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Questões Sobre Construção de Estados e o Absolutismo - História - concurso

Questão 11

Texto I

Um reino bem governado deve ser como uma família cujo
soberano é o pai e os cidadãos seus filhos … O monarca não
poderia ser feliz quando seus povos são miseráveis. O príncipe
é apenas o primeiro servidor do Estado, obrigado a agir com
probidade, sabedoria e completo desinteresse, como se a
cada momento tivesse que dar contas de sua administração
a seus concidadãos.
Francisco II, rei da Prússia. 1740 – 1786

Texto II


A cada país é necessária uma lei fundamental, ou contrato,
entre o povo e o soberano, que limite a autoridade e o poder
deste último (…). o poder executivo está no soberano, mas o
legislativo no povo e seus representantes (…) O soberano deve
prestar conta exata e anual ao povo a respeito de emprego
das rendas públicas; ele não tem absolutamente o direito de
impor arbitrariamente as taxas.
Leopoldo II, imperador da Alemanha, 1747-1792
RODRIGUE, Joelza Ester. História em documento: imagem e
texto. São Paulo: FTD, 2001, p. 35.


Os textos apresentam ideias de alguns reis e imperadores
europeus que, no século XVIII, implementaram reformas liberais,
influenciados pelos iluministas, marcando um processo
histórico conhecido como

  • A)Impérios Liberais;
  • B)Monarquias Iluminadas;
  • C)Despotismo Esclarecido;
  • D)Monarquias Reformistas.
  • E)Absolutismo Monárquico.
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A alternativa correta é C)

Os textos I e II apresentam reflexões de monarcas europeus do século XVIII, Francisco II da Prússia e Leopoldo II da Alemanha, que expressam princípios de governo alinhados com as ideias iluministas. Ambos defendem a responsabilidade do soberano perante o povo, a transparência na administração pública e a limitação do poder real por meio de leis fundamentais. Esses ideais caracterizam o Despotismo Esclarecido, um movimento político em que governantes absolutistas incorporaram elementos do Iluminismo para promover reformas sem abrir mão de seu poder centralizado.

O Despotismo Esclarecido (alternativa C) diferencia-se de outras formas de governo, como o Absolutismo Monárquico (E), que não admitia limites ao poder do rei, ou as Monarquias Liberais (A), que surgiram posteriormente com a divisão de poderes e maior participação popular. Embora os termos Monarquias Iluminadas (B) e Monarquias Reformistas (D) possam parecer adequados, a expressão consagrada pela historiografia para esse contexto específico é Despotismo Esclarecido, pois ressalta a contradição entre a manutenção do absolutismo e a adoção de ideais progressistas.

Portanto, a resposta correta é C) Despotismo Esclarecido, já que os textos exemplificam monarcas que, mesmo mantendo sua autoridade suprema, buscaram governar com base na razão e no bem-estar coletivo, influenciados pelo pensamento iluminista.

Questão 12

O absolutismo que se instalou na Europa Ocidental, a partir
do século XVI, construiu-se sobre uma base social
caracterizada pela

  • A)desigualdade dos diferentes grupos sociais perante a lei.
  • B)divisão da soberania do Estado entre o rei, a Igreja e a nobreza feudal.
  • C)confirmação da autonomia do senhor feudal dentro de suas propriedades.
  • D)aceitação da liberdade religiosa dos cidadãos, mesmo em desacordo com a religião do rei.
  • E)supremacia da autoridade da Igreja sobre as populações dos reinos europeus ocidentais.
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A alternativa correta é A)

O absolutismo que se instalou na Europa Ocidental, a partir do século XVI, construiu-se sobre uma base social caracterizada pela:

  • A) desigualdade dos diferentes grupos sociais perante a lei. (correta)
  • B) divisão da soberania do Estado entre o rei, a Igreja e a nobreza feudal.
  • C) confirmação da autonomia do senhor feudal dentro de suas propriedades.
  • D) aceitação da liberdade religiosa dos cidadãos, mesmo em desacordo com a religião do rei.
  • E) supremacia da autoridade da Igreja sobre as populações dos reinos europeus ocidentais.

Questão 13

O nacionalismo ajudou a redesenhar o mapa da Europa no século
XIX. Movimentos políticos, ancorados em conceitos de identidade
nacional, redefiniram as fronteiras europeias e substituíram
monarquias tradicionais por nações-Estado. Assinale V para as
alternativas verdadeiras e F para as falsas:
( ) Os países que derrotaram a França napoleônica reuniram-se em
Viena (1814) para impedir que monarquias destronadas pelos
exércitos bonapartistas se recompusessem. O resultado foi que
Fernando VII, da Espanha, foi banido da Europa; a Itália foi
unificada e virou nação; Noruega e Suécia foram divididas e
perderam suas coroas.
( ) Os movimentos nacionalistas europeus aceitavam depender
economicamente de uma nação estrangeira, desde que tivessem
autonomia política, e defendiam subideologias nacionalistas,
algumas limitadas à defesa de um idioma próprio.
( ) Otto Von Bismarck, estadista prussiano, viu um desejo de
unidade nacional ao defender a supremacia da Prússia na Europa
Central. O processo se inicia em 1864, quando Prússia e Áustria
se unem para anexar ducados dinamarqueses, e culmina em
1871 com a proclamação do Império Alemão, tendo Bismarck
como seu Chanceler.
( ) A lealdade ao rei foi substituída, nos exércitos europeus, pela
lealdade ao país – um patriotismo fundado no conceito de
revolução social. Para defender a pátria, a população contribuiria
para a guerra e o alistamento obrigatório foi introduzido na
Europa.
Assinale a alternativa correta:

  • A)F, F, V, V
  • B)F, F, F, V
  • C)V, V, F, F
  • D)F, V, F, V
  • E)V, F, V, V
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A alternativa correta é A)

O nacionalismo foi uma força transformadora no século XIX, redefinindo a estrutura política e territorial da Europa. A ascensão dos ideais nacionalistas levou ao surgimento de nações-Estado, substituindo as monarquias tradicionais e consolidando identidades culturais e linguísticas como bases do poder político. Esse movimento foi marcado por eventos como o Congresso de Viena, as unificações da Itália e da Alemanha, e a transformação dos exércitos em instrumentos de defesa nacional.

Analisando as afirmações apresentadas, a primeira é falsa (F), pois o Congresso de Viena (1814) visava restaurar as monarquias tradicionais, não impedi-las. Fernando VII da Espanha não foi banido, e a Itália só foi unificada décadas depois. A segunda afirmação também é falsa (F), já que os movimentos nacionalistas buscavam independência política e econômica, não aceitando submissão a nações estrangeiras.

A terceira afirmação é verdadeira (V), pois Otto von Bismarck liderou a unificação alemã através de uma série de conflitos estratégicos, culminando na proclamação do Império Alemão em 1871. A quarta afirmação também é verdadeira (V), uma vez que o patriotismo substituiu a lealdade monárquica nos exércitos europeus, com o alistamento obrigatório sendo adotado para fortalecer a defesa nacional.

Portanto, a sequência correta é F, F, V, V, correspondente à alternativa A).

Questão 14

No final do século XVII, o absolutismo perdia forças e dava lugar ao parlamentarismo. Este processo, que culminou com a Revolução Gloriosa
(1688-1689), gerou desenvolvimento e contribuiu para que a Inglaterra se tornasse uma potência industrial no final do século XVIII. Assinale
a única alternativa INCORRETA.

  • A)A nobreza criou o Exército dos Cavaleiros para apoiar o rei, e o parlamento possuía o exército dos cidadãos revoltados, liderado por Oliver Cromwell. Este, por um golpe de Estado, expurgou os moderados do parlamento (que condenou Carlos I à morte) e estabeleceu uma república sob sua liderança.
  • B)Calvinistas e anglicanos divergiam e conflitavam-se dentro e fora do parlamento. O povo e pequena burguesia (antenada com o espírito capitalista) eram calvinistas. A nobreza cortesã, lutando pela manutenção da ordem e dos privilégios, professava o anglicanismo.
  • C)Calvinista radical, Oliver Cromwell estabeleceu, ao subir ao poder, o Ato das Navegações (de caráter mercantilista), promoveu campanha nacionalista e coibiu os bailes, tidos como mundanos.
  • D)Inspirada nas ideias liberais de John Locke, a Revolução Gloriosa marca o princípio de que o “rei reina, mas não governa”. A partir de 1689, o parlamento teve crescente autoridade sobre o governo, frustrando tentativas de estabelecer um novo absolutismo.
  • E)Ao contrário de outros Estados absolutistas, a Inglaterra tolerava religiões não oficiais. O anglicanismo nobre convivia bem com o calvinismo e o catolicismo plebeu. Aqui, surge a base ideológica inglesa – o liberalismo político.
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A alternativa correta é E)

O texto apresentado aborda a transição do absolutismo para o parlamentarismo na Inglaterra no final do século XVII, um processo marcado pela Revolução Gloriosa (1688-1689) que contribuiu para o desenvolvimento do país e sua posterior ascensão como potência industrial. O gabarito indica que a alternativa INCORRETA é a letra E), que afirma que a Inglaterra tolerava religiões não oficiais e que o anglicanismo convivia pacificamente com o calvinismo e o catolicismo plebeu, sugerindo que essa tolerância teria sido a base do liberalismo político inglês.

De fato, a situação religiosa na Inglaterra do período era muito mais conflituosa do que a alternativa E) sugere. Os calvinistas (puritanos) e anglicanos tinham divergências profundas, tanto no parlamento quanto na sociedade, e a perseguição religiosa era comum, especialmente contra os católicos. A Revolução Gloriosa consolidou o predomínio do protestantismo, mas longe de uma harmonia entre as denominações. O liberalismo político inglês, embora tenha raízes nas ideias de John Locke, não surgiu de uma suposta tolerância religiosa generalizada, mas sim de um contexto de disputas e conflitos que levaram à limitação do poder real e ao fortalecimento do parlamento.

As outras alternativas apresentam informações corretas sobre o período: a liderança de Oliver Cromwell (A), os conflitos religiosos entre calvinistas e anglicanos (B), as medidas adotadas por Cromwell, como o Ato de Navegação (C), e o impacto da Revolução Gloriosa com base nas ideias de Locke (D). A alternativa E), portanto, destoa ao apresentar uma visão idealizada e incorreta da tolerância religiosa na Inglaterra do século XVII.

Questão 15

São características das chamadas sociedades do Antigo Regime:

  • A)igualdade jurídica, valorização do trabalho manual e predomínio dos valores burgueses.
  • B)desigualdade jurídica, predomínio dos valores aristocráticos e desvalorização do trabalho manual.
  • C)desigualdade social, predomínio dos valores urbanos e anticlericalismo.
  • D)igualdade social, protestantismo e mentalidade aristocrática.
  • E)liberalismo econômico, desigualdade jurídica e ascensão das comunidades camponesas.
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A alternativa correta é B)

As sociedades do Antigo Regime, que predominaram na Europa entre os séculos XVI e XVIII, eram marcadas por estruturas hierárquicas e valores tradicionais que refletiam a organização social da época. A alternativa correta, B), destaca três aspectos fundamentais dessas sociedades:

  • Desigualdade jurídica: O Antigo Regime era baseado em privilégios legais que diferenciavam os indivíduos conforme seu nascimento. A nobreza e o clero gozavam de direitos especiais, enquanto o Terceiro Estado (camponeses, burgueses e artesãos) estava submetido a obrigações e impostos sem contrapartidas políticas.
  • Predomínio dos valores aristocráticos: A nobreza detinha prestígio social e poder político, sustentado pela posse de terras e pela proximidade com a monarquia. O estilo de vida cortesão, o ócio como sinal de distinção e a guerra como atividade nobre eram centrais nessa mentalidade.
  • Desvalorização do trabalho manual: As atividades produtivas, especialmente as ligadas ao artesanato e à agricultura, eram vistas como inferiores. A aristocracia considerava o trabalho algo indigno de sua condição, associando-o às camadas populares.

Essas características contrastavam com os ideais que emergiriam posteriormente, durante a Revolução Francesa, como igualdade perante a lei e valorização do mérito individual. O Antigo Regime, portanto, representava uma sociedade estamental, onde a mobilidade social era quase inexistente e os privilégios hereditários definiam o lugar de cada indivíduo.

Questão 16

“O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente
a liberdade e o domínio sobre os votos), ao introduzir aquela restrição sobre
si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com a sua
própria conservação e com uma vida mais satisfeita.” (Thomas Hobbes)

Hobbes, teórico e filósofo do século XVII, elaborou as bases do seu pensamento
político, admitindo a existência de um pacto social entre os homens e o governo,
capaz de realizar uma construção racional da sociedade. Considere as assertivas
abaixo.

I. A humanidade, no seu estado natural, era uma selva. Mas quando os homens
eram submetidos por Estados soberanos, não tinham que recear um regresso
à selva no relacionamento entre indivíduos, a partir do momento em que
os benefícios consentidos do poder absoluto, em princípio ilimitado,
permitiam ao homem deixar de ser uma ameaça para os outros homens.
II. Sua doutrina, a respeito do direito divino dos reis serviu como suporte
ideológico ao despotismo esclarecido dos monarcas europeus durante a
Era Moderna e de inspiração para a burguesia mercantil, em luta contra o
poderio que a nobreza exercia sobre as cidades.
III. O Absolutismo, por ele defendido, seria uma nova forma de governo capaz
de articular setores sociais distintos. Atenderia aos anseios dos setores
populares urbanos, interessados em apoiar o poder real a fim de contar
com isenção fiscal, assim como a aristocracia, que encontra, nessa forma
de governo, possibilidade de manter seus privilégios econômicos e sociais.

Assinale

  • A)se apenas I estiver correta.
  • B)se apenas II estiver correta.
  • C)se apenas III estiver correta.
  • D)se apenas I e II estiverem corretas.
  • E)se apenas II e III estiverem corretas.
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A alternativa correta é A)

“O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os votos), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com a sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita.” (Thomas Hobbes)

A filosofia política de Thomas Hobbes, expressa em sua obra "Leviatã", fundamenta-se na ideia de que o estado natural do homem é marcado pela guerra de todos contra todos, uma condição caótica e violenta que ele descreve como "selvagem". Para superar esse estado, os indivíduos celebram um contrato social, abdicando de parte de sua liberdade em favor de um poder soberano absoluto, capaz de garantir segurança e ordem. Essa concepção justifica o surgimento do Estado como um mecanismo racional para evitar o caos e assegurar a sobrevivência humana.

A primeira assertiva (I) está correta, pois reflete precisamente o pensamento hobbesiano: o Estado soberano, com seu poder ilimitado, surge para impedir o retorno ao estado de natureza, onde o homem é uma ameaça constante aos outros. Já a segunda assertiva (II) apresenta um equívoco, uma vez que Hobbes não defendia o direito divino dos reis, mas sim um contrato secular baseado no interesse mútuo de evitar a anarquia. Por fim, a terceira (III) também está incorreta, pois o absolutismo hobbesiano não visava articular interesses de diferentes classes sociais, mas sim impor ordem através de um poder centralizado, sem necessariamente atender a demandas específicas de grupos como a burguesia ou a nobreza.

Portanto, apenas a assertiva I está correta, conforme o gabarito indicado (A).

Questão 17

O texto abaixo faz referência ao Bloqueio Continental, decretado por
Napoleão Bonaparte em 1806.
Sem dúvida, o bloqueio faz a Inglaterra sofrer; seus trabalhadores
desempregados; suas reservas de ouro em queda. Mas prejudica também a Europa. […] Portugal, que vende seus vinhos para a Inglaterra,
hesita. Napoleão imediatamente destrona a casa de Bragança e envia
para Lisboa o general Junot, que, vencedor, chega à capital no momento em que a família real foge para o Brasil.

(Fonte: MAUROIS, André. Napoleão. SP: Globo, 2013, p. 96.)
A principal causa para a decretação do Bloqueio encontra-se em:

  • A)A necessidade de fortalecer suas forças armadas, inferiores em relação às da Inglaterra, levou Napoleão a proibir o comércio dos ingleses com a Europa, principal fonte de renda da ilha.
  • B)A concorrência do vinho português com o francês, principal produto de exportação da França, levou Napoleão a proibir o comércio lusitano com a Inglaterra, objetivando causar uma crise nos dois países.
  • C)O desejo de Napoleão de se apossar das reservas de ouro europeias o levou a decretar o Bloqueio, impedindo a saída do metal da Europa continental em direção à Inglaterra, que dominava o comércio no Continente.
  • D)Impossibilitado de vencê-la militarmente, Napoleão proíbe os países europeus de comercializarem com a Inglaterra, com o objetivo de provocar uma crise econômica no país.
  • E)A tentativa de Napoleão de apressar a saída da família real de Portugal, uma vez que o país era o único da Europa que mantinha vínculos com a Inglaterra, impedindo seu domínio sobre o Continente.
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A alternativa correta é D)

O Bloqueio Continental, decretado por Napoleão Bonaparte em 1806, foi uma medida estratégica que visava enfraquecer a Inglaterra, sua principal adversária. Como a França não possuía condições de derrotar a marinha britânica, Napoleão optou por um embargo econômico, proibindo os países europeus de comerciarem com os ingleses. Essa decisão tinha como objetivo provocar uma crise econômica na Inglaterra, afetando sua indústria e reservas financeiras.

O trecho citado de André Maurois ilustra os efeitos do Bloqueio, destacando como Portugal, aliado histórico da Inglaterra, foi um dos países mais impactados. A hesitação portuguesa em aderir ao embargo levou Napoleão a destronar a Casa de Bragança e invadir Lisboa, forçando a fuga da família real para o Brasil.

A alternativa correta, portanto, é a D), pois a principal motivação de Napoleão era justamente a impossibilidade de vencer militarmente a Inglaterra, levando-o a adotar uma estratégia econômica para minar seu poder. As demais alternativas apresentam fatores secundários ou distorções históricas que não correspondem ao cerne da questão.

Questão 18

Ao analisar os acontecimentos e consequências de 1848, na França, Karl Marx
denominou de “18 brumário de Luís Bonaparte” o golpe de Estado realizado
por esse último. A denominação é historicamente possível, pois

  • A)estendeu a ação de seu Império da França até o norte da África, incluindo regiões na Itália e Alemanha, territórios anteriormente também conquistados por seu tio.
  • B)organizou um Império de caráter despótico absolutista, impôs a censura aos meios de comunicação e proclamou-se cônsul vitalício, atitudes já realizadas por Napoleão.
  • C)assim como Napoleão, Luís Bonaparte legitimou seu golpe por meio de um plebiscito, extinguindo a República até então vigente para proclamar-se imperador.
  • D)Luís Napoleão, assim como Napoleão, a princípio realizou reformas absolutistas para depois, já no Império, introduzir princípios iluministas de administração pública.
  • E)assim como seu tio, Luís Bonaparte se auto coroou imperador, reduziu a interferência do alto clero no governo e limitou o direito ao voto a critérios censitários.
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A alternativa correta é C)

O ensaio a seguir analisa a denominação dada por Karl Marx ao golpe de Estado de Luís Bonaparte em 1851, conhecido como "18 de Brumário de Luís Bonaparte", estabelecendo paralelos históricos entre seu governo e o de Napoleão Bonaparte.

A escolha do termo por Marx não foi aleatória. O "18 de Brumário" remete diretamente ao golpe que levou Napoleão Bonaparte ao poder em 1799, estabelecendo um claro paralelo entre as ações dos dois líderes franceses. A alternativa correta (C) aponta precisamente para esta similaridade fundamental: ambos legitimaram seus golpes através de plebiscitos populares, substituindo a República por um regime imperial.

Este mecanismo de consulta popular, embora aparentemente democrático, serviu como instrumento para concentração de poder. Luís Bonaparte, seguindo os passos do tio, utilizou-se deste recurso para dissolver a Segunda República Francesa e se autoproclamar Napoleão III, imperador dos franceses. O plebiscito funcionou como uma fachada de legitimidade para o que era essencialmente uma tomada autoritária do poder.

As outras alternativas apresentam imprecisões históricas significativas. Enquanto Napoleão I de fato expandiu territorialmente a França (alternativa A), Luís Napoleão não repetiu esta expansão na mesma escala. Quanto ao absolutismo (alternativa B), embora ambos tenham exercido poder centralizado, o regime de Napoleão III foi distinto do absolutismo tradicional. As alternativas D e E também contêm elementos incorretos sobre as reformas políticas e a relação com o clero.

Portanto, a denominação de Marx captura com precisão a natureza histórica do evento: um golpe republicano que se transforma em império, repetindo o padrão estabelecido meio século antes, com a peculiaridade francesa de revestir a tomada de poder com uma aparência de legitimação popular.

Questão 19

Entre os teóricos que defenderam o Absolutismo monárquico estava Jacques Bossuet, que
declarou: 
“O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. Os reis são deuses
e participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê de mais longe e de mais
alto; deve acreditar-se que ele vê melhor, e deve obedecer-se-lhe sem murmurar, pois o
murmúrio é uma disposição para a sedição.” 
Jacques Bossuet, Política tirada da Sagrada Escritura. FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de
história. Lisboa: Plátano, [1977]. v. 2, p. 201. [Adaptado]
Analisando os conflitos políticos da Inglaterra no século XVII, o historiador Christopher Hill
escreveu: 
“A partir das vitórias militares sobre os Cavaleiros, [os Cabeças Redondas] conseguiram a
rendição do rei em 1646. Entretanto, Carlos I reorganizou seus soldados e recomeçou a
guerra, sendo derrotado definitivamente pelos Cabeças Redondas de Cromwell. Preso,
Carlos I foi julgado pela Alta Corte de Justiça, a mando do Parlamento, sendo condenado à
morte. Em janeiro de 1649, o rei foi decapitado em frente ao palácio de Whitehall, em
Londres.” 
HILL, Christopher. O eleito de Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. p. 179.
Analisando a afirmação teórica de J. Bossuet e relacionando-a com os fatos narrados por C. Hill,
pode-se corretamente afirmar que a execução de Carlos I assinalou 

  • A)um momento decisivo na história europeia, por ter posto em xeque um princípio político central do Estado Moderno e lançado as bases políticas liberais contemporâneas.
  • B)uma etapa fundamental na evolução do Parlamento inglês, pois, a partir daí, os burgueses tiveram acesso à Câmara dos Comuns.
  • C)a reação da facção liberal no Parlamento, que, dominada pelos puritanos, defendia o direito divino dos reis.
  • D)a implantação definitiva da monarquia parlamentar inglesa, pois, daí por diante, a sucessão real seria decidida pelo Parlamento.
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A alternativa correta é A)

A execução de Carlos I da Inglaterra em 1649 representa um marco histórico que desafia diretamente as concepções absolutistas defendidas por teóricos como Jacques Bossuet. Enquanto Bossuet sustentava que o poder real emanava de Deus e que os reis eram representantes divinos na Terra, a condenação e morte de Carlos I demonstraram que tal ideologia poderia ser questionada e derrubada pela ação política humana. Esse evento não apenas abalou os alicerces do absolutismo monárquico, mas também abriu caminho para novas formas de organização política, baseadas em princípios que mais tarde seriam fundamentais para o liberalismo.

A análise de Christopher Hill sobre os conflitos políticos na Inglaterra do século XVII revela como a resistência ao poder absoluto do rei, liderada pelo Parlamento e por figuras como Oliver Cromwell, culminou em um ato revolucionário: o julgamento e a execução de um monarca por seus próprios súditos. Esse episódio simbolizou a rejeição prática da doutrina do direito divino dos reis, contrariando frontalmente as ideias de Bossuet. Ao mesmo tempo, estabeleceu um precedente crucial para a limitação do poder real e o fortalecimento de instituições representativas, elementos centrais do pensamento liberal moderno.

Portanto, a alternativa correta é a letra A, pois a execução de Carlos I efetivamente colocou em xeque um princípio político fundamental do Estado Moderno - a inviolabilidade do monarca - e contribuiu para o surgimento de novas bases políticas que valorizavam a soberania popular e o governo constitucional. Esse momento histórico não apenas transformou a Inglaterra, mas também influenciou profundamente o desenvolvimento político da Europa e do mundo ocidental nos séculos seguintes.

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Questão 20

Assinale o que for correto sobre as revoluções
burguesas na Inglaterra e na França. 

Um dos fatores desencadeadores da Revolução
Inglesa da década de 1640 foi o
desentendimento entre o rei Carlos I e o
Parlamento, envolvendo a decretação de
aumento de impostos.

  • C) CERTO
  • E) ERRADO
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A alternativa correta é C)

Assinale o que for correto sobre as revoluções burguesas na Inglaterra e na França.

Um dos fatores desencadeadores da Revolução Inglesa da década de 1640 foi o desentendimento entre o rei Carlos I e o Parlamento, envolvendo a decretação de aumento de impostos.

  • C) CERTO
  • E) ERRADO

O gabarito correto é C).

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