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Getúlio Vargas governou o Brasil entre os anos de 1930 e 1945 e no período de 1950-1954. Seu longo governo foi marcado por embates políticos e pela capacidade de adaptação do presidente as demandas políticas do presente.


Considere as proposições abaixo:


I. Em 1930, Vargas enfrentava dois problemas cruciais: a crise econômica motivada pela queda do preço do café e a crise política derivada do desejo dos tenentes de controlar os rumos da vida do Estado.


II. Entre 1930 e 1945, Vargas buscou contornar as crises políticas respeitando as regras do regime democrático. Eleito indiretamente em 1934, preservou as conquistas do texto constitucional, protegeu os trabalhadores e manteve a democracia como regime político.


III. O fim da guerra motivou a saída do presidente Vargas do poder. O golpe que o retirou da cena política também promoveu o fim das garantias constitucionais, implantando um regime ditatorial sob o comando do general Eurico Gaspar Dutra.


IV. Vargas retorna ao poder em 1950, eleito com expressiva vantagem. Nesse período, o presidente assume o nacionalismo e o trabalhismo como bandeira. Mas os conflitos políticos acabaram por envolvê-lo em grave crise política motivada por uma tentativa de assassinato do oposicionista Carlos Lacerda. A resposta do presidente ao golpe foi o suicídio, que marcou, de forma indelével, a vida política brasileira.


Marque a alternativa CORRETA:

Resposta:

A alternativa correta é letra C) Somente as proposições I e IV são verdadeiras.

Gabarito: ALTERNATIVA C

  

Getúlio Vargas governou o Brasil entre os anos de 1930 e 1945 e no período de 1950-1954. Seu longo governo foi marcado por embates políticos e pela capacidade de adaptação do presidente as demandas políticas do presente.


Considere as proposições abaixo:

 
  • I. Em 1930, Vargas enfrentava dois problemas cruciais: a crise econômica motivada pela queda do preço do café e a crise política derivada do desejo dos tenentes de controlar os rumos da vida do Estado.

O ano de 1930 foi especialmente turbulento para a vida brasileira. A quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929 implicou na desorganização dos mercados internacionais, gerando uma crise generalizada de demanda, diminuindo o preço internacional do produto. Para o Brasil, isso significava um impacto importante em sua economia, fortemente dependente da exportação cafeeira, cujos lucros sustentavam, em grande medida, as principais elites do país. Em outra frente, o sistema de governabilidade da Primeira República (1889-1930) colapsara, expondo as diferenças entre as oligarquias estaduais, separando principalmente um impulso modernizante (dos tenentistas) das forças conservadoras do pacto anterior. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • II. Entre 1930 e 1945, Vargas buscou contornar as crises políticas respeitando as regras do regime democrático. Eleito indiretamente em 1934, preservou as conquistas do texto constitucional, protegeu os trabalhadores e manteve a democracia como regime político.

Após chegar ao poder pela via revolucionária em 1930, Vargas governaria por quatro anos com poderes discricionários. Em 1934, de fato, seria convocada uma constituinte, que, além de formular um novo texto constitucional, elegeria, indiretamente, Vargas para um governo de transição. Nos termos arranjados naquela composição política, Vargas permaneceria no poder até 1938, quando novas eleições seriam convocadas com o voto direto para presidente. No entanto, em 1937, alertando para um falso perigo de infiltração comunista, Vargas daria um novo golpe de Estado, dessa vez fundando o Estado Novo. Período por definição ditatorial, o Estado Novo vigoraria com a extinção dos partidos políticos, o fechamento do Congresso Nacional, uma nova Constituição outorgada e com censura prévia. Afirmativa falsa.

 
  • III. O fim da guerra motivou a saída do presidente Vargas do poder. O golpe que o retirou da cena política também promoveu o fim das garantias constitucionais, implantando um regime ditatorial sob o comando do general Eurico Gaspar Dutra.

Em 1945, o Brasil vivia uma grave contradição: lutara contra o totalitarismo na Europa durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), mas vivia domesticamente com uma ditadura de colorações fascistas. Ficava, portanto, o Estado Novo de Vargas em péssima posição doméstica e o temor de um novo fechamento do regime desencadeou um novo golpe de Estado, dessa vez dado pelo Exército para depor Vargas do poder. Dando posse ao presidente do Supremo Tribunal Federal, o golpe instalaria a ordem institucional, convocando eleições para uma Constituinte e para a presidência da República. Com um Congresso plural eleito para dar forma à Constituição de 1946, venceria as eleições o general Eurico Gaspar Dutra, que governaria democraticamente por cinco anos e transmitiria o cargo, em 1951, para Vargas, legítimo vencedor das eleições de 1950. Afirmativa falsa.

 
  • IV. Vargas retorna ao poder em 1950, eleito com expressiva vantagem. Nesse período, o presidente assume o nacionalismo e o trabalhismo como bandeira. Mas os conflitos políticos acabaram por envolvê-lo em grave crise política motivada por uma tentativa de assassinato do oposicionista Carlos Lacerda. A resposta do presidente ao golpe foi o suicídio, que marcou, de forma indelével, a vida política brasileira.

Eleito em 1950 com ampla margem, Vargas voltou democraticamente ao poder em 1951. Com sua popularidade calcada num discurso trabalhista e populista para as massas, esse segundo período varguista seria marcado por fortíssima oposição associada com uma sequência de crises. Ainda que tenha logrado algumas vitórias importantes como a criação da Petrobras, não se pode perder de vista que foi um governo muito turbulento. Em 5 de agosto de 1954, Carlos Lacerda, uma das principais vozes da oposição, sofreu um atentado na Rua Tonelero em circunstâncias pouco claras, o que aprofundou decisivamente a crise do governo. Getúlio Vargas suicidou em 24 de agosto de 1954, após receber um ultimado das Forças Armadas exigindo sua renúncia imediata e a posse de Café Filho, seu vice-presidente. A crise política vinha se agravando ao longo dos meses, envolvendo o governo em escândalos de corrupção e acusando-o de medidas populistas que arruinariam o país, além da oposição cerrada por parte da UDN e de setores da imprensa como Carlos Lacerda. Havia desconfianças de várias ordens contra Vargas, inclusive quanto ao seu compromisso com a ordem democrática, agravado com a tentativa de assassinato contra Lacerda. Um dos grandes marcos de desestabilização do governo foi o populismo sindical representado pela proposta de João Goulart, ministro do Trabalho, de conceder aumento de 100% do salário mínimo, o que lhe custaria o cargo. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 

Assim, são verdadeiras as afirmativas I e IV.


Marque a alternativa CORRETA:
a)  Somente as proposições I e II são verdadeiras.
b)  Somente as proposições I e III são verdadeiras.
c)  Somente as proposições I e IV são verdadeiras.
d)  Somente as proposições III e IV são verdadeiras.

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

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