Questões Sobre Crise de 1929 - História - concurso

A partir da década de 30 do século XX, algumas democracias adotaram políticas intervencionistas de matriz keynesiana para recuperar a economia, abalada pela chamada Grande Depressão de 1929.

De acordo com Eric Hobsbawm, em sua obra A Era dos Extremos: O Breve Século XX (1914-1991), o principal desdobramento da Grande Depressão foi o fortalecimento da direita radical calcada em valores nacionalistas e anticomunistas, inspirada pelo movimento fascista. Esse fenômeno se manifestou em diversos países, como a ascensão do nazismo na Alemanha e do fascismo na Itália, marcando um período de crise das democracias liberais e de polarização ideológica.

As alternativas apresentadas refletem diferentes interpretações sobre o período, mas a análise de Hobsbawm destaca justamente o impacto da crise econômica no surgimento de regimes autoritários de extrema-direita como resposta ao colapso capitalista e ao temor da expansão comunista. Portanto, a alternativa correta é C).

A Crise de 1929, conhecida como a Grande Depressão, foi um marco histórico que afetou profundamente a economia global, com reflexos significativos no Brasil. O colapso da bolsa de valores de Nova York em outubro daquele ano desencadeou uma série de eventos econômicos catastróficos, cujas origens estavam na superprodução industrial e na especulação desenfreada no mercado financeiro. Embora os Estados Unidos tenham sido o epicentro da crise, seus efeitos se espalharam por todo o mundo, atingindo especialmente os países que dependiam das exportações para a economia norte-americana.

No contexto brasileiro, a crise teve um impacto devastador sobre a economia, que na época era fortemente dependente da exportação de commodities agrícolas. Entre os produtos afetados, o café se destacou como o mais prejudicado. Isso ocorreu porque os Estados Unidos eram o principal comprador do café brasileiro, e com a recessão, a demanda por esse produto despencou. Como consequência, os preços do café caíram drasticamente, levando a uma crise no setor que era a base da economia nacional.

A alternativa correta para a questão apresentada é a letra B), que aponta o café como o produto mais afetado pela Crise de 1929 no Brasil. Essa escolha se justifica pelo fato de o café ser, à época, o principal item de exportação do país, com os Estados Unidos como seu maior consumidor. A queda na demanda norte-americana teve um efeito direto e imediato na economia brasileira, evidenciando a vulnerabilidade de um modelo econômico baseado em poucos produtos de exportação.

Em contraste, outras commodities como borracha, cana-de-açúcar, algodão e tabaco, embora relevantes, não tinham o mesmo peso na pauta de exportações brasileiras naquele período. Portanto, a crise do café simboliza não apenas os efeitos da Grande Depressão no Brasil, mas também a necessidade de diversificação econômica, que só viria a ser abordada em décadas posteriores.

O trecho de Eric Hobsbawm retrata os impactos devastadores da Crise de 1929, um dos eventos mais marcantes do século XX, que abalou profundamente a economia capitalista global. A queda vertiginosa da produção industrial e dos preços de commodities, como trigo e seda, ilustra o colapso econômico que se seguiu ao crash da Bolsa de Nova York. Conforme apontado na alternativa correta (D), a crise não se limitou aos Estados Unidos, mas se espalhou por nações capitalistas, gerando desemprego em massa e falências em cadeia.

A exceção foi a URSS, que, isolada do sistema capitalista, experimentou crescimento durante esse período. O texto evidencia como a crise expôs as fragilidades do liberalismo econômico, pavimentando o caminho para intervenções estatais, como o New Deal, e para o surgimento de regimes autoritários na Europa. A Grande Depressão demonstrou a interdependência das economias modernas e como o colapso de um polo econômico pode desencadear efeitos globais catastróficos.

HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos. O breve século XX - 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 96.

O dia 24 de outubro de 1929 é um marco na história econômica mundial, conhecido como a Quinta-Feira Negra, quando a Bolsa de Valores de Nova Iorque sofreu uma queda catastrófica, desencadeando a Grande Depressão. Esse evento não apenas abalou os Estados Unidos, mas reverberou globalmente devido à posição central do país na economia da época.

Entre as alternativas apresentadas, a opção B) corretamente identifica os fatores essenciais que levaram à crise: o desequilíbrio entre produção e consumo nos EUA e a redução das exportações para a Europa. Esse cenário resultou em estoques excessivos, tanto de produtos agrícolas quanto industrializados, e culminou na desvalorização abrupta das ações no mercado financeiro. A especulação desenfreada e a falta de regulação do sistema bancário agravaram a situação, criando um efeito dominó de falências e desemprego em massa.

As demais alternativas apresentam elementos históricos desconectados da realidade da crise de 1929. Enquanto o nazifascismo (A) e a União Soviética (E) são fenômenos posteriores ou paralelos, a desvalorização do dólar (D) e o endividamento dos EUA (C) não correspondem às causas imediatas do colapso. A resposta B) sintetiza com precisão os desajustes econômicos fundamentais que definiram a maior crise do capitalismo no século XX.

O New Deal, implementado pelo presidente Franklin D. Roosevelt nos Estados Unidos após a crise de 1929, representou uma série de medidas intervencionistas para recuperar a economia e amenizar os efeitos da Grande Depressão. As afirmativas apresentadas demonstram diferentes aspectos dessa política econômica, todos eles corretos e alinhados com as ações tomadas durante esse período.

A afirmativa I destaca o investimento em obras públicas, uma estratégia fundamental para reduzir o desemprego em massa e reativar a economia. Projetos como a construção de hidrelétricas e infraestrutura geraram milhões de empregos, estimulando a demanda interna.

A afirmativa II menciona a destruição de estoques agrícolas, uma medida controversa, mas necessária na época para evitar a queda brusca dos preços devido à superprodução. Essa ação visava estabilizar o mercado agrícola.

Já a afirmativa III aborda o controle estatal sobre preços e produção, uma forma de evitar crises de superprodução tanto no setor industrial quanto no agrícola, garantindo maior equilíbrio econômico.

A afirmativa IV refere-se à redução da jornada de trabalho, uma medida para distribuir melhor as vagas disponíveis e diminuir o desemprego. Por fim, a afirmativa V trata da criação de direitos trabalhistas, como salário-mínimo e seguros sociais, que fortaleceram a proteção ao trabalhador.

Portanto, todas as afirmativas estão corretas, confirmando que o New Deal foi um conjunto abrangente de políticas públicas para enfrentar a crise econômica e social da década de 1930.

O texto apresentado destaca a transformação dos Estados Unidos de principal devedor para maior credor internacional após a Primeira Guerra Mundial, um fenômeno que redefiniu as relações econômicas globais. Essa mudança ocorreu porque, ao se tornarem credores, os Estados Unidos precisaram importar mais do que exportar para permitir que os países devedores honrassem suas obrigações financeiras. No entanto, esse cenário de prosperidade foi abruptamente interrompido pela crise de 1929, que se espalhou para além das fronteiras norte-americanas devido a dois fatores principais: a retirada de capitais norte-americanos aplicados no exterior e a redução das importações dos Estados Unidos. Esses elementos, mencionados na alternativa D), foram cruciais para a propagação da crise, pois afetaram diretamente a liquidez internacional e o comércio global, amplificando os efeitos da Grande Depressão.

A crise de 1929 não foi apenas um colapso interno dos Estados Unidos, mas um evento com repercussões mundiais, justamente pela posição central que o país ocupava na economia internacional. A diminuição das importações norte-americanas reduziu a demanda por produtos estrangeiros, enquanto a retirada de capitais do exterior agravou as dificuldades financeiras de outros países. Dessa forma, a alternativa D) corretamente identifica os mecanismos que transformaram uma crise nacional em uma catástrofe global, confirmando-se como a resposta mais adequada ao contexto histórico e econômico apresentado.

A década de 1920 foi um período de grande prosperidade econômica para os Estados Unidos, impulsionado pela recuperação pós-Primeira Guerra Mundial e pelo avanço industrial. No entanto, essa euforia foi interrompida bruscamente pela Crise de 1929, que mergulhou o país – e o mundo – na Grande Depressão. Entre as causas dessa crise, destaca-se a superprodução no setor primário, especialmente na agricultura e na indústria, que levou a uma queda nos preços e ao acúmulo de estoques sem demanda correspondente.

A alternativa correta é a D), pois a superprodução nos Estados Unidos criou um desequilíbrio entre oferta e demanda, agravado pela especulação financeira e pelo crédito fácil. Enquanto outras opções, como o New Deal (A) ou a política antitruste (B), são incorretas por se referirem a eventos posteriores ou sem relação direta, a superprodução foi um fator central que desencadeou o colapso econômico. A descolonização afro-asiática (C) e a dívida norte-americana (E) não tiveram impacto significativo na crise de 1929.

O nacional-socialismo alemão, sob a liderança de Adolf Hitler, consolidou-se como um movimento ideológico baseado em princípios autoritários, expansionistas e racistas durante os anos 1930 e 1940. Analisando as afirmativas apresentadas, é possível identificar quais delas estão corretas de acordo com os fundamentos históricos desse regime.

A afirmativa I está correta, pois o anticomunismo era um dos pilares centrais da propaganda nazista. O partido Nacional-Socialista via o comunismo soviético como uma ameaça direta à sua visão de ordem nacional e racial, utilizando esse antagonismo para mobilizar apoio político e justificar sua política externa agressiva.

A afirmativa II está incorreta, uma vez que o sucesso econômico inicial do regime nazista não se baseou no livre comércio ou na liberdade cambial, mas sim em um sistema de controle estatal da economia, com investimentos maciços em indústria bélica e obras públicas, além da manipulação cambial e financeira para sustentar o crescimento.

A afirmativa III também está incorreta. Embora o partido nazista tenha obtido expressiva votação em 1932, sua ascensão ao poder não significou uma defesa da democracia. Pelo contrário, Hitler rapidamente consolidou um regime totalitário, suprimindo as instituições democráticas e perseguindo opositores.

Por fim, a afirmativa IV está correta, já que a ideologia nazista defendia abertamente a noção de "pureza racial" ariana. Desde o início do regime, leis discriminatórias, como as Leis de Nuremberg (1935), foram implementadas para segregar e perseguir judeus, ciganos, homossexuais e outros grupos considerados "indesejáveis".

Portanto, as únicas afirmativas corretas são I e IV, tornando a alternativa D a resposta adequada.

O período conhecido como Entreguerras, compreendido entre o fim da Primeira Guerra Mundial (1918) e o início da Segunda Guerra Mundial (1939), foi marcado por profundas transformações políticas, econômicas e sociais que moldaram o cenário global. As afirmações apresentadas abordam aspectos cruciais desse período, e a análise correta indica que as alternativas II e III são verdadeiras, correspondendo à opção B) do gabarito.

A primeira afirmação, que descreve o Entreguerras como uma crise generalizada devido a revanches pós-guerra, crises financeiras e tratados de paz não assinados, está incorreta. Embora o período tenha sido marcado por instabilidade, os tratados de paz, como o Tratado de Versalhes (1919), foram de fato assinados, ainda que suas cláusulas punitivas tenham contribuído para o ressentimento e as tensões que levaram à Segunda Guerra Mundial.

Já a segunda afirmação está correta ao destacar a ascensão de regimes totalitários durante o Entreguerras. Este período viu o surgimento de governos autoritários na Europa, como o fascismo na Itália, liderado por Benito Mussolini, o nazismo na Alemanha, sob o comando de Adolf Hitler, e o stalinismo na União Soviética. Esses regimes caracterizaram-se pelo controle absoluto do Estado, supressão de liberdades individuais e políticas expansionistas que acabariam por deflagrar a Segunda Guerra.

Por fim, a terceira afirmação também é verdadeira, pois o Entreguerras foi um período de intensa crise econômica, especialmente após a quebra da Bolsa de Nova York em 1929, que desencadeou a Grande Depressão. Essa crise afetou economias em todo o mundo, gerando desemprego em massa, inflação e instabilidade social, criando um terreno fértil para a ascensão de ideologias extremistas.

Portanto, a resposta correta é a alternativa B) II e III, pois reflete com precisão os principais aspectos do período Entreguerras: a ascensão de regimes totalitários e as crises econômicas que abalaram o mundo nas décadas de 1920 e 1930.

O texto apresentado, extraído da obra Era dos Extremos: O Breve Século XX de Eric Hobsbawm, discute as contradições da economia capitalista no período entre as duas guerras mundiais, com ênfase no papel central dos Estados Unidos. A análise de Hobsbawm destaca que, embora os EUA tenham se beneficiado economicamente da Primeira Guerra Mundial, tornando-se a maior potência industrial e credora do mundo, isso não impediu a eclosão de uma crise econômica global.

O autor argumenta que a crise mundial não pode ser compreendida sem considerar a posição dos EUA, já que sua economia era fundamental para a dinâmica capitalista da época. No entanto, ele também ressalta que fatores políticos exclusivamente europeiros contribuíram para o problema. A opção correta, conforme o gabarito, é a alternativa B), que identifica o clímax dessa crise com a Grande Depressão do início dos anos 1930.

A Grande Depressão foi um marco histórico que expôs as fragilidades do sistema capitalista, abalando economias em todo o mundo. Enquanto as outras alternativas apresentam informações incorretas ou distorcidas—como a ideia de que os EUA sofreram menos por serem a maior economia (alternativa D)) ou que a Conferência de Versalhes impôs reparações mínimas à Alemanha (alternativa C))—, a alternativa B) corretamente sintetiza o núcleo da crise mencionada no texto.