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A respeito da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, julgue (C ou E) o item a seguir.

Embora as relações diplomáticas já estivessem rompidas entre o Brasil e o Japão desde janeiro de 1942, e os cidadãos japoneses aqui residentes já se encontrassem sofrendo os mesmos controles e as mesmas restrições e intimidações que os demais cidadãos identificados como eixistas sofriam, a declaração de guerra em agosto do mesmo ano não incluía estado de beligerância ou de guerra com a nação do Extremo Oriente.

Resposta:

A alternativa correta é letra A) Certo

Gabarito: CORRETO

   

Durante a segunda metade da década de 1930, o Brasil se equilibrou entre Alemanha e Estados Unidos na chamada equidistância pragmática, que preconizava que o interesse maior brasileiro não estaria no alinhamento ideológico, mas sim na ampliação das possibilidades de industrialização. Vargas entenderia que as diferenças entre o liberalismo e o totalitarismo ofereciam importantes oportunidades para o país viabilizar novos caminhos internacionais para a sua industrialização e, portanto, essa deveria ser a chave de interpretação e de inserção internacional do Brasil.

 

Com o agravamento da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as margens de atuação brasileiras foram bastante reduzidas e crescia a pressão para um compromisso mais claro junto aos Estados Unidos. No entanto, Vargas optou por fazer uma distensão gradual da equidistância pragmática negociando sistematicamente novas formas de cooperação com os EUA em troca do afastamento brasileiro em relação ao Eixo. O ponto crítico desse processo se daria a partir de dezembro de 1941, quando o Japão ataca os EUA no Pacífico e o governo americano opta por entrar na guerra.

 

Em janeiro de 1942, ocorreu a III Reunião de chanceleres das Repúblicas Americanas no Rio de Janeiro. Naquele momento, os Estados Unidos tinham sido atacados pelo Japão no Pacífico e entrado na guerra ao lado dos Aliados. Consequentemente, os EUA pressionavam pelo rompimento continental contra as potências do Eixo, tentando construir uma defesa hemisférica sob sua liderança. Para o Brasil, isso significava um ponto de saturação absoluta da sua posição equidistante, sendo chamado à parceria preferencial com os Estados Unidos e rompendo inteiramente com o Eixo em nome de uma solidariedade americana. Consequentemente, era absolutamente impensável manter qualquer relação com o Japão, exatamente o país que atacou os EUA; havendo a ruptura de todas as relações (inclusive comerciais) com Alemanha, Itália e Japão em 28 de janeiro de 1942.

 

Num regime profundamente autoritário como o Estado Novo (1937-1945), o controle sobre a população era sempre uma questão importante, mesmo entre os nacionais. Com o rompimento com o Eixo e o acirramento de um nacionalismo brasileiro, estabelecer grande controle sobre as grandes colônias de alemães, italianos e japoneses era uma questão urgente, buscando, inclusive por meios muito violentos, tentando debelar qualquer sentimento nacionalista favorável ao Eixo e garantir obediência total à forma nacionalista brasileira. Para tanto, o autoritarismo brasileiro atuou com grande violência em colônias de imigrantes, impondo o uso da língua portuguesa e banindo as expressões culturais estrangeiras para forçar um aculturamento - o que, por óbvio, atingiu também a comunidade japonesa.

 

Com isso, o Brasil, no início de 1942, romperia relações com o Eixo e passaria a concentrar as suas exportações de matérias primas para os países aliados, em especial os Estados Unidos. Ou seja, para a Alemanha, os navios mercantes brasileiros passaram a ser alvos estratégicos, afinal, estavam abastecendo a indústria de guerra inimiga. Ao longo de 1942, foram registrados vários ataques a navios mercantes brasileiros pela esquadra de submarinos alemã, gerando morte de civis e comovendo o Brasil em favor da entrada na guerra. Em agosto de 1942, respondendo a um ataque de submarinos alemães a navios mercantes civis brasileiros, Vargas declararia o estado de beligerância contra a Alemanha e a Itália, colocando o Brasil oficialmente na guerra europeia, mas sem se envolver com a Campanha do Pacífico, que era distante demais para as possibilidades e para a realidade brasileiras.

 

No entanto, finda a Campanha da Itália e, meses depois, a Guerra na Europa, a FEB se dissolveria em 6 de junho de 1945 encerrando a participação brasileira no teatro de operações europeu. No entanto, a guerra ainda não estava encerrada, já que os Estados Unidos ainda enfrentavam um combalido Japão no Pacífico. Tentando ampliar os acordos de cooperação na área militar, Vargas estendeu o estado de beligerância ao declarar guerra ao Japão naquele mesmo 6 de junho de 1945, o que mantinham ativos os acordos com os Estados Unidos, apesar do Brasil jamais ter enfrentado de fato as forças japonesas, que se renderiam aos americanos em 2 de setembro daquele ano, encerrando definitivamente a Segunda Guerra Mundial. Portanto, item CORRETO.

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