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Questões Sobre Descolonização Afro-asiática - História - concurso

Questão 31

O processo de descolonização da África e da Ásia ganhou grande impulso em qual
dos contextos abaixo?

  • A)Período entre as duas grandes guerras mundiais e contestação do poderio alemão.
  • B)Perda da hegemonia Soviética no leste europeu e o colapso do socialismo mundial.
  • C)Fim do século XIX, com o esfacelamento do Império Britânico no Oriente.
  • D)Fim da Segunda Guerra Mundial e o consequente enfraquecimento das potências europeias.
  • E)Primeira Guerra Mundial, com o fim do Império Austro-Húngaro.
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A alternativa correta é D)

O processo de descolonização da África e da Ásia foi um dos fenômenos mais marcantes do século XX, e seu maior impulso ocorreu no contexto do pós-Segunda Guerra Mundial. A alternativa correta é a D), pois o conflito global (1939-1945) deixou as potências europeias — como Reino Unido, França e Bélgica — economicamente debilitadas e militarmente exaustas, minando sua capacidade de manter o controle sobre suas colônias. Além disso, a guerra fortaleceu os ideais de autodeterminação dos povos, apoiados pela ONU e pela crescente pressão anticolonialista internacional. Enquanto outras opções mencionam eventos relevantes, como o declínio britânico (C) ou a Primeira Guerra (E), foi o cenário pós-1945 que acelerou a independência de nações africanas e asiáticas, redefinindo o mapa geopolítico mundial.

Questão 32

Em meados do século XIX, a política expansionista da Inglaterra foi modificada por
uma lei que estabelecia que todo Estado indiano cujo soberano morresse sem sucessor se tornaria
território inglês. Foi nesse contexto que ocorreu a Revolta dos Cipaios, que foi iniciada por qual fato?

  • A)A criação da Companhia das Índias Orientais, que prejudicou o comércio de ópio, explorado para ser enviado à China em troca de chá.
  • B)Soldados indianos se recusaram a usar armas com cartuchos que continham gordura de carne de vaca ou de porco, visto que tinham que rasgar os invólucros com a boca e isso representava um choque cultural.
  • C)A tentativa dos indianos de expulsar os ingleses de seu território e iniciar o processo de independência.
  • D)A descoberta de diamante na região, que provocou a chegada de grande quantidade de europeus na região com o objetivo de enriquecer.
  • E)O imperador chinês proibiu a comercialização de ópio na região como uma maneira de controlar os problemas provocados pelo consumo da droga.
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A alternativa correta é B)

A Revolta dos Cipaios, ocorrida em 1857, foi um dos principais levantes contra o domínio britânico na Índia. O estopim do conflito está diretamente relacionado à questão cultural e religiosa que envolvia os soldados indianos, conhecidos como cipaios, no exército da Companhia das Índias Orientais. O uso de cartuchos de rifles lubrificados com gordura animal, especificamente de vaca (sagrada para os hindus) e porco (considerado impuro pelos muçulmanos), exigia que os soldados rasgassem os invólucros com os dentes, o que ofendia profundamente suas crenças. Essa imposição desrespeitosa foi o catalisador da revolta, simbolizando a insatisfação acumulada contra as políticas coloniais britânicas, incluindo a anexação de territórios através da Doutrina da Lapse. Portanto, a alternativa correta é B), pois retrata o choque cultural que deflagrou o movimento.

Questão 33

Leia o TEXTO 11 para responder à questão.
TEXTO 11

MARCHA DO SAL
Quando a escolha de Gandhi de protestar pelo sal foi anunciada, jornais da Índia Colonial trataram o assunto com um tom cômico e até mesmo o vice-rei, lorde Irwin, escreveu: “No momento, a perspectiva de uma campanha de sal não me mantém acordado à noite”.
Entretanto, o líder da marcha tinha uma visão diferente sobre o produto: entendia que o item, por ser de uso diário, poderia afetar todas as classes de cidadãos, e declarou que “ao lado do ar e da água, o sal talvez seja a maior necessidade da vida”. Ao observar a dimensão do ato, as autoridades perceberam o poder do alimento como o símbolo principal.
Disponível em: <https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/marcha-do-sal-ha-89-anos-gandhiliderava-uma-multidao-para-um-ato-de-desobediencia-civil-nao-violenta.phtml>. Acesso em: 09 maio 2019
(adaptado).
. De acordo com o TEXTO 11, a afirmação do vice-rei inglês, lorde Irwin, contrapõe-se à declaração do
líder indiano Mahatma Gandhi. No momento em que suas reflexões foram elaboradas, a Marcha do Sal
representava para Irwin e Gandhi, respectivamente,

  • A)um conflito entre etnias indianas rivais e uma oposição à dominação inglesa.
  • B)um acontecimento minúsculo e um combate aos efeitos da globalização na Índia.
  • C)um movimento inexpressivo e uma luta contra o monopólio imperialista inglês.
  • D)uma disputa de minorias religiosas e uma defesa pela descolonização indiana.
  • E)uma contestação separatista tribal e um ataque ao neoliberalismo britânico.
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A alternativa correta é C)

O TEXTO 11 apresenta a divergência de perspectivas entre o vice-rei inglês, lorde Irwin, e o líder indiano Mahatma Gandhi em relação à Marcha do Sal. Enquanto Irwin subestimou o movimento, considerando-o irrelevante a ponto de não afetar seu sono, Gandhi enxergou no sal um símbolo poderoso de resistência contra a opressão colonial.

Para Gandhi, o sal não era apenas um item cotidiano, mas uma necessidade vital, assim como o ar e a água. Sua escolha estratégica demonstrava como um produto aparentemente simples poderia unir todas as classes sociais contra o monopólio britânico. A Marcha do Sal, portanto, representava uma forma de desobediência civil não violenta, mas profundamente impactante contra a exploração imperialista.

Já para lorde Irwin, inicialmente, o protesto parecia insignificante, um movimento inexpressivo que não ameaçava o domínio britânico. No entanto, a visão de Gandhi se mostrou mais acertada: o ato ganhou dimensão simbólica e política, expondo as injustiças do colonialismo e mobilizando a população indiana em torno de uma causa comum.

Assim, a alternativa correta é a C), pois retrata fielmente a oposição entre as visões de Irwin (um movimento inexpressivo) e Gandhi (uma luta contra o monopólio imperialista inglês). A Marcha do Sal tornou-se um marco na história da resistência pacífica, provando que até os menores gestos podem abalar estruturas de poder quando carregam um significado coletivo.

Questão 34

“Essa vasta região montanhosa, situada no extremo
norte da Índia Britânica, tem uma importantíssima
posição estratégica entre o Afeganistão e o Tibete
(que a China conquistaria em 1951); além disso,
como fica muito perto do Tadjiquistão (então parte da
União Soviética), ganhava especial relevância no
contexto da Guerra Fria. Durante o domínio inglês,
essa região foi governada por marajás hindus; mas
80% de seus habitantes eram muçulmanos. Ao
chegar a independência, o marajá optou por unir seu
Estado à Índia, embora a maioria da população
desejasse ser incorporada ao Paquistão. Estourou
uma insurreição entre a comunidade islâmica, com
apoio paquistanês. As forças indianas reagiram e
uma guerra não-declarada entre os dois países
arrastou-se até julho de 1949, quando um acordo
provisório foi assinado sob os auspícios da ONU.
Seguindo a linha do cessar-fogo, as porções norte e
oeste da dessa disputada região (cerca de 40% do
território) couberam ao Paquistão. Decidiu-se que
futuramente haveria um plebiscito para definir o
destino de toda a região, mas a Índia jamais aceitou
cumprir essa cláusula. E, em fevereiro de 1994, o
Parlamento indiano declarou solenemente que a
Caxemira (incluindo o território em poder do
Paquistão) é parte inseparável da União Indiana.”

Texto disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u35182.shtml>: Adaptado.

Assinale a alternativa que contenha o nome da
região citada no texto que é um dos focos de conflito
na atualidade e pivô de uma disputa entre Índia e
Paquistão, que já se envolveram em três guerras:

  • A)Mianmar.
  • B)Faixa de Gaza.
  • C)Caxemira.
  • D)Boko Haram.
  • E)Al-Shabab.
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A alternativa correta é C)

O texto apresentado descreve uma região estratégica localizada no extremo norte da antiga Índia Britânica, marcada por conflitos históricos entre Índia e Paquistão desde a independência em 1947. Essa área, conhecida como Caxemira, tornou-se um dos focos de tensão geopolítica mais duradouros da Ásia, envolvendo disputas territoriais, questões religiosas e interesses geopolíticos durante a Guerra Fria. Apesar de acordos provisórios mediados pela ONU, a Índia nunca aceitou realizar o plebiscito prometido para decidir o futuro da região, consolidando sua posição em 1994 ao declarar a Caxemira como parte "inseparável" de seu território. Entre as alternativas fornecidas, a única que corresponde corretamente à região descrita no texto é a opção C) Caxemira, confirmada como resposta correta no gabarito.

Questão 35

Martin Meredith (2017) afirmou que “A Bélgica encarava o Congo essencialmente
como um bem valioso que só precisava de uma boa gestão. Desde o fim do Estado Livre do Congo,
do rei Leopoldo, em 1908, os assuntos do Congo tinham sido controlados rigidamente de Bruxelas,
por um pequeno grupo de gestão que representava uma aliança entre o governo, a Igreja Católica e
empresas”. Sobre a região do Congo, durante o século XX, analise as assertivas a seguir e assinale V,
se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) Em essência, o governo providenciava a administração, a Igreja cuidava da educação e do bem-estar moral e as mineradoras produziam a receita para manter a empreitada.
( ) O Congo era um empreendimento lucrativo em virtude da profusão de cobre, diamantes e urânio,
o que permitia que a Bélgica mantivesse um quadro de lei, ordem e desenvolvimento limitado à
capital da região.
( ) Os missionários eram ativos na construção de escolas primárias e clínicas e as mineradoras, no
leste do Congo, ofereciam a seus funcionários habitação, sistemas de previdência e formação
técnica, na expectativa de que com educação rígida, liderança sábia e benefícios materiais
suficientes, a população ficaria contente com o governo.
( ) Os congoleses foram encorajados a se formar como funcionários administrativos, médicos,
advogados ou arquitetos, o que favoreceu a formação de uma elite negra que como comunidade
privilegiada, tornou-se proprietária de terra e passou a ter o direito de cidadania belga.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

  • A)V – V – V – V.
  • B)V – F – F – V.
  • C)F – V – V – F.
  • D)V – F – V – F.
  • E)F – F – F – F.
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A alternativa correta é D)

O texto apresentado aborda a relação colonial entre a Bélgica e o Congo durante o século XX, destacando a estrutura de controle estabelecida por Bruxelas, que envolvia o governo, a Igreja Católica e empresas privadas. A análise das assertivas permite compreender melhor as dinâmicas desse período e identificar quais afirmações correspondem à realidade histórica.

A primeira assertiva afirma que o governo belga administrava o Congo, a Igreja cuidava da educação e do bem-estar moral, e as mineradoras geravam receita. Essa descrição está alinhada com o modelo de gestão mencionado por Martin Meredith, no qual cada ator tinha um papel específico na manutenção do domínio colonial. Portanto, essa afirmação é verdadeira (V).

A segunda assertiva sugere que o Congo era lucrativo devido à abundância de recursos naturais, como cobre, diamantes e urânio, e que a Bélgica mantinha lei e ordem apenas na capital. Embora o Congo fosse de fato uma colônia rica em recursos, a afirmação de que o desenvolvimento se limitava à capital é questionável, pois os interesses belgas se estendiam a outras regiões, especialmente as áreas de mineração. Logo, essa afirmação é falsa (F).

A terceira assertiva descreve a atuação dos missionários na construção de escolas e clínicas, bem como os benefícios oferecidos pelas mineradoras aos funcionários, com o objetivo de manter a população satisfeita. Essa prática condiz com as estratégias de controle social e pacificação utilizadas pelas potências coloniais, tornando a afirmação verdadeira (V).

Por fim, a quarta assertiva afirma que os congoleses foram incentivados a se formar em profissões como medicina, direito e arquitetura, criando uma elite negra com direitos de cidadania belga. No entanto, a política belga no Congo não promoveu a formação de uma elite local com tais privilégios, mantendo a população sob rígido controle e sem acesso pleno à cidadania. Assim, essa afirmação é falsa (F).

Dessa forma, a sequência correta das assertivas é V – F – V – F, correspondendo à alternativa D).

Questão 36

Dois fatores que contribuíram para os processos de emancipação política na África e na Ásia no pós-Segunda Guerra
Mundial foram:

  • A)a defesa chinesa de uma política de neutralidade ante os conflitos regionais e o fim da Guerra Fria, que opunha Estados Unidos e União Soviética.
  • B)a partilha europeia do continente africano e a crise do petróleo, que obrigou os países ricos a negociar com lideranças políticas da África e do Oriente Médio.
  • C)o nacionalismo de organizações civis dentro das colônias e o princípio da autodeterminação dos povos, que era defendido pela ONU.
  • D)a crescente autossuficiência econômica dos países africanos e o surgimento do pan-africanismo, que unificou as lutas no continente.
  • E)a ascensão econômica dos países do chamado Terceiro Mundo e a ação vietcongue, que expulsou os colonizadores da Indochina francesa.
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A alternativa correta é C)

O processo de emancipação política na África e na Ásia após a Segunda Guerra Mundial foi marcado por transformações geopolíticas e sociais que redefiniram o mapa mundial. Entre os fatores que impulsionaram esses movimentos, destacam-se o nacionalismo das organizações civis dentro das colônias e o princípio da autodeterminação dos povos, defendido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Esses elementos foram fundamentais para a descolonização e a formação de novos Estados soberanos.

O nacionalismo emergiu como uma força poderosa nas colônias, alimentado por líderes locais e movimentos populares que buscavam liberdade e autonomia. Essas organizações civis mobilizaram a população contra a dominação estrangeira, utilizando estratégias que iam desde protestos pacíficos até resistências armadas. Paralelamente, a ONU, criada em 1945, promoveu o princípio da autodeterminação, reconhecendo o direito dos povos de escolherem seu próprio destino político. Essa postura da comunidade internacional legitimou as lutas anticoloniais e pressionou as potências europeias a negociarem a independência de suas colônias.

Embora outros fatores, como a Guerra Fria e crises econômicas, tenham influenciado o cenário global, foram o nacionalismo interno e o apoio institucional da ONU que forneceram as bases ideológicas e práticas para a emancipação. Portanto, a alternativa C) corretamente identifica os dois elementos centrais que impulsionaram a descolonização na África e na Ásia no período pós-guerra.

Questão 37

Os movimentos nacionalistas da Argélia
nasceram no final da Primeira Guerra Mundial e
apresentaram diversas soluções. Divididos entre
extremistas defensores de um país muçulmano:
aqueles a favor da total colaboração com os
franceses e aqueles que aprovavam a ajuda da
França desde que fossem reconhecidos plenos
direitos políticos para os muçulmanos. Após anos
de conflitos,

  • A)a Argélia é proclamada independente em 1962, tornando-se um país que nasceu sob a marca de fortes contrastes entre os diferentes grupos de libertação.
  • B)no ano de 1940, a França é derrotada pela Força de Libertação Nacional Argelina.
  • C)em 1958, De Gaulle, defensor de uma “Argélia francesa”, concedeu autonomia e independência para aquele país.
  • D)a França, para defender os seus interesses econômicos, sobretudo em relação ao Sahara, em 1961, fez um acordo de colaboração mútua.
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A alternativa correta é A)

O nacionalismo argelino emergiu como força política após a Primeira Guerra Mundial, marcado por divergências internas quanto ao futuro do país. Enquanto alguns grupos defendiam a criação de um Estado islâmico independente, outros propunham maior integração com a França ou buscavam direitos políticos iguais dentro do sistema colonial. Essas divisões refletiam a complexidade da situação, onde interesses culturais, religiosos e políticos se entrelaçavam.

Após décadas de tensões e confrontos, a Argélia conquistou sua independência em 1962, conforme afirma a alternativa A. Esse processo, porém, deixou profundas marcas na sociedade argelina, com divisões persistentes entre as facções que participaram da luta pela libertação. A vitória não significou unidade nacional imediata, mas sim o início de um novo capítulo cheio de desafios para o jovem país.

As demais alternativas apresentam informações incorretas sobre o processo de independência. A França não foi derrotada militarmente em 1940 (B), De Gaulle acabou por aceitar a independência apesar de inicialmente defender a "Argélia francesa" (C), e não houve acordo prévio em 1961 que preservasse os interesses franceses no Saara (D). A independência resultou de uma prolongada guerra de libertação, não de concessões graduais.

Questão 38

O pan-africanismo foi um movimento plural
que nasceu no Continente Americano nos séculos
XVIII e XIX e terminou no final dos anos 1960. Esse
movimento lutou pela integração regional e a
descolonização econômica da África, defendeu a luta
dos negros em favor da libertação e contra a
exploração e dominação dos brancos, e teve como
princípio unificador

  • A)a vontade de lutar contra as potências coloniais.
  • B)a inserção do continente africano nas Nações Unidas.
  • C)o ideal republicano.
  • D)a independência da Rodésia do Sul (atual Zimbábue) da Grã-Bretanha.
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A alternativa correta é A)

O pan-africanismo foi um movimento histórico de grande relevância, que emergiu nas Américas durante os séculos XVIII e XIX, estendendo-se até o final da década de 1960. Sua essência estava na busca pela união dos povos africanos e da diáspora, com o objetivo de combater a opressão colonial e promover a emancipação política e econômica do continente africano.

Entre seus princípios fundamentais, destacava-se a resistência contra as potências coloniais, que exploravam e dominavam os territórios africanos. Essa luta não se limitava apenas à independência política, mas também visava à descolonização econômica e cultural, garantindo a soberania dos povos africanos.

O movimento pan-africanista também defendia a solidariedade entre os negros em todo o mundo, unindo-os na luta contra o racismo e a discriminação. Sua atuação foi crucial para inspirar movimentos de libertação em diversas colônias africanas, contribuindo para o fim do domínio europeu no continente.

Diante das alternativas apresentadas, o princípio unificador do pan-africanismo era claramente a resistência contra as potências coloniais, como indicado na opção A. Essa resposta reflete o cerne do movimento, que buscava não apenas a independência, mas também a reconstrução de uma África livre e autônoma.

Questão 39

“A não-violência e a covardia não
combinam. Posso imaginar um homem armado até
os dentes que no fundo é um covarde. A posse de
armas insinua um elemento de medo, se não
mesmo de covardia. Mas a verdadeira não-violência
é uma impossibilidade sem a posse de um
destemor inflexível.” (MAHATMA GANDHI)

Atente para as seguintes afirmações a respeito de
Mahatma Gandhi:
I. Foi um dos idealizadores da Satyagraha,
filosofia que prega a resistência à opressão,
por meio da desobediência civil.
II. Usou o jejum, como forma de protesto;
conseguiu notoriedade internacional por suas
ações, e inspirou líderes de outros
continentes.
III. Em 30 de janeiro de 1948, com a idade
avançada de 78 anos, foi eleito Governador de
Nova Déli e Primeiro Ministro da Índia.
Está correto o que se afirma em

  • A)I, II e III.
  • B)I e II apenas.
  • C)II e III apenas.
  • D)I e III apenas.
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A alternativa correta é B)

O pensamento de Mahatma Gandhi sobre a não-violência e o destemor é um dos pilares de sua filosofia e ação política. Sua citação revela que a verdadeira não-violência exige coragem, diferenciando-se da covardia ou do medo disfarçado. Analisando as afirmações apresentadas, podemos compreender melhor seu legado e impacto histórico.

A primeira afirmação (I) está correta, pois Gandhi foi, de fato, um dos principais idealizadores da Satyagraha, um método de resistência pacífica baseado na desobediência civil e na firmeza da verdade. Essa filosofia foi essencial na luta pela independência da Índia, mostrando que a força moral pode superar a opressão sem recorrer à violência.

A segunda afirmação (II) também é verdadeira. Gandhi utilizou o jejum como forma de protesto e resistência, chamando atenção para causas justas e mobilizando a opinião pública internacional. Suas ações inspiraram líderes como Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela, demonstrando o poder da não-violência como ferramenta de transformação social.

Já a terceira afirmação (III) está incorreta. Gandhi nunca ocupou cargos políticos formais, como governador ou primeiro-ministro. Sua influência foi exercida por meio de sua liderança moral e espiritual, e não por meio de cargos eletivos. Ele foi assassinado em 30 de janeiro de 1948, mas não havia assumido nenhuma posição governamental.

Portanto, apenas as afirmações I e II estão corretas, confirmando a alternativa B como a resposta adequada. A vida e o pensamento de Gandhi continuam a ser uma referência para movimentos que buscam justiça e paz, mostrando que a verdadeira coragem está na capacidade de resistir sem violência.

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Questão 40

Chefes de Estado prestam homenagem no enterro de
Mandela

Presidente Obama disse que Nelson Mandela ensinou ao
mundo o poder da ação e o poder das ideias. “Foi preciso um
homem como Mandela não apenas para libertar os
prisioneiros, mas também para libertar seus captores.”
“Da mesma forma que os sul-africanos choram nos seus
cantos ‘Madiba’ e ‘Nelson Mandela’, nós, a nação brasileira, que
trazemos o sangue africano nas nossas veias choramos o
exemplo deste grande líder que faz parte do panteão da
humanidade”, diz Dilma Rousseff e encerra seu discurso: “Viva
Mandela para sempre.”

Disponível em: http://www.bbc.co.uk. Acesso em: 10 dez. 2013 (adaptado).
As homenagens a Nelson Mandela ressaltam

  • A)a importância da unificação da África do Sul em torno de um líder que soube sufocar as rebeliões tribais, trazendo ordem ao país.
  • B)a participação desse líder no processo de independência da África do Sul contra a dominação holandesa na guerra dos Bôeres.
  • C)sua determinação em levar à justiça os responsáveis pela implantação do Apartheid e os antigos governantes da África do Sul.
  • D)sua luta contra o Apartheid e, principalmente, o exemplo de tolerância e capacidade de unir pacificamente grupos que cultivaram ódios por décadas.
  • E)sua determinação em combater o Imperialismo europeu, organizando uma forte resistência aos produtos estrangeiros, principalmente ingleses.
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A alternativa correta é D)

A Luta e o Legado de Nelson Mandela
As homenagens prestadas a Nelson Mandela por líderes mundiais durante seu funeral evidenciam não apenas sua importância histórica, mas também o impacto universal de sua luta. Como destacou o presidente Barack Obama, Mandela foi um homem cujas ações e ideias transcenderam fronteiras, libertando tanto os oprimidos quanto seus opressores. Essa dualidade em seu legado é fundamental para compreender sua relevância.
A opção correta, D), aponta para o cerne do reconhecimento global a Mandela: sua incansável resistência ao Apartheid e, sobretudo, sua capacidade de promover a reconciliação em uma sociedade profundamente dividida. Mandela não apenas combateu a injustiça, mas também pregou o perdão e a união, tornando-se um símbolo de esperança para nações que enfrentam conflitos étnicos ou raciais.
A fala da então presidente Dilma Rousseff reforça essa dimensão ao vincular o luto brasileiro ao reconhecimento de Mandela como figura pertencente ao "panteão da humanidade". Sua referência ao "sangue africano" nas veias dos brasileiros ressalta ainda como seu legado ecoa especialmente em países marcados pela diáspora africana e pelas lutas contra o racismo estrutural.
As alternativas incorretas falham ao reduzir ou distorcer aspectos da trajetória de Mandela: ele não sufocou rebeliões (A), não lutou contra holandeses (B), priorizou a reconciliação em vez de vingança (C), e sua luta foi contra o Apartheid, não contra o imperialismo econômico (E). O núcleo de seu reconhecimento global reside, como indica a alternativa D, em ter transformado décadas de ódio em possibilidade de convivência pacífica.

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