Em quase todos os lugares, o peso esmagador dos impostos — taille e gabelle na França, servicios na Espanha — recaía sobre os pobres. Não existia a concepção jurídica de “cidadão” sujeito ao fisco pelo simples fato de pertencer à nação. Na prática, a classe senhorial estava efetivamente isenta de taxação direta, em toda parte.(Perry Anderson. Linhagens do Estado absolutista, 2016.)O excerto do livro Linhagens do Estado absolutista descreve
sobre os pobres. Não existia a concepção jurídica de “cidadão”
sujeito ao fisco pelo simples fato de pertencer à nação. Na prática, a classe senhorial estava efetivamente isenta de taxação
direta, em toda parte.
- A)a legalização das desigualdades tributárias, típicas da sociedade pós-industrial.
- B)a exploração do operariado industrial, típica do capitalismo contemporâneo.
- C)a situação de privilégios sociais, típicos do Antigo Regime da Idade Moderna.
- D)a restrição à participação nas decisões políticas, típica da democracia antiga.
- E)a manutenção dos poderes políticos da nobreza, típicos do Feudalismo medieval.
Resposta:
A alternativa correta é C)
O excerto de Linhagens do Estado absolutista, de Perry Anderson, evidencia uma característica fundamental do Antigo Regime na Idade Moderna: a desigualdade tributária que privilegiava as elites em detrimento das camadas mais pobres da população. A citação destaca como impostos como a taille e a gabelle na França, ou os servicios na Espanha, recaíam desproporcionalmente sobre os menos favorecidos, enquanto a nobreza e a classe senhorial gozavam de isenções fiscais. Essa estrutura refletia a ausência de um conceito de cidadania fiscal igualitária, consolidando um sistema em que os privilégios sociais e econômicos eram determinados pela posição hierárquica dentro da sociedade.
A alternativa correta, C), aponta justamente para essa realidade histórica, na qual os privilégios da aristocracia e a exclusão dos pobres do alívio tributário eram marcas do Antigo Regime. Ao contrário de outras opções que mencionam contextos anacrônicos — como a sociedade pós-industrial (A), o capitalismo contemporâneo (B), a democracia antiga (D) ou o Feudalismo medieval (E) —, o texto de Anderson se concentra no período absolutista, em que a centralização do poder convivia com a manutenção de estruturas sociais profundamente desiguais. Assim, a análise correta reconhece que a isenção fiscal da nobreza não era uma exceção, mas sim um traço típico da organização política e econômica da Idade Moderna.
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