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Ao deflagrar-se a crise mundial de 1929, a situação da economia cafeeira se apresentava como se segue. A produção, que se encontrava em altos níveis,a teria que seguir crescendo, pois os produtores haviam continuado a expandir as plantações até aquele momento. Com efeito, a produção máxima seria alcançada em 1933, ou seja, no ponto mais baixo da depressão, como reflexo das grandes plantações de 1927-1928. Entretanto, era totalmente impossível obter crédito no exterior para financiar a retenção de novos estoques, pois o mercado internacional de capitais se encontrava em profunda depressão, e o crédito do governo desaparecera com a evaporação das reservas.

 

FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. São Paulo:

Cia. Editora Nacional, 1997 (adaptado).

 

Uma resposta do Estado brasileiro à conjuntura econômica mencionada foi o(a)

Resposta:

A alternativa correta é letra D) desenvolvimento de política industrial.

Gabarito: Letra D

 

Entre a Primeira República e a Era Vargas temos um importante acontecimento mundial a ser observado: a crise de 1929. Vários países foram abalados economicamente pela crise, inclusive o Brasil, e tal fato trouxe a necessidade de se repensar as bases econômicas desses países até então dependentes da economia norte-americana.

 

No Brasil, a crise do capitalismo causou a queda brusca das exportações cafeeiras. Com a recessão econômica vivida pelos Estados Unidos e a consequente redução de vendas, comerciantes estadunidenses também reduziram suas compras. Isso afetou gravemente a economia das nações que dependiam das importações dos EUA. Foi o caso do Brasil que já vinha produzindo café em grande escala e deixou de vender milhões de sacas para o mercado desse país.

 

É nesse contexto que se dá a transição da Primeira República para a Era Vargas. O enfraquecimento econômico dos cafeicultores significou também o declínio de seu poder e a instalação de uma crise política que levou ao estabelecimento de um novo governo, inaugurando o que ficou conhecido como Era Vargas (1930-1945).

 

Durante a Era Vargas é estabelecida uma política de desenvolvimento industrial. Na verdade, a indústria no Brasil já vinha crescendo ainda na Primeira República, mas durante a Era Vargas o Estado vai buscar superar a dependência do setor cafeeiro a partir de investimentos no setor industrial.

 

No Governo Provisório, primeiro momento da Era Vargas, a defesa da economia brasileira ante a crise de 1929 se dá com a proteção do setor cafeeiro e a suspensão do pagamento da dívida externa.

 

Já no Estado Novo, terceiro momento da Era Vargas, houve uma conjunção de medidas autoritárias com iniciativas voltadas para o desenvolvimento econômico nacional e um maior investimento na indústria nacional, investimento este já iniciado ao longo da década de 1930.

 

Ao longo da década de 1930 houve a busca por abandonar a dependência do setor cafeeiro e ampliar a participação da indústria na economia nacional. Foi nessa época que teve início a chamada industrialização por substituição de importações, onde o Estado incentivava a produção das fábricas brasileiras e dificultava a concorrência estrangeira.

 

Essa estrutura fez da industrialização um dos principais objetivos do governo. Com investimentos do Estado, da iniciativa privada e empréstimos externos, o Brasil aumentou a sua produção industrial. Como resultado, cerca de 70 % das indústrias que havia em 1940 tinham sido fundadas a partir de 1930.

 

Com as medidas adotadas visando o desenvolvimento industrial, os industriais, inicialmente contrários a Vargas devido a promulgação de suas leis sociais, passaram a apoiar a sua política econômica.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: a atração de empresas estrangeiras.

 

Não há nesse momento a atração de empresas estrangeiras, visto que, o mundo inteiro sofria os efeitos da crise de 1929 e o Brasil buscava romper com a dependência externa.

 

Letra B: reformulação do sistema fundiário.

 

Em nenhum momento, durante esse período, houve a proposta da reformulação do sistema fundiário. O sistema fundiário continuou extremamente desigual, baseado na concentração fundiária nas mãos de grandes produtores.

 

Letra C: incremento da mão de obra imigrante.

 

O incremento da mão de obra imigrante acontece durante a Primeira República, bem antes da crise de 1929, em um momento de transição da mão de obra escrava para a assalariada.

 

Letra E: financiamento de pequenos agricultores.

 

Não há nesse momento o financiamento de pequenos agricultores, na verdade, o governo proibiu o plantio de novas mudas de café durante três anos e ordenou a queima de milhões de sacas de café estocadas em depósitos do governo. Mesmo havendo o incentivo ao cultivo de outros produtos (algodão, cana-de-açúcar, óleos vegetais e frutas tropicais) a estrutura para a produção dos mesmos continuava a ser os grandes latifúndios nas mãos de  grandes proprietários de terras.

 

Referências:

 

AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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