Questões Sobre Crise de 1929 - História - concurso

O fragmento de Eric Hobsbawm sobre a Grande Depressão destaca a crise de confiança nas estruturas econômicas e políticas vigentes após o colapso de 1929. A passagem enfatiza a incapacidade dos mecanismos tradicionais do liberalismo clássico em responder adequadamente à queda drástica da demanda de consumo e do investimento. Segundo o autor, as ferramentas econômicas do século XIX mostraram-se ineficazes para reativar a economia durante a depressão, evidenciando uma falha estrutural no sistema.

Entre as alternativas apresentadas, a opção C) é a que melhor se alinha com a análise de Hobsbawm. Ela aponta corretamente a ausência de regulação estatal – característica do liberalismo clássico – como um dos fatores agravantes da crise, juntamente com o declínio abrupto do poder de compra da população. O texto sugere que a queda no consumo não foi compensada por investimentos, pois as políticas econômicas da época não conseguiram ajustar as taxas de juros de forma a estimular a retomada econômica. Essa interpretação reflete a crítica ao liberalismo desregulado, que dominou o século XIX e se mostrou inadequado para enfrentar os desafios do período entre guerras.

As demais alternativas apresentam distorções em relação ao contexto histórico descrito. A alternativa A) menciona um "excesso de intervencionismo estatal" que não condiz com a realidade da época, marcada justamente pela não-intervenção. A opção B) incorre em erro ao sugerir que as políticas liberais do século XIX estimulavam altos juros para conter o consumo, quando na verdade pregavam a autorregulação do mercado. A alternativa D) atribui a crise ao protecionismo, um fenômeno posterior à quebra de 1929, e não sua causa. Por fim, a opção E) inverte a lógica ao culpar a queda dos juros por um suposto consumo excessivo, quando o problema central foi justamente a falta de consumo e investimento.

Portanto, a análise do texto confirma que a Grande Depressão foi agravada pela combinação entre a herança do liberalismo econômico do século XIX – com sua falta de mecanismos de controle – e o colapso da capacidade de consumo, tornando a alternativa C) a correta.

A crise de 1929, conhecida como a Grande Depressão, foi um dos eventos econômicos mais devastadores do século XX, impactando profundamente a vida dos trabalhadores em todo o mundo, especialmente nos Estados Unidos. Entre as principais consequências iniciais enfrentadas por essa classe, destacam-se o aumento do desemprego e o atraso nos pagamentos de salários, conforme indicado na alternativa B.

A quebra da Bolsa de Valores de Nova York em outubro de 1929 desencadeou uma série de falências empresariais e bancárias, reduzindo drasticamente a produção industrial e o comércio. Como resultado, milhões de trabalhadores perderam seus empregos, e aqueles que ainda estavam empregados frequentemente sofriam com salários atrasados ou reduzidos, agravando a situação de pobreza e insegurança econômica.

Embora as outras alternativas apresentem problemas reais da época, como a dificuldade no acesso a crédito (A), o encarecimento de produtos básicos (C) e os desafios no setor agrícola (D), a alternativa B sintetiza os efeitos mais imediatos e diretos sobre a classe trabalhadora. O desemprego em massa e a instabilidade salarial foram marcas registradas desse período, refletindo o colapso econômico e social que caracterizou a Grande Depressão.

O New Deal foi o programa de recuperação econômica implementado pelo presidente Franklin D. Roosevelt nos Estados Unidos entre 1933 e 1945, em resposta à Grande Depressão iniciada em 1929. Essa política marcou uma mudança significativa na atuação do Estado na economia, rompendo com o liberalismo clássico e adotando princípios keynesianos de intervenção governamental para estimular a demanda e reduzir o desemprego.

A alternativa A está correta porque o New Deal representou exatamente essa abordagem keynesiana, com o governo assumindo um papel ativo na economia através de grandes obras públicas, regulação do sistema financeiro e programas de assistência social. As demais alternativas estão incorretas: o Plano Marshall (B) foi um programa de reconstrução europeia pós-Segunda Guerra; o Plano Monroe (C) referia-se à doutrina de isolamento das Américas no século XIX; o "Way of Life" (D) não foi um programa econômico; e a NEP (E) foi uma política temporária adotada na União Soviética nos anos 1920.

O New Deal teve impactos duradouros na economia americana, estabelecendo bases para o welfare state e influenciando políticas econômicas em todo o mundo ocidental no pós-guerra. Sua ênfase no papel regulador do Estado e na proteção social representou uma transformação fundamental na relação entre governo e economia.

A Crise de 1929, conhecida como a Grande Depressão, teve impactos profundos na economia global, e o Brasil não ficou imune às suas consequências. Como principal exportador de café na época, o país dependia fortemente das vendas desse produto para os Estados Unidos, que eram seu maior comprador. Com a crise, os norte-americanos reduziram drasticamente suas importações, levando a um acúmulo de estoques de café no Brasil e a uma queda vertiginosa nos preços. Essa situação desestabilizou a economia brasileira, que ainda era majoritariamente agroexportadora.

A alternativa correta, portanto, é a A), pois retrata a principal consequência direta da crise no Brasil: a diminuição das compras de café pelos EUA, o aumento dos estoques e a queda dos preços. Esse cenário agravou a crise econômica no país, afetando produtores rurais, comerciantes e o governo, que dependia das exportações para sustentar sua economia. As outras alternativas apresentam eventos históricos desconectados do contexto da Crise de 1929 ou que ocorreram em períodos distintos.

A crise evidenciou a fragilidade de uma economia baseada em um único produto de exportação, incentivando, posteriormente, medidas de diversificação industrial no Brasil. No entanto, naquele momento, o impacto foi devastador, reforçando a interdependência econômica global e como crises em grandes potências podem reverberar em nações periféricas.

A crise econômica de 1929 marcou uma virada na política externa dos Estados Unidos, levando à adoção da Política de Boa Vizinhança durante o governo de Franklin D. Roosevelt. Essa estratégia buscava substituir intervenções militares por uma abordagem mais diplomática e econômica nas relações com a América Latina. No entanto, após a Segunda Guerra Mundial, o cenário geopolítico mudou radicalmente, e os EUA adotaram uma postura mais assertiva para conter a expansão do comunismo, especialmente em seu "quintal" continental.

A alternativa correta é a letra A, pois reflete com precisão a implementação da Doutrina de Segurança Nacional no pós-guerra. Essa doutrina justificava intervenções militares e apoio a regimes aliados para evitar a influência soviética na região. Exemplos como o golpe na Guatemala (1954) e a crise dos mísseis em Cuba (1962) demonstram essa política em ação. As outras alternativas apresentam distorções históricas ou confundem períodos distintos da política externa norte-americana.

Vale destacar que a Política de Boa Vizinhança (década de 1930) e a Doutrina de Segurança Nacional (Guerra Fria) representam fases distintas. Enquanto a primeira priorizava soft power cultural e econômico, a segunda recorria ao hard power militar quando necessário, mostrando a adaptação pragmática dos EUA às circunstâncias internacionais.

A universalização dos direitos fundamentais e o respeito à pessoa humana são frutos de um longo processo histórico, marcado por transformações sociais, econômicas e políticas. Como aponta o gabarito correto (E), foi especialmente após a crise de 1929 e no contexto pós-Segunda Guerra Mundial que os direitos sociais ganharam maior amplitude, com o surgimento do Estado de Bem-Estar Social.

O texto base demonstra como os direitos sociais emergiram como resposta às desigualdades do capitalismo industrial, inicialmente focados na proteção dos trabalhadores. A citação de Herkenhoff (2016) reforça essa ideia, mostrando que as liberdades formais se tornam insuficientes quando as necessidades básicas não são atendidas. O Estado de Bem-Estar Social, portanto, representou um avanço ao ampliar esses direitos, buscando tanto amenizar os efeitos das crises econômicas quanto conter o avanço do socialismo.

As outras alternativas apresentam elementos históricos relevantes, mas não respondem adequadamente à questão. O iluminismo (A) e a Revolução Francesa (B) foram importantes para os direitos liberais, mas não para os sociais em sua amplitude moderna. As guerras mundiais (C) e a encíclica Rerum Novarum (D) tiveram seu papel, mas não representaram o momento decisivo de ampliação dos direitos sociais como o pós-guerra.

Portanto, a alternativa E corretamente identifica o período em que os direitos sociais foram significativamente expandidos, marcando uma nova fase na proteção da dignidade humana frente aos desafios do século XX.

O excerto apresentado retrata um período de prosperidade econômica nos Estados Unidos entre 1923 e 1928, caracterizado pela expansão do consumo e pela consolidação da indústria automobilística como um dos pilares da economia. Durante esses anos, conhecidos como "os anos dourados" ou "os rugientes anos 20", a produção em massa permitiu que bens antes considerados artigos de luxo, como automóveis, telefones e eletrodomésticos, se tornassem acessíveis a um número cada vez maior de consumidores. Esse fenômeno foi impulsionado pelo crescimento industrial e pela concentração de grandes empresas, que dominavam setores estratégicos da economia.

A alternativa correta, A) ampliação do mercado consumidor devido à produção industrial em grande escala, reflete adequadamente a situação descrita no texto. A produção em massa, especialmente na indústria automobilística, liderada por empresas como a Ford, permitiu a redução de custos e a popularização de produtos que antes eram restritos a uma elite. Essa dinâmica econômica contribuiu para a formação de uma sociedade de consumo, na qual o acesso a bens industriais se expandiu significativamente.

As demais alternativas não correspondem ao contexto apresentado. Não há menção a leis trabalhistas (B), desorganização da produção agrícola (C), crise do capitalismo (D) ou protecionismo econômico (E). Pelo contrário, o período foi marcado pelo liberalismo econômico, pelo crescimento industrial e pela euforia consumista, que antecederam a Grande Depressão de 1929. Portanto, a resposta correta é, de fato, a letra A.

O excerto apresentado retrata um período de prosperidade econômica nos Estados Unidos entre 1923 e 1928, caracterizado pelo crescimento do consumo e pela expansão industrial. Nesse contexto, a alternativa correta é a A) ampliação do mercado consumidor devido à produção industrial em grande escala, pois o texto destaca justamente o aumento do acesso da população a bens antes considerados luxuosos, como automóveis e eletrodomésticos, impulsionado pela produção em massa.

Esse fenômeno foi possível graças ao desenvolvimento da indústria, especialmente a automobilística, que se tornou um setor-chave da economia. A concentração da produção em grandes empresas, mencionada no texto, reforça a ideia de uma economia em expansão, baseada na produção em larga escala e no aumento do poder de compra dos consumidores.

As demais alternativas não se adequam ao contexto descrito. Não há menção a leis trabalhistas (B), desorganização da produção agrícola (C), crise do capitalismo (D) ou políticas protecionistas (E). O período em questão, conhecido como "Os Loucos Anos 20", foi marcado pelo crescimento econômico e pelo consumismo, consolidando os Estados Unidos como uma potência industrial.

O texto de Eric Hobsbawm em A Era dos Extremos destaca a crise de confiança nas estruturas políticas e econômicas tradicionais durante a Grande Depressão. Diante do colapso econômico global, as soluções convencionais do liberalismo secular e das doutrinas conservadoras mostraram-se ineficazes, exigindo uma ruptura com os paradigmas estabelecidos. Nesse contexto, as medidas adotadas pelo presidente Franklin Roosevelt nos Estados Unidos, conhecidas como New Deal, representaram uma resposta inovadora e pragmática à crise.

A alternativa correta, B), aponta para a influência das ideias keynesianas, que defendiam a intervenção estatal como mecanismo para reativar a economia. Roosevelt implementou políticas de aumento de gastos públicos, criação de empregos e proteção social, contrariando a ortodoxia liberal que pregava austeridade fiscal. Essas ações não apenas aliviaram os efeitos imediatos da depressão, mas também redefiniram o papel do Estado na economia, consolidando um modelo que influenciaria décadas de políticas públicas no Ocidente.

As demais alternativas não correspondem às medidas efetivamente aplicadas durante o New Deal. Planos Quinquenais (A) eram característicos da URSS, a expansão agrícola (C) não foi o foco central, a ortodoxia liberal (D) foi justamente abandonada, e o padrão-ouro (E) foi suspenso, não mantido. Assim, a resposta B) reflete a síntese entre teoria econômica renovada e ação governamental que marcou a superação da crise.

A escolha de Berlim como sede dos Jogos Olímpicos de 1936 pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) foi um evento marcado por controvérsias e divisões políticas. Em 1931, quando a decisão foi tomada, a Alemanha ainda não estava sob o domínio nazista, mas a ascensão de Hitler ao poder em 1933 transformou completamente o significado dos jogos. Inicialmente, o partido Nazista era contrário à realização do evento, porém, Hitler rapidamente percebeu o potencial propagandístico que as Olimpíadas representavam.

A resistência internacional foi significativa. Personalidades como o deputado comunista francês Florimond Bonte denunciaram a participação nos jogos como uma forma de legitimar o regime nazista. Nos Estados Unidos, universidades como Long Island, Notre Dame e Nova York se recusaram a ceder seus atletas, enquanto na Europa surgiram movimentos que tentaram organizar competições alternativas. Essas reações refletiam a preocupação global com o uso político que o regime de Hitler faria do evento.

Para o governo nazista, os Jogos Olímpicos de Berlim foram uma oportunidade de ouro para promover a ideologia da superioridade ariana perante o mundo. Hitler e seus aliados investiram pesadamente na infraestrutura e no espetáculo, buscando transmitir uma imagem de eficiência, organização e poder. Apesar dos esforços para mascarar o racismo e a perseguição aos judeus e outras minorias, os jogos serviram principalmente como um palco para a propaganda do regime.

Portanto, a alternativa correta é a B), pois os Jogos Olímpicos de 1936 foram utilizados pelo nazismo como uma ferramenta de propaganda, visando exaltar a suposta supremacia racial alemã e projetar uma imagem positiva do regime no cenário internacional.