Ao analisar os acontecimentos e consequências de 1848, na França, Karl Marx denominou de “18 brumário de Luís Bonaparte” o golpe de Estado realizado por esse último. A denominação é historicamente possível, pois
denominou de “18 brumário de Luís Bonaparte” o golpe de Estado realizado
por esse último. A denominação é historicamente possível, pois
- A)estendeu a ação de seu Império da França até o norte da África, incluindo regiões na Itália e Alemanha, territórios anteriormente também conquistados por seu tio.
- B)organizou um Império de caráter despótico absolutista, impôs a censura aos meios de comunicação e proclamou-se cônsul vitalício, atitudes já realizadas por Napoleão.
- C)assim como Napoleão, Luís Bonaparte legitimou seu golpe por meio de um plebiscito, extinguindo a República até então vigente para proclamar-se imperador.
- D)Luís Napoleão, assim como Napoleão, a princípio realizou reformas absolutistas para depois, já no Império, introduzir princípios iluministas de administração pública.
- E)assim como seu tio, Luís Bonaparte se auto coroou imperador, reduziu a interferência do alto clero no governo e limitou o direito ao voto a critérios censitários.
Resposta:
A alternativa correta é C)
O ensaio a seguir analisa a denominação dada por Karl Marx ao golpe de Estado de Luís Bonaparte em 1851, conhecido como "18 de Brumário de Luís Bonaparte", estabelecendo paralelos históricos entre seu governo e o de Napoleão Bonaparte.
A escolha do termo por Marx não foi aleatória. O "18 de Brumário" remete diretamente ao golpe que levou Napoleão Bonaparte ao poder em 1799, estabelecendo um claro paralelo entre as ações dos dois líderes franceses. A alternativa correta (C) aponta precisamente para esta similaridade fundamental: ambos legitimaram seus golpes através de plebiscitos populares, substituindo a República por um regime imperial.
Este mecanismo de consulta popular, embora aparentemente democrático, serviu como instrumento para concentração de poder. Luís Bonaparte, seguindo os passos do tio, utilizou-se deste recurso para dissolver a Segunda República Francesa e se autoproclamar Napoleão III, imperador dos franceses. O plebiscito funcionou como uma fachada de legitimidade para o que era essencialmente uma tomada autoritária do poder.
As outras alternativas apresentam imprecisões históricas significativas. Enquanto Napoleão I de fato expandiu territorialmente a França (alternativa A), Luís Napoleão não repetiu esta expansão na mesma escala. Quanto ao absolutismo (alternativa B), embora ambos tenham exercido poder centralizado, o regime de Napoleão III foi distinto do absolutismo tradicional. As alternativas D e E também contêm elementos incorretos sobre as reformas políticas e a relação com o clero.
Portanto, a denominação de Marx captura com precisão a natureza histórica do evento: um golpe republicano que se transforma em império, repetindo o padrão estabelecido meio século antes, com a peculiaridade francesa de revestir a tomada de poder com uma aparência de legitimação popular.
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