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A economia brasileira passou por grandes transformações nos períodos entre a República Velha e a Era Vargas. O País foi catapultado e cooptado pelas modificações e ao mesmo tempo procurava se inserir em uma dinâmica de desenvolvimento que o diferenciaria no continente. Considerando esse tema, assinale a alternativa correta.

Resposta:

A alternativa correta é letra B) O surto de industrialização espontânea foi auxiliado, em fins da década de 1930, por uma política consciente de intervenção estatal, à
medida que o repúdio do Estado Novo ao liberalismo político trazia consigo a determinação de se afastar do liberalismo econômico.

GabaritoLetra B

 

Entre a República Velha (ou Primeira República) e a Era Vargas temos um importante acontecimento mundial a ser observado: a crise de 1929.

 

Vários países foram abalados economicamente pela crise, inclusive o Brasil, e tal fato trouxe a necessidade de se repensar as bases econômicas desses países até então dependentes da economia norte-americana.

 

No Brasil, a crise do capitalismo causou a queda brusca das exportações cafeeiras. Com a recessão econômica vivida pelos Estados Unidos e a consequente redução de vendas, comerciantes estadunidenses também reduziram suas compras. Isso afetou gravemente a economia das nações que dependiam das importações dos EUA. Foi o caso do Brasil que deixou de vender milhões de sacas de café para o mercado desse país.

 

É nesse contexto que se dá a transição da República Velha para a Era Vargas. O enfraquecimento econômico dos cafeicultores significou também o declínio de seu poder e a instalação de uma crise política que levou ao estabelecimento de um novo governo, inaugurando o que ficou conhecido como era Vargas (1930-1945).

 

A Era Vargas destacou-se pelas medidas de cunho nacionalistas e intervencionistas em oposição ao liberalismo da Primeira República. Durante o Governo Provisório, primeiro momento da Era Vargas, essas medidas podem ser observadas na defesa da economia brasileira ante a crise de 1929, com a proteção do setor cafeeiro e a suspensão do pagamento da dívida externa, bem como com a intervenção nas relações entre patrão e trabalhadores.

 

Já durante o Estado Novo, terceiro momento da Era Vargas, houve uma conjunção de medidas autoritárias com iniciativas voltadas para o desenvolvimento econômico nacional. O Estado se fortaleceu com a fundação de ministérios, autarquias, empresas estatais, institutos e conselhos. O processo permitiu a intervenção estatal nas relações entre empresários e trabalhadores e na condução da economia.

Ao longo da década de 1930, a economia brasileira tornou-se mais diversificada. Em outras palavras, abandonava-se a dependência do setor cafeeiro e ampliava-se a participação da indústria na economia nacional. Foi nessa época que teve início a chamada industrialização por substituição de importações, onde o Estado incentivava a produção das fábricas brasileiras e dificultava a concorrência estrangeira.

 

Essa estrutura fez da industrialização um dos principais objetivos do governo. Com investimentos do Estado, da iniciativa privada e empréstimos externos, o Brasil aumentou a sua produção industrial. Como resultado, cerca de 70 % das indústrias que havia em 1940 tinham sido fundadas a partir de 1930. Os industriais, inicialmente contrários a Vargas devido a promulgação de suas leis sociais, passaram a apoiar a sua política econômica.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: A industrialização na República Velha foi dinâmica e variada, com a presença de setores da indústria de base e de bens de consumo duráveis e não duráveis.

 

A industrialização na Primeira República foi incipiente e seu principal foco foi a indústria de bens de consumo não duráveis. A indústria de base e de bens de consumo duráveis só viria a se desenvolver, enquanto projeto de Estado, durante a Era Vargas.

 

Letra C: A criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi fruto de uma articulação política e econômica entre o governo brasileiro e os países da Europa Ocidental, que eram os detentores da maior produção e carvão mineral da época.

 

A criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi fruto de uma articulação política e econômica entre o governo brasileiro e o estadunidense. Em 1940, foi criada na área da siderurgia a Comissão Executiva do Plano Siderúrgico, que deu início as primeiras negociações com o governo norte-americano para a obtenção de um empréstimo destinado à construção de uma usina. Com a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, as negociações foram aceleradas, já que o governo norte-americano necessitava instalar bases militares no Nordeste brasileiro para facilitar o acesso ao norte da África. Assim, em troca da cessão das bases militares e do fornecimento de borracha e minérios, o governo norte-americano aprovou a liberação de empréstimos e fornecimento de tecnologia para a construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), na cidade de volta redonda (RJ). A CSN, fundada em abril de 1941, foi uma companhia estratégica para a industrialização no Brasil.

 

Letra D: Durante o período da Segunda Guerra mundial, o Brasil viu o seu desenvolvimento industrial estagnar e retroceder, inclusive nos setores vinculados ao belicismo, área em que o País não havia se estruturado.

 

Enquanto no plano internacional ocorria a Segunda Guerra Mundial, no Brasil instalou-se o Estado Novo, período em que o governo brasileiro se dedicou a industrialização obtendo muito sucesso nessa área. O governo Vargas elegeu quatro áreas consideradas cruciais para o desenvolvimento industrial: petróleo, mineração, siderurgia e energia elétrica. Em 1940, o governo proibiu que estrangeiros explorassem as riquezas minerais e controlassem as indústrias metalúrgicas. Foram criadas durante esse período a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), a Companhia Vale do Rio Doce e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

 

Letra E: A economia brasileira, na transição da República Velha para a Era Vargas, estava pautada em produtos do setor agropecuário que se sustentaram, mesmo diante de uma crise econômica que se apresentava: a Grande Depressão.

 

Como vimos, com a crise de 1929 o setor cafeeiro, que era o principal responsável pela economia durante a Primeira República, sofreu um grande abalo. Com isso, durante a era Vargas, o Estado buscou abandonar a dependência do setor cafeeiro e ampliar a participação da indústria na economia nacional. Assim, na Era Vargas, a economia brasileira se diversificou.

 

Referências:

 

AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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