Questões Sobre Descolonização Afro-asiática - História - concurso

A história da Índia é marcada por uma trajetória complexa, que vai desde sua antiguidade até os processos de colonização e descolonização. Durante o domínio britânico, o país foi uma peça-chave no império colonial inglês, fornecendo riquezas e vantagens estratégicas. A descolonização, por sua vez, ocorreu em um cenário global tenso, marcado pela Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética.

Entre as afirmativas apresentadas, a alternativa E) é a incorreta. A independência da Índia em 1947 não provocou diretamente a Revolução Socialista na Indochina na década de 1940. Embora os movimentos de libertação na Ásia tenham se influenciado mutuamente, a Revolução na Indochina (que incluiu Vietnã, Laos e Camboja) teve causas e dinâmicas próprias, relacionadas principalmente à resistência contra o colonialismo francês e, posteriormente, ao conflito da Guerra Fria na região.

As demais alternativas estão corretas: a penetração britânica de fato se expandiu após outras potências europeias já terem se estabelecido; a Rainha Vitória tornou-se Imperatriz da Índia em 1876; Mahatma Gandhi foi uma figura central na luta pela independência com sua filosofia de não-violência; e a partilha pós-independência resultou na criação do Paquistão e, mais tarde, de Bangladesh devido a conflitos étnico-religiosos.

O texto apresentado aborda a figura emblemática de Nelson Mandela, líder sul-africano que desempenhou um papel crucial no fim do apartheid e na transição para uma democracia multirracial na África do Sul. A análise das afirmativas permite identificar os equívocos e acertos em relação ao contexto histórico e político do país.

A afirmativa I está incorreta, pois inverte a realidade do apartheid. O regime não era caracterizado pela minoria negra oprimindo a maioria branca, mas sim pelo contrário: uma minoria branca dominava política e economicamente a maioria negra, impondo leis segregacionistas. Mandela lutou contra esse sistema, não em favor dele.

A afirmativa II está correta, pois descreve com precisão o apartheid como um sistema de segregação racial entre brancos e negros na África do Sul, além de confirmar o mandato presidencial de Nelson Mandela entre 1994 e 1999, período marcante na história do país.

Já a afirmativa III apresenta imprecisões. Embora a África do Sul seja uma das economias mais desenvolvidas do continente africano, ainda enfrenta graves problemas de desigualdade social, herança do apartheid. Seus índices de disparidade econômica estão entre os mais altos do mundo, contradizendo a afirmação de que estariam "abaixo dos índices africanos".

Portanto, apenas a afirmativa II está correta, tornando a alternativa B) a resposta adequada. A análise demonstra a importância de compreender com precisão o legado de Mandela e as complexidades da história sul-africana.

Sobre a história e a geografia política da Idade Contemporânea, assinale o que for correto.

• C) CERTO
• E) ERRADO

O gabarito correto é C).

Sobre a história e a geografia política da Idade Contemporânea, assinale o que for correto.

• C) CERTO
• E) ERRADO

O gabarito correto é C) CERTO.

Analisando as assertivas com base no pensamento de Analúcia Pereira (2013) sobre o processo de colonização e descolonização da África, podemos identificar os seguintes aspectos:

I. Quatro potências Europeias participaram da expansão colonial africana: Portugal, Grã-Bretanha, França e Eslovênia. Esta afirmação está incorreta, pois a Eslovênia não foi uma potência colonial na África. As principais potências envolvidas foram Portugal, Grã-Bretanha, França, Bélgica, Alemanha, Itália e Espanha, entre outras.

II. O chamado domínio clássico Europeu nas colônias Africanas durou aproximadamente 75 anos. Esta afirmação está correta, considerando que o auge do colonialismo europeu na África ocorreu entre o final do século XIX e meados do século XX, com a descolonização ganhando força após a Segunda Guerra Mundial.

III. O Império Francês é considerado um dos maiores impérios coloniais africanos. Esta afirmação está correta, uma vez que a França controlou vastos territórios na África, como Argélia, Marrocos, Tunísia, África Ocidental Francesa e África Equatorial Francesa.

IV. A experiência africana advinda do tempo e de sua relação com os impérios coloniais contribuíram para o amadurecimento africano, consolidando assim a incorporação de sua economia no cenário mundial. Esta afirmação também está correta, pois, apesar dos traumas do colonialismo, o processo histórico contribuiu para a formação de identidades nacionais e para a inserção da África no sistema econômico global, ainda que de forma desigual.

Portanto, as assertivas corretas são II, III e IV, correspondendo à alternativa D).

O continente africano passou por transformações significativas durante o século XX, especialmente no contexto das guerras mundiais e do processo de descolonização. A análise das assertivas com base na perspectiva da historiadora Analúcia Pereira (2013) permite identificar a correlação entre os eventos históricos e suas consequências para a África.

A primeira afirmação indica que o declínio europeu no continente africano esteve relacionado às consequências da Primeira Guerra Mundial e da Revolução Soviética. Essa afirmação é verdadeira (V), pois ambos os eventos contribuíram para enfraquecer as potências coloniais e estimular movimentos de independência.

A segunda afirmação sugere que, durante o desmantelamento dos impérios coloniais, os impactos econômicos e sociais foram limitados devido ao controle local dos fluxos financeiros. Essa afirmação é falsa (F), uma vez que a descolonização frequentemente resultou em instabilidade econômica e dependência de antigas metrópoles, sem um controle efetivo por parte das elites locais.

A terceira afirmação diz que a Segunda Guerra Mundial não atingiu o Norte da África, apesar de o processo de descolonização ter sido influenciado por eventos internacionais. Essa afirmação é falsa (F), já que o Norte da África foi palco de batalhas importantes, como as campanhas do Egito e da Líbia, envolvendo forças do Eixo e dos Aliados.

A quarta afirmação menciona que a atual Etiópia (então Abissínia) foi invadida pela Itália fascista em 1935. Essa afirmação é verdadeira (V), pois a invasão italiana marcou um dos primeiros grandes conflitos do período pré-Segunda Guerra Mundial e evidenciou a expansão imperialista fascista.

Portanto, a sequência correta é V – F – F – V, correspondente à alternativa C).

O período entre 1945 e 1960 foi marcado por profundas transformações geopolíticas, especialmente no contexto dos movimentos de independência nas colônias da Ásia, África e Oriente Médio. Como destacado no excerto, esses movimentos não apenas refletiam o sentimento nacionalista das populações colonizadas, mas também estavam inseridos em um cenário global de reconfiguração de poder após a Segunda Guerra Mundial. O enfraquecimento das potências europeias e a ascensão dos Estados Unidos e da União Soviética como superpotências criaram um ambiente favorável para a descolonização.

A alternativa correta, B), aponta para a combinação entre a conscientização dos povos coloniais e as tensões da Guerra Fria. Essa análise é pertinente, pois os movimentos de libertação nacional souberam capitalizar o apoio popular e, ao mesmo tempo, aproveitar as rivalidades entre as superpotências para obter reconhecimento e apoio internacional. A União Soviética e os Estados Unidos, embora antagônicos em seus sistemas políticos, compartilhavam uma postura anticolonialista, o que contribuiu para pressionar as antigas metrópoles a concederem independência.

Além disso, a guerra fria proporcionou um palco para que as colônias negociassem seu espaço na política internacional, muitas vezes buscando apoio de um dos blocos em troca de alinhamento ideológico ou estratégico. No entanto, o elemento central desses movimentos foi a mobilização interna, como mencionado no texto: "Nenhum movimento de libertação nacional podia esperar a vitória se não contasse com o apoio total de sua população". Portanto, a conscientização e a organização dos colonizados foram fundamentais, assim como o contexto internacional favorável.

Em síntese, a descolonização desse período foi um processo complexo, influenciado tanto por fatores internos — como o nacionalismo e a união das populações locais — quanto por elementos externos, como a bipolaridade da Guerra Fria e o declínio do imperialismo europeu. A alternativa B) capta essa dualidade de maneira precisa, destacando a interação entre a luta dos povos colonizados e as dinâmicas geopolíticas da época.

A criação da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1945 representou um marco fundamental no processo de descolonização afro-asiática. Entre as alternativas apresentadas, a correta é a letra A, que destaca o direito de autodeterminação dos povos como um dos princípios centrais da ONU.

Esse direito, consagrado na Carta das Nações Unidas, incentivou as lutas por independência nas colônias, pois legitimou as aspirações dos povos dominados em buscar sua soberania. A ONU, ao defender a autodeterminação, forneceu um respaldo jurídico e moral para os movimentos de libertação nacional.

As demais alternativas apresentam elementos menos diretos na relação entre a ONU e a descolonização. Embora a organização tenha buscado conter conflitos (B), a questão religiosa (C) não foi o foco principal, e o estabelecimento de fronteiras (D) foi consequência, não causa, do processo de independência.

Portanto, o papel mais relevante da ONU na descolonização foi justamente o reconhecimento do direito dos povos a decidirem seu próprio destino político, conforme expresso na alternativa A.

O processo de descolonização e independência dos países africanos marcou profundamente o século XX, representando um momento de transformação política e esperança para muitas nações. No entanto, ao adentrar o século XXI, a África enfrentava graves desafios socioeconômicos, evidenciando que a independência formal não se traduziu automaticamente em desenvolvimento sustentável ou equidade.

A primeira afirmação, que sugere que a independência política foi acompanhada pela econômica devido à aceitação de produtos primários no mercado, é equivocada. A realidade mostra que a dependência de commodities deixou os países africanos vulneráveis às flutuações dos mercados internacionais, sem garantir autonomia financeira.

Já a segunda afirmação está correta: no início do século XXI, a África registrava índices alarmantes de mortalidade infantil, refletindo a precariedade dos sistemas de saúde e as condições de vida da população. Esse dado ilustra as consequências de décadas de exploração e subdesenvolvimento.

A terceira afirmação também é verdadeira, pois a exploração de recursos naturais por empresas transnacionais perpetuou um modelo econômico extrativista, no qual as nações africanas têm pouca influência sobre preços e condições trabalhistas, mantendo-se em posição de dependência.

Portanto, apenas as afirmações 2 e 3 estão corretas, como indicado na alternativa D. A descolonização não resolveu, por si só, os problemas estruturais da África, evidenciando a necessidade de um modelo de desenvolvimento que priorize a soberania e o bem-estar das populações locais.

Com a descolonização da Ásia e da África, um dos principais resultados foi a persistência de conflitos que não conseguiram eliminar as desigualdades sociais, econômicas e políticas herdadas do período colonial. A alternativa C) é a correta, pois reflete a complexidade desse processo histórico.

A descolonização não significou uma ruptura imediata com as estruturas de dominação. Muitos países recém-independentes enfrentaram desafios como fronteiras artificiais, instabilidade política e dependência econômica das antigas metrópoles. Esses fatores contribuíram para conflitos internos e regionais que perpetuaram desigualdades.

As outras alternativas apresentam equívocos históricos:

• A) O capitalismo continuou predominante na Europa após a descolonização.
• B) As grandes revoluções socialistas ocorreram antes do processo de descolonização.
• D) O nacionalismo africano não desapareceu e as ditaduras não foram hegemônicas.
• E) China e Japão não adotaram o liberalismo político nesse período.

Portanto, a alternativa C) é a que melhor caracteriza as consequências da descolonização, destacando como os conflitos pós-independência não resolveram as profundas desigualdades existentes.