Questões Sobre Construção de Estados e o Absolutismo - História - concurso

O Estado Absolutista Europeu foi um período marcante na história, caracterizado pela centralização do poder nas mãos dos monarcas, que governavam sem limitações significativas por parte de outras instituições. Nesse contexto, as sociedades europeias passavam por transformações econômicas, políticas e sociais, que acabariam por desencadear movimentos revolucionários, como a Revolução Americana e a Revolução Francesa.

Segundo o Centro de Referência Virtual da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, é essencial que os estudantes compreendam não apenas as características do absolutismo, mas também como as ideias de liberdade, igualdade e governo foram aplicadas de maneira prática nos processos revolucionários. A alternativa correta, portanto, é a C), pois destaca a importância de abordar as propostas concretas de transformação social que emergiram nesses movimentos.

Embora as outras alternativas apresentem elementos relevantes, como a relação entre a burguesia e o absolutismo (A), a diversidade de pensamentos nos movimentos revolucionários (B) e a contextualização das ideias de liberdade e igualdade (D), a questão central reside em como essas ideias foram efetivamente aplicadas para modificar as estruturas sociais e políticas da época. Essa abordagem prática é fundamental para uma compreensão histórica mais profunda e crítica.

Numa das fases da Revolução Inglesa, conhecida como Revolução Puritana (1641-1649), ocorreu uma guerra civil que dividiu profundamente a sociedade inglesa. Esse conflito foi marcado por tensões políticas, religiosas e econômicas, resultando em um embate entre diferentes grupos sociais.

Entre as opções apresentadas, a alternativa correta é a C) Nobreza x Burguesia. Essa disputa refletia os interesses conflitantes entre a aristocracia tradicional, que buscava manter seus privilégios feudais, e a burguesia emergente, que almejava maior participação política e liberdade econômica.

A Revolução Puritana foi um momento crucial na história da Inglaterra, pois acelerou a transição de uma sociedade feudal para uma ordem mais alinhada com os interesses da classe burguesa. O Parlamento, dominado por setores da burguesia e da pequena nobreza progressista, confrontou o rei Carlos I, representante dos valores absolutistas e da velha nobreza.

Portanto, a guerra civil durante a Revolução Puritana pode ser compreendida como um conflito entre a nobreza conservadora e a burguesia em ascensão, com profundas implicações para o desenvolvimento do capitalismo e do sistema parlamentar na Inglaterra.

O Congresso de Viena (1814-1815) foi um marco na reorganização geopolítica da Europa após as Guerras Napoleônicas. Contrariando a afirmação apresentada, a França não apenas participou ativamente do Congresso, como teve um papel relevante nas negociações, representada pelo habilidoso diplomata Talleyrand. A Quádrupla Aliança, formada em 1815, surgiu como um mecanismo de contenção contra possíveis novas ambições expansionistas francesas, mas não excluiu a França do sistema de poder europeu.

Na realidade, o princípio do equilíbrio de poder adotado no Congresso de Viena previa justamente a reintegração da França como ator importante no concerto europeu. Já em 1818, na Conferência de Aquisgrão, a França foi admitida na Quíntupla Aliança, demonstrando sua rápida reinserção no cenário político continental. Portanto, a afirmação de que a Quádrupla Aliança assegurou a exclusão francesa até meados do século XIX está incorreta, tornando a alternativa E) a correta.

O Absolutismo, enquanto sistema político, esteve profundamente ligado ao mercantilismo, uma doutrina econômica que marcou a Europa entre os séculos XVI e XVIII. A relação entre ambos é evidente, pois o Estado absolutista via no mercantilismo um instrumento para fortalecer seu poder e consolidar sua autoridade. Diante disso, é fundamental compreender as principais características do mercantilismo para identificar a alternativa correta.

O mercantilismo baseava-se em princípios como o intervencionismo estatal na economia, o protecionismo alfandegário e a busca pela acumulação de metais preciosos, especialmente ouro e prata. O Estado desempenhava um papel central, regulando o comércio, incentivando a produção interna e estabelecendo barreiras contra produtos estrangeiros. Essa forte presença do Estado contrasta diretamente com ideias liberais ou com a ausência de intervenção governamental.

Analisando as alternativas, a opção C é a única que reflete corretamente essas características, ao mencionar a "essencial presença do Estado e o protecionismo alfandegário". As demais alternativas apresentam contradições, como a ausência do Estado ou o liberalismo econômico, que eram incompatíveis com os princípios mercantilistas.

Portanto, a resposta correta é de fato a alternativa C, pois sintetiza os pilares do mercantilismo: o Estado como agente ativo na economia e a adoção de medidas protecionistas para garantir a riqueza e o poder nacional.

Durante o século XVII, a Europa Ocidental passou por transformações significativas na estruturação do poder político, marcando o auge do absolutismo. Esse modelo de governo se caracterizava pela concentração de poder nas mãos do monarca e de sua burocracia, consolidando um Estado forte e centralizado. A alternativa correta que define essa política é a letra A, pois retrata com precisão a dinâmica do absolutismo no período.

O absolutismo do século XVII tinha como base o fortalecimento do poder real, sustentado por uma aliança estratégica com a burguesia urbana. Essa classe emergente, interessada em estabilidade política e econômica para expandir seus negócios, apoiava o rei em troca de proteção e benefícios comerciais. Diferentemente do feudalismo, em que o poder era fragmentado entre a nobreza, o absolutismo unificou a autoridade sob a figura do soberano, reduzindo a influência dos senhores feudais.

As demais alternativas apresentam equívocos conceituais. A letra B incorre ao afirmar que a base social do absolutismo eram os senhores feudais e os camponeses, quando na realidade a nobreza perdeu parte de seu poder para a coroa. A opção C confunde o absolutismo com um regime baseado apenas na força militar, ignorando seu aparato administrativo e jurídico. A alternativa D erra ao superestimar o papel dos camponeses, que não eram o principal apoio social do rei. Por fim, a letra E mistura elementos teocráticos, que, apesar de justificarem o poder real pela "vontade divina", não eram o sustentáculo principal do sistema.

Portanto, a centralização do poder no monarca, aliada ao apoio da burguesia e a uma burocracia eficiente, define corretamente o absolutismo do século XVII, conforme expresso na alternativa A.

O absolutismo foi um sistema político que predominou na Europa Ocidental durante a Idade Moderna, entre os séculos XV e XVIII. Sua consolidação foi influenciada por diversos fatores, mas um dos mais decisivos foi o acúmulo de riquezas obtidas pelos monarcas europeus por meio da exploração de territórios na América, África e Ásia.

A alternativa D) é a correta, pois o expansionismo marítimo e o colonialismo permitiram que as coroas europeias concentrassem recursos financeiros e poder. O ouro e a prata da América, assim como o comércio de escravos e especiarias, enriqueceram os cofres reais, financiando exércitos permanentes e burocracias centralizadas, elementos essenciais para o fortalecimento do poder absoluto dos reis.

As demais alternativas apresentam equívocos históricos. A A) ignora que o absolutismo coexistiu com estruturas morais e religiosas rígidas. A B) é incorreta, pois a Igreja Católica perdeu influência política nesse período, especialmente após as Reformas Protestantes. A C) e a E) cometem o erro de afirmar que o eixo econômico se transferiu para o Mediterrâneo, quando na verdade foi o Atlântico que ganhou protagonismo com as Grandes Navegações.

Portanto, a riqueza proveniente das colônias foi o principal combustível para o absolutismo, permitindo aos monarcas subjugar a nobreza, controlar a burguesia e impor sua autoridade incontestável.

Considerando o Absolutismo do início da época moderna, é CORRETO afirmar que Jean Bodin e Jacques Bossuet defendiam a

• A) desobediência do Rei aos preceitos de Roma.
• B) intervenção do Estado na economia do Reino.
• C) teoria contratual do poder absoluto.
• D) teoria do direito divino dos reis.

O gabarito correto é D).

A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar.

HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles

• A) entravam em conflito.
• B) recorriam aos clérigos.
• C) consultavam os anciãos.
• D) apelavam aos governantes.
• E) exerciam a solidariedade.

O gabarito correto é A).

O texto apresentado, extraído da obra A crise do século XVII de Hugh Trevor-Roper, aborda a natureza da crise geral que marcou o período, destacando sua dimensão política e a relação entre o Estado e a sociedade. A análise do autor aponta para uma crise não constitucional ou produtiva, mas sim uma ruptura na estrutura estatal e em sua interação com o tecido social.

Conforme o texto, a crise do século XVII foi gerada pelo crescimento desordenado das cortes renascentistas, que se tornaram um peso insustentável para as sociedades da época. Essas cortes, caracterizadas pelo desperdício e pela extração excessiva de recursos, prosperaram apenas em um contexto de expansão econômica. Quando essa prosperidade declinou, o sistema entrou em colapso, evidenciando a desconexão entre os interesses do Estado absolutista e os da sociedade.

O autor contrasta as diferentes respostas à crise em países como Espanha, Holanda, França e Inglaterra. Enquanto a Espanha manteve seu antigo regime como um fardo paralisante, outras nações superaram a crise ao abandonar estruturas obsoletas e adotar políticas mais responsáveis, como o mercantilismo. Isso reforça a ideia de que o cerne da crise estava na esfera política e na relação disfuncional entre Estado e sociedade.

Portanto, a alternativa correta é a letra A, pois o texto sustenta que a crise foi essencialmente política, decorrente do crescimento descontrolado da corte absolutista e do distanciamento entre seus objetivos e os anseios da população. As demais alternativas não correspondem à análise apresentada, seja por atribuir a crise a eventos específicos (como a Revolução Gloriosa), a fatores econômicos isolados ou a uma suposta incompetência exclusiva da corte espanhola.

A sociedade do Antigo Regime, apesar de propagar uma imagem de harmonia e organicidade, era marcada por conflitos profundos e estruturais. Como aponta António Hespanha em Caleidoscópio do Antigo Regime, essa aparente coesão social escondia uma realidade de tensões endêmicas, mitigadas apenas pela estrutura corporativa que organizava as relações sociais da época.

Entre os fatores que explicam esses conflitos, a alternativa correta é a D), que identifica as tensões como resultado da desigualdade social e jurídica entre os estamentos, somada às aspirações de mobilidade dentro da hierarquia cortesã. Essa afirmação capta a essência dinâmica e contraditória do Antigo Regime, onde a rigidez das ordens sociais convivia com as ambições individuais e coletivas de ascensão.

As demais alternativas apresentam elementos anacrônicos ou distorcidos: a ascensão camponesa (A) não era um fenômeno significativo, a unicidade do direito (B) contradiz o pluralismo jurídico do período, e o enriquecimento colonial (C) desconsidera que as tensões principais ocorriam no âmbito metropolitano. Portanto, a desigualdade estrutural e as lutas por posição na hierarquia social constituíam o cerne dos conflitos na sociedade pré-moderna.