidão na Roma antiga foi consequência das guerras de conquista. Com a expansão romana, aumentou o número de prisioneiros de guerra, que eram posteriormente escravizados.
Além disso, é importante destacar que a escravidão na Roma antiga foi muito diferente da escravidão ocorrida no Brasil colonial. Enquanto a escravidão no Brasil colonial era baseada na raça e na procedência, a escravidão romana não tinha essas características. Os romanos escravizavam pessoas de todas as raças e origens, desde que fossem prisioneiros de guerra ou pessoas que não tivessem condições de pagar suas dívidas.
Outra curiosidade é que, na Roma antiga, os escravos tinham a possibilidade de se tornar livres. Isso podia ocorrer de várias maneiras, como por exemplo, sendo libertados por seus senhores ou comprando sua própria liberdade. Além disso, os escravos romanos também tinham acesso a alguns direitos, como o direito de se casar e ter filhos.
Já a opção A) está errada porque, como mencionado anteriormente, a escravidão na Roma antiga não era baseada na raça ou procedência. A opção C) também está errada porque a ocupação romana da Germânia e de territórios na Europa Central não foi o auge da escravidão romana. A opção D) está errada porque a escravidão não foi abolida pelos imperadores cristãos, pelo contrário, eles a mantiveram e a utilizaram em seu próprio benefício. E a opção E) está errada porque, como mencionado anteriormente, os escravos romanos tinham a possibilidade de se tornar livres.
Em resumo, a resposta certa é B) porque a expansão romana pelo Mar Mediterrâneo aumentou significativamente a escravidão na Roma antiga. Além disso, é importante destacar as diferenças entre a escravidão na Roma antiga e a escravidão no Brasil colonial, como a possibilidade de os escravos romanos se tornarem livres.