Esses anos [pós-guerra] também foram notáveis sob outro aspecto pois, à medida que o tempo passava, tornava-se evidente que aquela prosperidade não duraria. Dentro dela estavam contidas as sementes de sua própria destruição.(J. K. Galbraith, Dias de boom e de desastre In J. M. Roberts (org), História do século XX, 1974, p. 1331)Segundo Galbraith,
Esses anos [pós-guerra] também foram notáveis sob outro aspecto pois, à medida que o tempo passava, tornava-se evidente que aquela prosperidade não duraria. Dentro dela estavam contidas as sementes de sua própria destruição.
(J. K. Galbraith, Dias de boom e de desastre In J. M. Roberts (org), História do século XX, 1974, p. 1331)
Segundo Galbraith,
- A)a crise do capitalismo norte-americano em 1929 não abalou os seus fundamentos porque foi gerada por ele mesmo, isto é, o funcionamento da economia provocou a superprodução agrícola e industrial, a especulação na bolsa de valores, e a expansão do crédito, o que garantiu os lucros aos empresários, diminuindo a desigual distribuição de renda com o recuo do desemprego.
- B)a época referida no texto diz respeito à crise dos anos 1950, pós-Segunda Guerra, portanto externa ao capitalismo dos Estados Unidos, uma vez que os Estados europeus, endividados e destruídos, continuaram a contrair empréstimos e a comprar produtos norte-americanos, e os empresários, internamente, especularam na bolsa de valores, para minimizar os efeitos do desemprego.
- C)nos fins dos anos 1920, com a economia desorganizada pela Primeira Guerra Mundial, o capitalismo norte-americano cresceu rumo à superprodução, com investimentos na indústria, à restrição ao crédito e ao controle da especulação na bolsa de valores, pois a crise foi motivada apenas por motivos internos, o que facilitou a intervenção do Estado.
- D)a crise de 1929 foi gerada pelo próprio funcionamento do capitalismo nos Estados Unidos dos anos 1920, em um clima de euforia com o aumento da produção, a especulação na bolsa de valores, a concentração de renda e o crédito fácil, sem intervenção do Estado, apesar da diminuição das importações europeias e dos crescentes índices de desemprego.
- E)a crise dos anos pós-Segunda Guerra Mundial mostrou a importância da ação do Estado, na medida em que a intervenção reduziu os desequilíbrios causados pelo próprio funcionamento da economia norte-americana, isto é, preservou o lucro dos empresários, baixou os índices da produção agrícola e industrial, e controlou os altos níveis do desemprego.
Resposta:
A alternativa correta é D)
O trecho de J. K. Galbraith, presente em Dias de boom e de desastre, analisa os anos pós-guerra, destacando que a prosperidade experimentada nesse período carregava em si as contradições que levariam ao seu próprio declínio. Essa perspectiva é fundamental para compreender a crise de 1929, que, conforme a alternativa correta (D), foi resultado do funcionamento intrínseco do capitalismo norte-americano na década de 1920.
Galbraith argumenta que a euforia econômica da época foi marcada pelo aumento da produção industrial e agrícola, pela especulação desenfreada na bolsa de valores e pela expansão do crédito fácil. Esses fatores, somados à concentração de renda e à ausência de regulação estatal, criaram um cenário insustentável. Apesar do aparente crescimento, as desigualdades sociais se aprofundaram, e o desemprego aumentou, evidenciando as fragilidades do sistema.
A alternativa D corretamente sintetiza essa análise, ao afirmar que a crise de 1929 foi gerada pelo próprio capitalismo norte-americano, sem intervenção estatal significativa para conter os excessos. Enquanto outras alternativas distorcem o contexto histórico ou atribuem a crise a fatores externos, a opção D reconhece que os problemas eram estruturais, decorrentes da dinâmica interna da economia dos EUA naquele período.
Assim, a visão de Galbraith reforça que a crise não foi um acidente, mas sim uma consequência inevitável das contradições inerentes ao modelo econômico vigente, marcado pela superprodução, pela especulação e pela falta de equilíbrio social.
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