Questões Sobre Crise de 1929 - História - concurso

A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi um dos eventos econômicos mais impactantes do século XX. Marcada pelo colapso da Bolsa de Valores de Nova York em 24 de outubro daquele ano, a crise se espalhou rapidamente pelos países ocidentais, expondo as fragilidades do sistema capitalista da época.

A alternativa correta sobre a crise é a letra B, que aponta para sua natureza como uma crise de superprodução e subconsumo, agravada pela concentração de riquezas. Esse desequilíbrio foi resultado do crescimento desenfreado da produção industrial e agrícola nos Estados Unidos durante os "anos 20 dourados", enquanto o poder de compra da população não acompanhava esse ritmo. A concentração de renda nas mãos de uma pequena parcela da sociedade limitou o consumo massivo, criando um excedente de mercadorias que não encontravam compradores.

Ao contrário do que sugerem outras alternativas, a crise teve efeitos globais profundos. A Europa foi duramente atingida, especialmente países como Alemanha e Inglaterra que dependiam de empréstimos e comércio com os EUA. O Brasil, por sua vez, sofreu com a queda abrupta das exportações de café, já que os Estados Unidos eram seu principal comprador. A crise não teve origem na concorrência asiática, mas sim nas contradições internas do capitalismo norte-americano. Quanto ao desemprego, ele aumentou drasticamente em todo o mundo, inclusive na Alemanha e Itália, onde a crise abriu caminho para regimes autoritários.

A Grande Depressão deixou como legado importantes lições sobre a necessidade de regulação econômica e políticas de redistribuição de renda, influenciando o surgimento do Estado de Bem-Estar Social em diversos países.

A Crise de 1929, também conhecida como a Grande Depressão, foi um dos eventos mais marcantes da história econômica mundial. Suas causas e consequências revelam as fragilidades do sistema capitalista e os desequilíbrios estruturais que podem levar a colapsos financeiros e sociais. Entre as alternativas apresentadas, a opção D) é a que melhor sintetiza as razões fundamentais da crise, destacando a especulação financeira, a concentração de riqueza e a desconexão entre produção e demanda.

A especulação desenfreada na bolsa de valores, aliada a uma distribuição desigual de renda, criou uma bolha econômica insustentável. Enquanto os lucros das empresas e os ganhos no mercado financeiro cresciam, os salários da maioria da população não acompanhavam esse ritmo, limitando o poder de consumo. Além disso, a superprodução agrícola e industrial não encontrava compradores suficientes, seja no mercado interno ou internacional, agravando o cenário de crise.

Ao contrário do que sugerem outras alternativas, a Crise de 1929 não se restringiu aos Estados Unidos nem foi causada por fatores externos isolados, como a recuperação europeia ou o fascismo alemão. Seus efeitos foram globais, afetando economias em todo o mundo e atingindo duramente todas as classes sociais, incluindo a classe média. A intervenção estatal, por meio do New Deal, foi essencial para a recuperação, mas não impediu anos de sofrimento e transformações profundas no sistema econômico internacional.

Portanto, a opção D) corretamente identifica as raízes da crise na combinação perigosa entre especulação, desigualdade e desequilíbrio entre produção e consumo, elementos que continuam relevantes para a análise de crises econômicas até os dias atuais.

O acordo entre Benito Mussolini e a Igreja Católica, que resultou na criação do Estado do Vaticano, foi formalizado por meio do Tratado de Latrão, assinado em 11 de fevereiro de 1929. Este tratado marcou o fim de décadas de tensão entre o Reino da Itália e a Santa Sé, estabelecendo o Vaticano como um Estado soberano e independente.

O Tratado de Latrão consistia em três documentos principais:

• Um tratado político que reconhecia a soberania do Vaticano.
• Uma concordata que regulamentava as relações entre a Igreja e o Estado italiano.
• Uma convenção financeira que compensava a Igreja pelas perdas territoriais sofridas durante a unificação italiana.

Entre as alternativas apresentadas:

• A) Pacto Anti-Komintern: Acordo entre Alemanha, Japão e Itália contra a Internacional Comunista, sem relação com o Vaticano.
• B) Tratado de Brest-Litovski: Acordo de paz entre a Rússia Soviética e as Potências Centrais na Primeira Guerra Mundial.
• C) Tratado de não agressão: Termo genérico para acordos de paz, não específico ao caso.
• D) Tratado de Latrão: Resposta correta, como explicado.
• E) Tratado de Madrid: Nome associado a diversos acordos históricos, mas não ao contexto do Vaticano.

Portanto, a alternativa D) Tratado de Latrão é a única correta, pois foi o instrumento diplomático que resolveu a "Questão Romana" e garantiu a existência do Estado do Vaticano como conhecemos hoje.

A Crise de 1929, também conhecida como a Grande Depressão, foi um dos eventos mais marcantes da história econômica mundial. Analisando os itens apresentados, é possível identificar quais estão corretos e quais contêm informações incorretas sobre o período.

O item I afirma que o grande desenvolvimento da economia nos anos 1920 foi seguido por um controle e planejamento da produção, o que teria levado à crise. Essa afirmação está incorreta, pois a crise foi causada justamente pela falta de regulamentação e pelo excesso de especulação no mercado, além da superprodução industrial e agrícola sem demanda correspondente. Não houve um controle efetivo da produção antes da crise.

O item II descreve corretamente a situação precária da classe trabalhadora na época, marcada por baixos salários e más condições de vida, como moradias em cortiços e favelas. Portanto, esse item está correto.

O item III menciona que o New Deal criou leis sociais para proteger trabalhadores e desempregados, mas sem abandonar o Liberalismo. Essa afirmação está incorreta, pois o New Deal representou justamente uma intervenção estatal na economia, rompendo com os princípios do Liberalismo clássico. O governo passou a regular setores econômicos e implementar políticas de bem-estar social.

Já o item IV está correto, pois uma das medidas do New Deal foi, de fato, controlar a superprodução agrícola, incentivando os agricultores a reduzirem a produção e até mesmo a destruir estoques para equilibrar os preços.

Portanto, os itens I e III são os que contêm informações incorretas, confirmando que a alternativa E) é o gabarito correto.

O New Deal, implementado em 1933 pelo presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt, foi um conjunto de medidas econômicas e sociais criadas para combater os efeitos da Grande Depressão. Seu principal objetivo era recuperar a economia dos Estados Unidos por meio da colaboração entre o governo e a iniciativa privada, além de proporcionar alívio imediato à população afetada pela crise.

Entre as medidas adotadas, destacam-se:

• Empréstimos governamentais a bancos para evitar falências e restabelecer a confiança no sistema financeiro (II).
• Implantação de um sistema de seguridade social, incluindo o seguro-desemprego, para proteger os trabalhadores (III).
• Programas de obras públicas, como a construção de estradas, pontes e barragens, gerando empregos em massa (V).

Por outro lado, o New Deal não promoveu a supervalorização do dólar (I), pois isso prejudicaria as exportações norte-americanas. Além disso, o plano não se baseou na não intervenção estatal (IV), já que Roosevelt adotou uma postura ativa para regular a economia e estimular a recuperação.

Portanto, as medidas corretas são II, III e V, conforme indicado na alternativa C).

O livro que sintetiza os princípios da filosofia política nazista, escrito por Adolf Hitler durante seu período de prisão em 1924, é intitulado Mein Kampf, cuja tradução para o português é "Minha Luta". Esta obra, publicada originalmente em dois volumes (1925 e 1926), tornou-se o fundamento ideológico do Partido Nazista, expondo teorias racistas, antissemitas e expansionistas que posteriormente orientaram as políticas do Terceiro Reich. A alternativa correta, portanto, é a letra B), pois as demais opções — como "O Mito", "Alemanha acima de tudo", "O Imperador" e "Nosso Líder" — não correspondem ao título da obra em questão, embora refiram-se a conceitos ou slogans associados ao regime nazista.

A escolha do título Minha Luta não foi aleatória: ele reflete a narrativa pessoal de Hitler sobre sua trajetória política e sua visão de "luta" pela supremacia ariana. O livro, além de autobiográfico, funcionou como ferramenta de propaganda, consolidando o culto à personalidade do líder e disseminando ideias que justificariam atrocidades durante a Segunda Guerra Mundial. É importante destacar que, embora a obra tenha sido amplamente distribuída na Alemanha nazista, seu conteúdo é hoje reconhecido como um símbolo do extremismo e da intolerância, sendo banido em vários países por incitar o ódio racial.

A análise de Celso Furtado sobre o período da Grande Depressão no Brasil revela uma transformação estrutural na economia nacional. Conforme o autor demonstra, a queda abrupta da renda monetária e o aumento dos preços de importações levaram a uma redução superior a 60% no volume de importações, criando condições para uma reorientação do modelo econômico.

O trecho destacado aponta para o surgimento de uma "situação praticamente nova" caracterizada pela mudança nos vetores de crescimento econômico. Enquanto o setor exportador - tradicionalmente dominante na economia brasileira - enfrentava sérias dificuldades, o mercado interno passava a oferecer melhores oportunidades de investimento.

Essa transição histórica, conforme indicado na alternativa correta (C), representou o início da preponderância do setor voltado para o mercado interno no processo de formação de capital. Tratava-se de um movimento orgânico da economia, onde as forças de mercado, diante do colapso da demanda externa, naturalmente redirecionaram os fluxos de investimento para atividades orientadas ao consumo interno.

Furtado identifica esse momento como crucial na formação econômica do Brasil, pois marcou o início de um processo de diversificação produtiva que, décadas depois, culminaria no processo de industrialização por substituição de importações. A depressão internacional, paradoxalmente, criou as condições para essa virada estrutural na economia brasileira.

O trecho de Celso Furtado analisa uma transformação estrutural na economia brasileira durante a Grande Depressão (1929-1933), evidenciando como a crise internacional alterou os fluxos de investimento e dinamismo econômico no país. A queda drástica das importações (superior a 60%) e a relativa estabilidade da demanda interna criaram condições inéditas: o setor voltado ao mercado doméstico passou a atrair mais capitais que o setor exportador, tradicionalmente hegemônico.

Essa "situação praticamente nova" (alternativa E correta) representa um ponto de inflexão no modelo primário-exportador. A preponderância do mercado interno na formação de capital, ainda que circunstancial, antecipa tendências que se consolidariam com a industrialização substitutiva de importações. As demais alternativas distorcem a análise de Furtado: não há menção a políticas agrícolas (A), transferências para o setor financeiro (B), disparidades regionais (C) ou suposto protagonismo industrial nordestino (D) – o eixo do argumento reside na mudança estrutural nos incentivos econômicos.

O texto ilustra como choques externos podem reconfigurar economias periféricas, deslocando investimentos para setores antes secundários. Essa dinâmica seria crucial para entender o desenvolvimento brasileiro posterior.

O trecho de Celso Furtado em Formação Econômica do Brasil analisa um momento crucial da economia brasileira durante a Grande Depressão, quando a queda abrupta das exportações e a redução da renda monetária forçaram uma reorientação do modelo econômico. A "situação praticamente nova" mencionada pelo autor refere-se à ascensão do mercado interno como principal dinamizador da economia, em contraste com a tradicional dependência do setor exportador.

A alternativa correta (B) – preponderância do setor ligado ao mercado interno no processo de formação de capital – capta exatamente essa transformação. Como Furtado demonstra, a depressão internacional corroeu a demanda externa, enquanto a procura interna manteve relativa estabilidade. Essa inversão de prioridades incentivou investimentos em atividades voltadas para o consumo doméstico, alterando a lógica histórica de acumulação baseada nas exportações primárias.

As demais alternativas não correspondem à análise do texto. Não há menção a transferências setoriais de capital (C), muito menos a políticas regionais deliberadas (E). A questão central reside na emergência do mercado interno como eixo dinâmico, um fenômeno que, embora circunstancial na crise de 1929, prenunciaria mudanças estruturais na economia brasileira.

A análise de Celso Furtado sobre a economia brasileira durante a Grande Depressão revela uma transformação estrutural significativa. O texto destaca que, entre 1929 e o auge da crise, a renda monetária no Brasil sofreu uma redução de 25% a 30%, enquanto os preços dos produtos importados aumentaram 33%. Essa conjuntura levou a uma queda superior a 60% no volume de importações, evidenciando a vulnerabilidade do modelo econômico dependente do comércio exterior.

Furtado aponta que, nesse contexto, a demanda interna ganhou importância como elemento dinâmico da economia. Enquanto a procura externa declinava drasticamente, o mercado interno mostrou maior resiliência, tornando-se um polo mais atrativo para investimentos do que o setor exportador. Essa mudança representou uma ruptura com o padrão histórico da economia brasileira, tradicionalmente voltada para a exportação de commodities agrícolas.

A "situação praticamente nova" mencionada pelo autor refere-se precisamente ao surgimento de um cenário em que o setor voltado para o mercado interno passou a predominar no processo de formação de capital. Essa transição, embora provocada por circunstâncias adversas, marcou o início de uma reorientação na economia brasileira, com implicações duradouras para seu desenvolvimento posterior.

Portanto, a alternativa correta é a E) à preponderância do setor ligado ao mercado interno no processo de formação de capital, pois esta é a interpretação mais fiel ao argumento desenvolvido por Furtado no trecho analisado.