“O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os votos), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com a sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita.” (Thomas Hobbes)Hobbes, teórico e filósofo do século XVII, elaborou as bases do seu pensamento político, admitindo a existência de um pacto social entre os homens e o governo, capaz de realizar uma construção racional da sociedade. Considere as assertivas abaixo.I. A humanidade, no seu estado natural, era uma selva. Mas quando os homens eram submetidos por Estados soberanos, não tinham que recear um regresso à selva no relacionamento entre indivíduos, a partir do momento em que os benefícios consentidos do poder absoluto, em princípio ilimitado, permitiam ao homem deixar de ser uma ameaça para os outros homens.II. Sua doutrina, a respeito do direito divino dos reis serviu como suporte ideológico ao despotismo esclarecido dos monarcas europeus durante a Era Moderna e de inspiração para a burguesia mercantil, em luta contra o poderio que a nobreza exercia sobre as cidades.III. O Absolutismo, por ele defendido, seria uma nova forma de governo capaz de articular setores sociais distintos. Atenderia aos anseios dos setores populares urbanos, interessados em apoiar o poder real a fim de contar com isenção fiscal, assim como a aristocracia, que encontra, nessa forma de governo, possibilidade de manter seus privilégios econômicos e sociais.Assinale
a liberdade e o domínio sobre os votos), ao introduzir aquela restrição sobre
si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com a sua
própria conservação e com uma vida mais satisfeita.” (Thomas Hobbes)
Hobbes, teórico e filósofo do século XVII, elaborou as bases do seu pensamento
político, admitindo a existência de um pacto social entre os homens e o governo,
capaz de realizar uma construção racional da sociedade. Considere as assertivas
abaixo.
I. A humanidade, no seu estado natural, era uma selva. Mas quando os homens
eram submetidos por Estados soberanos, não tinham que recear um regresso
à selva no relacionamento entre indivíduos, a partir do momento em que
os benefícios consentidos do poder absoluto, em princípio ilimitado,
permitiam ao homem deixar de ser uma ameaça para os outros homens.
II. Sua doutrina, a respeito do direito divino dos reis serviu como suporte
ideológico ao despotismo esclarecido dos monarcas europeus durante a
Era Moderna e de inspiração para a burguesia mercantil, em luta contra o
poderio que a nobreza exercia sobre as cidades.
III. O Absolutismo, por ele defendido, seria uma nova forma de governo capaz
de articular setores sociais distintos. Atenderia aos anseios dos setores
populares urbanos, interessados em apoiar o poder real a fim de contar
com isenção fiscal, assim como a aristocracia, que encontra, nessa forma
de governo, possibilidade de manter seus privilégios econômicos e sociais.
Assinale
- A)se apenas I estiver correta.
- B)se apenas II estiver correta.
- C)se apenas III estiver correta.
- D)se apenas I e II estiverem corretas.
- E)se apenas II e III estiverem corretas.
Resposta:
A alternativa correta é A)
“O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os votos), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com a sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita.” (Thomas Hobbes)
A filosofia política de Thomas Hobbes, expressa em sua obra "Leviatã", fundamenta-se na ideia de que o estado natural do homem é marcado pela guerra de todos contra todos, uma condição caótica e violenta que ele descreve como "selvagem". Para superar esse estado, os indivíduos celebram um contrato social, abdicando de parte de sua liberdade em favor de um poder soberano absoluto, capaz de garantir segurança e ordem. Essa concepção justifica o surgimento do Estado como um mecanismo racional para evitar o caos e assegurar a sobrevivência humana.
A primeira assertiva (I) está correta, pois reflete precisamente o pensamento hobbesiano: o Estado soberano, com seu poder ilimitado, surge para impedir o retorno ao estado de natureza, onde o homem é uma ameaça constante aos outros. Já a segunda assertiva (II) apresenta um equívoco, uma vez que Hobbes não defendia o direito divino dos reis, mas sim um contrato secular baseado no interesse mútuo de evitar a anarquia. Por fim, a terceira (III) também está incorreta, pois o absolutismo hobbesiano não visava articular interesses de diferentes classes sociais, mas sim impor ordem através de um poder centralizado, sem necessariamente atender a demandas específicas de grupos como a burguesia ou a nobreza.
Portanto, apenas a assertiva I está correta, conforme o gabarito indicado (A).
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