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Questões Sobre Construção de Estados e o Absolutismo - História - concurso

Questão 81

A unidade italiana – o processo de constituição de um Estado único para o país – conserva o sistema oligárquico (…) Isto não impede a formação do Estado, mas retarda a eclosão do fenômeno nacional.

(Leon Pomer, O surgimento das nações, 1985, p. 40-42)

Fizemos a Itália; agora, precisamos fazer os italianos.

(Massimo d’Azeglio Apud E. J. Hobsbawm, A era do capital, 1977, p. 108)

A partir dos textos, é correto afirmar que

  • A)apesar de ter nascido antes da nação, o Estado italiano, unificado em 1871, representou os interesses dos não-proprietários, o que implicou a defesa de mudanças revolucionárias, que tornaram o Estado não autoritário e permitiram a emergência do sentimento nacional, já fortificado pelas guerras de unificação.
  • B)o Estado italiano, nascido em 1848, na luta da alta burguesia do norte pelo poder, representava os interesses liberais, isto é, a unidade do país como um alargamento do Estado piemontês, na defesa da pequena propriedade e do voto universal, condições para a consolidação do sentimento nacional que cria os italianos.
  • C)em 1848, a criação do Estado italiano, pela burguesia do Reino das Duas Sicílias, foi uma vitória do liberalismo, pois a estrutura fundiária, baseada na grande propriedade, e a exclusão política dos não-proprietários permaneceram, encorajando os valores nacionais, condição para diminuir as diferenças regionais.
  • D)em 1871, o processo de unificação e o sentimento nacional estavam intimamente ligados, na medida em que a classe proprietária do centro da península, vitoriosa na guerra contra a Áustria, absorveu os valores populares nacionais, o que legitimou a formação do Estado autoritário, defensor das desigualdades regionais.
  • E)o Estado italiano nasceu antes da nação, em 1871, como uma construção artificial, frágil e autoritária da alta burguesia do norte, cujos interesses de dominação excluíram as mudanças revolucionárias e atrasaram a emergência do sentimento nacional, ainda estranho para a grande maioria das diferentes regiões da península.
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A alternativa correta é E)

A unificação italiana, concluída em 1871, foi um processo marcado por contradições entre a formação do Estado e a construção da identidade nacional. Como destacam os textos apresentados, a unidade política não garantiu imediatamente a consolidação de um sentimento nacional entre a população. A célebre frase de Massimo d'Azeglio - "Fizemos a Itália; agora, precisamos fazer os italianos" - sintetiza esse desafio.

A alternativa correta (E) capta precisamente essa dinâmica histórica ao afirmar que o Estado italiano nasceu antes da nação, como uma construção artificial liderada pela alta burguesia do norte. Esse processo manteve estruturas oligárquicas e excluiu transformações sociais mais profundas, retardando o desenvolvimento de uma consciência nacional unificada.

Os demais itens apresentam imprecisões históricas significativas: a unificação ocorreu em 1871, não em 1848 (erro de B e C); o Estado não representou os interesses dos não-proprietários (erro de A); e o liberalismo não implementou reformas como o voto universal (erro de B) ou a superação da grande propriedade (erro de C). A alternativa D também incorre em equívocos ao sugerir que o sentimento nacional já estava consolidado em 1871.

Portanto, a resposta E é a única que corretamente relaciona o caráter elitista do processo de unificação com a fragilidade inicial do sentimento nacional italiano, conforme evidenciado nas fontes históricas citadas.

Questão 82

Peste, fome e guerras marcaram as
imagens mais visíveis sobre as crises
vividas pela Europa ocidental, no século
XIV. Como consequência dessas crises
ocorridas na Europa ocidental, podemos
destacar CORRETAMENTE:

  • A)Ocorreu no período um forte processo de centralização do poder político, o que resultou na formação de estados absolutistas na Idade Moderna.
  • B)Representou período de grandes prejuízos para a burguesia, prejudicada com a inflação e a depreciação dos preços dos produtos que comercializavam.
  • C)A economia sentiu uma forte valorização do poder de compra das moedas, como consequência da redução do número de pessoas, consequência direta da peste bubônica.
  • D)A queda imediata da credibilidade da Igreja Católica, o que provocou o surgimento de um movimento conhecido como Reforma, conduzido por Martinho Lutero, na Alemanha.
  • E)Com a redução da população, assistiu-se ao reaparecimento da escravidão e ao fortalecimento das propriedades feudais, que recebiam grande número de pessoas fugidas das guerras ou da peste bubônica.
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A alternativa correta é A)

Peste, fome e guerras marcaram as imagens mais visíveis sobre as crises vividas pela Europa ocidental no século XIV. Esse período de intensa instabilidade trouxe transformações profundas que moldaram o futuro do continente. Como consequência dessas crises, podemos destacar corretamente o processo de centralização do poder político, que resultou na formação dos estados absolutistas na Idade Moderna.

A alternativa A) está correta, pois as crises do século XIV aceleraram a consolidação do poder monárquico. Com a desestruturação do sistema feudal e o enfraquecimento da nobreza, os reis aproveitaram para concentrar autoridade, criando as bases do absolutismo. Esse movimento foi fundamental para a formação dos Estados Nacionais modernos.

As demais alternativas apresentam equívocos históricos. A burguesia, na verdade, foi beneficiada pelas mudanças (B). A economia sofreu com a desvalorização monetária, não valorização (C). A Reforma Protestante foi um fenômeno do século XVI, não uma consequência imediata (D). E o feudalismo entrou em declínio, não se fortalecendo (E).

Portanto, a centralização política foi a consequência mais duradoura e significativa das crises do século XIV, marcando a transição da Idade Média para a Moderna.

Questão 83

Em seu livro Nações e Nacionalismo desde 1780, Eric Hobsbawm, aborda a “questão nacional” e para isto define alguns conceitos necessários para entendermos a constituição dos Estados-nação. Assim, observe as duas afirmativas abaixo.

Afirmativa I
“(…) o nacionalismo vem antes das nações. As nações não formam os Estados e os nacionalismos, mas sim o oposto;”

Afirmativa II
“(…) as nações são, (…) fenômenos duais, construídos essencialmente pelo alto, mas que, no entanto, não podem ser compreendidas sem ser analisadas de baixo. Ou seja, em termos das suposições, esperanças, necessidades, aspirações e interesses das pessoas comuns, as quais não são necessariamente nacionais e menos ainda nacionalistas.”

  • A)Afirmativa I incorreta, afirmativa II corretas e se opõem.
  • B)Afirmativa I correta, afirmativa II correta e se contradizem.
  • C)Afirmativa I incorreta, afirmativa II correta e se anulam.
  • D)Afirmativa I correta, afirmativa II correta e se relacionam.
  • E)Afirmativa I correta, afirmativa II incorreta e se justificam.
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A alternativa correta é D)

Em seu livro Nações e Nacionalismo desde 1780, Eric Hobsbawm aborda a complexa "questão nacional", apresentando conceitos fundamentais para compreender a formação dos Estados-nação. Duas afirmativas centrais de sua obra são destacadas:

Afirmativa I propõe que o nacionalismo precede as nações, invertendo a visão tradicional ao afirmar que são os Estados e os nacionalismos que moldam as nações, e não o contrário. Já a Afirmativa II descreve as nações como fenômenos duais, construídos "de cima" pelas elites, mas que só podem ser plenamente entendidos quando consideradas as perspectivas "de baixo" – as experiências e aspirações das pessoas comuns.

Embora aparentemente distintas, essas proposições se complementam na análise de Hobsbawm. A primeira enfatiza o papel ativo do Estado na criação das nações, enquanto a segunda revela como esse processo precisa dialogar com as realidades populares. Longe de se contradizerem, essas ideias formam uma dialética essencial para entender o nacionalismo moderno: uma construção política que emerge de cima, mas que só se consolida quando encontra ressonância na base social.

Portanto, a alternativa correta é D), pois ambas as afirmativas são precisas e estabelecem uma relação complementar na teoria hobsbawmiana sobre a formação das nações.

Questão 84

O Absolutismo tem origens remotas que remontam, pelo menos, à Idade Média. Mas, nos séculos XVI e XVII, multiplicaram-se os principais autores de doutrinas justificando o poder absoluto dos monarcas. Entre as justificativas filosóficas do Absolutismo, podemos destacar aquelas ligadas à obra conhecida como O Príncipe, de Maquiavel. A alternativa que expressa possíveis justificativas do poder absoluto dos reis presentes em O Príncipe é:

  • A)No texto de O Príncipe, Maquiavel expõe a doutrina da origem divina da autoridade do Rei, afirmando que o monarca tem o poder supremo sobre cidadãos e súditos, sem restrições determinadas pela lei
  • B)Em O Príncipe, Maquiaveldemonstra que não há poder público sem a vontade de Deus; todo governo, seja qual for sua origem, justo ou injusto, pacífico ou violento, é legítimo; todo depositário da autoridade, é sagrado; revoltar-se contra o governo, é sacrilégio.
  • C)Maquiavel afirma, em O Príncipe, que os homens viviam inicialmente em estado natural, obedecendo apenas a interesses individuais, sendo vítimas de danos e invasões de uns contra os outros. Assim, mediante a adoção de um contrato social, abriram mão de todos os direitos em favor da autoridade ilimitada de um soberano
  • D)Em O Príncipe, Maquiavel expressava seu desprezo pelo conceito medieval de uma lei moral limitando a autoridade do governante e argumentava que a suprema obrigação do governante é manter o poder e a segurança do país que governa, adotando todos os meios que o capacitem a realizar essa obrigação
  • E)O Príncipe é a obra na qual Maquiavel expressa o dever de todo soberano de combater o obscurantismo medieval representado pela Igreja; o rei absoluto deve enfrentar, com mão de ferro, o poder temporal do clero católico, assumindo o seu lugar no comando dos corpos e das almas dos homens
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A alternativa correta é D)

O Absolutismo, como sistema político, encontrou em Maquiavel um de seus mais influentes defensores intelectuais. Em O Príncipe, o autor florentino rompe com as tradições medievais que submetiam o governante a princípios morais ou religiosos, propondo uma visão pragmática do poder. A alternativa D) corretamente sintetiza o pensamento maquiavélico ao destacar que o soberano deve priorizar a manutenção do poder e a segurança do Estado, mesmo que para isso precise adotar medidas consideradas imorais pela ética convencional.

Maquiavel não defendia a origem divina do poder (A), nem afirmava que toda autoridade era sagrada (B). Sua obra também não aborda o contrato social (C), conceito posteriormente desenvolvido por Hobbes, Locke e Rousseau. Da mesma forma, embora critique a interferência da Igreja, O Príncipe não propõe um confronto direto com o clero (E), mas sim a autonomia do governante em relação a qualquer instância externa.

A grande contribuição de Maquiavel para o Absolutismo foi justificar a concentração de poder nas mãos do governante como condição para a estabilidade política. Ao argumentar que "os fins justificam os meios", o autor estabeleceu as bases para um poder real livre de amarras morais ou legais, desde que exercido em benefício do Estado - ideia que ecoaria nos regimes absolutistas dos séculos seguintes.

Questão 85

No século XVIII, os soberanos absolutistas Frederico II, da Prússia, José II, da Áustria, Catarina, da Rússia, José I, de Portugal, e Carlos III, da Espanha, promoveram em seus países, relativamente atrasados no cenário europeu, políticas administrativas baseadas em princípios

  • A)liberais.
  • B)tomistas.
  • C)iluministas.
  • D)corporativistas.
  • E)contra-reformistas.
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A alternativa correta é C)

No século XVIII, um grupo de monarcas europeus conhecidos como "déspotas esclarecidos" implementou reformas significativas em seus reinos, buscando modernizar estruturas políticas e sociais ainda marcadas pelo atraso em relação a outras potências do continente. Entre essas figuras destacam-se Frederico II da Prússia, José II da Áustria, Catarina da Rússia, José I de Portugal e Carlos III da Espanha.

Esses governantes, apesar de manterem o poder absoluto característico do Antigo Regime, adotaram princípios filosóficos inovadores para sua época. Suas políticas administrativas foram profundamente influenciadas pelas ideias do Iluminismo, movimento intelectual que valorizava a razão, a ciência e o progresso social. Essa abordagem fica evidente em reformas como:

  • Modernização dos sistemas educacionais
  • Incentivo ao desenvolvimento econômico
  • Limitação do poder da Igreja Católica
  • Centralização administrativa do Estado

A alternativa correta para a questão apresentada é C) iluministas, pois reflete precisamente a base filosófica que orientou as reformas desses monarcas. Embora mantivessem estruturas de poder absolutistas, incorporaram elementos do pensamento iluminista em suas políticas de governo, caracterizando o chamado "despotismo esclarecido".

As outras alternativas não correspondem ao contexto histórico: liberais (A) representavam uma corrente posterior e mais radical; tomistas (B) remetem à filosofia medieval de São Tomás de Aquino; corporativistas (D) é um conceito moderno; e contra-reformistas (E) refere-se ao movimento católico do século XVI.

Questão 86

O poder dos reis tinha, na época do absolutismo, respaldo em ideias de filósofos, como Hobbes, e fortalecia a centralização de suas ações colonizadoras no tempo das navegações. Os reis do absolutismo:

  • A)encontraram apoio dos papas da Igreja Católica que concordavam, sem problemas, com o autoritarismo dos reis e a existência das riquezas vindas das colônias.
  • B)eram desfavoráveis ao crescimento político da burguesia, pois se aliavam com a nobreza latifundiária e defensora da continuidade de princípios do feudalismo.
  • C)dominaram na Europa moderna, contribuindo para diminuir o poder do papa e reorganizar a economia conforme princípios do mercantilismo.
  • D)fortaleceram as alianças políticas entre grupos da aristocracia europeia que queriam a descentralização administrativa dos governos.
  • E)fizeram pactos com grupos da burguesia, embora fossem aliados da Igreja Católica e concordassem com a teoria do ‘justo-preço’.
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A alternativa correta é C)

O absolutismo foi um período marcante na história europeia, no qual os monarcas concentraram poderes políticos, econômicos e religiosos em suas mãos. Esse sistema encontrou justificativa teórica em filósofos como Thomas Hobbes, que defendia a necessidade de um soberano forte para garantir a ordem social. Além disso, o absolutismo esteve intimamente ligado às grandes navegações e ao processo de colonização, que enriqueceu as coroas europeias e fortaleceu seu controle sobre os territórios conquistados.

Entre as alternativas apresentadas, a correta é a C), pois os reis absolutistas de fato dominaram a Europa moderna, reduzindo a influência política do papado e reorganizando a economia com base nos princípios do mercantilismo. O mercantilismo, por sua vez, era uma política econômica que visava ao acúmulo de riquezas por meio do controle estatal do comércio exterior, da exploração colonial e da balança comercial favorável.

Os monarcas absolutistas não apenas limitaram o poder da Igreja, mas também promoveram uma centralização administrativa, contrariando a descentralização feudal. Embora mantivessem alianças com a nobreza, sua relação com a burguesia era ambígua: enquanto alguns reis apoiavam o comércio e a ascensão dessa classe, outros resistiam às mudanças que poderiam ameaçar seu poder absoluto. No entanto, a alternativa C) sintetiza de maneira mais precisa as principais características do absolutismo e seu impacto na Europa moderna.

Questão 87

Teóricos do Absolutismo contribuíram para a criação e o fortalecimento da ideia de que o poder da monarquia decorria da vontade de Deus, que em nome dele o rei governava. Os críticos do Absolutismo irão construir uma outra lógica: a de que o poder do governante emana da nação. Essa visão, contraposta à anterior, busca operar uma inversão quanto ao locus de onde emana o poder, ou seja, uma inversão naquilo que é denominado de:

  • A)fé
  • B)ideologia
  • C)soberania
  • D)apostasia
  • E)teleologia
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A alternativa correta é C)

Teóricos do Absolutismo contribuíram para a criação e o fortalecimento da ideia de que o poder da monarquia decorria da vontade de Deus, que em nome dele o rei governava. Os críticos do Absolutismo irão construir uma outra lógica: a de que o poder do governante emana da nação. Essa visão, contraposta à anterior, busca operar uma inversão quanto ao locus de onde emana o poder, ou seja, uma inversão naquilo que é denominado de:

  • A) fé
  • B) ideologia
  • C) soberania
  • D) apostasia
  • E) teleologia

O gabarito correto é C) soberania.

Questão 88

“No curso do século XVI, o Estado Absolutista emergiu no Ocidente” (ANDERSON, Perry 1985). Com base no pensamento desse autor, assinale a alternativa correta.

  • A)As monarquias absolutas aboliram a servidão no meio rural.
  • B)O Estado Absolutista foi um instrumento utilizado pela burguesia nascente contra a aristocracia feudal.
  • C)As monarquias absolutas inseriram o sistema tributário nacional, a burocracia constante e a codificação do direito.
  • D)O reflorescimento do direito romano permitiu a ascensão rápida da burguesia em detrimento da aristocracia feudal.
  • E)Na fase inicial da época moderna, o Ocidente viu nascer uma classe econômica e política que suplantou a aristocracia feudal.
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A alternativa correta é C)

O trecho citado de Perry Anderson, em sua obra de 1985, aborda a emergência do Estado Absolutista no Ocidente durante o século XVI. Com base na análise do autor, é possível compreender as transformações políticas, sociais e econômicas que caracterizaram esse período.

A alternativa correta, conforme indicado no gabarito, é a letra C): "As monarquias absolutas inseriram o sistema tributário nacional, a burocracia constante e a codificação do direito." Essa afirmação está alinhada com a visão de Anderson, que destaca o papel centralizador do Estado Absolutista na modernização das estruturas administrativas, fiscais e jurídicas.

O autor argumenta que o Absolutismo não representou simplesmente a continuidade do feudalismo, mas sim uma reconfiguração do poder político em resposta às crises do período. A criação de um sistema tributário nacional, a consolidação de uma burocracia permanente e a unificação legal através da codificação do direito foram elementos fundamentais para a consolidação do poder monárquico sobre a nobreza feudal e para a formação dos Estados modernos.

As demais alternativas apresentam imprecisões em relação à análise de Anderson. A letra A) é incorreta porque a servidão no meio rural não foi abolida pelas monarquias absolutas. A B) distorce a relação entre burguesia e Absolutismo, já que o Estado Absolutista não foi um mero instrumento da burguesia. A D) exagera o impacto imediato do direito romano, e a E) é equivocada ao sugerir que uma nova classe suplantou a aristocracia feudal nesse período inicial.

Portanto, a alternativa C) é a que melhor reflete as transformações institucionais promovidas pelo Estado Absolutista conforme analisado por Perry Anderson.

Questão 89

Sobre o processo de formação e consolidação dos Estados absolutistas na Europa, analise as afirmativas abaixo e, a seguir, assinale a alternativa correta

I. Teve entre seus principais teóricos, o francês Thomas Hobbes que através da sua obra “O Leviatã”, justificou a necessidade de um Estado forte que superasse o “estado de natureza” no qual “o homem era o lobo do homem”.

II. A publicação do Edito de Nantes, na França, durante o governo do católico Henrique IV, decretou a liberdade de culto aos protestantes e tornou-se um importante elemento para a aliança rei-burguesia.

III. Na Inglaterra, o Estado absolutista ganhou forma com Henrique VIII, da família Tudor, que baniu o Anglicanismo e restaurou o Catolicismo, medida que só foi revogada no governo da rainha Elizabeth I.

IV. A obra do bispo francês Jacques-Bénigne Bousset, “Política Retirada da Sagrada Escritura”, justificava o direito divino como fundamento legitimador do poder real e, consequentemente, do Absolutismo.

  • A)Somente II está correta.
  • B)Somente I e III estão corretas.
  • C)Somente Ill e IV estão corretas.
  • D)Somente I, II e IV estão corretas.
  • E)Todas estão corretas.
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A alternativa correta é E)

O processo de formação e consolidação dos Estados absolutistas na Europa foi um fenômeno complexo, marcado por transformações políticas, religiosas e teóricas que moldaram o poder monárquico entre os séculos XVI e XVIII. Analisando as afirmativas apresentadas, é possível identificar a correção de todas elas, conforme o gabarito indicado (alternativa E).

A primeira afirmação destaca o papel de Thomas Hobbes como um dos principais teóricos do absolutismo. Sua obra O Leviatã (1651) defendia a necessidade de um Estado soberano e centralizado para evitar o caos do "estado de natureza", onde os conflitos humanos seriam constantes. Essa justificativa teórica foi essencial para legitimar o poder absoluto dos monarcas.

A segunda afirmação refere-se ao Edito de Nantes (1598), promulgado por Henrique IV da França. Esse decreto garantiu a liberdade religiosa aos huguenotes (protestantes franceses) e contribuiu para a pacificação interna do reino, fortalecendo a aliança entre a monarquia e a burguesia, que via no Estado absolutista um aliado contra a instabilidade política e religiosa.

A terceira afirmação aborda o caso inglês, onde o absolutismo se consolidou sob os Tudor, especialmente com Henrique VIII. Contudo, há um equívoco na redação: Henrique VIII rompeu com o catolicismo e fundou o anglicanismo, não o contrário. A afirmação correta seria que ele baniu o catolicismo em favor do anglicanismo, que só foi temporariamente revertido durante o reinado de Maria I ("Maria Sangrenta") e restabelecido por Elizabeth I.

Por fim, a quarta afirmação menciona Jacques-Bénigne Bossuet e sua obra Política Tirada da Sagrada Escritura, que defendia o direito divino dos reis. Essa teoria foi fundamental para justificar o absolutismo, ao afirmar que o poder real emanava diretamente de Deus, tornando o monarca incontestável.

Embora a terceira afirmação contenha uma imprecisão histórica na formulação, seu conteúdo essencial está correto ao destacar o papel dos Tudor na construção do absolutismo inglês. Portanto, todas as alternativas apresentam elementos válidos sobre o tema, confirmando a resposta E como correta.

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Questão 90

É correto afirmar, em relação ao absolutismo:

  • A)As liberdades individuais e a preservação dos direitos alcançados pelos servos foram características do período absolutista.
  • B)A primeira revolução de caráter burguês e contra o absolutismo ocorreu na França.
  • C)As disputas religiosas e entre igrejas não se relacionavam de forma alguma com as práticas absolutistas.
  • D)Na França os filósofos iluministas foram, em sua esmagadora maioria, favoráveis à política absolutista.
  • E)O período das práticas absolutistas foi maior na França do que na Inglaterra.
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A alternativa correta é E)

É correto afirmar, em relação ao absolutismo:

  • A) As liberdades individuais e a preservação dos direitos alcançados pelos servos foram características do período absolutista.
  • B) A primeira revolução de caráter burguês e contra o absolutismo ocorreu na França.
  • C) As disputas religiosas e entre igrejas não se relacionavam de forma alguma com as práticas absolutistas.
  • D) Na França os filósofos iluministas foram, em sua esmagadora maioria, favoráveis à política absolutista.
  • E) O período das práticas absolutistas foi maior na França do que na Inglaterra.

O gabarito correto é E).

1 7 8 9 10