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A organização política no Brasil, na década de 1930, caracterizava-se por convicções e princípios intelectuais. Entre essa organização, existiu o movimento que se definia como uma doutrina nacionalista, desvalorizando a economia, combatendo o capitalismo financeiro e objetivando uma consciência do valor espiritual, do qual o lema era “Deus, Pátria e Família”.

A qual movimento se refere o contexto apresentado?

Resposta:

A alternativa correta é letra A) Integralismo.

Gabarito: ALTERNATIVA A

   

 
  • A qual movimento se refere o contexto apresentado?

A Ação Integralista Brasileira (AIB) era uma certa expressão brasileira do fascismo reunida sob a liderança de Plínio Salgado e sob o lema "Deus, Pátria e Família", o que deixa clara a abordagem tradicionalista do movimento. De corte nacionalista de extrema-direita e com ares de supremacismo, a AIB contou por anos com a conivência do governo Vargas, cujas bases conceituais mais elementares guardavam expressivas semelhanças com os regimes totalitários de direita da Europa. Quando o Golpe do Estado Novo (1937), Vargas não economizou na retórica fascista para justificar o fortalecimento do Estado, o autoritarismo do regime e o distanciamento decisivo sobre as instituições liberais. No entanto, colocou a si próprio como o centro daquelas reformas e da proteção maior da pátria; o que significava, na prática, o banimento de todos os partidos políticos e graves restrições ao associativismo, proscrevendo também a AIB. Até aquele momento, os integralistas tinham certeza da adesão de Vargas aos seus princípios e até se preparavam para as possíveis eleições que deveriam acontecer em janeiro de 1938; mas viram todas as suas expectativas frustradas muito rapidamente. Como resposta, lançaram dois pequenos levantes armados em 1938 no Rio de Janeiro: no primeiro, arremeteram contra instalações da Marinha e a da importante Rádio Mayrink Veiga; e, no segundo, tentaram sitiar o Palácio Guanabara, residência oficial da presidência, para depor Vargas. A organização precária do movimento, no entanto, impediu qualquer chance de sucesso, sendo repelidos pela guarda presidencial e pela resposta armada da própria família de Vargas ao cerco. Como resultado, Plínio Salgado partiria para o exílio em Portugal e a AIB se dissolveria com parte importante dos seus membros presos. Assim, observemos as alternativas propostas.

 
  • a)  Integralismo.

ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • b)  Tenentismo.

O tenentismo foi, de maneira geral, uma série de movimentos armados que partiram de parcelas do jovem oficialato do Exército que viam na República Velha uma traição aos princípios que animaram a Proclamação da República (1889). Para aqueles jovens, a realidade política brasileira e o estabelecimento das oligarquias agroexportadoras no centro do poder traíam os princípios fundamentais do positivismo que o próprio Exército encampara para derrubar a monarquia; e o tenentismo encarnava uma releitura e uma revitalização do pensamento positivista em ação na política brasileira. Com os levantes armados de São Paulo (Revolta Paulista de 1924) e do Rio de Janeiro (Revolta dos 18 do Forte de 1922), o tenentismo, ainda que não tenha ameaçado de fato o governo central no campo de batalha, marcou uma posição importante na vida brasileira e abriu um ciclo de revoltas que marcaria a década de 1920. Alternativa errada.

 
  • c)  Joanino.

Na bibliografia que cuida da História do Brasil, "joanino" é o adjetivo utilizado para se referir ao período compreendido entre 1808 e 1821, quando a família real portuguesa esteve instalada no Rio de Janeiro em decorrência da fuga frente à invasão francesa no reino. "Joanino" é uma referência a D. João VI, que foi príncipe regente português de 1799 a 1816, quando, após a morte de Dona Maria I, ascendeu ao trono português, no qual permaneceu até sua morte em 1826. João VI foi o principal nome de todo o período, tomando as decisões mais importantes sobre o destino português. Alternativa errada.

 
  • d)  Coronelismo.

O termo "coronel" tem de ser entendido como a denominação atribuída às lideranças oligárquicas municipais características dos interiores brasileiros do século XIX e da primeira metade do século XX. Trata-se de um sistema oligárquico mantido fundamentalmente pelo processo de alienação e pelo controle direto sobre seu reduto eleitoral, estabelecendo uma confusão imediata entre o Estado e a figura poderosa do oligarca. Em certo sentido, o coronel é capaz de sequestrar para a sua vontade o controle do Estado no âmbito local, criando uma relação de distribuição de benesses e de obediência pessoal diretamente com a população de seu alcance político. Por outro lado, a proeminência econômica lhe dá tal grau assimétrico de ascensão sobre o restante da população que esta fica refém economicamente; além de haver um domínio sobre o uso da violência para manter a ordem e a conservação dos interesses da oligarquia naquele espaço. No contexto da República Velha (1889-1930) e da Política dos Governadores, esses líderes tinham o papel importante de controlar diretamente os eleitores, bem como de restringir o acesso dos candidatos às suas áreas de domínio. Em contrapartida, aqueles que eram eleitos para os cargos estaduais e federais tinham por dever a manutenção dessas estruturas locais de poder, fazendo afluir para lá os recursos necessários para a manutenção política dessas oligarquias locais. No entanto, o funcionamento do sistema poderia colocar em rota de colisão esses coronéis com as ascendentes classes urbanas, cujos interesses sobre as reformas administrativas enfraqueciam diretamente as relações de dependências que mantinham esse coronelato. É importante destacar que essas classes urbanas tinham cada vez mais capacidade de articulação e de pressão direta sobre governadores, dificultando em muito a vida política nas cidades. Ao mesmo tempo, a orientação agroexportadora das oligarquias centrais (com destaque para mineiros e paulistas) também pouco dialogava com o cotidiano de lenta decadência econômica de muitos desses coronéis, o que dificultava algumas negociações com o poder central. Alternativa errada.

 
  • e)  Coluna Prestes.

A Coluna Prestes (1925-1927) foi uma das manifestações mais importantes do tenentismo, característico da década de 1920. Esses jovens oficiais do Exército entendiam que a Primeira República (1889-1930), ao passar a ser controlada pelas oligarquias, havia traído os princípios positivistas que animaram o Exército a derrubar a monarquia em 1889. O sonho positivista previa que a forma republicana levaria à ordenação racional e perfeita do Estado e da sociedade, encaminhando o Brasil à superação de suas dificuldades históricas em direção à modernidade. Trinta anos depois da Proclamação da República, o país continuava dependente da agroexportação, com instituições ultrapassadas e corruptas e muito distante de qualquer sopro modernizante. Portanto, a Coluna Prestes não se prestava a combater o Estado republicano, mas sim a denunciar sistematicamente as mazelas daquela república deturpada e a defender, com um corte mais ligado às questões sociais, a retomada dos princípios positivistas para organizar o Estado brasileiro. Alternativa errada.

   

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

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