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Questões Sobre Descolonização Afro-asiática - História - concurso

Questão 51

          Nas condições da época, a insurreição consistiu, em
grande parte, em uma redistribuição das linguagens, não
sendo apenas um caso no qual foi necessário recorrer às
armas. Presos como se estivessem sob o fogo de Paráclito, a
diversos níveis, os colonizados davam por si a falar várias
línguas, em vez de uma única. 
MBEMBE, Achille. Sair da Grande Noite: ensaio sobre a África
descolonizada. Luanda: Edições Mulemba, 2014, p. 19-20, com adaptações. 

Considerando o texto apresentado, a respeito da produção intelectual africana anticolonialista, julgue (C ou E) o item a seguir.
Para Agostinho Neto, Portugal era apenas o elo mais
fraco de uma cadeia mais ampla de dominação dos
povos, fundamentada nas estruturas de poder dos
principais centros capitalistas europeus.

  • C) CERTO
  • E) ERRADO
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A alternativa correta é C)

O texto apresentado, extraído da obra de Achille Mbembe, aborda a complexidade da luta anticolonial na África, destacando como a resistência não se limitou ao confronto armado, mas também envolveu uma reconfiguração das linguagens e identidades dos povos colonizados. Nesse contexto, a afirmação sobre Agostinho Neto — de que Portugal representava apenas o elo mais fraco de uma cadeia mais ampla de dominação, sustentada pelos centros capitalistas europeus — encontra respaldo na perspectiva crítica da produção intelectual africana anticolonialista.

Agostinho Neto, líder do movimento de libertação de Angola e primeiro presidente do país, via o colonialismo português como parte de um sistema global de exploração. Sua análise não se restringia à metrópole colonial, mas identificava as estruturas econômicas e políticas europeias como pilares da dominação. Essa visão dialoga com o pensamento de outros teóricos anticoloniais, que entendiam a luta pela independência como um enfrentamento ao imperialismo em sua totalidade, e não apenas a um opressor específico.

Portanto, a afirmação está correta (C), pois reflete a crítica de Neto ao colonialismo como um mecanismo integrado ao capitalismo europeu, no qual Portugal ocupava uma posição subalterna, mas não menos opressora. A descolonização, nessa ótica, exigia não apenas a ruptura com a metrópole, mas também a contestação da ordem global que perpetuava a subjugação dos povos africanos.

Questão 52

          Nas condições da época, a insurreição consistiu, em
grande parte, em uma redistribuição das linguagens, não
sendo apenas um caso no qual foi necessário recorrer às
armas. Presos como se estivessem sob o fogo de Paráclito, a
diversos níveis, os colonizados davam por si a falar várias
línguas, em vez de uma única. 
MBEMBE, Achille. Sair da Grande Noite: ensaio sobre a África
descolonizada. Luanda: Edições Mulemba, 2014, p. 19-20, com adaptações. 

Considerando o texto apresentado, a respeito da produção intelectual africana anticolonialista, julgue (C ou E) o item a seguir.
Apesar da importante produção intelectual que antecedeu
os movimentos de independência africana, os principais
pensadores políticos do continente foram alijados dos
movimentos anticoloniais e não puderam participar dos
primeiros governos constituídos nos próprios países.

  • C) CERTO
  • E) ERRADO
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A alternativa correta é E)

O texto de Achille Mbembe apresenta uma perspectiva profunda sobre a luta anticolonial na África, destacando a dimensão linguística e cultural como elementos centrais da resistência. A insurreição não se limitou ao confronto armado, mas envolveu uma reconfiguração das identidades e expressões, evidenciada pela multiplicidade de línguas faladas pelos colonizados. Essa abordagem sugere que os intelectuais africanos tiveram um papel ativo na descolonização, contribuindo para a formação de novas narrativas e estruturas políticas.

A afirmação de que os principais pensadores políticos africanos foram excluídos dos movimentos anticoloniais e dos primeiros governos pós-independência é equivocada. Pelo contrário, figuras como Frantz Fanon, Amílcar Cabral e Kwame Nkrumah não apenas participaram ativamente das lutas pela libertação, mas também ocuparam posições de liderança nos novos Estados. Suas obras e ações influenciaram diretamente os processos de independência e a construção das nações africanas.

Portanto, a resposta correta é E) ERRADO, pois a produção intelectual e a atuação política desses pensadores foram fundamentais para os movimentos anticoloniais e para a formação dos governos africanos pós-coloniais.

Questão 53

          Nas condições da época, a insurreição consistiu, em
grande parte, em uma redistribuição das linguagens, não
sendo apenas um caso no qual foi necessário recorrer às
armas. Presos como se estivessem sob o fogo de Paráclito, a
diversos níveis, os colonizados davam por si a falar várias
línguas, em vez de uma única. 
MBEMBE, Achille. Sair da Grande Noite: ensaio sobre a África
descolonizada. Luanda: Edições Mulemba, 2014, p. 19-20, com adaptações. 

Considerando o texto apresentado, a respeito da produção
intelectual africana anticolonialista, julgue (C ou E) o item a seguir.
Antes mesmo da conquista da independência da maioria
dos países africanos, o ganense Kwame Nkrumah, já
defendia a ideia de que se encontrassem soluções
africanas para o continente e que esse objetivo somente
seria alcançado por meio da união dos países africanos.

  • C) CERTO
  • E) ERRADO
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A alternativa correta é C)

O texto apresentado faz referência ao pensamento anticolonialista africano, destacando a importância da linguagem como instrumento de resistência e transformação política. Nesse contexto, a afirmação sobre Kwame Nkrumah, líder ganense e uma das figuras centrais do pan-africanismo, está correta. Nkrumah defendia a necessidade de soluções autenticamente africanas para os problemas do continente, enfatizando que a união entre os países era essencial para alcançar a verdadeira libertação. Essa visão antecipou e influenciou os movimentos de independência em toda a África, consolidando-se como um pilar do pensamento descolonizador. Portanto, a afirmação está correta (C), pois reflete uma posição histórica e ideológica coerente com o projeto político de Nkrumah e outros intelectuais africanos do período.

Questão 54

A África é o continente de mais antiga ocupação pelos seres humanos, tendo sido o lugar de desenvolvimento de
grande parte do conhecimento da humanidade. Assinale a alternativa que indica uma civilização que se desenvolveu
em território africano.

  • A)Egípcia.
  • B)Astecas.
  • C)Islâmica.
  • D)Mesopotâmica.
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A alternativa correta é A)

A África, reconhecida como o berço da humanidade, abrigou algumas das civilizações mais antigas e influentes da história. Entre as alternativas apresentadas, a civilização egípcia se destaca como uma das mais notáveis que floresceu em solo africano. Com uma história que remonta a mais de 5.000 anos, os egípcios desenvolveram avançados conhecimentos em arquitetura, matemática, medicina e astronomia, legados que ainda hoje impressionam estudiosos.

Embora outras civilizações mencionadas, como os astecas (Américas), islâmicos (originários da Península Arábica) e mesopotâmicos (Oriente Médio), tenham tido grande relevância histórica, apenas a egípcia se desenvolveu efetivamente no continente africano. Sua localização ao longo do rio Nilo foi fundamental para o surgimento de uma sociedade complexa e duradoura, cujas pirâmides, hieróglifos e sistemas políticos continuam a ser objetos de fascínio e estudo.

Portanto, a alternativa correta é a A) Egípcia, que representa uma das mais icônicas civilizações africanas, cujo legado transcendeu fronteiras e épocas, influenciando diversas culturas ao redor do mundo.

Questão 55

Tudo muda.
De novo começar podes, com o último alento.
O que acontece, porém, fica acontecido:
E a água que pões no vinho, não podes mais separar.
(…)
Porém, tudo muda: com o último alento podes
de novo recomeçar.
(Bertold Brecht)
É a esse processo histórico, que levou à liquidação dos
impérios coloniais europeus e ao surgimento ou ressurgimento
de povos que se constituíram em Nações e Estados, que se
costuma dar o nome de descolonização.
(Letícia Bicalho Canêdo. A descolonização da Ásia e da África, 1985)
A partir dos textos, é correto afirmar que

  • A)a colonização europeia foi inseparável da descolonização da Ásia e da África do século XX, pois o nacionalismo, um valor ocidental, foi usado pela classe dirigente que, identificada com o Estado Nacional, não respeitou as tradições locais, isto é, a descolonização não destruiu a colonização; água e vinho estão misturados.
  • B)a descolonização da Ásia e da África, no século XX, fez surgir novos povos, identificados com suas tradições e com valores antigos, essenciais para a estabilidade dos Estados e das nações, geridos pela classe dirigente, distante do velho colonialismo; a descolonização rompeu com a colonização, isto é, separou a água do vinho.
  • C)a descolonização da Ásia e da África no século XIX, como continuidade ao colonialismo europeu, identificou-se com a classe dirigente internacional, preservou as principais tradições e criou o Estado Nacional a partir do nacionalismo, valor tribal que garantiu estabilidade para aquelas regiões; portanto, a água não se separou do vinho.
  • D)a descolonização da Ásia e da África, no século XX, foi um processo separado da colonização, pois os valores da tradição foram rompidos e surgiu o Estado Nacional como criação da classe dirigente local, cujos interesses estavam alinhados com o capitalismo internacional, o que significou desenvolvimento para a maioria; água e vinho estão separados.
  • E)o processo de descolonização do século XX, na Ásia e na África, é revolucionário na medida em que destruiu o velho colonialismo e colocou no poder a classe dirigente local, identificada com o capitalismo internacional, que organizou o Estado Nacional segundo os interesses de estabilidade e de desenvolvimento para todos; água e vinho estão separados.
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A alternativa correta é A)

A análise dos textos apresentados, em diálogo com o poema de Bertold Brecht e o trecho de Letícia Bicalho Canêdo, permite compreender a complexidade do processo de descolonização na Ásia e na África. A metáfora da água e do vinho, utilizada por Brecht, ilustra a impossibilidade de separação entre colonização e descolonização, reforçando a ideia de que o passado colonial permanece presente mesmo após a independência formal.

A alternativa correta (A) capta essa nuance ao afirmar que a colonização europeia foi inseparável da descolonização, pois os valores ocidentais, como o nacionalismo, foram incorporados pelas elites locais que assumiram o poder nos novos Estados Nacionais. Essa continuidade histórica demonstra como a descolonização não representou uma ruptura completa com o colonialismo, mas sim uma transformação que manteve elementos da dominação anterior.

O texto de Canêdo corrobora essa interpretação ao descrever a descolonização como um "processo histórico" que resultou na formação de novos Estados, mas não necessariamente na completa emancipação cultural ou política. As estruturas de poder coloniais muitas vezes foram substituídas por elites locais que reproduziram padrões de dominação, mantendo a mistura simbólica entre "água e vinho" mencionada por Brecht.

As demais alternativas apresentam visões simplistas ou equivocadas sobre o processo descolonizador, seja por sugerirem uma ruptura completa com o passado colonial (B, D, E) ou por localizarem incorretamente o fenômeno no século XIX (C). A complexidade histórica exige compreender a descolonização como um processo contraditório que, embora tenha alterado as estruturas políticas, manteve diversos elementos da dominação colonial em novas configurações.

Questão 56

Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, referentes ao processo de
descolonização do continente africano no século XX.

( ) Na Argélia, após o conflito com os grupos independentistas, a França manteve o controle da
antiga colônia, transformando-a em um protetorado e reprimindo duramente os movimentos
pró-independência.

( ) No Congo recém-independente, o primeiro-ministro reformista Patrice Lumumba foi deposto e
assassinado por uma coalizão entre grupos locais rivais, os antigos colonialistas belgas e a
Central de Inteligência norte-americana.

( ) No Quênia, a Rebelião Mau-Mau foi duramente reprimida pelos colonizadores britânicos, o que
causou o assassinato e a internação de milhares de quenianos em campos de concentração ao
longo do conflito.

( ) No Senegal e no Benin, a maior parte da população votou favoravelmente à continuidade da
administração colonial francesa após um plebiscito realizado em 1960.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

  • A)F – V – F – V.
  • B)V – F – V – F.
  • C)V – F – F – V.
  • D)F – V – V – F.
  • E)V – V – F – F.
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A alternativa correta é D)

O processo de descolonização africana no século XX foi marcado por conflitos, resistências e interferências externas, como demonstram as afirmações apresentadas. A análise das sentenças revela uma complexa dinâmica entre as potências colonizadoras e os movimentos de independência.

A primeira afirmação é falsa (F), pois a Argélia conquistou sua independência em 1962 após uma sangrenta guerra contra a França (1954-1962), não se tornando um protetorado. A segunda afirmação é verdadeira (V), já que Patrice Lumumba, líder congolês, foi de fato deposto e assassinado em 1961 com envolvimento de atores externos e internos.

A terceira afirmação também é verdadeira (V), pois a Rebelião Mau-Mau (1952-1960) no Quênia enfrentou repressão brutal britânica, incluindo campos de concentração. Já a quarta afirmação é falsa (F), porque Senegal e Benin tornaram-se independentes em 1960 sem plebiscitos que apoiassem a continuação colonial.

Portanto, a sequência correta é D) F - V - V - F, refletindo os diferentes caminhos da descolonização africana, onde alguns países alcançaram a independência através de lutas armadas, enquanto outros tiveram processos mais negociados, porém sempre com resistência à dominação estrangeira.

Questão 57

A independência de Moçambique ocorreu em
1975, após um longo processo que começou com a
organização da FRELIMO (Frente de Libertação de
Moçambique), um movimento político nacionalista que
foi fundado em 25 de junho de 1962, com o objetivo
de lutar pela libertação do domínio colonial

  • A)português
  • B)inglês
  • C)francês
  • D)alemão
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A alternativa correta é A)

A independência de Moçambique, conquistada em 1975, marcou o fim de um longo período de dominação colonial portuguesa no país. Esse processo histórico teve início com a formação da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), movimento nacionalista fundado em 25 de junho de 1962, que liderou a luta armada e política pela emancipação do território.

O contexto da independência moçambicana insere-se no panorama mais amplo da descolonização africana, quando diversas nações do continente buscaram romper os laços com as potências europeias. No caso específico de Moçambique, tratava-se de superar séculos de administração portuguesa, que remontavam às primeiras feitorias estabelecidas no século XVI.

A opção correta para a questão sobre o poder colonial em Moçambique é a alternativa A) português, pois Portugal manteve o controle do território moçambicano desde o período das grandes navegações até a eclosão da Guerra de Independência, que culminou com a proclamação da soberania nacional em 25 de junho de 1975, data que coincidiu propositalmente com o aniversário de fundação da FRELIMO.

Questão 58

Algumas lideranças africanas e seus
agrupamentos políticos exerceram importância
fundamental nos processos de emancipação de seus
países. Relacione corretamente o líder político com o
que se diz sobre ele, numerando a Coluna II de
acordo com a Coluna I.

Coluna I

1. Gamal Abdel
Nasser

2. Muammar
al-Gaddafi

3. M. Ahmed
Ben Bella

4. Eduardo C.
Mondlane

5. Patrice
Lumumba

6. Jomo
Kenyatta

Coluna II

( ) Foi o principal líder da
guerra da Argélia,
episódio que marcou a
luta argelina pela
independência da
França.

( ) Primeiro presidente da
Frente de Libertação de
Moçambique, grupo que
lutou contra o domínio
português.

( ) Lutou contra o rei Faruk
I, aboliu a monarquia e
tornou-se presidente do
Egito.

( ) Teve uma curta carreira
política; eleito primeiro-ministro de seu país,
lutou contra o domínio
belga no Congo.

( ) Político e líder na luta
contra o domínio
britânico, foi o primeiro
Presidente do Quênia
independente.

( ) Derrotou o rei Idris I e
seu sucessor Hasan;
ocupou durante
quarenta e dois anos o
posto de autoridade
máxima na Líbia.

A sequência correta, de cima para baixo, é:

  • A)6, 2, 3, 4, 1, 5.
  • B)3, 4, 1, 5, 6, 2.
  • C)2, 6, 4, 3, 2, 1.
  • D)4, 5, 6, 1, 2, 3.
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A alternativa correta é B)

A luta pela independência dos países africanos foi marcada por lideranças emblemáticas que desempenharam papéis fundamentais em seus respectivos contextos históricos. A relação correta entre os líderes políticos e suas contribuições para a emancipação de seus países é essencial para compreender esse processo. A sequência correta, conforme o gabarito, é a alternativa B) 3, 4, 1, 5, 6, 2.

O líder M. Ahmed Ben Bella (3) foi a figura central na guerra da Argélia, um marco na luta pela independência contra o domínio francês. Eduardo C. Mondlane (4), por sua vez, destacou-se como o primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique, liderando a resistência contra o colonialismo português. No Egito, Gamal Abdel Nasser (1) derrubou a monarquia de Faruk I e assumiu a presidência, tornando-se um símbolo do nacionalismo árabe.

Patrice Lumumba (5), embora com uma trajetória política breve, foi eleito primeiro-ministro do Congo e lutou incansavelmente contra o domínio belga. Jomo Kenyatta (6) emergiu como líder na resistência ao colonialismo britânico no Quênia, tornando-se o primeiro presidente do país após a independência. Por fim, Muammar al-Gaddafi (2) consolidou seu poder na Líbia após derrubar o rei Idris I, governando o país por mais de quatro décadas.

Esses líderes não apenas moldaram o destino de suas nações, mas também influenciaram o panorama político e social da África no século XX, deixando um legado que permanece relevante até os dias atuais.

Questão 59

Em junho de 1995, a seleção de rugby da África do Sul
conquistou a Copa do Mundo dessa modalidade esportiva ao
vencer a equipe da Nova Zelândia por 15 a 12, na cidade de
Johannesburgo. O capitão sul‐africano, François Pienaar,
recebeu a taça destinada à seleção campeã das mãos de Nelson
Mandela.

Esse acontecimento esportivo

  • A)é um dos marcos do fim do Apartheid, devido à constituição de uma primeira seleção multirracial representando a África do Sul.
  • B)tornou‐se uma das justificativas para o veto à participação da África do Sul em eventos esportivos devido à proibição da presença de atletas brancos.
  • C)permitiu a vitória eleitoral de Mandela, apoiado massivamente pelos bôeres insuflados pelo nacionalismo sul‐africano.
  • D)desencadeou uma série de conflitos raciais entre negros e brancos devido às rivalidades entre os atletas da seleção sul‐africana.
  • E)foi realizado graças a um esforço conjunto de Nelson Mandela e de Frederik de Klerk, agraciados, por isso, com o prêmio Nobel da Paz.
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A alternativa correta é A)

Em junho de 1995, a vitória da seleção sul-africana de rugby na Copa do Mundo transcendeu o âmbito esportivo, tornando-se um símbolo poderoso da reconciliação nacional no pós-Apartheid. O momento em que Nelson Mandela, vestindo o uniforme dos Springboks – tradicionalmente associado à minoria branca – entregou o troféu ao capitão François Pienaar representou um gesto político de profundo significado.

A alternativa correta (A) destaca precisamente esse aspecto histórico: a formação de uma seleção multirracial pela primeira vez e a utilização do esporte como ferramenta de unificação nacional. Mandela compreendeu o potencial simbólico do rugby, esporte até então dominado pela população branca, para promover a ideia de uma "Nação Arco-Íris".

As demais alternativas apresentam distorções históricas: o veto esportivo ao regime do Apartheid (B) ocorreu antes de 1990; a vitória eleitoral de Mandela (C) antecedeu o evento; não houve conflitos raciais decorrentes do torneio (D); e embora Mandela e De Klerk tenham recebido o Nobel da Paz em 1993 (E), a premiação relacionava-se ao processo de transição democrática, não ao evento esportivo.

Este episódio, posteriormente imortalizado no filme "Invictus", demonstra como o esporte pode servir como instrumento de transformação social quando articulado com projetos políticos inclusivos, marcando um capítulo fundamental na reconstrução identitária da África do Sul pós-Apartheid.

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Questão 60

Até 1880, em cerca de 80% do seu território, a África era governada por seus próprios reis, rainhas, chefes de clãs e de linhagens, em impérios, reinos, comunidades e unidades políticas de porte e natureza variados. No entanto, nos trinta anos seguintes, assistiu-se a uma transmutação extraordinária, para não dizer radical, dessa situação. Em 1914, com exceção da Etiópia e da Libéria, a África inteira estava submetida à dominação de potências europeias e dividida em colônias de dimensões diversas, mas de modo geral, muito mais extensas do que as formações políticas preexistentes e, muitas vezes, com pouca ou nenhuma relação com elas.

Albert Adu Boahen. A África diante do desafio colonial. In: História geral da África, VII: África sob dominação colonial, 1880-1935 (editado por Albert Adu Boahen), 2.ª ed. rev. Brasília: UNESCO, 2010, p. 3 (com adaptações)

Tendo o texto anterior como referência inicial, julgue (C ou E)
o item que se segue.

O longo processo de descolonização da África e da Ásia foi
fortemente influenciado pelo princípio de autodeterminação
dos povos, contido na Carta de Criação da Organização das
Nações Unidas (ONU). Em observância à determinação
dessa instituição, seus países-membros efetivaram planos
de desenvolvimento de autonomia de suas colônias, o que fez
da guerra uma exceção na conquista da independência
pelos povos colonizados.

  • C) CERTO
  • E) ERRADO
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A alternativa correta é E)

O texto apresentado descreve um cenário de transformação radical na África entre 1880 e 1914, quando a maior parte do continente foi submetida ao domínio colonial europeu, com exceção da Etiópia e da Libéria. Esse contexto histórico serve como base para analisar a afirmação sobre o processo de descolonização da África e da Ásia, que teria sido fortemente influenciado pelo princípio de autodeterminação dos povos, conforme estabelecido na Carta da ONU.

Embora a ONU tenha de fato defendido o princípio de autodeterminação e incentivado a independência das colônias após a Segunda Guerra Mundial, a afirmação de que os países-membros da ONU efetivaram planos de desenvolvimento de autonomia de suas colônias de forma pacífica é equivocada. A realidade histórica mostra que muitos processos de independência foram marcados por conflitos violentos, guerras de libertação e resistência armada, como ocorreu em países como Argélia, Angola, Moçambique e Vietnã. Portanto, a ideia de que a guerra foi uma exceção na conquista da independência não corresponde aos fatos.

Dessa forma, a afirmação contida no item é ERRADA (E), pois desconsidera a complexidade e a violência que caracterizaram muitos dos processos de descolonização no século XX.

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