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Acerca do envolvimento do Brasil na Segunda Guerra Mundial, está correto a afirmação:

Resposta:

A alternativa correta é letra A) o torpedeamento e afundamentos de navios brasileiros por submarinos alemães provocou uma grande mobilização da opinião pública a favor da entrada do País na guerra

Gabarito: ALTERNATIVA A

 

Acerca do envolvimento do Brasil na Segunda Guerra Mundial, está correto a afirmação:

  • a)  o torpedeamento e afundamentos de navios brasileiros por submarinos alemães provocou uma grande mobilização da opinião pública a favor da entrada do País na guerra

É importante que o estudante compreenda, sobre esse tema, que as matérias primas brasileiras eram estratégicas para as economias de guerra dos dois lados do conflito. Sem substitutos sintéticos, as indústrias dependiam de matérias primas vegetais e minerais para fabricação de componentes os mais diversos, o que ia de pneus para veículos a revestimento térmico para aeronaves de combate. Ou seja, o fornecimento desses produtos tinha uma componente estratégica importante no período. Com o ataque japonês a Pearl Harbor e com a consequente entrada dos Estados Unidos na guerra, a neutralidade brasileira ficou insustentável, uma vez que o governo americano pressionava para um esforço hemisférico coordenado em favor dos Aliados. Com isso, o Brasil, no início de 1942, romperia relações com o Eixo e passaria a concentrar as suas exportações de matérias primas para os países aliados, em especial os Estados Unidos. Ou seja, para a Alemanha, os navios mercantes brasileiros passaram a ser alvos estratégicos, afinal, estavam abastecendo a indústria de guerra inimiga. Ao longo de 1942, foram registrados vários ataques a navios mercantes brasileiros pela esquadra de submarinos alemã, gerando morte de civis e comovendo o Brasil em favor da entrada na guerra. Depois de negociações com os Estados Unidos para sua participação efetiva nos teatros de operação, Vargas declararia estado de beligerância contra as potências do Eixo em agosto de 1942. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • b)  o ideal de combater regimes totalitários e expandir a democracia, a exemplo do regime político brasileiro em voga na época

Há de se recordar o estudante que, durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil vivia sob a ditadura do Estado Novo (1937-1945), regime autoritário e nacionalista com colorações fascistas. A aliança militar ao lado das democracias ocidentais se daria sobretudo pela pressão americana para manter a ordem hemisférica em favor dos Aliados, e não por uma afinidade política entre os regimes. Alternativa errada.

 
  • c)  o Brasil não permitiu que militares norte-americanos utilizassem bases militares instaladas no Nordeste brasileiro

As batalhas no Norte da África, onde a Alemanha nazista tinha estendido uma faixa importante de dominação, tinham um agravante para o ataque das forças aliadas: era impossível estabelecer um suporte aéreo seguro a partir da Europa. Ao passo que a União Soviética estava com todos os seus recursos voltados para o delicadíssimo front com a Alemanha e as posições britânicas eram péssimas para chegar ao Norte da África, a aeronáutica americana não dispunha de bases aéreas para lançar grandes bombardeios sobre as tropas nazistas na região. O Nordeste brasileiro oferecia posições preciosas para essas campanhas de bombardeios porque possibilitava, dentro da autonomia dos aviões, que as missões fossem cumpridas com o retorno seguro a território aliado. Com o rompimento brasileiro com o Eixo no início de 1942, os Estados Unidos passaram a fazer grande pressão pela construção de bases aéreas no Nordeste brasileiro para dar suporte ao combate no Norte da África. Em troca, o Brasil pedia cooperação internacional para reequipar suas Forças Armadas e para desenvolver seu processo de industrialização. Os acordos de cooperação seriam celebrados e os Estados Unidos construiriam uma série de bases aéreas no Brasil, sendo a de Natal a mais destacada para as missões na África. Alternativa errada.

 
  • d)  as afinidades do governo Vargas com os regimes fascistas e a pressão de membros do governo simpatizantes a esses regimes (como o Ministro da Justiça Francisco Campos) levaram o País a apoiar as potências do Eixo

De fato, como já explicado acima, o regime varguista tinha importantes simpatias com o fascismo e guardava relações privilegiadas com potências do Eixo. Os anos anteriores a e iniciais da guerra para a política externa brasileira ficaram conhecidos como a "equidistância pragmática". Naquele momento, o país já havia enunciado a industrialização como sua grande via de desenvolvimento e sua ambição maior, mobilizando praticamente todas as políticas públicas do governo Vargas. Para a política externa, isso passava a significar que a ação internacional do país deveria estar comprometida com a prospecção de oportunidades para o desenvolvimento brasileiro. No final da década de 1930, dois modelos industriais pareciam triunfantes no mundo: apoiado no Estado fortalecido na Alemanha nazista e outro apoiado nas políticas keynesianas e liberais dos Estados Unidos. Com a Alemanha nazista, estabeleceu-se o chamado comércio compensado, no qual, por meio de câmaras de conversão, as trocas comerciais não envolviam a movimentação de moeda: os bens de capital alemães eram exportados de maneira compensada frente às exportações brasileiras de produtos primários - com forte acento na intermediação estatal. Os Estados Unidos, por sua vez, advogavam a abertura do comércio internacional sob o signo da livre concorrência ao mesmo tempo em que celebrava convênios que facilitavam a ampliação do comércio com o Brasil e tratados de cooperação técnica para a industrialização. Com o início da guerra em 1939, o Brasil esmerou a posição equidistante dos dois polos em combate, mantendo o comércio de materiais estratégicos com ambos e a neutralidade frente ao combate, mesmo com a crescente preocupação americana contra o Eixo. Ainda que, nos anos anteriores, o regime varguista tenha mantido vários gestos de simpatia e de aproximação com o nazifascismo, nunca houve uma declaração explícita de apoio ao Eixo durante a guerra. Pelo contrário, em 1942, o Brasil romperia as relações com aqueles países e, meses mais tarde, entraria na guerra ao lado dos Aliados. Alternativa errada.

 
  • e)  o interesse brasileiro em conseguir financiamento alemão para a construção da Usina Siderúrgica de Volta Redonda esteve entre os principais fatores que levaram o País a entrar no conflito

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi instalada, com auxílio americano, na cidade de Volta Redonda (RJ). Foi um avanço importante para o esforço desenvolvimentista brasileiro, fortalecendo a industrialização de base no país. Tal acordo estava enquadrado nas negociações gerais para a colaboração brasileira com bases e recursos para o engajamento militar dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Isso foi fruto de intensas negociações para a entrada do Brasil na guerra e para o apoio aos Aliados. Alternativa errada.

   

Note o estudante que apenas saber que o Brasil lutou contra o Eixo seria suficiente para eliminar metade das alternativas erradas. Com uma leitura atenta, seria suficiente para aumentar sobremaneira as chances de acerto com um conhecimento mínimo sobre o tema. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

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