De 1930 a 1945, Getúlio Vargas governou o Brasil. Grande estadista, extremamente habilidoso, conseguiu negociar vantagens econômicas para o país, mesmo em um dos períodos mais tumultuados da história do mundo, a segunda guerra mundial. Como era um visionário, desejava industrializar o Brasil, mas o país sem recursos não permitia que ele conseguisse transformar o seu projeto em realidade. Após manipular as alianças formadas para o conflito, ele tomou partido de uma delas, depois de conseguir financiamento para a construção de duas estatais, a CSN e a Vale do Rio Doce. Naquela conjuntura de guerra, o país que fechou esse acordo com o Brasil foi
- A) a Itália, que devido à grande quantidade de imigrantes, desejava empregá-los nessas empresas, garantindo-lhes melhores condições que aquelas enfrentadas no país durante a guerra.
- B) o Japão, que fechou acordo, inclusive para importar tecnologia para a extração de minérios.
- C) a Alemanha, que sob a liderança de Hitler, desejava ter matérias primas abundantes para a sua indústria bélica.
- D) os EUA, que tinha como objetivo ter o Brasil como membro no bloco dos Aliados.
Resposta:
A alternativa correta é letra D) os EUA, que tinha como objetivo ter o Brasil como membro no bloco dos Aliados.
Gabarito: ALTERNATIVA D
- De 1930 a 1945, Getúlio Vargas governou o Brasil. Grande estadista, extremamente habilidoso, conseguiu negociar vantagens econômicas para o país, mesmo em um dos períodos mais tumultuados da história do mundo, a segunda guerra mundial. Como era um visionário, desejava industrializar o Brasil, mas o país sem recursos não permitia que ele conseguisse transformar o seu projeto em realidade. Após manipular as alianças formadas para o conflito, ele tomou partido de uma delas, depois de conseguir financiamento para a construção de duas estatais, a CSN e a Vale do Rio Doce. Naquela conjuntura de guerra, o país que fechou esse acordo com o Brasil foi
Note-se que o enunciado pede para o candidato apontar quem foi o maior parceiro do Brasil na segunda fase dessa política externa, ou seja, quando o Brasil já havia tomado um lado definitivo entre os dois polos em combate na Segunda Guerra Mundial. Ou seja, de início, o candidato deveria eliminar todas as alternativas que elencassem as potências do Eixo - Alemanha, Itália e Japão -, contra quem o Brasil declarou guerra em agosto de 1942. Assim, observemos as alternativas que são propostas.
- a) a Itália, que devido à grande quantidade de imigrantes, desejava empregá-los nessas empresas, garantindo-lhes melhores condições que aquelas enfrentadas no país durante a guerra.
A alternativa deveria ser descartada imediatamente pelo candidato, porque a atuação militar brasileira na guerra se concentrou exatamente na chamada Campanha da Itália. Na oportunidade, as tropas brasileiras participaram do esforço final de libertação italiana ao lado de tropas americanas e britânicas. É importante destacar que o governo Vargas chegou a empreender uma importante campanha de combate contra os símbolos italianos no Brasil, exigindo a nacionalização definitiva dos imigrantes. Alternativa errada.
- b) o Japão, que fechou acordo, inclusive para importar tecnologia para a extração de minérios.
As relações entre Brasil e Japão no período eram bastante rarefeitas no período para uma parceria tão complexa. Além de ser parte da aliança inimiga, o Japão estava já consumido por suas questões regionais e seus esforços na guerra se concentravam entre o Extremo Oriente asiático e a campanha no Pacífico, sem demonstrar maior interesse com a América do Sul. Alternativa errada.
- c) a Alemanha, que sob a liderança de Hitler, desejava ter matérias primas abundantes para a sua indústria bélica.
A Alemanha, de fato, tentou manter aberto o mercado brasileiro por meio do comércio compensado no final da década de 1930 e um de seus objetivos era mesmo a garantia do fornecimento de matérias-primas. No entanto, o adensamento da guerra foi inviabilizando a posição brasileira (a equidistância pragmática) entre os dois polos em combate. No início da década de 1940, submarinos alemães atacaram navios cargueiros brasileiros, abrindo uma crise diplomática que culminariam com o rompimento das relações. Alternativa errada.
- d) os EUA, que tinha como objetivo ter o Brasil como membro no bloco dos Aliados.
A posição brasileira era interessante para os Estados Unidos em duas frentes fundamentais. Primeiro, o país era um fornecedor de matérias-primas para a indústria bélica americana, uma vez que o uso de componentes sintéticos ainda estavam distante de ser empregado em escala industrial. Segundo, a posição geográfica brasileira era fundamental para a estratégia americana, uma vez que poderia fornecer bases importantes para as incursões aéreas no Norte da África, além de ser um entreposto logístico relevante. Ou seja, consolidar o Brasil ao lado do esforço aliado era, também, assegurar uma vantagem importante frente às potências do Eixo, estrangulando o fornecimento de matérias-primas e garantindo posições estratégicas. Nessas negociações, o Brasil procurou garantir auxílios e vantagens para o seu projeto de industrialização, além de ter conseguido a aceitação do envio de tropas brasileiras para o teatro de guerra. ALTERNATIVA CORRETA.
Veja bem o estudante que a banca, por opção ou por desleixo, não elaborou uma questão sobre política externa, mas sim eliminou apenas o candidato que não detinha conhecimentos elementares sobre a participação brasileira na guerra. O único conhecimento exigido era sobre a qual dos lados o país aderiu. Conduta vergonhosa para um concurso para candidato de nível superior. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.
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