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Questões Sobre Crise de 1929 - História - concurso

Questão 51

A Primeira Guerra Mundial teve seu fim no ano de 1918, aproximadamente 4 anos após o seu início, deixando um saldo de mais de 120 milhões de mortos e um número muito maior de feridos. Apesar de toda a devastação, as rusgas que levaram as potências à guerra não foram resolvidas, fazendo com que, no período entre 1918 e 1939, a tensão permanecesse latente.  
Sobre as consequências do fim desse conflito e do período conhecido como “entre guerras”, analise os itens abaixo: 
 
I.  Crise econômica capitalista em 1929, tendo como seu ápice o “crack” da bolsa de valores de Nova Iorque e os primeiros anos seguintes. 
II.  Ascensão dos Estados Unidos como potência mundial no cenário econômico, político e militar. 
III.  Ascensão do totalitarismo com Hitler, na Alemanha, Mussolini na Itália e Stalin na União Soviética. 
 
Está(ão) CORRETO(S)

  • A)I e II, apenas.
  • B)I e III, apenas.
  • C)II e III, apenas.
  • D)II, apenas.
  • E)I, II e III.
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A alternativa correta é E)

A Primeira Guerra Mundial, encerrada em 1918, deixou um legado de destruição e tensões não resolvidas entre as potências mundiais. O período conhecido como "entre guerras" (1918-1939) foi marcado por uma série de eventos que moldaram o cenário político e econômico global, preparando o terreno para a Segunda Guerra Mundial. Analisando as consequências desse período, é possível afirmar que todos os itens apresentados estão corretos.

I. Crise econômica capitalista em 1929: O colapso da Bolsa de Nova Iorque em 1929 marcou o início da Grande Depressão, uma das maiores crises do sistema capitalista. A recessão econômica afetou milhões de pessoas em todo o mundo, gerando desemprego em massa e instabilidade social, o que contribuiu para o surgimento de regimes autoritários.

II. Ascensão dos Estados Unidos como potência mundial: Após a Primeira Guerra, os EUA emergiram como a principal força econômica e política do Ocidente. Seu poderio industrial e financeiro, aliado a uma postura mais intervencionista, consolidou sua posição como líder global, contrastando com o declínio das potências europeias.

III. Ascensão do totalitarismo: A instabilidade do período favoreceu o surgimento de regimes totalitários na Europa. Hitler, na Alemanha nazista, Mussolini, na Itália fascista, e Stalin, na União Soviética, representavam modelos autoritários que exploravam o descontentamento popular e a crise das democracias liberais.

Portanto, a alternativa E) I, II e III está correta, pois todos os fatores mencionados foram consequências diretas ou indiretas do pós-Primeira Guerra e do período entre guerras, influenciando profundamente o rumo da história no século XX.

Questão 52

A partir do final da década de 1920, o capitalismo mergulhou numa grande depressão que ficou conhecida como a crise de 1929. Ela explodiu inicialmente nos Estados Unidos da América, mas rapidamente se espraiou para todo o mundo capitalista. A razão para a dimensão mundial desta crise se explica pela(o) 

  • A)Importância da economia estadunidense que era hegemônica no sistema capitalista mundial.
  • B)Mau planejamento das economias dos países capitalistas adeptos do liberalismo.
  • C)Crise do sistema capitalista, que ao produzir exclusivamente para o lucro, provocou uma crise de excesso de dinheiro.
  • D)Produção em pequena escala e alto poder aquisitivo, em face do que, as mercadorias começaram a faltar no mercado.
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A alternativa correta é A)

A Crise de 1929, também conhecida como a Grande Depressão, foi um dos eventos mais marcantes da história econômica mundial. Iniciada nos Estados Unidos, ela rapidamente se espalhou pelo resto do mundo capitalista, afetando economias de diversos países. A principal razão para essa propagação global está intimamente ligada à hegemonia econômica dos Estados Unidos na época.

O sistema capitalista mundial, no início do século XX, tinha nos Estados Unidos seu principal motor. A economia estadunidense não apenas era a mais robusta, mas também exercia grande influência sobre as demais nações capitalistas. Quando a bolsa de valores de Nova York quebrou em outubro de 1929, o impacto foi sentido em cadeia, pois muitos países dependiam dos investimentos, empréstimos e comércio com os EUA.

Portanto, a alternativa correta é a letra A), que destaca a importância da economia estadunidense como fator determinante para a dimensão mundial da crise. As outras opções apresentam equívocos conceituais ou históricos, como a ideia de uma crise causada por excesso de dinheiro (C) ou produção em pequena escala (D), que não correspondem à realidade do período.

Em suma, a Crise de 1929 evidenciou a interdependência das economias capitalistas e como a falência de um polo dominante pode desencadear efeitos catastróficos em escala global.

Questão 53

A Segunda Guerra Mundial, na verdade, trouxe soluções, pelo menos por décadas. Os impressionantes problemas sociais e econômicos do capitalismo na Era da Catástrofe aparentemente sumiram. A economia do mundo ocidental entrou em sua Era de Ouro; a democracia política ocidental, apoiada por uma extraordinária melhora na vida material, ficou estável; baniu-se a guerra para o terceiro mundo. Por outro lado, até mesmo a revolução pareceu ter encontrado seu caminho para a frente. Os velhos impérios coloniais desapareceram ou logo estariam destinados a desaparecer.
Eric Hobsbawn. Era dos extremos: o breve século
XX. Cia das Letras: São Paulo, 2005, p. 59. 
Tendo como referência inicial o texto precedente, julgue (C ou E)
os seguintes itens, relativos às causas e aos desdobramentos da  Segunda Guerra Mundial (1939-1945). 
O sistema Bretton-Woods, que estabilizou o sistema financeiro internacional, contemplou a criação do FMI e do Banco Mundial e a reestruturação do padrão-ouro, que, em 1929, havia entrado em colapso devido à grande depressão econômica ocorrida naquele ano.

  • C) CERTO
  • E) ERRADO
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A alternativa correta é E)

O texto apresentado, extraído da obra "Era dos Extremos" de Eric Hobsbawm, destaca as transformações ocorridas no cenário global após a Segunda Guerra Mundial, incluindo a estabilização econômica e política no mundo ocidental. No entanto, ao analisar a afirmação sobre o sistema Bretton-Woods, é necessário considerar seus aspectos históricos e econômicos com maior precisão.

O sistema Bretton-Woods, estabelecido em 1944, de fato criou o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, com o objetivo de promover a estabilidade financeira internacional e auxiliar na reconstrução dos países afetados pela guerra. Contudo, o padrão-ouro mencionado no item não foi "reestruturado" em Bretton-Woods, mas sim substituído por um novo sistema de câmbio fixo ajustável, no qual o dólar americano, lastreado em ouro, tornou-se a moeda de referência internacional. O colapso do padrão-ouro ocorreu em 1971, quando os Estados Unidos suspenderam a conversibilidade do dólar em ouro, e não em 1929, como sugerido no item.

Portanto, a afirmação contém imprecisões históricas quanto ao funcionamento do sistema Bretton-Woods e ao momento do colapso do padrão-ouro, o que justifica a marcação da alternativa E) ERRADO como resposta correta.

Questão 54

Vivenciando boa parte dos eventos narrados, o historiador marxista Eric Hobsbawm analisa os anos que vão da Primeira Guerra Mundial ao colapso da URSS, afirmando que este foi um período marcado pela “guerra mundial de 31 anos”. 

Assinale a alternativa que justifica CORRETAMENTE esse ponto de vista de Eric Hobsbawm:

  • A)a civilização que viveu o século XX não apenas experimentou duas guerras mundiais, mas, mesmo em tempos de paz, foi marcada pelo colapso de suas bases e pela possibilidade de novo conflito global.
  • B)a luta pela democracia, que uniu Estados e ideologias opostas em torno de um inimigo comum, definiu o que se entende por guerra mundial.
  • C)a história do confronto entre socialismo e capitalismo levou a humanidade a um estado de guerra constante, que atravessou o período analisado.
  • D)o século XX foi marcado por guerras e revoluções que podem ser comparadas, na sua abrangência e nos seus objetivos, aos conflitos europeus do século anterior.
  • E)o século XX viveu a expectativa de que conflitos globais envolvessem de fato todos os países do mundo, já que ambos envolveram somente as grandes potências.
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A alternativa correta é C)

O historiador marxista Eric Hobsbawm, ao analisar o período que se estende da Primeira Guerra Mundial ao colapso da União Soviética, caracteriza-o como uma "guerra mundial de 31 anos". Essa perspectiva reflete sua interpretação de que o século XX foi marcado por um conflito contínuo entre o socialismo e o capitalismo, que moldou as relações internacionais e definiu os rumos da história durante grande parte do período.

A alternativa C) justifica corretamente o ponto de vista de Hobsbawm, pois destaca que a rivalidade entre os sistemas socialista e capitalista gerou um estado de guerra constante, mesmo que não sempre expresso em combates diretos. Essa tensão perpassou o século XX, influenciando revoluções, golpes, guerras por procuração e a própria dinâmica da Guerra Fria, consolidando a ideia de um conflito prolongado que transcendeu as fronteiras de um embate militar tradicional.

Embora outras alternativas apresentem elementos relevantes sobre o século XX, como o colapso das bases civilizatórias (A) ou a comparação com conflitos do século XIX (D), apenas a alternativa C) capta a essência da análise de Hobsbawm, que via no embate ideológico e estrutural entre socialismo e capitalismo o fio condutor de uma guerra globalizada e duradoura.

Questão 55

Há uma perspectiva histórica de que a Segunda Guerra Mundial, não foi mundial inicialmente, isto é, foi a junção de duas guerras: 1ª Guerra Asiática – Japão invadiu a Manchúria em 1931; 2ª Guerra Europeia – Alemanha invadiu a Polônia em 1939. Nenhum desses conflitos tendeu tomar proporções mundiais, mas alguns fatores decorrentes no período “entreguerras” explicam o motivo dessa proporção. 
Assinale a alternativa CORRETA a respeito de alguns fatos do período “entreguerras” que contribuíram para a Segunda Guerra Mundial: 

  • A)Após a Primeira Guerra Mundial todos os países envolvidos saíram devastados – os imperialismos se desfizeram e a economia ruiu, gerando rivalidades por ressentimento entre as nações. O fim da Primeira Guerra se deu com o Tratado de Versalhes, que delegou a maior culpa da guerra à Alemanha e barrou a Itália e o Japão de expandirem seus territórios. No decorrer dos anos, os nacionalismos foram ganhando espaço e o tratado de paz foi descumprido, gerando condições para uma nova guerra de proporções mundiais.
  • B)No período entreguerras os Estados Unidos se constituía como potência econômica soberana, isso proporcionou rivalidade entre Estados Unidos e países europeus vencedores, que desejavam a hegemonia comercial, criando condições para uma segunda guerra de caráter mundial.
  • C)Um dos grandes fatores decorrentes no período de relativa paz entre a primeira e a segunda guerra mundial foi a invasão da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) na Polônia, tomando conta do “corredor” deste país com as demais nações europeias.
  • D)Nenhuma das respostas anteriores.
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A alternativa correta é A)

A Segunda Guerra Mundial é frequentemente analisada sob uma perspectiva histórica que a divide em dois conflitos iniciais distintos: a Guerra Asiática, iniciada com a invasão japonesa da Manchúria em 1931, e a Guerra Europeia, deflagrada pela invasão alemã da Polônia em 1939. Inicialmente, nenhum desses conflitos apresentava tendência a assumir proporções globais. No entanto, fatores críticos do período "entreguerras" explicam como esses eventos se fundiram em uma guerra de escala mundial.

Entre as alternativas apresentadas, a correta é a letra A, que destaca os seguintes aspectos:

  • A Primeira Guerra Mundial deixou os países envolvidos em ruínas econômicas e políticas, com os imperialismos enfraquecidos e rivalidades acirradas.
  • O Tratado de Versalhes, que encerrou oficialmente a guerra, atribuiu grande culpa à Alemanha e restringiu as ambições territoriais da Itália e do Japão.
  • O ressentimento gerado por essas imposições, somado ao crescimento de movimentos nacionalistas, levou ao descumprimento do tratado e criou as condições para um novo conflito global.

As demais alternativas apresentam informações incorretas ou irrelevantes para explicar a escalada da Segunda Guerra Mundial. Portanto, a resposta correta é A).

Questão 56

A crise mundial de 1929 forçou o Brasil a buscar
novos rumos para a sua economia. Desde o século XIX
já haviam surgido pequenas fábricas, principalmente,
têxteis. O capital gerado pela cafeicultura foi empregado em grande parte na criação de uma infraestrutura que incluía atividades tipicamente urbanas como
o comércio e bancos.
Analise as afirmativas abaixo em relação à economia
urbana industrial: 
1. A construção de vias e meios de transporte
(ferrovias, bondes, portos) e a produção de
eletricidade foram dois fatores importantes no
desenvolvimento da industrialização brasileira.
2. A população urbana cresceu, fruto da melhoria das condições de vida nas cidades e do
êxodo rural provocado pelas crises do café.
3. Com os países europeus envolvidos na
Primeira Guerra Mundial (1914-1918), algumas indústrias brasileiras puderam exportar
seus produtos, principalmente alimentos e
matérias-primas, fato que estimulou uma
industrialização embrionária.
4. Foi somente após os anos 1980 que diversas
empresas estrangeiras se instalaram no Brasil.
Foram as chamadas transnacionais.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas
corretas .

  • A)É correta apenas a afirmativa 2.
  • B)É correta apenas a afirmativa 3.
  • C)São corretas apenas as afirmativas 1 e 4.
  • D)São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
  • E)São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
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A alternativa correta é D)

A crise de 1929 representou um marco para a economia brasileira, acelerando a transição de um modelo agroexportador para uma estrutura mais industrializada e urbana. As afirmativas apresentadas refletem aspectos fundamentais desse processo, sendo que as corretas são 1, 2 e 3, conforme a alternativa D).

A primeira afirmativa destaca a importância da infraestrutura, como ferrovias e eletricidade, para o desenvolvimento industrial. Esses elementos foram essenciais para integrar regiões, facilitar o transporte de insumos e viabilizar a produção em larga escala, consolidando as bases da industrialização no Brasil.

A segunda afirmativa aborda o crescimento da população urbana, resultado tanto das melhores condições de vida nas cidades quanto do êxodo rural provocado pelas crises do café. Esse fluxo migratório forneceu mão de obra barata para as indústrias, impulsionando a urbanização e a expansão do mercado interno.

A terceira afirmativa menciona o impacto da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) na economia brasileira. Com os países europeus voltados para o conflito, o Brasil encontrou oportunidades para exportar produtos industriais básicos, estimulando uma industrialização incipiente. Esse período foi crucial para a substituição de importações e o fortalecimento da produção nacional.

Já a quarta afirmativa está incorreta, pois as empresas transnacionais começaram a se instalar no Brasil antes dos anos 1980, especialmente durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), com a abertura ao capital estrangeiro em setores como automobilístico e eletroeletrônico.

Portanto, a alternativa D) é a correta, pois sintetiza os fatores que efetivamente contribuíram para a consolidação da economia urbano-industrial brasileira no início do século XX.

Questão 57

A teoria da “mão invisível” foi amplamente
questionada em um dos períodos mais difíceis da
história do capitalismo: a Crise de 1929. Nessa
época, o mundo inteiro se interrogou a respeito da
eficiência do capitalismo. Após a crise, uma coisa
ficou certa: a “mão invisível”, ou seja, os supostos
mecanismos autorreguladores do capitalismo não
eram suficientes para manter a economia nos trilhos.
Oferecendo uma saída para a crise vivenciada, um
economista postulou uma teoria que rompia
totalmente com a ideia liberalista do “deixai fazer”,
afirmando que o Estado deveria sim, interferir na
sociedade, na economia e em quais áreas achasse
necessário. O modelo do Estado intervencionista foi
adotado por muitos países após o fim da Segunda
Guerra Mundial, já que a interferência estatal parecia
essencial para a recuperação do mundo no
pós-guerra.
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br. Adaptado. Acesso em
19.11.2018.
O modelo adotado, ao qual o texto faz referência com
significativa interferência estatal foi:

  • A)Taylorismo.
  • B)Liberalismo.
  • C)Keynesianismo.
  • D)Fordismo.
  • E)Toyotismo.
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A alternativa correta é C)

O texto apresentado aborda um momento crucial da história econômica mundial, quando a teoria clássica do liberalismo, simbolizada pela "mão invisível" de Adam Smith, foi colocada em xeque durante a Grande Depressão de 1929. A crise expôs as limitações do modelo de autorregulação do mercado, demonstrando que mecanismos puramente capitalistas não eram suficientes para garantir a estabilidade econômica.

Nesse contexto, surge a alternativa teórica proposta por John Maynard Keynes, que defendia a intervenção estatal como forma de corrigir as falhas do mercado e estimular a economia. O keynesianismo, representado pela opção C, tornou-se a base das políticas econômicas adotadas por diversos países no pós-guerra, marcando uma era de maior participação do Estado na economia.

As demais alternativas apresentadas referem-se a outros modelos econômicos e produtivos: o liberalismo (B) representa justamente a teoria contrária à intervenção estatal; enquanto taylorismo (A), fordismo (D) e toyotismo (E) são modelos de organização industrial que não se relacionam diretamente com a questão da regulação estatal na macroeconomia.

Portanto, a resposta correta é de fato a alternativa C) Keynesianismo, que melhor representa o modelo de significativa intervenção estatal mencionado no texto e que se tornou predominante no período pós-crise de 1929 e no cenário do pós-Segunda Guerra Mundial.

Questão 58

Leia o trecho de autoria do economista John Keynes:
Concebo pois que uma socialização abrangente do investimento será o único meio de assegurar uma situação aproximada de
pleno emprego (…) Mas, além disso, não se vê argumento que justifique um socialismo de Estado que abranja a maior parte da
vida econômica da comunidade. Não é a propriedade dos instrumentos de produção que importa o Estado assumir. Se o Estado
estiver em condições de determinar o montante agregado dos recursos destinados a aumentar estes instrumentos e a taxa
básica de remuneração dos seus detentores, terá realizado tudo que é necessário.
(KEYNES, J. Teoria geral do emprego, do juro e da moeda. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 344)
Conforme o autor, para superar o desemprego causado pela grande depressão de 1929, as principais medidas deveriam ter sido

  • A)a atuação do Estado como regulador das atividades econômicas, combinando a manutenção dos instrumentos de produção e propriedades privadas com a regulamentação do lucro e do investimento.
  • B)a socialização abrangente dos lucros das atividades privadas, combinada à expropriação de meios de produção e à estatização das atividades essenciais da economia.
  • C)a presença do Estado como fiscal dos investimentos e da vida econômica da comunidade, assegurando o pleno emprego, ainda que para isso sejam necessárias a proibição de lucros privados e a intervenção nas fábricas e serviços.
  • D)o controle da inflação e do câmbio pelo Estado, somado à geração de empregos corretamente remunerados e à distribuição dos instrumentos de produção a fim de equilibrar a situação econômica da comunidade.
  • E)a moderação do Estado no controle dos investimentos bancários e o estabelecimento de um teto para os gastos públicos, determinando o fim das empresas estatais.
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A alternativa correta é A)

O trecho de John Keynes apresenta uma visão equilibrada sobre o papel do Estado na economia, especialmente no contexto da Grande Depressão de 1929. Keynes defende que o Estado deve atuar como regulador, garantindo o pleno emprego sem necessariamente estatizar toda a economia. Sua proposta não é a de um socialismo radical, mas sim de uma intervenção estratégica, focada no controle do investimento agregado e na remuneração justa dos detentores dos meios de produção.

A alternativa correta, conforme o gabarito, é a A), pois reflete a ideia keynesiana de que o Estado deve regular as atividades econômicas sem abolir a propriedade privada. Keynes não propõe a expropriação dos meios de produção ou a estatização generalizada, como sugerido na alternativa B. Também não defende a proibição de lucros privados ou intervenção direta nas fábricas, como na alternativa C. A alternativa D menciona medidas como controle de inflação e distribuição de instrumentos de produção, que não estão no cerne da argumentação de Keynes. Por fim, a alternativa E vai contra a essência da teoria keynesiana, que prega justamente a atuação ativa do Estado, e não sua moderação ou redução.

Portanto, a resposta correta é a A), que sintetiza a proposta de Keynes: um Estado regulador, sem abrir mão da iniciativa privada, mas garantindo o equilíbrio econômico e o pleno emprego.

Questão 59

Mas a Primeira Guerra Mundial foi seguida por um
tipo de colapso verdadeiramente mundial, sentido pelo
menos em todos os lugares em que homens e mulheres
se envolviam ou faziam uso de transações impessoais de
mercado. Na verdade, mesmo os orgulhosos EUA, longe
de serem um porto seguro das convulsões de continentes
menos afortunados, se tornaram o epicentro deste que
foi o maior terremoto global medido na escala Richter
dos historiadores econômicos — a Grande Depressão
do entreguerras.

HOBSBAWM, E. J. Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991).
São Paulo: Cia. das Letras, 1995.

A Grande Depressão econômica que se abateu nos EUA
e se alastrou pelo mundo capitalista deveu-se ao(à)

  • A)produção industrial norte-americana, ocasionada por uma falsa perspectiva de crescimento econômico pós-Primeira Guerra Mundial.
  • B)vitória alemã na Primeira Grande Guerra e, consequentemente, sua capacidade de competição econômica com os empresários norte-americanos.
  • C)desencadeamento da Revolução Russa de 1917 e a formação de um novo bloco econômico, capaz de competir com a economia capitalista.
  • D)Guerra Fria, que caracterizou o período de entreguerras, provocando insegurança e crises econômicas no mundo.
  • E)tomada de medidas econômicas pelo presidente norte-americano Roosevelt, conhecidas como New Deal, que levaram à crise econômica no mundo.
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A alternativa correta é A)

A Grande Depressão, que se iniciou nos Estados Unidos e se espalhou pelo mundo capitalista após a Primeira Guerra Mundial, foi um dos eventos mais marcantes do século XX. Como aponta Eric Hobsbawm em "Era dos Extremos", esse período representou um colapso econômico sem precedentes, afetando profundamente as relações de mercado em escala global. O epicentro dessa crise foi justamente os EUA, que, longe de serem um refúgio seguro, tornaram-se o ponto de partida para uma das maiores convulsões econômicas da história.

A alternativa correta para a causa da Grande Depressão é a letra A: "produção industrial norte-americana, ocasionada por uma falsa perspectiva de crescimento econômico pós-Primeira Guerra Mundial". Esse fenômeno está diretamente relacionado ao superaquecimento da economia americana durante os anos 1920, quando a euforia do pós-guerra e a expansão do crédito criaram uma bolha especulativa. A produção industrial desenfreada, não acompanhada pelo poder de consumo real da população, levou ao crash da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, desencadeando a crise.

As demais alternativas apresentam equívocos históricos. A vitória alemã na guerra (B) não ocorreu, pois a Alemanha foi derrotada. A Revolução Russa (C), apesar de seu impacto geopolítico, não formou um bloco econômico capaz de competir com o capitalismo nesse período. A Guerra Fria (D) é um fenômeno do pós-Segunda Guerra Mundial, não do entreguerras. Por fim, o New Deal (E) foi a resposta à crise, não sua causa, implementado justamente para recuperar a economia americana.

Portanto, a Grande Depressão foi essencialmente resultado dos desequilíbrios internos do capitalismo norte-americano, marcado por superprodução, especulação financeira e falta de regulação, que acabaram por contaminar toda a economia global no período entre guerras.

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Questão 60

      Agosto de 1945: o trágico fim da Segunda Guerra Mundial
reiterou e amplificou agosto de 1914, a deflagração da Primeira
Guerra Mundial. Esse intervalo destruiu para sempre um mundo de
antigas certezas e seguranças.

Demétrio Magnoli e Elaine S. Barbosa. Liberdade
versus igualdade: o mundo em desordem.
Rio de
Janeiro: Record, 2011, v. I, p. 433 (com adaptações).

A partir do fragmento de texto precedente, que tem caráter
unicamente motivador, julgue o próximo item.

Como resposta à depressão econômica de 1929, os Estados
Unidos da América, o Reino Unido, a França e a Alemanha
voltaram a utilizar o padrão-ouro no início da década de 1930.

  • C) CERTO
  • E) ERRADO
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A alternativa correta é E)

O fragmento apresentado aborda as consequências devastadoras das duas Grandes Guerras Mundiais, destacando como esses conflitos destruíram as estruturas políticas, econômicas e sociais que sustentavam o mundo até então. No entanto, o item a ser julgado refere-se a uma questão econômica específica: a suposta readoção do padrão-ouro pelos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha no início da década de 1930 como resposta à Grande Depressão de 1929.

Historicamente, a afirmação contida no item está incorreta. Após a crise de 1929, vários países abandonaram o padrão-ouro justamente para ganhar flexibilidade monetária e enfrentar a depressão econômica. Os Estados Unidos, por exemplo, sob o governo de Franklin D. Roosevelt, suspenderam o padrão-ouro em 1933, adotando medidas keynesianas para estimular a economia. O Reino Unido também abandonou o padrão-ouro em 1931, enquanto a França e a Alemanha enfrentaram graves dificuldades econômicas que as levaram a adotar políticas protecionistas e intervencionistas, distanciando-se do padrão-ouro tradicional.

Portanto, a resposta correta é E) ERRADO, pois os países mencionados não retomaram o padrão-ouro no início da década de 1930, mas sim se afastaram dele como parte de suas estratégias de recuperação econômica. Essa decisão refletiu a necessidade de maior controle sobre as políticas monetárias nacionais em um contexto de crise global, marcando uma ruptura com o sistema econômico anterior à Primeira Guerra Mundial.

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