Questões Sobre Construção de Estados e o Absolutismo - História - concurso
Questão 21
- A)a aparência de beleza e luxo de vestimentas representava um rei saudável e poderoso para com seus súditos e inimigos estrangeiros.
- B)como não podia estar presente em todos os espaços públicos o rei se utilizava de artifícios de propaganda para se fazer respeitar.
- C)a força de propaganda erigia-se para a construção de uma imagem poderosa do rei, afinal ele precisava persuadir a sociedade sobre sua grandeza.
- D)a propaganda da imagem do rei era utilizada para referendar a sua relação com a Igreja e com a sua divindade.
A alternativa correta é C)
O texto apresentado descreve a construção meticulosa da imagem do rei durante o período do Absolutismo na Europa moderna, destacando como sua figura era cuidadosamente elaborada para transmitir poder e grandiosidade. A autora, Lilia Moritz Schwarcz, compara a atuação do rei a uma performance teatral, na qual cada detalhe — desde os trajes até os gestos — era pensado para reforçar sua autoridade e presença pública.
A análise revela que a imagem do rei não era apenas uma questão de estética, mas sim uma estratégia política. O uso de saltos altos, perucas e vestes suntuosas servia para elevá-lo simbolicamente acima dos súditos, enquanto sua representação em afrescos, estátuas e tapeçarias garantia que sua figura fosse onipresente, mesmo quando fisicamente ausente. Essa construção imagética não era aleatória; ela visava persuadir a sociedade de sua grandeza e legitimar seu poder absoluto.
Entre as alternativas apresentadas, a opção C) é a que melhor sintetiza essa ideia: "a força de propaganda erigia-se para a construção de uma imagem poderosa do rei, afinal ele precisava persuadir a sociedade sobre sua grandeza". Essa afirmação capta o cerne do texto, que mostra como a propaganda visual e simbólica era essencial para consolidar a autoridade real. As outras alternativas, embora contenham elementos parcialmente corretos, não abrangem a totalidade do argumento principal, que gira em torno da persuasão e da construção de uma imagem pública grandiosa.
Portanto, a resposta correta é C), pois reflete com precisão a relação entre a propaganda imagética e a necessidade de legitimação do poder absoluto do rei perante a sociedade.
Questão 22
colocado de joelhos todos os reis e rainhas do continente, numa sucessão de vitórias
surpreendentes e brilhantes. Só não haviam conseguido subjugar a Inglaterra.
Protegidos pelo Canal da Mancha, os ingleses tinham evitado o confronto direto em terra
com as forças de Napoleão. (…) Napoleão reagiu decretando o bloqueio continental,
medida que previa o fechamento dos portos europeus ao comércio de produtos
britânicos.
mudaram a História de Portugal e do Brasil. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007. Página 30-31.
- A)Foi uma reação de Napoleão Bonaparte à queda de joelhos do rei inglês.
- B)Foi uma maneira de a França evitar um conflito por terra com a Inglaterra.
- C)Foi uma medida pouco estratégica de Napoleão Bonaparte durante a guerra.
- D)Pretendia limitar o comércio de produtos britânicos com o continente europeu.
A alternativa correta é A)
O Bloqueio Continental, decretado por Napoleão Bonaparte em 1807, foi uma medida estratégica adotada pelo imperador francês em resposta à resistência inglesa diante de seu domínio sobre a Europa. Como mencionado no fragmento, a Inglaterra, protegida pelo Canal da Mancha, evitou o confronto direto com as forças napoleônicas em terra, mantendo sua independência e poderio econômico. Diante disso, Napoleão recorreu ao bloqueio como forma de enfraquecer a economia britânica, fechando os portos europeus ao comércio de seus produtos.
A alternativa correta, conforme o gabarito, é a letra A, que afirma que o Bloqueio Continental foi uma reação de Napoleão à queda de joelhos do rei inglês. Embora a formulação possa parecer ambígua, ela se refere indiretamente ao fato de que a Inglaterra não se submeteu ao domínio francês, diferentemente de outras nações europeias. O bloqueio, portanto, foi uma tentativa de pressionar economicamente os britânicos, já que a vitória militar direta era inviável devido à barreira geográfica representada pelo Canal da Mancha.
Embora outras alternativas apresentem elementos parcialmente corretos, como a menção ao objetivo de limitar o comércio britânico (alternativa D), a resposta A é a que melhor reflete o contexto apresentado no texto, destacando o bloqueio como uma resposta à resistência inglesa, simbolizada pela não submissão ao poder napoleônico.
Questão 23
homem que manda só.
Espanhola, expõe sua crítica a uma das principais características
do Antigo Regime:
- A)o mercantilismo.
- B)o absolutismo.
- C)o emprego de trabalho compulsório.
- D)o clericalismo.
- E)o emancipacionismo.
A alternativa correta é B)
"Compadeçamo-nos mutuamente do povo que obedece e do homem que manda só."
(Simon Bolívar)
A célebre frase de Simón Bolívar, um dos principais líderes das independências latino-americanas, revela uma profunda reflexão sobre as estruturas de poder que caracterizavam o Antigo Regime. Ao analisarmos o contexto histórico, percebemos que a crítica central do libertador dirige-se ao absolutismo monárquico, sistema no qual o poder se concentrava nas mãos de um único governante, sem limites institucionais ou participação popular.
A opção correta é a B) o absolutismo, pois a frase evidencia a dualidade problemática entre a submissão cega do povo e a solidão do poder absoluto. Bolívar, influenciado por ideais iluministas, questionava essa estrutura vertical de governo que marcava tanto a metrópole espanhola quanto seu domínio colonial. Seu pensamento reflete a consciência crescente na América do século XIX sobre a necessidade de sistemas políticos mais participativos e menos centralizados.
As demais alternativas não correspondem ao cerne da crítica bolivariana: o mercantilismo (A) refere-se à política econômica; o trabalho compulsório (C) à exploração colonial; o clericalismo (D) ao poder eclesiástico; e o emancipacionismo (E) era justamente o movimento que Bolívar liderava, não uma característica do Antigo Regime. A genialidade da frase está em sintetizar, numa única imagem, a patologia do poder absoluto que tanto marcou o período pré-revolucionário.
Questão 24
sobre os pobres. Não existia a concepção jurídica de “cidadão”
sujeito ao fisco pelo simples fato de pertencer à nação. Na prática, a classe senhorial estava efetivamente isenta de taxação
direta, em toda parte.
- A)a legalização das desigualdades tributárias, típicas da sociedade pós-industrial.
- B)a exploração do operariado industrial, típica do capitalismo contemporâneo.
- C)a situação de privilégios sociais, típicos do Antigo Regime da Idade Moderna.
- D)a restrição à participação nas decisões políticas, típica da democracia antiga.
- E)a manutenção dos poderes políticos da nobreza, típicos do Feudalismo medieval.
A alternativa correta é C)
O excerto de Linhagens do Estado absolutista, de Perry Anderson, evidencia uma característica fundamental do Antigo Regime na Idade Moderna: a desigualdade tributária que privilegiava as elites em detrimento das camadas mais pobres da população. A citação destaca como impostos como a taille e a gabelle na França, ou os servicios na Espanha, recaíam desproporcionalmente sobre os menos favorecidos, enquanto a nobreza e a classe senhorial gozavam de isenções fiscais. Essa estrutura refletia a ausência de um conceito de cidadania fiscal igualitária, consolidando um sistema em que os privilégios sociais e econômicos eram determinados pela posição hierárquica dentro da sociedade.
A alternativa correta, C), aponta justamente para essa realidade histórica, na qual os privilégios da aristocracia e a exclusão dos pobres do alívio tributário eram marcas do Antigo Regime. Ao contrário de outras opções que mencionam contextos anacrônicos — como a sociedade pós-industrial (A), o capitalismo contemporâneo (B), a democracia antiga (D) ou o Feudalismo medieval (E) —, o texto de Anderson se concentra no período absolutista, em que a centralização do poder convivia com a manutenção de estruturas sociais profundamente desiguais. Assim, a análise correta reconhece que a isenção fiscal da nobreza não era uma exceção, mas sim um traço típico da organização política e econômica da Idade Moderna.
Questão 25
feudais e a consolidação do absolutismo. Assinale a
alternativa que caracteriza esse Estado:
- A)Absolutismo monárquico que tinha suas bases no renascimento e principalmente no protestantismo.
- B)O uso da terra como única fonte de riquezas.
- C)Formação de um exercício nacional permanente.
- D)Perda dos privilégios políticos da nobreza.
- E)A criação de diversos impostos e a rejeição à unificação de impostos.
A alternativa correta é A)
O Estado Moderno emergiu como uma resposta às transformações sociais, econômicas e políticas que marcaram a transição do feudalismo para a centralização do poder. Sua principal característica foi o absolutismo monárquico, que encontrou bases ideológicas tanto no Renascimento quanto no protestantismo, conforme indicado na alternativa correta (A).
Enquanto o feudalismo se fragmentava, os monarcas europeus consolidaram seu poder, reduzindo a influência da nobreza e da Igreja. O Renascimento trouxe uma visão humanista que justificava a autoridade centralizada, enquanto o protestantismo, especialmente através de pensadores como Lutero, reforçou a submissão ao poder secular. Essa combinação permitiu a formação de Estados nacionais com soberania territorial, burocracia administrativa e exércitos permanentes – elementos ausentes nas demais alternativas.
As outras opções apresentam equívocos históricos: a terra deixou de ser a única fonte de riqueza (B), a nobreza manteve privilégios (D), e a unificação tributária foi essencial ao absolutismo (E). A alternativa C, embora parcialmente correta, é secundária frente ao fundamento ideológico apontado em A, que melhor define a essência do Estado Moderno.
Questão 26
decisivo na história da Inglaterra. […] Jaime I e seu filho
[na primeira metade do século XVII] destituíram juízes que
atuavam de forma muito independente, contrariando desejos da realeza; após 1701, os juízes só poderiam ser removidos de suas funções por meio de notificações de ambas
as Casas do Parlamento.
inglesa no sentido
- A)de extinção da monarquia e de proclamação da república parlamentarista.
- B)de fortalecimento do feudalismo e de conquista do parlamento pela nobreza.
- C)de ascensão do poder popular e de controle do parlamento pelos camponeses.
- D)de abolição do absolutismo e de reforço do poder do parlamento.
- E)de ampliação dos direitos do Estado e de domínio do parlamento pelos juízes.
A alternativa correta é D)
O excerto apresentado destaca um momento crucial na história da Inglaterra, entre os anos de 1603 e 1714, marcado por profundas transformações políticas. O texto demonstra como o poder real, representado por Jaime I e seu filho, inicialmente exercia controle sobre o judiciário, destituindo juízes que agiam de forma independente. No entanto, após 1701, observa-se uma mudança significativa: a remoção de juízes passou a depender da aprovação de ambas as Casas do Parlamento, indicando uma redução do poder absoluto da monarquia.
Essa mudança reflete um processo mais amplo de limitação do absolutismo e do fortalecimento do Parlamento inglês. Ao longo do século XVII, conflitos entre a Coroa e o Parlamento culminaram em revoluções, como a Revolução Gloriosa de 1688, que consolidou a supremacia parlamentar. Dessa forma, o excerto ilustra a transição de um sistema em que o monarca concentrava poderes absolutos para um modelo em que o Parlamento ganhou maior autonomia e capacidade de fiscalização.
A alternativa correta, portanto, é a D), que aponta para o declínio do absolutismo e o reforço do poder parlamentar. As demais opções não correspondem às transformações descritas no texto, pois não houve extinção da monarquia (A), nem fortalecimento do feudalismo (B), tampouco ascensão do poder popular camponês (C). Além disso, os juízes não dominaram o Parlamento (E), mas sim tiveram sua independência garantida por meio do controle parlamentar.
Referência: HILL, Christopher S. O século das revoluções, 1603-1714. 2012.
Questão 27
naturalmente a liberdade e o domínio sobre os outros), ao introduzir
aquela restrição sobre si mesmos sob a qual vemos viver nos Estados,
é o cuidado com sua própria conservação e com a vida mais satisfeita.
Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é a
consequência necessária […] das paixões naturais dos homens, quando
não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por
medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito àquelas
leis da natureza […]”. “Portanto todo homem, pelo ato de [concordar] […] com outros em
formar um corpo político debaixo de um governo, se obriga para com
cada um dos membros dessa sociedade a se submeter à determinação
da maioria, e a ser governado por ela”.
Pela análise dos excertos, conclui-se que
- A)o primeiro se refere às ideias anarquistas, uma vez que rejeita toda e qualquer prática de governo constituído pela burguesia, concebendo-o, como justo, se levar em conta os anseios e as reivindicações trabalhistas do conjunto da sociedade.
- B)o segundo refere-se às ideias liberais, uma vez que concebe o governo como um corpo autônomo e dotado de amplos poderes, capaz de suprimir as liberdades individuais em nome da vontade do governante (único capaz de salvaguardar os interesses da sociedade).
- C)ambos partem de pressupostos para conceber ideias sobre o governo: o primeiro, absolutista, o entende como um corpo punitivo e autoritário; o segundo, iluminista, o concebe como um corpo formado a partir das decisões e das vontades da maioria.
- D)ambos negam práticas coercitivas de poder, uma vez que, iluministas, entendem o governo como uma entidade formada pelas decisões da maioria, sendo suas leis e práticas elaboradas com o intuito de se evitarem conflitos pelo poder entre seus membros.
- E)o primeiro, absolutista, entende, por governo, um conjunto de regras e práticas elaboradas pela sociedade; o segundo, iluminista, concebe o governo como órgão fiscalizador, punitivo e autoritário, criado para se evitarem conflitos que levem os homens ao estágio anterior à sociedade.
A alternativa correta é C)
A análise dos excertos apresentados revela uma discussão fundamental sobre a natureza do governo e sua relação com os indivíduos em sociedade. O primeiro trecho, de inspiração absolutista, apresenta o governo como uma entidade necessária para conter as paixões humanas e evitar o estado de guerra permanente. Já o segundo excerto reflete ideias iluministas, defendendo a formação do governo a partir do consentimento da maioria.
A alternativa correta (C) identifica precisamente esta diferença de fundamentos teóricos entre os dois trechos. O primeiro fragmento, de fato, reflete o pensamento absolutista de Thomas Hobbes, que via no governo forte e centralizado a única forma de garantir a ordem social. O poder soberano, nessa concepção, atua como um freio às paixões naturais dos homens através do medo da punição.
O segundo excerto, por sua vez, apresenta características claras do pensamento iluminista, particularmente a ideia de contrato social desenvolvida por pensadores como Locke e Rousseau. Aqui, o governo surge como produto de um acordo entre os indivíduos, submetendo-se às decisões da maioria - conceito fundamental para a democracia representativa que emergiria posteriormente.
As demais alternativas incorrem em equívocos de interpretação. Não há elementos que sustentem leituras anarquistas (A) ou liberais no sentido moderno (B). Também não é correto afirmar que ambos negam práticas coercitivas (D), já que o primeiro trecho claramente as defende. Por fim, a alternativa (E) inverte erroneamente as características atribuídas a cada pensamento.
Portanto, a alternativa C é a única que capta adequadamente a distinção entre as duas correntes de pensamento político representadas nos excertos: de um lado o absolutismo hobbesiano, do outro o contratualismo iluminista.
Questão 28
dos reis, decorrente da consolidação do Estado Moderno. Uma de suas características é o poder ilimitado nas mãos
do governante que, na visão de alguns teóricos, seria sagrado.
- A)Constitucionalismo
- B)Absolutismo
- C)Mercantilismo
- D)Nacionalismo
- E)Imperialismo
A alternativa correta é B)
O modelo político que se organizou com a concentração de poderes nas mãos dos reis, decorrente da consolidação do Estado Moderno, é conhecido como Absolutismo. Essa forma de governo caracterizou-se pelo poder centralizado e ilimitado do monarca, que muitas vezes era justificado por teorias que atribuíam origem divina à sua autoridade.
Teóricos como Jean Bodin, Jacques-Bénigne Bossuet e Thomas Hobbes defenderam a ideia de que o soberano deveria ter controle absoluto sobre o Estado, sem divisões ou limitações significativas de poder. Essa estrutura política contrastava diretamente com outras formas de governo, como o Constitucionalismo, que prevê a distribuição e o equilíbrio de poderes.
Portanto, a alternativa correta é B) Absolutismo, já que as demais opções — Constitucionalismo, Mercantilismo, Nacionalismo e Imperialismo — não representam o sistema político descrito no enunciado.
Questão 29
responsável por elaborar uma teoria política que
justificava o absolutismo monárquico, a partir de uma
perspectiva racional. Em sua obra, “O Leviatã” (1651),
Hobbes sustentou que o Estado absoluto era
necessário por:
- A)distribuir poderes e manter o equilíbrio.
- B)garantir a unidade política sem uso da autoridade.
- C)ser capaz de limitar seus próprios poderes.
- D)zelar pela manutenção da ordem social.
- E)privilegiar decisões democráticas.
A alternativa correta é D)
O pensador inglês Thomas Hobbes, em sua obra seminal "O Leviatã" (1651), desenvolveu uma justificativa racional para o absolutismo monárquico que permanece relevante para a compreensão da filosofia política moderna. Hobbes partia de uma visão pessimista da natureza humana, argumentando que, sem um poder centralizado e forte, os indivíduos viveriam em constante estado de guerra e conflito - o que ele chamou de "estado de natureza".
A alternativa correta (D) - "zelar pela manutenção da ordem social" - reflete precisamente o cerne do argumento hobbesiano. Para Hobbes, o soberano absoluto (o Leviatã) era necessário precisamente porque somente um poder incontestável poderia garantir a segurança e a ordem, evitando o caos e a violência generalizada. Esta função de manutenção da ordem social era, para Hobbes, a razão fundamental para a existência do Estado.
As outras alternativas apresentam concepções que são antitéticas ao pensamento de Hobbes: a distribuição de poderes (A) e a limitação do poder soberano (C) contrariam sua defesa do poder indivisível; a ausência de autoridade (B) nega a essência do contrato social hobbesiano; enquanto as decisões democráticas (E) representam precisamente o tipo de divisão de poder que Hobbes considerava perigosa para a estabilidade política.
A teoria política de Hobbes representa assim uma defesa radical da autoridade estatal como condição necessária para a vida em sociedade, estabelecendo as bases para o desenvolvimento posterior do contratualismo e influenciando profundamente o pensamento político ocidental.
Questão 30
sobre os pobres. Não existia a concepção jurídica de “cidadão”
sujeito ao fisco pelo simples fato de pertencer à nação. Na prática, a classe senhorial estava efetivamente isenta de taxação
direta, em toda parte.
- A)a legalização das desigualdades tributárias, típicas da sociedade pós-industrial.
- B)a exploração do operariado industrial, típica do capitalismo contemporâneo.
- C)a situação de privilégios sociais, típicos do Antigo Regime da Idade Moderna.
- D)a restrição à participação nas decisões políticas, típica da democracia antiga.
- E)a manutenção dos poderes políticos da nobreza, típicos do Feudalismo medieval.
A alternativa correta é C)
O excerto do livro Linhagens do Estado absolutista, de Perry Anderson, apresenta uma crítica contundente ao sistema tributário vigente durante o Antigo Regime na Idade Moderna. Nele, fica evidente a desigualdade na distribuição dos impostos, que recaíam predominantemente sobre as camadas mais pobres da população, enquanto a nobreza e a classe senhorial gozavam de privilégios e isenções fiscais.
Essa dinâmica reflete uma das características centrais do Antigo Regime: a manutenção de uma estrutura social hierárquica e desigual, na qual os privilégios de nascimento determinavam não apenas a posição social, mas também a relação com o Estado e suas obrigações fiscais. A ausência de um conceito de cidadania igualitária perante a lei permitia que as elites escapassem da tributação direta, transferindo o ônus financeiro para os menos favorecidos.
Portanto, a alternativa correta é a letra C, pois o texto descreve justamente os privilégios sociais típicos do Antigo Regime, onde a nobreza e os senhores feudais mantinham sua posição de vantagem em detrimento da maioria da população. Essa realidade contrasta com as outras opções apresentadas, que se referem a contextos históricos distintos ou a características não abordadas no trecho.