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Questões Sobre Descolonização Afro-asiática - História - concurso

Questão 1

O colonialismo do final do século XIX e a descolonização dos
territórios localizados na Ásia e na África em meados do século
XX são fenômenos marcantes da contemporaneidade. A partir
desse tema, julgue o item seguinte.
Realizada na Ásia, a Conferência de Bandung foi um marco
no processo de descolonização, sobretudo pela solidariedade
dada às lutas pelas independências. 

  • C) CERTO
  • E) ERRADO
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A alternativa correta é C)

A Conferência de Bandung, realizada em 1955 na Indonésia, representou um momento crucial no processo de descolonização da Ásia e da África. O evento reuniu líderes de 29 países recém-independentes ou ainda em luta contra o domínio colonial, simbolizando a união e a resistência dos povos oprimidos. Um dos principais legados dessa conferência foi a afirmação do direito à autodeterminação dos povos e a condenação do colonialismo em todas as suas formas.

Além disso, Bandung consolidou a solidariedade entre as nações do chamado "Terceiro Mundo", criando as bases para o Movimento dos Não-Alinhados durante a Guerra Fria. A conferência também denunciou as desigualdades do sistema internacional e defendeu a cooperação econômica e cultural entre os países afro-asiáticos. Dessa forma, Bandung não apenas apoiou as lutas pela independência, mas também inspirou futuras gerações na busca por soberania e justiça global.

Portanto, a afirmação de que a Conferência de Bandung foi um marco no processo de descolonização, especialmente pela solidariedade às lutas independentistas, está correta. O evento não apenas acelerou o fim do colonialismo, mas também redefiniu as relações internacionais ao amplificar as vozes das nações até então marginalizadas.

Questão 2

No processo de descolonização da África, no contexto da Guerra Fria, os movimentos
nacionalistas antagônicos que surgiram naquele continente, alinhados com o capitalismo ou com o
socialismo, frequentemente recebiam apoio externo. Em Moçambique, após sua independência,
surgiu a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), apoiada

  • A)pela África do Sul.
  • B)por Angola.
  • C)por Cuba.
  • D)por Portugal.
  • E)por nenhum dos países citados.
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A alternativa correta é A)

O processo de descolonização da África, ocorrido durante a Guerra Fria, foi marcado por intensas disputas geopolíticas entre as potências capitalistas e socialistas. Nesse contexto, os movimentos nacionalistas africanos frequentemente receberam apoio externo, seja do bloco ocidental, liderado pelos Estados Unidos, seja do bloco socialista, encabeçado pela União Soviética. Moçambique, após conquistar sua independência de Portugal em 1975, tornou-se um Estado socialista sob a liderança da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

Em oposição ao governo da Frelimo, surgiu a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), um movimento guerrilheiro que buscava derrubar o regime socialista. A Renamo recebeu apoio significativo da África do Sul, país que, na época, era governado pelo regime do apartheid e via com preocupação a expansão do socialismo na região. A África do Sul forneceu armas, treinamento e recursos logísticos à Renamo, visando enfraquecer o governo moçambicano, que apoiava os movimentos de libertação contra o apartheid. Portanto, a alternativa correta é A) pela África do Sul.

Questão 3

“No Brasil, os reis do Congo desempenham um papel importante em festejos com nomes distintos como congadas, congos, cucumbis, maracatus, moçambiques, e quilombos, que ocorrem de norte a sul do país. Folcloristas antigos frequentemente chamavam os reis desses festejos de ”reis de fumaça’, ou “reis imaginários” e afirmavam que eles não tinham poder algum” (KIDDY, Elizabeth. “Quem é o rei do Congo? Um novo olhar sobre os reis afro-brasileiros no Brasil’. IN: HEYOOD, Linda M. Diáspora negra no Brasil. São Paulo: Contexto, 2013).

Considerando o texto e seus conhecimentos, marque a alternativa correta:

  • A)Os reis do Congo simbolizam o rompimento afro-­brasileiro com as estruturas políticas africanas e com os seus antepassados.
  • B)Os reis africanos e afro-­brasileiros aparecem nas documentações estudadas pelos historiadores como líderes espirituais sem vínculos políticos em relação às estruturas de poder de suas comunidades.
  • C)Os reis do Congo evidenciam que negros escravizados e livres na sociedade brasileiras formaram culturas políticas capitaneadas por um rei e organizadas hierarquicamente em torno de uma variedade de elementos culturais e religiosos.
  • D)Todo rei negro de uma ou outra etnia, incluindo a designação étnica brasileira de congo, deve se denominado de Rei do Congo.
  • E)A emergência dos Reis do Congo no Brasil simboliza o triunfo da cultura europeia sobre os povos africanos e afro­-brasileiros.
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A alternativa correta é C)

O texto apresentado, extraído da obra de Elizabeth Kiddy, destaca a importância dos reis do Congo nas manifestações culturais afro-brasileiras, como congadas, maracatus e moçambiques. Essas celebrações, presentes em diversas regiões do Brasil, revelam a complexidade das culturas políticas formadas por negros escravizados e livres, que mantiveram e recriaram elementos de suas tradições africanas no contexto brasileiro.

A alternativa correta, C), aponta justamente para esse aspecto central: os reis do Congo simbolizam não apenas a preservação de elementos culturais e religiosos africanos, mas também a formação de estruturas políticas hierarquizadas dentro das comunidades negras no Brasil. Esses líderes não eram meras figuras simbólicas ou "reis de fumaça", como afirmavam os folcloristas antigos, mas sim representantes de uma organização social que resistiu à escravidão e à opressão colonial.

As demais alternativas apresentam equívocos em relação ao papel histórico dos reis do Congo. A alternativa A) é incorreta porque os reis do Congo representam justamente a continuidade, e não o rompimento, com as estruturas políticas africanas. A B) falha ao desconsiderar o aspecto político dessas lideranças, reduzindo-as a figuras espirituais. A D) comete um erro ao generalizar todas as lideranças negras como "Reis do Congo", ignorando a diversidade étnica africana no Brasil. Por fim, a E) distorce completamente o significado histórico dessas manifestações, que representam a resistência cultural africana, e não o triunfo europeu.

Portanto, a alternativa C) é a que melhor sintetiza o significado histórico dos reis do Congo no Brasil, evidenciando a formação de culturas políticas negras organizadas e hierarquizadas, que mantiveram vivos elementos africanos enquanto criavam novas expressões culturais no contexto da diáspora.

Questão 4

Por sua contribuição à luta antirracista, o 18 de julho
foi transformado pelas Nações Unidas (ONU) no Mandela´s Day, o Dia Internacional Nelson Mandela –
pela liberdade, justiça e democracia, uma forma de
lembrar a dedicação e seus serviços à humanidade,
com forte atuação também no enfrentamento ao vírus
HIV e na mediação de conflitos.

(http://agenciabrasil.ebc.com.br, 18/07/2018)

No que se refere à Mandela, neste ano de 2018, o
mundo comemorou:

  • A)O fim do sistema de segregação racial conhecido como “apartheid”.
  • B)O Prêmio Nobel da Paz concedido à Mandela.
  • C)A garantia dos direitos políticos, econômicos e sociais aos negros.
  • D)O discurso histórico feito por Mandela em Harvard.
  • E)O aniversário de 100 anos de nascimento de Mandela.
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A alternativa correta é E)

O Dia Internacional Nelson Mandela, celebrado em 18 de julho, é uma homenagem da ONU ao legado do líder sul-africano na luta antirracista, pela liberdade, justiça e democracia. Em 2018, o mundo relembrou não apenas suas contribuições históricas, como o fim do apartheid ou seu Prêmio Nobel da Paz, mas sim um marco pessoal: o centenário de seu nascimento. Essa data simboliza a perpetuação de seus ideais, reforçando a importância de seu trabalho humanitário, incluindo o combate ao HIV e a mediação de conflitos.

(Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br, 18/07/2018)

Entre as alternativas apresentadas, a correta é a E), que destaca a comemoração dos 100 anos de Mandela em 2018 – um tributo à sua vida e obra, transcendendo conquistas específicas para celebrar sua existência como farol de resistência e igualdade.

Questão 5

Sobre a história contemporânea da África, Martin Meredith assinala que, na altura
da década de 1980, “a África era conhecida por seus ‘Big Men’, ditadores militares e presidentes de
partido único que ocupavam o cargo reforçando seu controle pessoal, reprimindo qualquer oposição
ou dissidência, autorizando polícias secretas a silenciar seus críticos, intimidando a imprensa,
limitando o poder dos tribunais de justiça e tornando-se extremamente ricos” (O destino da África.
Cinco mil anos de riquezas, ganância e desafios. Rio de Janeiro: Zaahar, 2017).
Acerca de referido
período histórico, assinale a alternativa INCORRETA.

  • A)Embora fizesse um progresso acelerado em frequência escolar e assistência médica, a maioria dos governos africanos não conseguia desenvolver programas econômicos eficazes para melhorar a situação de suas populações, notadamente porque as recompensas da independência foram colhidas por pequenos grupos privilegiados.
  • B)O foco na industrialização e na agricultura como motor do desenvolvimento foi desastroso. Em pouco tempo os estados africanos estavam repletos de indústrias e grandes produtores rurais que sofriam fortes ingerências políticas, exigindo subsídios enormes do governo para mantê-las funcionando.
  • C)Na Tanzânia, um experimento socialista na agricultura, que envolvia o desenraizamento de populações dispersas, deslocando-as para grandes aldeias comunais, em que teriam serviços básicos à disposição, como escolas e clínicas, mostrou-se desastroso, conduzindo à queda drástica da produção de alimentos e aumentando o espectro da fome.
  • D)Com o aumento da taxa de crescimento populacional, os governos africanos passaram a não conseguir lidar com a demanda por escolas, hospitais, habitação e serviços básicos, como o abastecimento de água, o que foi especialmente agravado pelos impactos da crise do petróleo, como reflexo das guerras árabe-israelense e entre Irã, que encareceram o preço dos combustíveis e fertilizantes, além de impactar na disponibilidade de equipamentos agrícolas.
  • E)Na década de 1980, foram criados vários pacotes internacionais de resgate para lidar com o declínio econômico da África, tendo o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional para ajudar os governos africanos com apoio financeiro, desde que concordassem com uma reforma econômica radical, que passava pelo aumento dos preços das mercadorias agrícolas, remoção de subsídios urbanos, corte de burocracias inchadas e venda ou fechamento de empresas estatais, desvalorização de moedas e redução de déficits orçamentários e da dívida pública.
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A alternativa correta é B)

Sobre a história contemporânea da África, Martin Meredith destaca que, durante a década de 1980, o continente era marcado pela presença dos chamados "Big Men" — ditadores e líderes autoritários que consolidavam seu poder por meio do controle absoluto, repressão à oposição e enriquecimento pessoal. Esse período foi caracterizado por regimes políticos opressivos, corrupção generalizada e fracasso na implementação de políticas econômicas eficazes, resultando em crises sociais e econômicas profundas.

A alternativa B) é a incorreta porque, ao contrário do que afirma, os estados africanos não estavam repletos de indústrias e grandes produtores rurais bem-sucedidos. Pelo contrário, as políticas de industrialização e agricultura foram mal planejadas, muitas vezes baseadas em intervenções estatais ineficientes, subsídios insustentáveis e falta de infraestrutura, levando ao colapso produtivo e à dependência de importações. A afirmação de que havia um excesso de indústrias e produtores rurais bem-estabelecidos, ainda que sob ingerência política, não condiz com a realidade da época, marcada pela escassez e pela crise econômica.

As demais alternativas apresentam aspectos verídicos do contexto africano nos anos 1980: a concentração de benefícios em elites (A), o fracasso do experimento socialista na Tanzânia (C), os desafios demográficos e os impactos da crise do petróleo (D) e os pacotes de resgate condicionados pelo FMI e Banco Mundial (E). Todas refletem os problemas estruturais que assolaram o continente, enquanto a alternativa B distorce a realidade ao sugerir uma suposta prosperidade industrial e agrícola que nunca existiu.

Questão 6

Qual dos países abaixo se tornou independente por último, deixando de ser colônia?

  • A)República Dominicana.
  • B)Argentina.
  • C)Moçambique.
  • D)Brasil.
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A alternativa correta é C)

O processo de independência das nações colonizadas ocorreu em diferentes momentos históricos, marcados por contextos políticos, sociais e econômicos específicos. Entre as opções apresentadas, Moçambique foi o último país a conquistar sua independência, tornando-se uma nação soberana apenas em 1975, após séculos de dominação portuguesa.

Enquanto a República Dominicana (1844), a Argentina (1816) e o Brasil (1822) alcançaram sua emancipação ainda no século XIX, Moçambique permaneceu como colônia até o período conhecido como "Guerra Colonial Portuguesa" ou "Guerra de Libertação", quando movimentos de libertação africanos lutaram contra o regime salazarista. A independência moçambicana reflete as dinâmicas do processo de descolonização tardia na África, ocorrido após a Segunda Guerra Mundial, quando as potências europeias enfrentaram crescente pressão internacional para conceder autonomia a seus territórios ultramarinos.

Portanto, a alternativa correta é C) Moçambique, cuja independência representou não apenas o fim do colonialismo português na região, mas também o início de um novo capítulo na história do continente africano.

Questão 7

Qual dos países abaixo deixou de ser colônia por último?

  • A)Líbano.
  • B)Síria.
  • C)Jordânia.
  • D)Catar.
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A alternativa correta é D)

Qual dos países abaixo deixou de ser colônia por último?

  • A) Líbano.
  • B) Síria.
  • C) Jordânia.
  • D) Catar.

O gabarito correto é D) Catar.

Questão 8

Foi somente a partir de 1945, com o enfraquecimento dos
povos europeus por conta da Segunda Guerra Mundial que
os movimentos de libertação nacional no continente
africano ganham novo impulso e começam a se tornar
realidade.

Sobre isso, é correto afirmar que:

  • A)Na Costa do Ouro (Gana), nasce um movimento de resistência liderado por Kwame Nkrumah.
  • B)Na tentativa de fugir da dominação Belga, nascem no Congo, em 1956, a Associação do Baixo Congo (ABAKO) e o Movimento Nacional Congolês (MNC), ambos liderados por Sékou Touré.
  • C)Em 1912, nasce na África do Sul o Congresso Nacional Africano (CNA) cuja a liderança ficou nas mãos de Nelson Mandela.
  • D)O Pan-africanismo via na união dos povos africanos a saída para a libertação, ao passo que a Negritude, outro importante movimento, entendia que a única forma de libertação eram lutas territoriais e isoladas.
  • E)Portugal aceitou a libertação dos territórios africanos sob seu controle após diversas reuniões, evitando assim um conflito armado.
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A alternativa correta é A)

O período pós-Segunda Guerra Mundial marcou um momento crucial para os movimentos de libertação nacional na África, impulsionados pelo enfraquecimento das potências europeias após o conflito. Entre as alternativas apresentadas, a única correta é a letra A, que destaca o movimento de resistência liderado por Kwame Nkrumah na Costa do Ouro (atual Gana). Essa afirmação está em consonância com o contexto histórico, já que Nkrumah foi uma figura central na luta pela independência de seu país, utilizando estratégias pacíficas e mobilização popular para alcançar a autonomia em 1957.

As demais alternativas apresentam incorreções históricas. A letra B menciona Sékou Touré como líder de movimentos no Congo, quando, na realidade, ele foi uma figura importante na independência da Guiné. A letra C erra ao atribuir a liderança do Congresso Nacional Africano (CNA) a Nelson Mandela em 1912, já que ele só assumiria papel de destaque décadas depois. A letra D simplifica erroneamente as diferenças entre o Pan-africanismo e a Negritude, dois movimentos que, apesar de abordagens distintas, compartilhavam o objetivo comum de emancipação africana. Por fim, a letra E desconsidera a resistência portuguesa em conceder independência às suas colônias, o que resultou em prolongados conflitos armados, como a Guerra Colonial Portuguesa.

Portanto, a alternativa A é a única que reflete com precisão os eventos históricos relacionados aos movimentos de libertação africanos no período pós-1945, destacando o papel fundamental de Kwame Nkrumah no processo de descolonização do continente.

Questão 9

“A questão que se coloca, após a conquista da independência e a ruptura dos elos de
dominação direta, é a de saber em que medida o colonialismo persiste e por quais
metamorfoses passou a noção de império. (…) É forçoso reconhecer que o fim dos
impérios coloniais dos séculos XIX e XX não resultou de uma decisão metropolitana ou do
desejo de abdicação do poder, e sim da capacidade de revolta que é inerente ao
oprimido. (…) Uma segunda questão diz respeito à possibilidade de terem os países
recentemente libertados em alguns casos, aparentemente libertados da dominação
colonialista direta, de escolher seu próprio caminho de afirmação política e de identidade
cultural. (…) E, finalmente, uma terceira questão. Como enfrentar a batalha contra a fome,
contra as desigualdades sociais internas, contra a ameaça constante de governos
opressores e de ditaduras pseudomodernizantes, e, sobretudo, como dominar os males
do subdesenvolvimento legados pelo colonialismo e aprofundados pelos novos
mecanismos de dependência?”.
Sobre a Descolonização da Ásia e da África, assinale a alternativa CORRETA:

  • A)Na conferência de Bandung, reuniram-se dezenas de países da Ásia e da África. Esse encontro foi importante porque, pela primeira vez, afirmou-se oficialmente a existência do terceiro mundo.
  • B)Na África do Sul havia a política do Apartheid. Por essa lei, os negros teriam que viver em áreas diferentes daquelas destinadas aos brancos. Essa política era fortemente apoiada pelo CNA.
  • C)O congresso Pan-Africano, surgido formalmente em 1919, na França, ratificou a dominação europeia sobre o continente. Depois disso, o movimento estabeleceu-se nas principais capitais do mundo.
  • D)A sociedade indiana era bastante coesa, não havendo diferenças significativas, o que facilitou a luta contra o imperialismo.
  • E)Os processos de emancipação das colônias da Ásia e da África resultaram apenas de mudanças externas, ou seja, a fragilidade das potências europeias ao final da segunda guerra mundial.
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A alternativa correta é A)

O texto apresentado aborda questões fundamentais sobre o processo de descolonização na Ásia e na África, destacando os desafios enfrentados pelos países recém-independentes após a ruptura com o domínio colonial. A reflexão proposta gira em torno da persistência de estruturas coloniais mesmo após a independência formal, da capacidade de autodeterminação política e cultural dessas nações, e dos obstáculos socioeconômicos herdados do passado colonial.

A alternativa correta, conforme o gabarito, é a letra A, que menciona a Conferência de Bandung como um marco histórico na afirmação do Terceiro Mundo. Realizada em 1955 na Indonésia, essa reunião congregou países asiáticos e africanos que buscavam consolidar sua independência e estabelecer uma posição comum frente ao contexto da Guerra Fria. Foi um momento significativo de articulação política dos países descolonizados, que rejeitavam o alinhamento automático com os blocos capitalista ou socialista, defendendo sua autonomia e cooperação mútua.

As demais alternativas apresentam informações incorretas ou imprecisas. A política do Apartheid na África do Sul (alternativa B) não era apoiada pelo CNA (Congresso Nacional Africano), mas sim combatida por essa organização. O Congresso Pan-Africano (alternativa C) não ratificou a dominação europeia, mas lutou contra ela. A sociedade indiana (alternativa D) era marcada por profundas divisões religiosas e sociais, o que complicou o processo de independência. Por fim, os processos de emancipação (alternativa E) não resultaram apenas da fragilidade europeia pós-guerra, mas principalmente das lutas de resistência dos povos colonizados, como destacado no texto inicial.

A questão evidencia como o processo de descolonização foi complexo e multifacetado, envolvendo tanto fatores internos de mobilização anticolonial quanto o contexto internacional do pós-guerra. A Conferência de Bandung representa justamente esse momento de afirmação política dos países descolonizados, que buscavam construir novos caminhos de desenvolvimento autônomo, superando os legados do colonialismo.

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Questão 10

Diante da unidade e da militância dos negros, o governo nacionalista decidiu aplicar
medidas reacionárias e repressivas — interdição do direito à reunião, vigilância e perseguição
policiais, dissolução dos partidos políticos, tortura, prisão domiciliar e encarceramento de
militantes.

CHANAIWA, D. A África austral. In: MAZRUI, A.; WONDJI, C. (Org.). História geral da África:
África desde 1935. Brasília: Unesco, 2010.

A atuação do Estado sul-africano na década de 1950, como descrita, indica que seus
dirigentes buscavam

  • A)bloquear as manifestações violentas dos bôeres.
  • B)atender às disposições jurídicas internacionais.
  • C)suprimir as organizações dissidentes atuantes.
  • D)fomentar as divisões étnicas da oposição.
  • E)aliciar as lideranças tribais nativas.
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A alternativa correta é C)

O texto apresentado descreve um período marcado por medidas repressivas do governo sul-africano na década de 1950, direcionadas contra a organização e militância da população negra. Diante da união e resistência desses grupos, o Estado adotou uma postura autoritária, caracterizada pela supressão de direitos fundamentais, como a liberdade de reunião e expressão, além da perseguição sistemática a dissidentes por meio de vigilância, tortura e encarceramento.

A análise das ações governamentais revela que o objetivo central era suprimir as organizações dissidentes atuantes, conforme indicado pela alternativa correta (C). As medidas adotadas — como a dissolução de partidos políticos e a repressão violenta — demonstram um esforço deliberado para eliminar qualquer forma de oposição que desafiasse o regime vigente, particularmente os movimentos que lutavam contra o apartheid e a desigualdade racial.

As demais alternativas não se sustentam diante do contexto histórico. Não há indícios de que o governo buscasse conter manifestações bôeres (A), cumprir acordos internacionais (B), dividir etnicamente a oposição (D) ou cooptar lideranças tribais (E). Pelo contrário, a estratégia era claramente repressiva, visando neutralizar a resistência organizada e manter o controle sobre a população negra.

Referência: CHANAIWA, D. A África austral. In: MAZRUI, A.; WONDJI, C. (Org.). História geral da África: África desde 1935. Brasília: Unesco, 2010.

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