Questões Sobre Descolonização Afro-asiática - História - concurso

Julgue (C ou E) os itens seguintes a respeito da descolonização, uma das características da ordem internacional surgida após a Segunda Guerra Mundial.

O antigo sudoeste africano, administrado pela Alemanha desde 1885, incorporou-se à União Sul-Africana em 1946 e tornou-se independente em 1990 com o nome de República da Namíbia.

• C) CERTO
• E) ERRADO

O gabarito correto é E) ERRADO. A afirmação contém imprecisões históricas, pois o sudoeste africano (atual Namíbia) foi administrado pela África do Sul sob mandato da Liga das Nações após a Primeira Guerra Mundial, não em 1946, e sua independência só ocorreu em 1990 após um longo processo de disputa e resistência contra o regime do apartheid.

Julgue (C ou E) os itens seguintes a respeito da descolonização, uma das características da ordem internacional surgida após a Segunda Guerra Mundial.

Nas colônias portuguesas na África, uma diminuta elite local, cujas lideranças tinham educação formal, desenvolveu, nos anos 60, um nacionalismo anticolonialista, influenciado pelo marxismo.

• C) CERTO
• E) ERRADO

O gabarito correto é C.

Julgue (C ou E) os itens seguintes a respeito da descolonização, uma das características da ordem internacional surgida após a Segunda Guerra Mundial.

A Holanda concedeu a independência política às suas colônias na América (Suriname) e na Ásia (Indonésia) em 1954, mas manteve privilégios comerciais mediante a assinatura de tratados comerciais com os novos países.

• C) CERTO
• E) ERRADO

O gabarito correto é E) ERRADO. A afirmação contém imprecisões históricas, pois a Indonésia declarou independência em 1945 e a reconheceu em 1949, enquanto o Suriname só se tornou independente em 1975. Além disso, a manutenção de privilégios comerciais não ocorreu da forma descrita.

Entre os fatores que permitem associar o contexto histórico de Portugal, na década de 1970, às independências de suas colônias na África, a alternativa correta é:

• D) a Revolução dos Cravos, de 1974, que encerrou o longo período ditatorial português, e a ampliação dos movimentos de libertação nacional, como os de Angola e Moçambique.

Essa resposta está correta porque a Revolução dos Cravos marcou o fim da ditadura em Portugal, conhecida como Estado Novo, e abriu caminho para a descolonização das possessões africanas. O novo governo democrático reconheceu o direito à autodeterminação das colônias, acelerando os processos de independência que já vinham sendo pressionados por movimentos de libertação em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

Sobre o processo de independência da África, analise as afirmativas abaixo e, a seguir, assinale a alternativa correta.

I. Resultou de um conjunto de fatores e ações que envolveram o poder colonial e a conjuntura específica das colônias em um contexto favorável à mudança do status quo das potências imperialistas.

II. Foi influenciado por uma política internacional conciliadora onde a convergência de interesses ideológicos e econômicos fortaleceram o caráter humanitário da descolonização.

III. Evidenciou a política bipolar liderada pelos Estados Unidos da América e União Soviética que, em conjunto e coordenadamente, fomentaram os movimentos anticoloniais e a integração das colônias africanas no contexto da nova ordem mundial.

IV. A influência norte-americana sobre o processo de independência na África teve como principal objetivo deter o avanço do comunismo e a expansão da ideologia marxista, que encontrava muitos simpatizantes nos movimentos nacionalistas.

• A) Somente I e II estão corretas.
• B) Somente I e IV estão corretas.
• C) Somente II e III estão corretas.
• D) Somente III e IV estão corretas.
• E) Somente II, III e IV estão corretas.

O gabarito correto é B).

O texto apresentado, extraído da obra de Armando Castro, expõe as violências e opressões sofridas pela população africana durante o período colonial português na Guiné-Bissau. A descrição detalhada dos castigos físicos, da exploração econômica e do desprezo pela vida dos africanos ilustra o caráter brutal do sistema colonial. Essa realidade histórica nos permite refletir sobre as consequências duradouras da colonização e os desafios enfrentados durante o processo de descolonização.

A alternativa correta (A) aponta para a complexidade do processo de independência africana, iniciado no pós-Segunda Guerra Mundial, mas cujos efeitos ainda se fazem sentir na instabilidade política e econômica de muitas nações. Como mencionado, os novos estados herdaram não apenas fronteiras arbitrárias que ignoravam diferenciações étnicas e culturais, mas também estruturas de poder colonial que dificultaram a construção de sociedades verdadeiramente democráticas e igualitárias.

As demais alternativas apresentam imprecisões históricas significativas: a Argélia não foi colônia portuguesa (C), a Somália não pode ser considerada país em desenvolvimento (D), e as migrações africanas têm causas muito mais complexas do que simples dificuldades de adaptação a normas democráticas (E). A alternativa B também está incorreta ao atribuir aos franceses um protagonismo que não corresponde à realidade histórica do processo de descolonização africana.

O texto de Castro nos lembra que a descolonização não significou o fim imediato das estruturas de dominação, mas o início de um longo processo de reconstrução nacional que, em muitos casos, ainda está em curso. As marcas do colonialismo - tanto na organização política quanto nas relações sociais - continuam a influenciar a realidade dos países africanos independentes.

O processo de independência das colônias portuguesas na África foi marcado por uma série de fatores históricos, políticos e sociais que culminaram na ruptura com a metrópole. A opção correta, conforme o gabarito, é a alternativa C), que destaca a importância das lutas nacionalistas, a degradação da administração portuguesa e a crise do regime político em Portugal como elementos centrais desse processo.

Durante a década de 1960, movimentos de libertação em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe ganharam força, impulsionados pelo desejo de autodeterminação e pela insatisfação com o colonialismo português. A resistência armada, combinada com a crescente pressão internacional e a instabilidade política em Portugal após a Revolução dos Cravos (1974), acelerou o fim do domínio colonial.

As demais alternativas apresentam informações incorretas ou imprecisas. A ONU, por exemplo, não teve um papel decisivo na resolução dos conflitos (A), e a capacidade militar portuguesa, embora relevante, não explica sozinha o atraso da descolonização (B). A interferência externa durante a Guerra Fria, mencionada em D, ocorreu, mas não houve mediação brasileira nem repartição de territórios. Por fim, a Guerra Fria ainda influenciou o cenário africano nos anos 1970, contrariando a afirmação da alternativa E.

No que concerne ao domínio de potências coloniais na Ásia, no início do século XX, o Japão destacou-se como uma exceção ao preservar sua independência enquanto outras nações asiáticas sucumbiam ao colonialismo europeu. Essa preservação foi resultado de um processo estratégico de modernização em larga escala, conhecido como a Era Meiji (1868-1912), durante a qual o Japão assimilou ativamente métodos e costumes ocidentais para fortalecer sua economia, militar e instituições políticas.

Ao adotar tecnologias industriais, reorganizar seu exército com base em modelos ocidentais e reformar seu sistema educacional, o Japão não apenas evitou a colonização, mas também emergiu como uma potência regional. Essa transformação permitiu que o país competisse em pé de igualdade com as nações ocidentais, culminando em vitórias como a Guerra Russo-Japonesa (1904-1905), que consolidou sua posição no cenário internacional.

Portanto, a afirmação de que "O Japão preservou sua independência ao promover modernização de grande envergadura, assimilando métodos e costumes ocidentais" está correta (C), pois reflete com precisão o caminho adotado pelo país para manter sua soberania e ascender como potência no início do século XX.

Entre as numerosas transformações trazidas pela Segunda Guerra Mundial, a descolonização da África e da Ásia emergiu como um dos fenômenos mais significativos, redefinindo o panorama geopolítico global. O processo de libertação das colônias foi marcado por lutas variadas, desde resistências pacíficas até conflitos armados, refletindo as complexidades históricas e políticas de cada região.

Analisando as alternativas apresentadas:

• A) Embora Mahatma Gandhi tenha sido uma figura central na independência da Índia através da não violência, a afirmação de que ele renunciou ao cargo de primeiro-ministro é incorreta, pois Gandhi nunca ocupou tal posição. A liderança política pós-independência coube a Jawaharlal Nehru.
• B) A independência da Indochina não foi pacífica, sendo marcada por guerras contra a França e, posteriormente, os EUA. Além disso, a ONU não teve papel decisivo no processo, que foi resultado da resistência liderada pelo Viet Minh.
• C) O Iraque não foi uma criação soviética no pós-guerra. Suas fronteiras foram estabelecidas após a Primeira Guerra Mundial, sob influência britânica, durante o mandato da Liga das Nações.
• D) Esta é a alternativa correta. A Argélia conquistou sua independência em 1962 após uma longa e violenta guerra contra a França, inserindo-se no contexto mais amplo de libertação africana.
• E) O império colonial português foi um dos últimos a se desintegrar, mantendo suas colônias até a década de 1970, contrariando a afirmação apresentada.

Portanto, a opção D) é a única que apresenta uma descrição precisa dos eventos históricos, destacando corretamente a luta argelina pela independência no contexto das emancipações africanas.

Ao analisar o processo de descolonização após a Segunda Guerra Mundial, é importante destacar que, embora líderes como Nehru, Lumumba, Nasser e Ho Chi Minh compartilhassem o objetivo comum de libertação nacional, suas abordagens e ideologias apresentavam diferenças significativas.

Nehru, na Índia, defendia um caminho não-violento e uma postura socialista moderada, alinhando-se ao movimento de não-alinhamento durante a Guerra Fria. Já Patrice Lumumba, no Congo, adotou um discurso mais radical contra o colonialismo belga, o que resultou em sua rápida remoção do poder e assassinato, evidenciando a resistência das potências ocidentais a lideranças mais assertivas.

Nasser, no Egito, combinou nacionalismo árabe com reformas socialistas, além de buscar uma posição de destaque no cenário internacional através do pan-arabismo. Enquanto isso, Ho Chi Minh, no Vietnã, adotou uma postura marxista-leninista e liderou uma guerra prolongada contra as forças francesas e, posteriormente, norte-americanas.

Portanto, embora a independência fosse um objetivo comum, as estratégias, ideologias e contextos desses líderes variavam consideravelmente, tornando a afirmação do item ERRADA (E).