Questões Sobre Era Vargas (1930-1945) - História - concurso

A alternativa correta é letra A) à defesa da permanência de Getúlio Vargas no poder, em 1945.

Gabarito: Letra A

Ao observar a imagem podemos visualizar nos cartazes frases como “Queremos Getúlio com ou sem Constituinte" ou "os operários querem Getúlio". Tais frases fazem parte do movimento ocorrido em abril de 1945 que ficou conhecido como Queremismo e defendia a permanência de Getúlio Vargas na Presidência da República.

O movimento surgiu como uma resposta dos trabalhadores, que associavam os seus direitos sociais a pessoa do presidente, às críticas da imprensa oposicionista e dos udenistas a Getúlio Vargas.

Resposta baseada nas fontes:

AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

A alternativa correta é letra A) Certo

Gabarito: CERTO.

Lucília de Almeida Neves Delgado. Partidos políticos e frentes parlamentares: projetos, desafios e conflitos na democracia. In: Jorge Ferreira e Lucilia de Almeida Neves Delgado (Orgs.). O Brasil republicano (Vol. 3: O tempo da experiência democrática – da democratização de 1945 ao golpe civil-militar de 1964). Rio de Janeiro: Civilização Brasi leira, 2003, p. 133 (com adaptações) .

• Ressalvadas as especificidades de cada período, é possível traçar um paralelo entre o Estado Novo e o regime militar implantado em 1964: de modo semelhante ao de Getúlio Vargas, que tentou conduzir a reforma política que o manteria no poder, o regime militar procurou conduzir, a partir de Ernesto Geisel, o processo de abertura “lenta, gradual e segura” como forma de manter o controle do processo de transição no qual haveria o retorno do poder civil e a volta dos militares aos quartéis.

A elaboração do item tem algumas fragilidades, afinal a expressão "ressalvadas as especificidades de cada período" é algo muito abstrato cuja intensidade e alcance reside única em tão somente no poder de imaginação de quem elaborou o item. Seria de excelente gosto se os avaliadores evitassem esse tipo de construção para ampliar a objetividade das prova. Ainda que falar em anulação do item seja um exagero para o caso, é importante que os candidatos tenham noção da fragilidade desse tipo de construção.

Em 1945, a volta do país à normalidade democrática depois de quinze anos da ruptura que levou Getúlio Vargas ao poder era tida como necessária e eminente e forças políticas de todos os campos se movimentavam em torno do projeto. Para tanto, consideravam fundamentais dois movimentos: a promulgação de uma nova Constituição e a realização de novas eleições presidenciais. No entanto, Vargas detinha uma inegável força política e estava no centro de toda a transição e uma das principais questões que se impunham era o papel que deveria se reservar ao presidente nesse jogo. Manejando dúvidas e articulando as forças, Vargas conseguiu estruturar todo o sistema de partidos e compôs seu espólio político em duas frentes: o nacional-desenvolvimentismo do PSD e o trabalhismo progressista do PTB. Não por acaso, esses partidos elegeriam três dos quatro presidentes e, quando derrotados para a presidência, estiveram presentes na vice-presidência da República Liberal (1945-1964). Ao mesmo tempo, muitos setores se organizaram para a permanência de Vargas no poder até a promulgação da Constituição e a realização de novas eleições, nas quais ele também poderia participar, dando as linhas gerais de todo o processo. Ainda que a crise do regime tenha precipitado um golpe militar que o derrubaria em outubro de 1945, Vargas conseguiu estabelecer as linhas gerais da Constituição de 1946, foi eleito senador por vários estados e ainda retornou ao poder em 1950.

Por sua vez, o general Geisel representou o retorno dos militares moderados ao poder e, com ele, firmou-se a percepção de que era necessário preparar o país para a transição democrática. Com a luta armada contra os opositores encerrada com uma esmagadora vitória da ditadura, Geisel se concentrou em aprofundar ao extremo o nacional-desenvolvimentismo e em encetar um longo processo de abertura política. Ainda que reconhecesse a impossibilidade da manutenção indefinida da ditadura, Geisel construiu um desenho político-institucional que dava primazia ao regime para determinar as condições da transição e algumas condicionantes fundamentais para o futuro do país. Batizando o processo de abertura de "lenta, gradual e segura", o novo presidente deixava claro que, apesar do desmonte da estrutura do regime de exceção, isso não implicaria numa retirada unilateral e inconteste dos militares da cena política. Pelo contrário, as bases para a nova ordem republicana seriam determinadas pelo próprio regime, uma forma de concessão às oposições, e não de derrota para a ditadura. A precipitação contra o regime nesse caso seria o agravamento da crise econômica decorrente do Segundo Choque do Petróleo (1979), a crise da dívida externa e a contração mundial do crédito. O projeto nacional-desenvolvimentista estava sendo estrangulado pela crise internacional e o desmantelamento da força econômica da ditadura solapou boa parte do seu controle político. As contramarchas autoritárias da abertura controlada passaram a esbarrar nos altos índices de insatisfação contra o regime e o enfraquecimento das bases políticas.

Portanto, há sim certa simetria entre a crise do Estado Novo em 1945 e o longo desmonte da ditadura no Brasil. Ambos tentaram políticas de controle e de determinação das bases do regime subsequente, e, ainda que tenham perdido o poder em meio ao agravamento de crises, ambos os regimes conseguiram dar traços importantes nas ordens institucionais que lhes sucederam. Portanto, item CORRETO.

A alternativa correta é letra C) Queremismo.

Gabarito: Letra C

A questão aborda a transição do Estado Novo para a democracia a partir de 1945 quando Vargas decide abrir o regime marcando eleições presidenciais e para a Assembleia.

É durante esse período que se organizam novos partidos políticos com destaque para os três que dominarão a República de 1946 a 1964 (UDN, PTB e PSD).

Antes da realização das eleições começou a ganhar força um movimento popular formado por trabalhadores que defendia a permanência de Getúlio Vargas no poder com os slogans: “Viva Getúlio!” e “Queremos Getúlio!”, ficou conhecido como Queremismo.

Segundo Lilia Schwartz e Heloisa Starling, ao perceber que o Estado Novo caminhava para um final desfavorável ao presidente, os trabalhadores saíram às ruas suspeitando que o conjunto de leis de proteção ao trabalho, sem o presidente, poderia beneficiar apenas os patrões.

Como Getúlio não conseguiu se afastar do cargo para concorrer às eleições, o movimento foi mudando o slogan para “Constituinte com Getúlio”.

A ampla manifestação popular fez com que setores da direita e militares dessem um golpe, tirando Getúlio do poder para que as eleições pudessem acontecer.

Por que as demais estão incorretas?

Letra A: Até houve uma tentativa de tomar o poder por parte dos integralistas em 1938 sem muito sucesso. Mas o nome do episódio que marcou a história e que mudou o rumo do governo Vargas foi a Intentona Comunista, tentativa de tomar o poder por parte dos comunistas. A insurreição foi sufocada pelo governo que aproveitou-se do clima de “medo comunista” para decretar o Estado Novo.

Letra B: Essa alternativa pode se referir a dois períodos distintos, mas em uma mesma atmosfera de golpe. O primeiro, quando o General Lott se antecipou a um golpe organizado pela direita e por militares para impedir a posse de JK. O segundo, trata da ocasião do impedimento da posse de Jango pelos ministros militares em 1961. Formou-se no Rio Grande do Sul o movimento da legalidade defendendo que se cumprisse à risca o texto constitucional que dava posse ao vice-presidente Jango na renúncia do ex-presidente Jânio Quadros.

Letra D: Movimento ocorrido em 1964, às vésperas do golpe civil-militar. Foi um dos responsáveis pela queda de Jango.

Resposta baseada nas fontes:

AZEVEDO, Gislane Seriacopi e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

VAINFAS, Ronaldo et al. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

A alternativa correta é letra E) na crescente desconfiança de alguns políticos e chefes militares de que Getúlio Vargas estava preparando um golpe para permanecer no poder, o que levou à sua deposição.

Gabarito: Letra E

No início de 1945, a vida política brasileira caminhava para a volta à democracia liberal. Vargas deu início à abertura política acabando com a censura à imprensa, fixando um prazo para as novas eleições e anistiando os presos políticos. As eleições foram marcadas para  dezembro e tinham o objetivo de eleger deputados federais, senadores e o presidente da República. Concorriam ao cargo de presidente: o general Eurico Gaspar Dutra (PSD/PTB), a quem Vargas dizia apoiar, o brigadeiro Eduardo Gomes (UDN) e o engenheiro Yedo Fiúza (PCB).

Contudo, no decorrer da campanha eleitoral Vargas fazia um jogo dúbio. Ao mesmo tempo que dizia apoiar o general Eurico Dutra, incentivava o movimento popular que pedia a sua permanência no poder, o chamado queremismo, que era apoiado por membros do PTB e do PCB.

Setores da oposição, concentrados na UDN, e setores importantes do exército começaram a sentir-se ameaçados com o movimento. Temendo que Vargas impedisse a realização das eleições presidenciais e continuasse no poder, uniram forças para derrubá-lo da presidência.

Assim, em outubro de 1945, Vargas foi obrigado a renunciar quando tropas do Exército, lideradas pelos generais Góis Monteiro e Eurico Gaspar Dutra, cercaram a sede do governo, o Palácio do Catete. A presidência foi assumida temporariamente por José Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federal.

Por que as demais estão incorretas?

Letra A: em um movimento militar liderado pelo Marechal Eurico Gaspar Dutra que depôs o presidente Getúlio Vargas e instituiu um período ditatorial por cinco anos (1945- 1950).

Em 1945 Eurico Gaspar Dutra era general e não marechal, além disso, ele não instituiu um período ditatorial, na verdade, ele foi o primeiro presidente da democracia liberal, pós Estado Novo, e governou o país de 1945 a 1950.

Letra B: na crescente participação popular e de setores sindicais, o que viabilizou a candidatura de Getúlio Vargas em 1945, que perdeu as eleições devido a fraudes eleitorais.

Getúlio Vargas não concorreu à presidência da República em 1945. Vargas apoiou a candidatura de Eurico Dutra com o acordo de que ele preservasse as leis sociais e indicasse o PTB para comandar o Ministério do Trabalho. Contudo, nessas eleições de 1945, Vargas concorreu e foi eleito senador com grande votação nas cidades.

Letra C: na candidatura de Getúlio Vargas à presidência da República em 1945, sendo eleito pela primeira vez com a maioria absoluta dos votos.

Getúlio Vargas não concorreu à presidência da República em 1945. Vargas apoiou a candidatura de Eurico Dutra com o acordo de que ele preservasse as leis sociais e indicasse o PTB para comandar o Ministério do Trabalho. Contudo, nessas eleições de 1945, Vargas concorreu e foi eleito senador com grande votação nas cidades.

Letra D: em um movimento civil organizado por políticos de oposição, liderados por Carlos Lacerda, que articulam o Impeachment  de Getúlio Vargas após denúncias de corrupção.

Em 1945, não houve nenhum impeachment de Vargas por corrupção. Nesse ano a oposição se articulou para depor Vargas. O motivo foi o receio de que Getúlio Vargas desse um novo golpe para permanecer no poder.

Referências:

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

A alternativa correta é letra E) Segunda Guerra Mundial – 1939-1945.

Note que o texto trata da história do Brasil, conforme vemos no título do livro de onde foi tirada a citação, qual seja, "Brasil, História e Sociedade". Oras, o conhecido episódio em que nossas Forças Armadas atuaram em uma campanha na Itália foi justamente na Segunda Guerra Mundial, ocorrida entre 1939 e 1945. Tratou-se de um conflito militar de escala global, que envolveu muitos dos principais poderes mundiais da época. O texto menciona que, após a campanha na Itália (um dos principais cenários de batalha da Segunda Guerra), muitos oficiais das Forças Armadas brasileiras assumiram posições favoráveis à volta da democracia, expressando um sentimento de incongruência entre lutar contra o autoritarismo no exterior e sustentá-lo no Brasil. Portanto, nossa resposta é a letra E.

Todas as demais alternativas estão erradas. Todas trazem eventos que sequer envolveram envio de tropas brasileiras, e esse motivo basta para que vejamos não terem qualquer relação com o texto base. Vejamo-las rapidamente:

O Brasil não enviou tropas para a Revolução Russa, nem para deter os revolucionários, nem para auxiliá-los. Assim, é impossível que o texto a ela se refira. Errada a letra A. Igualmente, não enviou tropas no episódio da ascensão do Nazi-facismo (errada a letra D).

A participação brasileira na Primeira Guerra foi colateral, envolvendo apoio logístico e médico, mas não envio significativo de tropas (errada a letra B). 

A Grande Depressão não foi uma batalha militar, mas uma crise econômica (errada a letra C).

Portanto, a alternativa correta é a LETRA E.

A alternativa correta é letra A) Getúlio Vargas e do Estado Novo em 1945.

Vamos analisar cada alternativa para identificar o período histórico em que a oficialidade militar brasileira, sobretudo da FEB, teve participação importante na queda de um regime ou de um governante.

A) Getúlio Vargas e do Estado Novo em 1945.

CORRETO. A oficialidade militar brasileira, principalmente os veteranos da Força Expedicionária Brasileira (FEB), tiveram participação importante na queda de Getúlio Vargas e do Estado Novo em 1945. A FEB, que lutou na Itália durante a Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados, voltou ao Brasil com uma postura antifascista e democrática, pressionando pela redemocratização do país. A pressão da FEB, aliada à de outros setores da sociedade, resultou na queda de Vargas e do Estado Novo, dando início ao período conhecido como República Populista (1945-1964).

B) Janio Quadros e do Golpe de Estado em 1964.

INCORRETO. A renúncia de Jânio Quadros em 1961 não teve relação direta com a oficialidade militar brasileira, sobretudo da FEB. Jânio Quadros renunciou alegando que "forças terríveis" se levantaram contra ele. A renúncia levou a uma crise política, que culminou com a adoção do parlamentarismo como forma de permitir a posse de João Goulart, vice-presidente na época. Já o golpe de Estado em 1964 foi liderado por setores militares, mas não especificamente pela FEB.

C) João Goulart e do Regime Democrático em 1969.

INCORRETO. João Goulart foi derrubado pelo golpe militar de 1964, e não em 1969. Embora setores militares tenham participado do golpe de 1964, a FEB, como tal, não teve um papel destacado. Além disso, o regime democrático já havia sido encerrado em 1964, com o início da ditadura militar, e não em 1969.

D) Emílio G. Médici e da Anistia Política em 1979.

INCORRETO. Emílio Garrastazu Médici foi presidente do Brasil de 1969 a 1974, durante a ditadura militar. A anistia política foi concedida em 1979, durante o governo de João Figueiredo, o último presidente do período militar. Não houve uma "queda" de Médici associada à oficialidade militar brasileira ou à FEB.

E) Ernesto Geisel e da Ditadura Militar em 1985.

INCORRETO. Ernesto Geisel foi presidente do Brasil de 1974 a 1979, durante a ditadura militar. Ele iniciou o processo de abertura política que culminou com o fim da ditadura militar em 1985. No entanto, não houve uma "queda" de Geisel associada à oficialidade militar brasileira ou à FEB.

Portanto, a alternativa correta é a LETRA A.

A alternativa correta é letra C) E - C - E.

Gabarito: Letra C

( E ) O Brasil passou ileso economicamente pela crise de 1929.

Com a crise de 1929, o Brasil entrou em uma de suas maiores crises: muitas fábricas faliram, milhares de pessoas foram demitidas. Boa parte daqueles que mantiveram seus empregos tiveram os salários reduzidos à metade. O preço da saca de café, principal produto de exportação, despencou de 200 mil-réis para 21 mil-réis em poucos meses, abalando toda a economia nacional.

( C ) Uma das consequências da Segunda Guerra foi a amplitude do processo de industrialização no Brasil.

Em 1940, foi criada na área da siderurgia a Comissão Executiva do Plano Siderúrgico, que deu início as primeiras negociações com o governo norte-americano para a obtenção de um empréstimo destinado à construção de uma usina. Com a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, as negociações foram aceleradas, já que o governo norte-americano necessitava instalar bases militares no Nordeste brasileiro para facilitar o acesso ao norte da África.

Assim, em troca da cessão das bases militares e do fornecimento de borracha e minérios, o governo norte-americano aprovou a liberação de empréstimos e fornecimento de tecnologia para a construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), na cidade de volta redonda (RJ). A CSN, fundada em abril de 1941, foi uma companhia estratégica para a industrialização no Brasil.

( E ) O Brasil teceu parcerias exclusivamente com países do continente europeu, visto que este foi o continente menos atingido pela crise e pelo conflito.

Durante o governo Vargas, o Brasil manteve relações simultaneamente com os dois novos eixos de poder em ascensão no mundo, Estados Unidos e Alemanha, assinando acordos comerciais com ambos os países. Além disso, a questão é incorreta, pois a Europa foi bem atingida tanto pela crise de 1929 quanto pelas guerras mundiais.

Resposta baseada nas fontes:

AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.

Dossiê A Era Vargas: dos ano 20 a 1945. FGV CPDOC. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos30-37/RelacoesInternacionais Acesso em 06 de abr. de 2020.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.