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A revolução de 1930 introduziu mudanças políticas, econômicas, sociais e na política externa. A respeito dessas mudanças, julgue (C ou E) o item a seguir.Afastadas do núcleo central do Estado, as Forças Armadas foram substituídas, em suas funções de garantidoras da ordem interna, por novos aparelhos repressivos, que reproduziam os criados pelo fascismo europeu.

Resposta:

A alternativa correta é letra B) Errado

GabaritoERRADO

As Forças Armadas não foram afastadas do núcleo central do Estado com a Revolução de 1930.

Isso porque a própria Revolução de 1930 foi mobilizada por oficiais do Exército, conhecidos como tenentes, juntamente com grupos políticos mineiros, paraibanos e gaúchos. Não podemos nos esquecer também que o poder foi entregue a Getúlio Vargas por uma junta militar formada por altos oficiais do Exército e da Marinha que depuseram Washington Luís antes mesmo da chegada das tropas rebeldes ao Rio de Janeiro.

Assumindo o poder, Getúlio Vargas suspendeu a constituição de 1891, fechou órgãos do poder legislativo e nomeou interventores militares para chefiar os governos estaduais. Assim as Forças Armadas não foram substituídas, em suas funções de garantidoras da ordem interna, por novos aparelhos repressivos, que reproduziam os criados pelo fascismo europeu.

Até mesmo porque não é possível falar em reprodução de aparelhos repressivos fascistas, já que traços do fascismo só aparecem no último período da Era Vargas, o Estado Novo, e nem mesmo esse poderia ser chamado de regime fascista segundo Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Starling.

De acordo com Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Starling, o novo regime tinha nome e tonalidade fascistas. “Estado Novo” designava a ditadura de Salazar, iniciada em Portugal em 1932, e o regime brasileiro compartilhava alguns traços com o fascismo europeu: a ênfase no poder do Executivo personificado numa liderança única; a representação de interesses de grupos e classes sociais num arranjo corporativo, isto é, sob a forma de uma política de colaboração entre patrões e empregados, tutelada pelo Estado; a crença na capacidade técnica posta a serviço da eficiência do governo e acompanhada da supressão do dissenso.

Apesar disso, no caso do Estado Novo imposto por Vargas, não se tratava de um regime fascista, e menos ainda da reprodução de um modelo fascista europeu — português ou italiano, ou ainda espanhol. Sua natureza era outra: autoritária, modernizante e pragmática.

 

Referências:

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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