Questões Sobre Civilizações Pré-Colombianas: Maias, Aztecas e Incas - História - concurso

O estudo dos reinos e impérios antigos da América revela uma complexa tapeçaria histórica, marcada por avanços culturais, conflitos e transformações profundas. A análise das afirmativas apresentadas permite compreender melhor esse legado.

A primeira afirmação, que destaca a formação da diversidade dos povos americanos ao longo de milhares de anos, é verdadeira. O continente americano foi palco do desenvolvimento de inúmeras culturas distintas, adaptadas a diferentes ambientes e com trajetórias históricas próprias.

Já a segunda afirmação contém um equívoco ao incluir os Huari entre as civilizações mesoamericanas. Embora olmecas, maias e astecas tenham sido efetivamente importantes civilizações dessa região, os Huari desenvolveram-se nos Andes, sendo portanto uma cultura distinta, associada ao espaço andino e não à Mesoamérica.

A terceira proposição afirma corretamente que a conquista espanhola representou um ponto de inflexão traumático para os incas e demais povos pré-colombianos. A violência da dominação europeia, somada às doenças trazidas pelos conquistadores, alterou radicalmente o curso dessas civilizações, impondo um novo ordenamento social, político e econômico.

Assim, a sequência correta V-F-V (alternativa B) reflete adequadamente essas nuances históricas, distinguindo os fatos consolidados pela pesquisa histórica das imprecisões conceituais. Essa análise demonstra a importância de um estudo criterioso sobre as civilizações pré-colombianas, que permita reconhecer tanto suas conquistas quanto os processos históricos que as transformaram.

Sobre os povos das Américas, pode-se afirmar que:

A alternativa correta é a D), pois os sambaquis são estruturas arqueológicas típicas de populações que habitaram o litoral brasileiro e regiões fluviais há milhares de anos. Esses montes artificiais eram formados por acúmulos de materiais como conchas, ossos, fragmentos de cerâmica e outros resíduos, servindo como evidência de ocupação humana pré-histórica.

As demais alternativas apresentam informações incorretas ou confusas:

• A) Descreve os maias, não os incas, e localiza-os erroneamente na península de Yucatán, região associada à civilização maia.
• B) Mistura características dos astecas (como Tenochtitlán e os códices) com um nome fictício ("tapajoaras").
• C) Atribui aos maias elementos da civilização inca, como o vale do Cuzco e os chasquis.

Portanto, a única afirmação correta é a que menciona os sambaquis, vestígios arqueológicos importantes para compreender as populações indígenas do Brasil pré-colonial.

O episódio ocorrido em Cajamarca em 1532, descrito no fragmento documental, revela um choque profundo entre duas visões de mundo radicalmente distintas. A reação de Atahualpa ao breviário cristão - folheá-lo e descartá-lo por não encontrar significado em suas páginas - simboliza muito mais que um simples desentendimento religioso: trata-se do encontro traumático entre sistemas culturais incompatíveis em seus fundamentos epistemológicos.

A cultura inca, baseada em tradição oral e numa cosmologia onde o sagrado se manifestava na natureza e nos ritos ancestrais, confrontava-se com a cultura espanhola medieval, fundamentada na autoridade escrita das Escrituras e na concepção de um Deus transcendente. Quando Atahualpa afirma que o livro "nada lhe dizia", evidencia-se que os códigos simbólicos cristãos eram literalmente ilegíveis dentro do universo mental quéchua.

A violenta reação espanhola ao gesto do imperador inca demonstra igual incompreensão. Para os conquistadores, o ato de atirar o breviário ao chão constituía blasfêmia imperdoável, enquanto para Atahualpa provavelmente representava apenas a constatação da inutilidade daquele objeto estranho. Este episódio microcósmico anteciparia o violento processo de imposição cultural que marcaria a conquista dos Andes.

A alternativa correta (A) capta precisamente esta essência do encontro como colisão de percepções da realidade culturalmente determinadas. As demais opções falham ao sugerir aceitação, estratégia ou apropriação por parte indígena, quando o fragmento demonstra justamente a incompatibilidade inicial entre esses universos culturais.

O povoamento da América é um tema que gera debates entre historiadores e arqueólogos, e as teorias migratórias buscam explicar como os primeiros humanos chegaram ao continente. Analisando os itens apresentados, é possível identificar quais estão corretos de acordo com as evidências mais aceitas pela comunidade científica.

O item I afirma que os primeiros grupos humanos a chegar à América tinham semelhanças físicas com os mongoloides. Essa afirmação está correta, pois a teoria mais consolidada sugere que os primeiros habitantes do continente eram de origem asiática, pertencentes a grupos que apresentavam características físicas semelhantes às dos povos mongoloides. Esses grupos teriam migrado durante a última Era Glacial, aproveitando a formação de uma ponte terrestre no Estreito de Bering.

O item II menciona que populações asiáticas chegaram à América através do "Estreito de Horning". Essa afirmação está incorreta, pois o nome correto do local é Estreito de Bering, não "Horning". Esse equívoco no nome invalida a veracidade do item.

O item III sugere que a América foi povoada por povos da Polinésia e da Tanzânia. Embora existam teorias alternativas que propõem contatos transoceânicos pré-colombianos, como a possível chegada de polinésios à América do Sul, essas hipóteses não são as mais aceitas e carecem de evidências robustas. A ideia de migrações provenientes da Tanzânia é ainda menos fundamentada, tornando o item incorreto.

Portanto, a alternativa correta é A) Apenas o item I é verdadeiro, pois apenas a primeira afirmação está de acordo com a teoria migratória mais consolidada sobre o povoamento da América.

Os primeiros povos da América referem-se àqueles que habitavam o continente antes da chegada dos europeus. Esses grupos são frequentemente denominados de diferentes formas, cada uma carregando implicações históricas e culturais distintas.

A alternativa A) menciona os latino-americanos, associando-os a cidades-estados e a um poder político teocrático e hereditário. No entanto, essa definição é imprecisa, pois o termo "latino-americano" refere-se principalmente aos povos e culturas pós-coloniais influenciadas pela colonização europeia, especialmente a ibérica.

A opção B) descreve os indígenas como colaboradores da ocupação europeia e do despovoamento de seus territórios. Embora os povos indígenas tenham sido fundamentais para a adaptação dos colonizadores, essa descrição simplifica e distorce a complexidade das relações de dominação e resistência que marcaram o período colonial.

Já a alternativa C) utiliza o termo pré-cabralinos, referindo-se a grupos isolados que viviam da caça, pesca, coleta e agricultura no Período Neolítico. Essa expressão, no entanto, é pouco utilizada na historiografia e limita-se a uma perspectiva centrada na figura de Pedro Álvares Cabral, ignorando a diversidade cultural e temporal desses povos.

A resposta correta, D), destaca a denominação pré-colombianos, amplamente aceita para designar os povos que viviam na América antes da chegada de Cristóvão Colombo em 1492. Apesar de carregar um viés etnocêntrico, por centralizar a história a partir da perspectiva europeia, esse termo é consagrado academicamente para abranger a vasta diversidade de culturas, impérios e sociedades que existiam no continente antes do contato com os europeus.

Portanto, a alternativa D) é a mais adequada, pois reconhece a existência desses povos e sua importância histórica, ainda que a terminologia utilizada reflita uma visão eurocêntrica da história.

A respeito do processo de colonização da América Latina, é importante analisar as afirmações apresentadas, considerando seu impacto histórico e as consequências que moldaram a região até os dias atuais.

A primeira afirmação destaca que a América Latina foi a primeira colônia da Europa moderna, precedendo a colonização da África e da Ásia. Essa perspectiva reforça o eurocentrismo como uma lente histórica que muitas vezes marginaliza outras narrativas. De fato, a chegada dos europeus ao continente americano no final do século XV marcou o início de um processo de dominação que transformou radicalmente as sociedades indígenas.

A segunda afirmação aborda como o colonialismo ultrapassou os objetivos iniciais de exploração econômica, atingindo todas as esferas da vida dos povos nativos. A imposição de sistemas políticos, religiões e valores culturais europeus resultou em uma profunda transformação social, muitas vezes violenta, que subjugou as culturas originárias e redefiniu identidades.

Por fim, a terceira afirmação sintetiza os legados duradouros da colonização: a formação de uma população mestiça, fruto do encontro (e do conflito) entre europeus, indígenas e africanos; uma cultura sincrética, que mescla tradições nativas e europeias; um Estado colonial que perpetuou estruturas de poder desigual; e uma economia dependente, integrada ao capitalismo global em condições periféricas.

Todas as afirmações estão corretas, pois refletem diferentes dimensões de um mesmo processo histórico complexo e multifacetado, cujos efeitos ainda ressoam na América Latina contemporânea.

Em conformidade com a análise de Bethell sobre a civilização maia, ambos os itens apresentados estão corretos. O item I descreve com precisão a base econômica da sociedade maia, que era fundamentada na agricultura do milho, atividade realizada pelos camponeses que habitavam as áreas próximas às cidades-estados. Essa produção agrícola era essencial para a subsistência e o desenvolvimento da civilização.

O item II também está correto, pois retrata a organização do trabalho na sociedade maia, na qual os camponeses estavam submetidos a uma forma de servidão coletiva. O excedente produzido por seu trabalho era apropriado pelas elites dominantes, compostas principalmente por guerreiros e sacerdotes, que controlavam o poder político e religioso. Essa estrutura social hierárquica era característica da civilização maia.

Portanto, a alternativa correta é A) Os itens I e II estão corretos, já que ambos refletem aspectos fundamentais da organização econômica e social dos maias, conforme destacado por Bethell.

O estudo sobre os astecas revela aspectos fascinantes de sua história e cultura, conforme demonstrado pelas assertivas apresentadas. A primeira afirmação (I) está correta ao destacar que os mexicas eram comumente chamados de astecas, uma referência direta a Aztlan, local mítico de origem de sua jornada migratória. Essa conexão simbólica reforça a importância da identidade cultural e das narrativas fundadoras para esse povo.

A segunda assertiva (II) também está correta ao descrever a visão que os mexicas tinham dos toltecas, civilização anterior que habitou Tula. Os toltecas eram vistos como portadores de conhecimentos avançados e como precursores das artes e saberes que os astecas posteriormente herdaram e desenvolveram. Essa percepção reflete o respeito e a admiração que os mexicas nutriam por esse passado glorioso.

Por fim, a terceira afirmação (III) está igualmente correta ao explicar o termo "chichimeca", usado para designar as tribos nômades do norte após o declínio de Tula. Essa denominação, comparável ao conceito grego de "bárbaros", ilustra como os astecas classificavam os grupos considerados menos civilizados, evidenciando suas hierarquias culturais e sociais.

Portanto, todas as assertivas estão corretas, conforme indicado pela alternativa A). A análise dessas informações permite compreender melhor a complexidade da sociedade asteca, suas influências históricas e sua visão de mundo.

A civilização maia, conforme destacado por Bethell, ocupou uma vasta região que incluía a península de Yucatán, partes do México, Guatemala, Belize, El Salvador e Honduras. Durante o Período Clássico, mais de cinquenta centros urbanos maias floresceram, deixando um legado impressionante em arquitetura, matemática e astronomia.

A primeira afirmação menciona cidades-estados como Palenque, Tikal e Copan como centros urbanos maias, o que está correto. No entanto, El Tajin, Xochicalco e Cholula não eram maias, mas sim centros de outras culturas mesoamericanas, como os totonacas e os povos do período pós-clássico. Portanto, essa afirmação contém um erro ao incluir essas cidades como parte da civilização maia.

A segunda afirmação destaca corretamente os avanços maias em matemática, incluindo o uso do zero, e seus complexos sistemas de calendário, como o Tzolkin e o Haab. Esses conhecimentos foram fundamentais para sua organização social e religiosa, confirmando a precisão dessa afirmação.

Assim, a sequência correta é E - C, correspondendo à alternativa B).

O encontro entre Hernán Cortez e os povos indígenas do México no século XVI é um episódio marcante da história da colonização espanhola nas Américas. O texto citado descreve a chegada de Cortez em Vera Cruz e a reação dos nativos, que associaram os espanhóis a divindades devido às suas armaduras, cavalos e armas de fogo, elementos completamente desconhecidos para aquela civilização.

A lacuna no trecho deve ser preenchida com a alternativa C) astecas, pois foi esse povo que dominava a região do México na época da conquista espanhola, sob o comando do imperador Montezuma. Os astecas, diferentemente de maias, incas, olmecas ou guaranis, eram a civilização que entrou em contato direto com Cortez e seus homens.

Esse episódio ilustra o choque cultural entre europeus e povos nativos americanos, marcado por desentendimentos, violência e dominação. A crença inicial dos astecas de que os espanhóis eram deuses acabou sendo explorada por Cortez em sua estratégia de conquista, resultando na queda do Império Asteca e na colonização espanhola da região.