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“1937 a 1945 correspondem à vigência do Estado Novo, que se caracterizou pela introdução de um novo regime político orientado por novas regras legais políticas. No entanto, esse momento também não é homogêneo porque as circunstâncias externas e internas são responsáveis por mudanças significativas no jogo político. A entrada do Brasil na Segunda Guerra constitui um marco de mudança importante nos rumos do Estado Novo” (CAPELATO, Maria Helena. O Estado novo: o que trouxe de novo?. IN: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucília de Almeida Neves. Brasil Republicano: o tempo do naciona-lestatismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2003. p. 113.)


Sobre o período da História do Brasil destacado no texto, assinale a alternativa CORRETA sobre o Estado Novo:

Resposta:

A alternativa correta é letra B) Ao longo do período entre as duas guerras mundiais o Estado Novo foi influenciado por uma política de massas que se desenvolveu na Europa, a partir das críticas ao liberalismo, considerado incapaz de solucionar os problemas sociais;

Gabarito: Letra B

 

Ao longo do período entre as duas guerras mundiais o Estado Novo foi influenciado por uma política de massas que se desenvolveu na Europa, a partir das críticas ao liberalismo, considerado incapaz de solucionar os problemas sociais;

 

Durante o período do entre guerras, a crise das democracias liberais, ocorrida a partir da crise de 1929 ocasionou a ascensão de movimentos e regimes autoritários de direita, como o fascismo e o nazismo, que cresceram a partir do descrédito no qual foi lançado o liberalismo econômico.

Nascidas, respectivamente, na Itália e na Alemanha essas doutrinas totalitárias espalharam-se para outras partes da Europa, como Espanha e Portugal, e também serviram de inspiração para a criação da Ação Integralista Brasileira, fundada por Plínio Salgado em 1932. Mais tarde, em 1937, os integralistas apoiariam Getúlio Vargas na implantação da ditadura do Estado Novo.

Assim, no período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial, o Governo de Getúlio Vargas recebeu a influência dessas doutrinas de inspiração nazifascista, ainda que Vargas tenha mantido o Brasil numa posição de neutralidade durante a Segunda Guerra até pelo menos 1941, quando começou a fazer acordos internacionais para apoiar os Aliados (contra as potências do Eixo).

Isso porque, apesar de certa afinidade do Estado Novo com essas ideologias, o Estado não era de fato um regime fascista ou nazista

Segundo Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Starling, o novo regime tinha nome e tonalidade fascistas. “Estado Novo” designava a ditadura de Salazar, iniciada em Portugal em 1932, e o regime brasileiro compartilhava alguns traços com o fascismo europeu: a ênfase no poder do Executivo personificado numa liderança única; a representação de interesses de grupos e classes sociais num arranjo corporativo, isto é, sob a forma de uma política de colaboração entre patrões e empregados, tutelada pelo Estado; a crença na capacidade técnica posta a serviço da eficiência do governo e acompanhada da supressão do dissenso.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: O Estado Novo se constituiu a partir de uma política de massas que foi se definindo a partir de 1930 com a ascensão de Juscelino Kubistchek ao poder;

 

Quem instalou e presidiu o Estado Novo (1937-1945) foi Getúlio Vargas e não Juscelino Kubitschek (JK). Este último também governou o Brasil, mas em outro período, durante o regime democrático que se estendeu de 1945 a 1964, seu governo foi de 1956 a 1961.

 

Letra C: Uma das características do Estado Novo brasileiro foi não se alinhar ao nazi fascismo europeu, sendo contrário ao controle social através da presença do Estado comandado por um líder carismático;
 

O Estado Novo brasileiro não se alinhou ao nazifascismo europeu, mas não era contrário ao controle social através da presença do Estado comandado por um líder carismático, visto que esse foi o modelo de governo adotado por Getúlio Vargas nessa época, com ênfase no poder do Executivo personificado numa liderança única.

 

Letra D: O Brasil foi o único país da América Latina que se aproximou das experiências nazista, na Alemanha, e fascista, na Itália, rompendo totalmente com os Estados Unidos da América;
 

Não houve um rompimento do Brasil com os Estados Unidos nem durante a Segunda Guerra Mundial, nem no período anterior a ela. Iniciada a Segunda Guerra Mundial, Vargas buscou manter uma política de neutralidade não apoiando inicialmente nem as forças do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), nem as potências Aliadas (lideradas por Inglaterra, França, União Soviética e, posteriormente, Estados Unidos), aproveitando, assim, o conflito para obter vantagens político-econômicas para o país, conforme a política externa já praticada no período anterior à guerra, chamada de equidistância pragmática.

 

Letra E: Apesar do Estado forte, o Estado Novo brasileiro caracterizava-se pela redução do Estado na economia e defesa do liberalismo democrático.

 

No Estado Novo houve o aumento da presença do Estado na economia, e não a sua redução. Além disso, o governo Vargas não defendia o liberalismo, pelo contrário, sua política é chamada de nacional-estatismo pela defesa do nacionalismo e pela forte presença do Estado na economia.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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