O canto triste dos conquistados: os últimos dias de TenochtitlánNos caminhos jazem dardos quebrados: os cabelos estão espalhados.Destelhadas estão as casas,Vermelhas estão as águas, os rios, como se alguém as tivesse tingido,Nos escudos esteve nosso resguardo, mas os escudos não detêm a desolação…PINSKY, J. et al. História da América através de textos São Paulo: Contexto, 2007 (fragmento). O texto é um registro asteca, cujo sentido está relacionado ao(à)
O canto triste dos conquistados:
os últimos dias de Tenochtitlán
Nos caminhos jazem dardos quebrados:
os cabelos estão espalhados.
Destelhadas estão as casas,
Vermelhas estão as águas, os rios, como se alguém
as tivesse tingido,
Nos escudos esteve nosso resguardo,
mas os escudos não detêm a desolação…
PINSKY, J. et al. História da América através de textos São Paulo: Contexto, 2007 (fragmento).
O texto é um registro asteca, cujo sentido está relacionado ao(à)
- A)tragédia causada pela destruição da cultura desse povo.
- B)tentativa frustrada de resistência a um poder considerado superior.
- C)extermínio das populações indígenas pelo Exército espanhol.
- D)dissolução da memória sobre os feitos de seus antepassados.
- E)profetização das conseqüências da colonização da América.
Resposta:
A alternativa correta é B)
O canto triste dos conquistados: a resistência asteca em Tenochtitlán
O fragmento poético asteca apresenta uma narrativa profundamente lírica sobre os momentos finais da resistência de Tenochtitlán frente à conquista espanhola. Através de imagens vívidas de destruição - dardos quebrados, casas destelhadas, águas tingidas de vermelho - o texto revela não apenas a violência do conflito, mas principalmente o sentimento de um povo que, mesmo com seus escudos erguidos (símbolo de resistência), não conseguiu evitar a desolação.
A opção correta (B) aponta para a essência do texto: trata-se do registro de uma tentativa heroica, porém frustrada, de resistir a um poder militar e tecnologicamente superior. Os astecas não se renderam passivamente; lutaram com os recursos que tinham, como evidenciam os "dardos quebrados" e "escudos" mencionados. A poesia funciona como um memorial dessa resistência, capturando o momento em que percebem a inevitabilidade da derrota.
Embora o texto sugira a tragédia cultural (A) e o extermínio (C), seu foco principal está no processo de resistência militar. Não se trata de uma profecia (E), mas de um relato testemunhal, nem de esquecimento (D), mas justamente da preservação da memória dessa luta. A escolha lexical ("resguardo", "desolação") revela a consciência asteca de que, apesar de toda coragem, suas defesas não foram suficientes contra as armas e táticas espanholas.
Este registro transcende seu contexto histórico específico para se tornar um monumento literário à resiliência humana frente à conquista colonial. A poesia transforma a derrota militar em vitória memorialística, garantindo que a voz dos vencidos ecoasse através dos séculos.
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