[…] o absolutismo inglês foi derrubado em meados do século XVII […] o absolutismo prussiano sobreviveu até um período avançado do século XIX […] (Perry Anderson, Linhagens do Estado Absolutista, 1998) Perry Anderson faz referência a esses processos para
século XVII […] o absolutismo prussiano sobreviveu até
um período avançado do século XIX […]
- A)justificar a marca burguesa do Estado absolutista, instituído para servir ao desenvolvimento industrial.
- B)mostrar que o objeto absolutismo europeu não possui uma única temporalidade capaz de abarcá-lo.
- C)apontar as contradições da formação dos Estados Modernos, porque se instituíram para servir às classes populares.
- D)demonstrar a inadequação do termo absolutismo para caracterizar as ordens presentes na Idade Moderna europeia.
- E)destacar a condição realmente absolutista da ordem política da Modernidade, na qual o poder do rei era, de fato, ilimitado.
Resposta:
A alternativa correta é B)
Perry Anderson, em sua obra Linhagens do Estado Absolutista, destaca a heterogeneidade temporal do absolutismo europeu ao comparar a queda do absolutismo inglês no século XVII com a persistência do modelo prussiano até o século XIX. Essa abordagem evidencia que o fenômeno absolutista não pode ser compreendido como um processo uniforme, mas sim como uma realidade histórica marcada por particularidades regionais e temporais. A alternativa correta (B) reforça essa perspectiva ao apontar que o absolutismo europeu não possui uma única temporalidade capaz de abarcá-lo, reconhecendo suas variações e adaptações conforme os contextos políticos, sociais e econômicos de cada nação.
As demais alternativas apresentam interpretações equivocadas ou reducionistas. A opção (A) incorre ao atribuir ao absolutismo um caráter exclusivamente burguês e industrial, ignorando suas raízes feudais e a complexidade de suas alianças de classe. A alternativa (C) é anacrônica, pois sugere que os Estados Modernos surgiram para servir às classes populares, quando, na verdade, eram instrumentos de dominação aristocrática e controle social. A opção (D) questiona a validade do termo "absolutismo", o que não corresponde ao objetivo de Anderson, que busca justamente analisar suas diferentes manifestações. Por fim, a alternativa (E) simplifica excessivamente o conceito, ignorando as limitações práticas do poder real, mesmo nos regimes considerados mais centralizados.
Portanto, a análise de Anderson ressalta a importância de se estudar o absolutismo como um fenômeno plural, cujas características e duração variaram significativamente entre os Estados europeus, conforme suas estruturas políticas e sociais específicas.
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