Com relação à Era Vargas (1930-1945), julgue (C ou E) o seguinte item.
A principal marca do período entre 1930 e 1937 foi a instabilidade política, corporificada nos embates entre as numerosas e distintas forças sociais que disputavam um espaço político maior no cenário nacional, com destaque para a Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo, e a forte resistência do sindicalismo livre ao projeto de sindicalização sob a tutela do Estado.
- A) Certo
- B) Errado
Resposta:
A alternativa correta é letra A) Certo
Gabarito: CORRETO
Com relação à Era Vargas (1930-1945), julgue (C ou E) o seguinte item.
- A principal marca do período entre 1930 e 1937 foi a instabilidade política, corporificada nos embates entre as numerosas e distintas forças sociais que disputavam um espaço político maior no cenário nacional, com destaque para a Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo, e a forte resistência do sindicalismo livre ao projeto de sindicalização sob a tutela do Estado.
A Revolução de 1930 marcou um processo de ruptura profunda com fortes oligarquias do país inteiro e insistindo em reformas profundas do Estado e da sociedade brasileira. Inspirado num certo positivismo, o governo Vargas tinha um compromisso com a modernização geral do país num recorte muito centralizador sob a lógica do fortalecimento do Estado e do poder central. Isso implicava num enfrentamento direto contra as oligarquias que outrora controlavam a Primeira República (1889-1930). O caso mais extremo dessa experiência foi o levante paulista em 1932 contra o poder central para exigir o restabelecimento de uma ordem constitucional, já que o processo revolucionário abolira a Constituição de 1891, mas seguia governando com poderes discricionários. Em julho de 1932, os revoltosos paulistas iniciaram o levante armado e enfrentaram uma forte reação das forças regulares; sendo rapidamente derrotados e com São Paulo sendo retomada pelas forças federais.
Por outro lado, os primeiros passos no sentido de acelerar a urbanização do país e de insistir em passos na direção da industrialização, esbarravam na necessidade de se pensar alternativas para a formação de um novo operariado brasileiro. Àquela altura, as principais cidades já tinham formas sindicais consistentes, muitas delas inspiradas no anarco-sindicalismo e com importantes experiências organizativas após a greve geral de 1917. O projeto centralizador de Vargas, no entanto, imaginava que os principais conflitos sociais passassem a ser modulados pelo Estado, bem como havia a percepção de enquadrar toda a sociedade num projeto nacional único e unívoco. Assim, a industrialização, a modernização e a urbanização, segundo o enquadramento do governo, deveriam ser arquitetados com a modulação geral da sociedade sob a tutela do Estado. A sindicalização sob o modelo corporativo tutelado pelo Estado foi o modelo por excelência para que o governo Vargas mantivesse controle sobre as classes operárias, que seriam expressivamente expandidas ao longo da década. No entanto, as organizações sindicais que já existiam tentaram resistir às reformas e aos projetos centralizadores do Estado brasileiro, já que, na prática, isso significava a esterilização das lutas sociais em favor de uma conciliação enquadrada pelo poder central. Ou seja, ainda que tenha havido, sim, preocupações trabalhistas (ampliadas a partir do golpe do Estado Novo), houve um período de acomodação importante até o encapsulamento das lutas sociais sob a forma corporativa entre o Governo Provisório (1930-1934) e Governo Constitucional (1934-1937).
Os primeiros sete anos do período Vargas, ainda que tenham tido avanços expressivos, observaram dificuldades expressivas para os planos propostos pelo novo governo - planos estes que foram sendo sofisticados ao longo dos anos. A organização das oposições e a resistência se davam num amplo arco, indo desde a questão trabalhista até um questionamento geral sobre o autoritarismo do governo. Há de se lembrar ainda, por exemplo, a organização do amplo movimento pró-redemocratização da Aliança Nacional Libertadora (ANL), que seria proscrita em 1935, e a Intentona Comunista de 1935, um levante armado liderado por Luís Carlos Prestes à maneira de uma tentativa de revolução comunista. Assim, item CORRETO.
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