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Ao se referir à sociedade da então colônia portuguesa Guiné Bissau, o historiador Armando Castro afirmou:“As autoridades coloniais utilizam, para os castigos corporais, a palmatória, o chicote e a vergasta. Nas transações, os brancos praticam correntemente o roubo: roubo nos preços, nas quantidades, nas qualidades. Vai-se, nesta sociedade colonialista, até o desprezo total pela vida dos africanos. Morrem no trabalho de abate das árvores, na recolha do coconote e nos trabalhos públicos ou afogam-se nos pântanos, quando se fazem as secagens, etc. Há alguns anos, dezenas de trabalhadores africanos encontraram a morte nos trabalhos dos pântanos de Bissau. A mulher africana é vítima de numerosos crimes: violações, prostituição, etc.”CASTRO, A. O Sistema Colonial Português em África (meados do século XX). 2ª ed. Lisboa:Caminho, 1980, p. 366.O texto acima mostra as consequências do processo de colonização. Ao se juntarem as duas pontas, colonização e descolonização, pode-se afirmar sobre a descolonização que

Ao se referir à sociedade da então colônia portuguesa Guiné Bissau, o historiador Armando Castro afirmou:

“As autoridades coloniais utilizam, para os castigos corporais, a palmatória, o chicote e a vergasta. Nas transações, os brancos praticam correntemente o roubo: roubo nos preços, nas quantidades, nas qualidades. Vai-se, nesta sociedade colonialista, até o desprezo total pela vida dos africanos. Morrem no trabalho de abate das árvores, na recolha do coconote e nos trabalhos públicos ou afogam-se nos pântanos, quando se fazem as secagens, etc. Há alguns anos, dezenas de trabalhadores africanos encontraram a morte nos trabalhos dos pântanos de Bissau. A mulher africana é vítima de numerosos crimes: violações, prostituição, etc.”
CASTRO, A. O Sistema Colonial Português em África (meados do século XX). 2ª ed. Lisboa:Caminho, 1980, p. 366.

O texto acima mostra as consequências do processo de colonização. Ao se juntarem as duas pontas, colonização e descolonização, pode-se afirmar sobre a descolonização que

Resposta:

A alternativa correta é A)

O texto apresentado, extraído da obra de Armando Castro, expõe as violências e opressões sofridas pela população africana durante o período colonial português na Guiné-Bissau. A descrição detalhada dos castigos físicos, da exploração econômica e do desprezo pela vida dos africanos ilustra o caráter brutal do sistema colonial. Essa realidade histórica nos permite refletir sobre as consequências duradouras da colonização e os desafios enfrentados durante o processo de descolonização.

A alternativa correta (A) aponta para a complexidade do processo de independência africana, iniciado no pós-Segunda Guerra Mundial, mas cujos efeitos ainda se fazem sentir na instabilidade política e econômica de muitas nações. Como mencionado, os novos estados herdaram não apenas fronteiras arbitrárias que ignoravam diferenciações étnicas e culturais, mas também estruturas de poder colonial que dificultaram a construção de sociedades verdadeiramente democráticas e igualitárias.

As demais alternativas apresentam imprecisões históricas significativas: a Argélia não foi colônia portuguesa (C), a Somália não pode ser considerada país em desenvolvimento (D), e as migrações africanas têm causas muito mais complexas do que simples dificuldades de adaptação a normas democráticas (E). A alternativa B também está incorreta ao atribuir aos franceses um protagonismo que não corresponde à realidade histórica do processo de descolonização africana.

O texto de Castro nos lembra que a descolonização não significou o fim imediato das estruturas de dominação, mas o início de um longo processo de reconstrução nacional que, em muitos casos, ainda está em curso. As marcas do colonialismo - tanto na organização política quanto nas relações sociais - continuam a influenciar a realidade dos países africanos independentes.

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